Avatar: A Lenda de Zara - Livro 3: Fogo escrita por Evangeline


Capítulo 10
Cap 9: Uma Nova Missão




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Zara e Gumo passaram mais de uma hora no buraco que restara do lago. A menina sabia que o Espírito havia apenas se tornado vapor e que logo voltaria ao estado líquido, mas havia passado por muitas coisas em pouco tempo, não aguentaria encarar Airon.

Ela conseguiu contar a Gumo tudo o que tinha acontecido, e quando saíram do tal buraco, não ficaram surpresos de não encontrar Airon.

– Fugiu... – Sussurrou Gumo olhando ao redor, procurando qualquer traço de Airon e de sua ave.

– De novo. – Sussurrou Zara. Estava mais decepcionada do que deveria, simplesmente por Airon ter ido embora de novo.

Gumo a levou de volta para a caverna, onde já não havia mais nenhum vestígio do dobrador de fogo.

Zara parecia incrivelmente exausta, então Gumo a deitou em seu colo e deixou que dormisse.

– Agora somos só nós, Sozen. – Falou o garoto para a criatura que se mantinha sentada perto da saída da caverna. Sozen se mexeu lentamente, levantando-se e virando-se para Gumo. O menino franziu o cenho, geralmente Sozen não respondia a nada que o menino falava.

Sozen caminhou até ele e enfiou-se entre o garoto e Zara. Gumo saiu de seu caminho, deixando que o animal servisse de apoio para a cabeça da jovem e cansada Avatar.

Ao ver que Gumo permaneceu sentado ao seu lado, Sozen ergueu a cabeça em direção a saída da caverna três vezes, sinalizando para que o garoto saísse de lá.

Ainda confuso, Gumo obedeceu, deixando Sozen e Zara sozinhas e contemplando o pôr-do-sol.

Nesta separação, duas coisas aconteceram.

Eu, o narrador desta história, darei preferência aos acontecimentos que envolveram diretamente a nossa protagonista, e depois lhes conto o que houve com Gumo.

Quando Sozen se viu sozinha com a jovem Avatar, tocou-lhe a testa com o nariz, ambas entrando no mundo espiritual.

Zara se via na mesma caverna de antes, mais iluminada, onde antes havia encontrado com o Avatar Roku. Mesmo sem estar em seu corpo físico, o cansaço lhe dominava, a pior de todas as exaustões: a mental.

– Menina Zara. – Ouviu a voz de Roku chamar-lhe. Olhou para Sozen ao seu lado, enorme como sempre era no mundo espiritual, e em seguida para o lado de fora da caverna, para onde caminhou devagar.

– Quero que veja algo. – Disse o homem, guiando Zara pela ilha enquanto olhavam as belíssimas plantas e pequenas criaturas que viviam na ilha cheia de vida.

A menina se viu caminhando até uma montanha onde seria o templo da ilha, mas tudo o que havia lá eram ruínas de pedra, inocentes e muito belas. A hera que cobria as ruínas dava ainda mais beleza ao local.

– Todas as pessoas e criaturas têm uma coisa chamada chakra. – Disse Roku, muito lentamente quando chegaram ao topo da montanha e pararam para olhar o oceano. – Quando se é o Avatar, precisa-se manter o fluxo aberto e ininterrupto entre os chakras. A única maneira de fazer isso é obtendo o equilíbrio entre o meu corpo físico e o seu espirito. – Falou. Zara prestava atenção em cada palavra.

Aquele estranho e repentino encontro com uma de suas encarnações anteriores estava distraindo-a de sua situação atual.

– Zara... – Falou a voz intensa do Antigo Avatar, tirando-a de seus devaneios. – Estou lhe dizendo isso porque você precisa aprender a controlar as suas emoções. Eu não tenho muito tempo para estar lhe ensinando tudo sobre sua missão espiritual. Você precisa encontrar um monge e um lugar muito espiritual. – Disse Roku.

– Roku, recentemente uma coisa estranha aconteceu... – Começou a explicar a menina. – Eu tenho ouvido uma voz e... aconteceu algo... e.. - Ela não sabia por onde começar.

– Menina... – Interrompeu o homem. – Faça o que eu lhe disse. Encontre um monge, pule o elemento do fogo, quando você entender melhor o espírito você vai poder dobrar fogo.

Zara pensou um pouco sobre as palavras de Roku, quando o homem começou a abrir espaço entre as eras que haviam no chão, revelando uma série de escrituras antigas e estranhas que Zara jamais vira.

– Zara, você precisa descobrir qual é o seu chakra mais poderoso e esquecê-lo. – Disse-lhe. – Você precisa aprender a ler o chakra do próximo, só assim vai poder entender tudo o que está te acontecendo. – As palavras de Roku pareciam penetrar na mente da menina.

– Vou poder entender Airon. – Sussurrou Zara. O mais velho colocou a mão em seu ombro com um sorriso compreensivo.

– Não Zara. Eu e você sabemos que você o perdoou desde que o conheceu. – Disse-lhe tocando fundo na consciência da menina. – Vai poder entender o que se passa ao seu redor. – Corrigiu.

Zara pensava em sua nova missão com um certo pesar. Estava tão próxima da Nação do fogo, agora teria de recuar e ir para um templo do Ar, mais uma vez.

– Está tudo tão confuso... – Sussurrou a menina.

– E é por isso que você não pode continuar com o ritmo que estava. As coisas precisam andar mais rápido. – Informou Roku, levantando-se e olhando intensamente para Zara. – Você precisa se desligar do mundo material e do mundo espiritual. Zara, você precisa ser apenas a conexão...

– Entre os dois mundos. – Completaram juntos.

– Como Sozen consegue me trazer para cá assim? – Perguntou Zara. Se ela era a conexão por quê um animal podia fazê-lo?

– Sozen não a traz. Ela apenas te diz que você precisa vir, então você vem. – Respondeu Roku, pela primeira vez respondendo diretamente uma pergunta da menina. – Agora, precisa voltar e fazer o que eu lhe disse.

Zara confirmou e olhou para Sozen determinada.

– Vamos. – Sussurrou.

Agora preciso contar-lhes o que aconteceu ao nosso querido amigo Gumo.

Quando Gumo saiu da caverna, sentou-se numa das pedras para ver o pôr-do-sol. Estava muito pensativo sobre tudo o que Zara lhe contara, e tinha uma certa vontade de ir ao Templo para ver se era mesmo tão terrível quanto Zara dissera.

Foi pensando nisso que Gumo viu uma estranha movimentação no outro lado da ilha. Apertando os olhos para ver melhor, o garoto pôde identificar três navios da Nação do Fogo, e muitos homens ao redor do mesmo.

Gumo, com passos silenciosos, aproximava-se lentamente da extremidade da enorme ilha, para ver do que se tratava. Aqueles homens não pareciam estar ali para ficar.

Quanto mais se aproximava, mais gritos ouvia, e em pouco tempo conseguiu distinguir a voz de Airon ali no meio. Gumo sabia que Airon era Tenente, mas o modo como ele gritava parecia mais revoltado e raivoso do que autoritário.

Gumo aventurou-se a olhar para a cena que se passava há alguns metros dele, e arregalou os olhos sem saber o que fazer.


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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora, estou meio desanimada. :/