How Far We’ve Come escrita por Lithium


Capítulo 10
8 — How To Hide To Me And My Monkey


Notas iniciais do capítulo

PRIMEIRAMENTE, mais uma vez eu posso explicar a demora em uma série de eventos que me provam que eu NÃO tenho sorte. Não mesmo. A começar pela bosta da internet. Fiquei praticamente a Copa inteira - ou seja, as minhas férias inteiras - sem conseguir acessar nada. Depois o Word. Terminado esse cap de 6.000 palavras, o Word me fez o favor de apagar metade dele. Atingi 4.000 palavras e o Word o apagou de novo. Atingi 3.500... E o Word o apagou de novo. Quando finalmente consegui terminá-lo, passei para o pen-drive, mas quando fui postar, descobri que passei a cópia errada da fanfic, quase um rascunho escrito beem no início. Quando encontrei e versão original, meu net - o único com acesso a internet disponível para mim - deu vírus e teve que ir para a manutenção. Depois, escola. Só então pude postar esse capítulo, por isso peço que vocês me perdoem, de verdade. Puro azar da autora de vocês. Eu nunca teria demorado tanto se não fosse tudo isso.

Acho que esse foi o capítulo mais difícil de escrever até agora, porque realmente precisei colocar a cabeça para funcionar. Esse não poderia ser só mais um capítulo sem importância onde certo macaco some; precisava ter ALGUMA COISA. Então a música que eu estava ouvindo tornou-se Stairway To Heaven e eu tive a ideia. Alguns minutos depois, quando a música tornou-se Working Class Hero, eu decidi. Prestem atenção nas entrelinhas desse cap. Serão mesmo muito importantes.

Imagino que não hajam erros de ortografia, mas se houverem, perdoem-me novamente. Fiz uma revisão rápida por falta de tempo, mas posso assegurar que o pâncreas de vocês ficarão bem. Qualquer letrinha trocada ou um acento faltando... Enfim, me avisem se encontrarem que eu corro para corrigir.

Queria agradecer a todas as divas que me deixaram os reviews mais perfeitos do mundo e me desculpar novamente pela demora e pelos erros de formatação do capítulo anterior, já que o Nyah tirou meus travessões. Obrigada mesmo, meninas. Adoro vocês



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/463355/chapter/10

Atena não desistiu do jantar e começou com uma das noites mais malucas e mais longas de nossos personagens principais.

Existem três tipos de loucuras. A primeira é sempre cometida por garotos e é extremamente clássica. Consiste em fazer uma das maiores maluquices da história e dedicar isso a garota que roubou o coração. A segunda ainda é comum e é aquela loucura que encontramos nos nossos amigos e que realizamos com eles, tais como tirar fotos com o Papai Noel quando você tem quatorze anos ou procurar as edições americanas de Game Of Thrones nas livrarias com a desculpa de comprá-las quando na verdade você não tem nem um centavo. Outro exemplo desse tipo de loucura é praticamente invadir uma reserva florestal para gravar uma peça que acabou não passando de uma cena no fim, sem contar a casa abandonada, os urubus, um casal fazendo sexo em um carro, uma suposta tíbia queimada, o cheiro de morte e o número indeterminado de cadáveres que já morreram nas matas de acordo com as lendas. Ah, e o quase-assalto, o cavalo, os quilômetros percorridos, a fome extrema, o cansaço, os supostos drogados em um canto e uma breve tentativa de assassinato do tipo que as mães fazem. E a terceira e última é caracterizada como a loucura real. Muitas pessoas que apresentam “loucura real” hoje estão em um hospício. Mas na vida de alguns, a “loucura real” é mais comum em momentos do que em sua própria mente (como o caso da livraria e do pobre Papai Noel). Momentos cheios de “loucura real” são extremamente frequentes, se você pensar bem, e podem ser muito variáveis (algumas histórias complicadas envolvendo cabos de vassoura, gabinetes e peitos também estão inclusas), e é com orgulho que digo que Percy, Annabeth, Thalia, Luke, Jason, Piper, Leo, Lilith, Nico e Bianca são especialistas nesse tipo coisa.

O jantar foi em um dos salões do Princesa Andrômeda. O local era muito, muito espaçoso, porém foi construído para suportar os convidados de um baile, por isso todas as mesas eram daquele plástico branco, e o salão também não tinha cozinha. Entretanto, Atena não deixou esse fator lhe abalar. Cobriu as mesas com uma toalha vermelha de tecido macio, e dispôs uma enorme mesa de mármore na parede mais extrema com toda a sorte de comidas, desde as saladas mais leves já vistas até lasanhas gigantescas e hambúrgueres como aqueles de cinco quilos que vemos as pessoas respirando fundo para colocar para dentro na TV de vez em quando. Trocou a iluminação absurdamente clara para lâmpadas mais escuras, e deu sérias instruções ao barman: nada de bebidas alcoólicas para menores de dezoito nada de cigarros e blábláblá. Cortinas pretas cobriam parcialmente as janelas com vista para o mar e destacavam-se na parede, que era de um dos mais claros tons de branco existentes. O pé direito era alto, portanto o salão contava com grandes lustres.

Lilith e Bianca chegaram com antecedência, arrastando um entediado Nico di Ângelo consigo. Os três estavam sentados em uma das mesas, conversando com Annabeth há horas até que finalmente o salão começou a encher-se – de adultos. O que era um saco para um quarteto de adolescentes.

Uma coisa que surpreendia era o fato de que nem mesmo a própria Annabeth estava feliz por estar ali. Seus olhos cinzentos demonstravam um tédio imenso que ela muito provavelmente estava lutando para controlar.

– Por favor, Deus, tire-me daqui! – vociferou.

Lilith também se cansou e bufou.

– Isso está absurdamente chato.

– Também pudera, estamos aqui faz horas – reclamou Nico. – Mas a questão é a seguinte: vocês meninas não sabem se divertir.

O silêncio reinou. As três viraram a cabeça na direção de Nico bem devagar.

– Se os meninos estivessem aqui, nós cinco estaríamos mostrando para a sua mãe, Annabeth, como dar uma festa de verdade.

Bianca levantou-se, de punho cerrado.

– Não ouse dizer que não sabemos nos divertir novamente!

– Calma lá, maninha. Essa é a droga de um jantar pacato que nós podemos transformar em algo melhor. Você sabe, eu e os meninos temos nossos métodos...

Lilith segurou o riso. E que métodos. Episódios como o que ocorrera na festa na casa de Annabeth eram comuns quando a mente daqueles cinco se juntava. Geralmente, Bianca e ela acabavam como cúmplices também.

A música mudou. Continuava baixa, mas ao menos era boa o suficiente para melhorar o humor de Nico. “I’m Happy Just To Dance With You”, dos Beatles, soava quase que como uma música de fundo, mas ao menos agora todos ali não teriam que ouvir Nico reclamando.

– Agora sim está começando a ficar divertido. C’mon, Bi, vamos dançar.

Antes que Bianca pudesse disser qualquer coisa, Nico agarrou-a a começou a dançar com ela, enquanto Annabeth e Lilith riam. Bianca tentava acompanhar a música, e Nico cantava junto de George Harrison desafinadamente. Era por isso que Lilith gostava de fotografia. Momentos como aquele seriam lembrados para sempre, por isso, ela sacou a câmera do celular mesmo e os fotografou.

Para completar o pacote, Percy e Jason chegaram exatamente naquele momento, e parecia que Deus estava ao lado deles. Como sempre, os meninos começaram a zoar a dancinha, mas Nico não deixou barato.

– Percy, você é o pior dançarino do planeta. Mas se quiser tentar ser melhor do que eu, a Annabeth está bem aí do lado. E, Jason, aquela ali não é a Piper McLean?

E não era uma piada. Piper realmente vinha em direção a eles.

A música acabou e levou junto o bom-humor de Nico, mas Jason parecia mais um dos fogos de artifício coloridos que as pessoas jogam aos céus em ano novo.

– Olá meninos! Oi Jason.

– Oi Pipes...

Percy segurou o riso com força, o que resultou em um som parecido com uma relinchada (sim), e isso fez com que Lilith segurasse o riso com ainda mais força.

– Então, vocês não tem nada melhor para fazer, não? – perguntou Jason, com toda a delicadeza.

– Vamos deixar os dois se pegarem, pessoal – disse Lilith, e assim os cinco se mudaram de mesa. Ela voltou-se para Percy. – E os outros?

– Luke está convencendo Leo a vir. Da última vez que eu o vi, ele estava agarrado à cama, berrando – e começou a rir.

Nico, Bianca, Lilith e até Annabeth o acompanharam dessa vez.

– Como eu queria uma foto daquilo – comentou Lilith. – Annie, onde está a Thalia, a propósito?

– Recusando-se eternamente a vir, mas acho que o pai dela vai obriga-la de uma forma ou outra.

Nico bufou mais uma vez.

– Pais. Acham que só porque se excitaram e nos geraram, têm o direito de mandar na nossa vida.

– Quanto mau humor – comentou Percy.

Talvez Nico fosse xingá-lo ou algo assim, mas naquele momento, Luke e Leo chegaram, trazendo Monkey consigo.

– E quem é esse? – Annabeth perguntou, enquanto Monkey apoiava-se em seus ombros.

– O Monkey, nosso macaquinho de estimação – explicou Percy. – Presente do pai do Nico e da Bi.

Annabeth franziu a testa.

– Um macaco chamado Macaco?

Percy, Luke, Bianca e Lilith riram, mas Nico e Leo continuaram com a cara fechada.

– Não falem com o Leo, pelo amor de Deus – alertou Luke. – Não é um bom negócio.

Lilith olhou para Leo, que estava sentado com uma cara nada feliz e os braços cruzados.

– É tão ruim assim?

– Pior que a Segunda Guerra Mundial. Qualquer coisinha e ele já explode feito todos aqueles bombardeamentos.

– E que culpa eu tenho?! – Leo explodiu. Pronto. Já era. Protejam-se. – Sabe, eu não queria ter vindo para a droga desse cruzeiro. Eu devia estar nessa hora jogando videogame contra o gótico louco aí, acabando com a droga dos zombies dele e comendo pipoca...

– Opa – Nico interrompeu, já se irritando. Ah não. – Vamos parando aí. Eu é quem deveria estar matando a merda dos seus zombies ao invés de estar no meio do Oceano.

– Todo mundo sabe que eu sempre venço você no videogame, Nico!

– Faça-me rir, Valdez! Você não me vence nem no basquete.

Leo agiu a essa como se Nico tivesse o socado. Levantou-se, e Nico também.

– Como é que é?!

– Ficou surdo?

– Eu sempre te venço no basquete, cara zombie! Percy, Luke e Jason estão de prova! Você nunca nem toca na bola, afinal, é tão pequeno que nem consegue alcançar.

Luke arregalou os olhos. Nico ficou tão chocado, que até deu um passo para trás. Pobre Nico e seus 1,72 (considerando que ambos são pequenos em comparação aos outros três já que na última medição realizada pela própria Lilith, Leo tinha 1,74).

– Ai. Essa foi pessoal – comentou Luke.

– EU VOU CHUTAR ESSE SEU TRASEIRO DE ELFO DE PAPAI NOEL ATÉ ELE FICAR VERMELHO, VALDEZ!

Leo subiu as mangas da camisa branca, fechou as mãos em punho e colocou-se em posição de boxeador. Mas Leo era magrelo, então... Você pode imaginar que não deu muito certo.

– CAI PROS FIGHT!

Com essa, Bianca, Annabeth, Luke e Lilith começaram a rir. Percy foi o único que se controlou. Foi até os dois, segurou os dois pela cabeça (o que fez os quatro rirem ainda mais) e tentou acalmar os ânimos.

– Acalmem-se, vocês dois. As emotions. As emotions estão muito elevadas.

E para variar, ignoraram a retardatisse de Percy e voltaram a trocar ofensas.

– Retardado – Nico disse.

– Idiota.

– Humpf!

– Humpf!

Monkey saiu do colo de Annabeth e plantou-se no ombro de Nico, como gostava de fazer.

– Eles são sempre assim? – Annabeth perguntou.

Lilith sorriu.

– Mais ou menos.

Graças ao tédio, cada um arranjou alguma coisa para fazer. Jason trouxe Piper e os dois ficaram conversando. Luke, Leo e Percy davam um jeito de atrapalhar vez ou outra. Bianca conversava com Lilith, Annabeth e Nico sobre uma causa natural que envolvia plantas, flores, combustível, camada de ozônio, aquecimento global e etc.

– É um evento bem grande organizado para arrecadar fundos para reflorestar matas como as das florestas tropicais que servirão de lar para animais ameaçados de extinção – explicou. – É como um grande baile, sabem? O problema é que o preço de um ingresso é duzentos dólares.

– Meu pâncreas – brincou Nico.

– Mas podemos entrar lá de graça, só precisamos trabalhar lá dentro. Podemos conseguir trabalho como qualquer coisa.

Bianca tinha um monte de causas sociais em nome dos animais e florestas, mas por essa, Lilith se interessara. Havia uma festa em que ela poderia ganhar para ir e ainda por cima, salvaria animais, e Lilith era louca por animais. Então, colocou a cabeça para funcionar.

– Eles precisam de um comitê organizador, uma equipe de limpeza, uma banda ou um DJ, uma equipe de transporte para transportar os objetos de decoração, uma equipe de montagem, um bufê, garçons e uma fotógrafa – completou, já usando o feminino. – Quero fotografar essa festa. Bi, quanto acha que eles devem pagar?

Bem mais de duzentos dólares, te garanto – ela sorriu.

– Eu só consigo me imaginar de barmen – Nico riu. – Serei competente e entregarei as bebidas e tudo o mais para os caras, mas quanto as garotas... Vocês sabem, eu sou muito galanteador.

– Ahã – Bianca ironizou. – Está interessada em algum posto, Annabeth?

– Talvez eu possa cuidar da decoração, mas sabem quem eu acho que adoraria participar disso? A Thalia. Ela é vegetariana.

– Eu também sou! – exclamou Bianca. – E o Nico também, mas ele come pizza. E tortilhas.

– Annabeth, minha cara, no dia em que você experimentar as tortilhas de Sally Jackson, você entenderá. Ô LEO, QUER FAZER O FAVOR DE ME DEVOLVER O MONKEY?! JÁ FICOU TEMPO DEMAIS COM ELE!

– Mas eu não estou com o Monkey! – Leo gritou de volta, sem sequer olhar na cara de Nico.

– É claro que você está com o Monkey!

– Cacete Nico, está vendo o Monkey comigo por acaso?!

– Mas depois que o Monkey saiu dos meus ombros ele foi para o seu colo!

– Mas não há Monkey algum aqui!

Silêncio. Lilith olhou para os dois. Se Monkey não estava nem com Annabeth, nem com Leo, nem com Nico e nem em nenhum lugar a vista... Monkey podia estar em qualquer lugar do navio. E ela não podia pensar em boa coisa se alguém de repente visse um macaco por aí. Uma coisa era um dragão de ferro – trancado na oficina do navio naquele mesmo momento. Outra coisa era um macaco vivo.

– Temos que procura-lo – Percy anunciou o óbvio. – Hora do plano. Metade de nós fica aqui procurando. A outra metade sai pelo o navio...

– Que falta de organização – Annabeth interrompeu. – Somos nove. E não há metade exata de nove. Porque não nos dividimos em equipes? Piper, Jason e Leo ficam aqui, procurando pelo salão. Lilith, Bianca e Luke saem procurando pelo convés e por todos os quartos abertos que encontrarem. E Nico, eu e você – ela apontou o dedo indicador para Percy – olhamos o interior do navio no geral. Me parece muito mais simples.

– Agora coloquei fé na loirinha – disse Luke. – Annie, se quer uma dica, sugiro que comecem pela cafeteria.

– Luke! – Lilith repreendeu. Ele e ela inventaram de dar café há Monkey na noite anterior. Ele ficou parecendo uma bombinha, mas aparentemente, adorou o teor de cafeína.

Annabeth franziu as sobrancelhas e Lilith engoliu em seco. Ferrou.

– Cafeteria? Ah, qual é, Luke. Monkey não iria querer nada na cafeteria, a menos se eles venderem bananas – ela riu da própria piada.

Lilith respirou fundo. Estava preocupada com a possibilidade de alguém encontrar Monkey antes deles.

– Vamos começar logo com isso – disse ela. – Quanto mais rápido nós o encontrarmos, melhor.

. . .

– Ainda não acredito que o Valdez perdeu o Monkey! – gritou Nico, espumando de raiva. “Aparentemente”, ele estava irritado. Muito irritado. Por culpa de Leo (ao menos era assim na cabeça dele), Monkey sumira. E um macaco desaparecido é um desastre em qualquer lugar. – Ele sabe que o Monkey não pára quieto. E como é que um jogador de basquete assim, tão melhor e mais alto do que eu, não percebeu que havia um macaco no colo dele?

– Nico, o Leo não teve culpa – disse Annabeth, enquanto entravam no saguão principal do navio. – Monkey também tem instintos. Sei que ele é seu animal de estimação, mas como vegetariano, você precisa saber que Monkey muito provavelmente não nasceu em cativeiro.

– Você só diz isso porque não viu Monkey quando Hades chegou com ele para nós cinco! – disse Percy. – Monkey sempre foi uma gracinha, Annabeth. Ele é totalmente amável e é o macaco mais participativo que eu já vi. Se você tivesse tido um pouquinho mais de contato com o Monkey, você já seria louca por ele também!

– Se nós não o encontrarmos, eu juro que o Valdez vai dessa pra melhor.

– Mas de fato o Leo não teve culpa – Percy concordou. Louco ou bipolar? Annabeth tinha suas dúvidas. – Vocês dois estavam tendo uma das brigas mais engraçadas da história. Ninguém prestou muita atenção no Monkey. Só em vocês.

Nico bufou.

– Odeio tudo isso. Você vai me desculpar, Annabeth, mas a sua mãe é louca! Eu detesto estar aqui, no meio do nada, para lá e para cá no mar mais um bando de turistas que eu não conheço – Nico então voltou-se para Percy. Talvez Jackson entendesse a frustração.

Percy assentiu.

– Concordo plenamente. Onde é que ela estava com a cabeça? Nós poderíamos estar no nosso apartamento agora. Mal acabamos de nos mudar. Mas sabe-se lá quando sairemos daqui!

Annabeth ouviu tudo contendo a raiva e direcionou sua atenção para a porta da sauna, na parede esquerda. Olhou para as mesas de um dos restaurantes. Então para o Starbucks. Meu Deus, como eles reclamavam! Parecia que achavam que ela era a culpada!

– Eu não tenho a menor culpa! – defendeu-se calmamente, apesar do ponto de exclamação. – Não entendo porque ela nos colocou aqui, mas sei que mais cedo ou mais tarde, vai ser proveitoso. Minha mãe é uma mulher sábia. Nunca faz nada como isso sem ter certeza de que será proveitoso.

– Que proveito – ironizou Nico. – Agora, meu macaquinho está desaparecido.

Ela conteve sua raiva mais uma vez e aproximou-se do Starbucks. Fechado. Pelo menos eles tinham certeza de que Monkey não poderia entrar ali. Nico andou mais alguns metros e foi olhar no pequeno restaurante. Aparentemente, não encontra nada também. No extremo do navio, havia uma queda d’água em miniatura com várias plantas de verdade e Percy foi checá-las, mas ainda assim, não conseguiram encontrar nada. Ela o viu apontar para o corredor a sua direita, provavelmente pedindo para que ela e Nico fossem por ali.

Annabeth deu de ombros, mas antes olhou para cima. No segundo andar do navio, checando de porta em porta, estavam Luke, Bianca e Lilith. Ela esperava sinceramente que tivessem sucesso.

. . .

No salão, Jason, Leo e Piper decidiram se espalhar e procurar discretamente embaixo das mesas, na mesa do bufê e no bar, começando pelo ponto mais fácil – ou seja, o primeiro. Frequentemente, os três tiveram que dar uma desculpa esfarrapada como “desculpe-me interrompê-los, mas deixei uma moeda cair aqui por perto e gostaria de procurá-la” ou desamarrem os próprios sapatos para que isso servisse de álibi para estarem olhando para debaixo das mesas.

Em menos de um minuto, Leo usou a desculpa da moeda em três mesas diferentes, com pessoas diferentes. Uma família tão alba que parecia ter saído direto da Alemanha, um par de mulheres de turbante na cabeça e três homens vestidos em ternos que aparentemente adoram uma boa dose de Whisky Jack Daniel’s e estavam insatisfeitos com a ausência da bebida ali. Ele teria achado a história dos homens interessante se não estivesse pensando em duas coisas: Monkey e Nico.

Leo ganhara Monkey fazia pouquíssimo tempo, mas mesmo assim, já o amava tanto quanto amava Festus. Mas Festus era uma máquina, e Monkey, real. Ele ainda não pudera brincar com Festus, mas Monkey não precisava ficar “guardado” em uma sala. Era uma companhia fixa; um bichinho de estimação coletivo entre eles e os garotos.

E, na cabeça dele, Monkey jamais teria sumido se Nico não tivesse o tirado do sério. De fato, era comum Nico e ele terem briguinhas bobas, mas era como Percy, Luke e Jason diziam: em menos de vinte segundos estavam se falando de novo. Nessa faixa. E talvez tivesse sido assim, se Monkey não tivesse sumido.

Leo também precisava admitir que parte da raiva era certa inveja e, ao mesmo tempo, raiva de si mesmo. Leo nunca teria tido Monkey se não tivesse tido Nico como amigo primeiro. E esse pensamento também era muito egoísta. Leo amava Monkey com toda a certeza, mas e Nico? Entre ele, Nico, Jason, Percy e Luke existiam sete anos de amizade marcados pelos melhores momentos de sua vida, em que conquistara aqueles títulos no basquete juntos. Então, Hades batera a porta deles e lhes deram Monkey. Se Nico não fosse filho dele, Leo nunca teria tido o macaquinho. E, novamente, Leo teve mais raiva de si mesmo por estar pensando daquela forma, mas lá no fundo, ele sabia que era tudo efeito da pressão psicológica naquilo tudo. Leo só não queria perder mais ninguém.

Depois de longos minutos se agachando sem parar, Leo, Piper e Jason finalmente se reencontraram. Thalia também se unira a eles e, wow, como ela estava linda! O vestido preto era deslumbrante, mas Leo teve o cuidado de não começar a babar. Era a irmã de um dos quatro melhores amigos, poxa.

Jason, Piper e Leo se revezaram para explicar para Thalia a situação o mais rápido possível, e durante todo tempo, Leo sentiu várias pontadas de ciúmes, porque Jason estava todo fofinho com Piper. Daqui a pouco, poderia estar até se esquecendo do ponto principal de toda aquela busca digna de missão de filme, e a qualquer sinal disso, Leo explodiria e ele próprio tinha absoluta certeza disso.

– Então, se Monkey não está embaixo das mesas, onde vocês acham que ele pode estar? – Thalia perguntou. – Obviamente, não está em cima da mesa do bufê.

Leo interrompeu qualquer manifesto de resposta.

– Vamos direto ao ponto. Alguém precisa se abaixar para olhar. – ele olhou para Piper. – Alguém que pareça ser comum, mas que seja discreta e que não chame muita atenção.

Ela logo sacou. Leo também facilitara, encarando a garota dos olhos multicoloridos. Ela pareceu meio nervosa, mas quando Piper deu os primeiros passos, Thalia a interrompeu.

– Fica aqui, Pipes. Pode deixar que eu mesma olho. Tenho meus truques, sabe?

. . .

Mesmo preocupado com a possibilidade de Monkey ser jogado no mar, Luke não conseguiu evitar se divertir um pouco com aquela situação.

Você não faz ideia do que é possível encontrar no quarto dos outros turistas; principalmente estando em um cruzeiro grande como aquele. Dentro dos quartos havia de tudo – desde objetos comuns do dia-a-dia, como livros, celular e escova de dente, por exemplo, a todo tipo de bizarrices, como uma escultura de um tatu a base de fezes escondida dentro do armário e uma coleção de doze mil preservativos usados, de acordo com a etiqueta. Como você pode ver, alguns eram de dar nojo.

– Luke, você parece uma criança na Disneyworld – Lilith zoou. – Controle-se, garoto!

– É que tem cada coisa tão incrível aqui! – exclamou, invadindo mais um quarto e correndo para o armário.

O armário era o primeiro lugar que Luke checava. Monkey adorava se esconder nos armários do apertamento. Mas novamente, nem sinal dele. Lilith olhou embaixo da cama, e Bianca, nas gavetas, mas nada. Luke então entrou no banheiro, mas logo saiu de lá. Não era uma visão bonita, acredite.

– Não entrem no banheiro – alertou.

Lilith, que se encaixava no ditado popular “A curiosidade matou o gato”, abriu a porta do banheiro e fechou-a com susto nos olhos azuis.

– Aquilo é...?

– Isso mesmo.

– Mas o que tem dentro desse banheiro?

– Ah, você não quer ver – garantiu Lilith. – Aquilo é a revolução de American Pie. Aposto que você nunca imaginou nada como aquilo.

Bianca franziu a testa e, contrariando todos os alertas, cometeu o erro de abrir a porta do banheiro e quase caiu para trás quando viu o “conteúdo”.

– Vamos cair fora daqui – disse. – Agora.

– Me deixa tirar foto? – Luke pediu, fazendo uma cara de pidão. Não era uma expressão que pudesse ser julgada como convincente e muito menos ser comparada com a do Gato de Botas e a de Paul McCartney, reis das caras pidonas, já que Luke não era muito bom em fazer carinha de anjo.

Bianca, entretanto, lhe lançou um olhar tão assustador que Luke abandonou a ideia e segui as duas meninas até a saída – claro que não sem entrar novamente no banheiro para decorar os detalhes.

. . .

Percy estava dentro do armário de limpeza do navio, junto de Nico e Annabeth. O lugar tinha aproximadamente oito metros quadrados e era cheio de prateleiras de ferro que se estendiam do chão até o teto, carregadas de produtos de limpeza, e claro, também tinha alguns esfregões nos cantos. Para ele, era ridículo procurar por Monkey ali, mesmo que Annabeth tenha insistido com a teoria de que Monkey, aparentemente, estava brincando de esconde-esconde e que ninguém nunca o encontraria nos lugares mais óbvios. Nico concordava com ele, então Percy se divertia em abrir os potes de produtos de limpeza, rompendo seus lacres e dando-os abertos para que Nico segurasse. Ele já tinha uma pilha de quatro potes enormes, que cobriam toda a estampa de sua camiseta do Led Zeppelin.

– Argh, olha esse aqui – Percy estendeu a Nico um pote com um líquido rosado. Ao cheirar, o garoto fez uma careta.

– É o cheiro morango mais enjoativo que eu já vi. O que é isso? Água sanitária, como os quatro que estão comigo?

– Acredite ou não, é aromatizante. Sabe? Daqueles que os adultos jogam dentro das privadas.

Annabeth suspirou.

– Foco, cabeça-de-alga.

– Foco para quê? Você sabe muito bem que não há a menor probabilidade de que Monkey esteja aí e...

Nico gritou.

E essas briguinhas bobas de vocês dois estão me enlouquecendo!

Para tentar acalmar o garoto, Percy fez uma piadinha:

– Poxa, Nico, pensei que você já fosse louco.

– Percy Jackson, nosso macaquinho está desaparecido e eu estou perdendo o meu tempo dentro de um armário de limpeza, sem contar que já estou com um humor estranho há dias graças a esse maldito cruzeiro que está me impedindo de curtir meu apartamento e meus últimos dias antes da nova escravidão chamada “universidade”. Então vamos colocar nossas mentes para funcionar. Annabeth, você vai me desculpar, mas Monkey realmente não está aqui, então... Acho que devemos começar por...

Mas Nico nunca terminaria sua frase, porque o aromatizante rosado que Percy colocara na pilha escorregara e espalhou seu conteúdo. Nico imediatamente escorregou e bateu as costas com força no chão, sendo banhado por vários litros de água sanitária.

Por um segundo, ninguém se mexeu. Mas Nico logo tratou de se levantar e tirar a camisa, ficando – para a alegria da população mundial feminina – seminu. Ele estendeu a camisa preta para que Percy pudesse ver, e ele reparou que ela estava encharcada de água sanitária.

– Droga, droga, droga! – Nico disse. Percy correu para tentar ajudá-lo, mas só conseguiu piorar a situação ao tentar secá-la.

– Eu sinto muito, Nico – disse Annabeth, ficando ao lado do garoto. – Mas você deve ter outras camisas da banda, não é? Afinal, eu sempre te vejo com uma diferente...

Percy sabia que Nico tinha mais três camisetas do Led Zeppelin, mas decidiu não revelar o fato.

– Não dá para substituí-la, Annabeth. Não essa. Tinha uma história, era especial. Uma espécie de símbolo. Era quase a minha camiseta da sorte — e olha que eu nem acredito nessas coisas! Me desculpe, Percy.

– Hey, tudo bem. Era só uma peça de roupa.

Mas tanto Percy quanto Nico sabiam que não era só uma “peça de roupa”. Nico não exagerou quando falou que a camiseta era quase um símbolo. Ela tinha toda uma história e agora estaria destruída assim que a água sanitária secasse – e Percy jogava toda a culpa sobre si mesmo.

– Bom... – Annabeth começou. – Vamos sair logo daqui. Não temos mais motivos para ficarmos presos aqui dentro.

E não há palavras para descrever as expressões nos rostos dos três quando perceberam que a porta estava trancada.

. . .

Thalia foi até a mesa do bufê, sendo acompanhada por Piper enquanto ela explicava seu plano à garota dos olhos multicoloridos, mostrando-lhe seu vidro de molho de pimenta:

– Luke me deu isso alguns dias atrás, me prometendo que era o molho de pimenta mais picante de todo o navio. Eu queria tê-lo cheio para usar “na hora certa”, mas acho Monkey uma gracinha. Então, farei um sacrifício.

– E onde você planejava usar?

– Hm... Logo você descobrirá. Enfim, o plano é o seguinte: vou encharcar o strogonoff com esse molho e você escolhe um desses empresários de terno de grife e indique o prato. É importante você estar comendo a sua própria amostra, para que ele não pense que foi você quem colocou pimenta lá. Como qualquer pessoa normal, ele vai reagir a esse molho em especial feito um foguete, e ninguém vai querer chegar perto da mesa de bufê por um tempo. Então, poderemos olhar embaixo.

Piper olhou ao redor e parou o olhar em um homem bastante roliço.

– Já escolhi – e sorriu.

Ela separou sua porção de strogonoff. Thalia jogou metade do pote no strogonoff e observou-a ir até o tal executivo. Piper era razoavelmente boa com isso. A morena saiu de perto da mesa enquanto via o executivo se servir com uma porção generosa de strogonoff... E ficar mais vermelho do que Nico quando se expõe por tempo demais ao sol.

Foi uma confusão generalizada e digna de Hollywood: o homem deu um grito que deve ter sido escutado no navio inteiro e quase matou Atena de susto. Uma roda em que a única pessoa conhecida era Atena surgiu no meio do salão ao redor do homem, que gritava em desespero – o sinal perfeito de que o plano dera certo.

Thalia correu de volta para a mesa e olhou o que havia embaixo nela – o vazio.

Perfeito, ela pensou. Frustrada, Thalia deslocou seu olhar para o barman pensando em tomar um drink ou pelo menos um copo d’água para saciar a súbita cede quando percebeu que, bem ali, escondidinho entre as prateleiras do balcão, estava Monkey.

Ela então agiu por impulso e correu para o balcão. Ignorou a expressão do barman, ignorou quem quer que a estivesse observando. Só queria pegar logo aquele macaco.

Thalia estava quase o agarrando quando Monkey fugiu para o outro extremo do balcão e saiu correndo dali. Pulou de mesa em mesa, até, acredite ou não... Pousar bem na careca do executivo que comeu o strogonoff “especial”.

A gritaria que se seguiu foi ensurdecedora. Todos corriam feito baratas tontas, como se Monkey fosse selvagem e mulheres gritavam “Um macaco! Um macaco!”. Annabeth iria levar uma boa bronca. Monkey, mais esperto que todos os humanos de QI suspeito (exceto por Atena, claro), tratou de saltar da cabeça do homem e... Cair direto nos braços de Leo, que definitivamente se jogara no chão para agarrá-lo sem que ele pudesse escapar.

– Pronto, pronto, pessoal. Já está tudo bem. Macaco domado – ele tranquilzou, mas Thalia não pode deixar de reparar que Leo empalideceu um pouco com o olhar de Atena.

Thalia, Piper e Jason correram de encontro a Leo constrangido no meio do salão e suspiraram de alívio ao ver o macaquinho esquelético bem seguro nos braços dele. Estava tudo bem até Leo se lembrar de citar um pequeno detalhe.

– Sabe, não tem como nós avisarmos os outros. O wi-fi do navio está longe demais para nos alcançar e... Não sei se foi só no meu celular, mas o sinal caiu.

Thalia xingou mentalmente, já que seu pai deveria estar por ali. Obrigado, Deus. O senhor tem mais alguma surpresa?

E Deus tinha.

– Pessoal – disse Jason. – Temos problemas.

. . .

Nico estava sentado no chão do armário de limpeza, com os joelhos curvados e encostado a uma prateleira de ferro. A camiseta, agora um borrão horrível de manchas esbranquiçadas estava em seu colo, e ele girava o celular entre os dedos impacientemente.

O sinal caíra assim que os três perceberam que estavam trancados e alguém inventou de mudar a senha do wi-fi. Tudo o que Nico pôde fazer foi tentar enviar uma mensagem a Jason, que até os últimos cinco segundos, ainda estava na caixa de saída.

Nico deslizou o indicador pelos menus do celular e decidiu abrir a caixa de mensagem.

“Jase, estamos presos no armário de limpeza. Não sei qual é, mas a porta está trancada. Venha logo, é capaz de sufocarmos aqui. Nico.”

De: Nico di Ângelo – 11:57 p.m

Ao seu lado, Percy chutava a porta copiosamente há vários minutos, sem conseguir resultado algum. Annabeth, assim como ele, estava sentada no chão, tentando falar com Thalia e sem sucesso.

– Conseguiu alguma coisa? – ela perguntou.

Com um aceno de cabeça, Nico negou e o silêncio reinou, tanto que até Percy parou de chutar a porta e sentou-se ao lado de Nico, cansado. O cheiro de água sanitária e aromatizante era forte e estava poluindo o ar, tornando a tarefa de respirar ali dentro cada vez mais difícil. Se algum dia descobrisse quem os trancou ali, Nico faria a pessoa se arrepender de ter nascido.

– Tomara que já tenham o encontrado – Percy rompeu o silêncio e se virou para Nico. – Alguma notícia?

Ele abriu a caixa de mensagens do celular e mostrou para Percy a mensagem que enviou para Jason há mais de uma hora e que continuava presa na caixa de saída. O amigo fez uma expressão decepcionada e mais uma dúvida martelou na cabeça de Nico.

– Alguém sabe há quanto tempo estamos procurando por Monkey?

– Acho que não eram nem dez horas quando você e Leo brigaram – Annabeth respondeu. – À essa altura, alguém já deve tê-lo encontrado – ela suspirou. – Me desculpem por nos meter nessa. A culpa é quase toda minha. Fui eu quem nos colocou aqui dentro. Mas foi Percy quem começou a briga.

Percy ergueu o olhar.

– Hey! Eu não ia ficar perdendo o tempo procurando por Monkey aqui!

– É, mas foi você quem pediu para Nico segurar aquele bando de potes.

Nico segurou um muxoxo. Ninguém merece.

– Parem com isso, vocês dois. A culpa não é de ninguém.

– Mas... – Percy murmurou, mas Nico concentrou seus olhos negros nos verdes de seu amigo.

– Perce.

Nico não entendia por que os dois brigavam pela culpa de um erro coletivo. Sim, foi Annabeth quem sugeriu procurar ali e sim, foi Percy quem inventou de abrir os potes, mas foi Nico quem se deixou estressar por algo que sempre acontece de uma forma ou de outra.

Seus pensamentos voaram da briga entre Percy e Annabeth para a sua briga com Leo, e Nico começou a sentir uma sensação ruim. A verdade é que Nico odiava quando Leo ficava chateado com ele por mais de cinco minutos. Depois de sete anos de amizade, Nico já estava acostumado em brigar com Leo por besteiras ou agarrar a primeira oportunidade para competir com ele em qualquer coisa – qualquer coisa mesmo, porque os dois já competiram até sobre quem conseguia ser mais irritante.

Ao se lembrar dos dois brigando no salão, Nico entendeu de quem era a culpa: dos dois.

– A culpa é minha – Nico disse, mais para Percy do que para Annabeth. – Minha e de Leo. Fomos nós quem brigamos e nos desconcentramos de Monkey. E é óbvio que Monkey iria sair de perto de nós para explorar o navio — ele com toda a certeza está tão chateado com esse cruzeiro quanto nós. Monkey chegou a nós cinco dentro de uma gaiola. Sabe-se lá há quanto tempo ele estava engaiolado e...

A voz de Nico se perdeu quando um som de fechadura sendo aberta soou acima dele. Percy e ele voaram para longe da porta e Nico congelou ao ver ninguém mais, ninguém menos que Leo – Leo com Monkey no colo.

Os dois não estavam sozinhos. Nico reparou que todos os seus amigos estavam logo atrás, e que Luke, Bianca e Lilith estavam molhados com alguma coisa com coloração semelhante à de refresco de cereja.

– Desculpem a demora – Jason disse. – Precisamos achar os três molhados aqui e a mensagem também veio toda confusa... – Jason arregalou os olhos ao ver o estado de Nico. – O que aconteceu com você? E que cheiro sufocante é esse? E essa aí não é a...

– Camiseta do Led. – Nico completou. – Ela mesma. Água sanitária.

Nico foi até Leo – uma curta caminhada, se considerarmos que Leo era o mais próximo de Nico, Percy e Annabeth – e pegou Monkey em seus braços. Valdez e ele trocaram um olhar que ambos mantiveram por um tempo, até que Nico percebeu a clássica oportunidade.

– Elfo de papai Noel.

– Gótico morto-vivo irritante.

Leo franziu a testa e Nico sentiu as pontas de seus lábios se erguerem. Valdez ergueu as sobrancelhas, e mais nenhum movimento foi necessário. Estava tudo bem – mesmo que Nico ainda estivesse puto de raiva com a parte sobre seu tamanho.

Percy saiu primeiro e Annabeth viria logo depois. Sim, viria – uma hipótese, porque Annabeth escorregou na poça de água sanitária/aromatizante e caiu bem em cima de Nico.

Como se não bastasse o fato de que era a segunda vez que as costas de Nico se chocavam contra o chão naquele dia, Annabeth ainda caíra sobre ele. Aquilo não seria tão ruim assim já que Nico estava solteiro e Annabeth era bonita, mas 1) ela era Annabeth Chase, a garota que odiava o seu amigo; 2) os dois não tinham a menor química e 3) uma voz familiar ressoou da porta.

– Annabeth Chase! – Atena esbravejou, escandalizada com a cena.

Nico e Annabeth se distanciaram como se ambos fossem materiais radioativos e a loira olhou para a sua mãe com aquela típica cara de “não é o que você está pensando”. Mas a expressão no rosto de Atena era suficiente para que Nico se sentisse ferrado. Ela flagrou a filha deitada sobre o corpo de um garoto seminu – um Nico di Ângelo seminu. Nico quase se arrependeu por ter fama com as mulheres.

– Venha comigo, todos vocês. Agora. Me devem algumas boas explicações.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Temo ter perdido nas entrelinhas dos meus arquivos o link da assinatura com o meu Ghost King. Vou revirar o HD disso depois.

Quanto aos meus exemplos inusitados de tipos de loucuras, bem, sim, são histórias reais. Se alguém quiser, só pedir que eu conto por MP. Obviamente, eu gosto de contar histórias.

Enfim, o que vocês acharam do capítulo? Acreditem ou não, eu estou achando curto. Sério. Ainda acho que faltou alguma coisa... Enfim, deem a opinião de vocês.

O próximo capítulo tem muitas revelações. Sério. Tanto que eu vou dividi-lo em três partes, porque não tem como eu postá-lo de uma vez só. Acho que vocês vão gostar de entender porque há "angst" nos gêneros.

Saibam que eu amo Angst.

E há uma tempestade vindo por aí.

Sinto muito.

Me desculpem.

Hora de How Far We've Come entrar nos eixos.

Preparem os nervos.

Novamente, me desculpem.

Beijos,

Mel.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "How Far We’ve Come" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.