I am in misery there ain't nobody who can comfort me, oh yeah

Why won't you answer me? The silence is slowly killing me, oh yeah

Girl you really got me bad, you really got me bad

I'm gonna get you back, I'm gonna get you back

Edward's Pov

Saí com Bella e Emmett com Rose. Não nos espere.

J.B.

Bufei com o SMS, e me joguei na cama que utilizava há dois meses.

As férias estavam quase acabando, e meu progresso em descobrir o que havia acontecido com minha antiga Bella era nulo. Toda vez que tentava conversar educadamente com ela, eu recebia uma resposta hostil.

Então, eu me contentava em observar o jeito com que ela tratava os outros, e adivinhem: Minha antiga Bella só havia sumido para mim.

– Vou te avisar que ficar aí deitado não vai te ajudar em muita coisa. – Emmett entrou na suíte, me assustando. – Vá a luta, cabeçudo.

– É preciso duas pessoas para se estar em uma luta, Emmett. – Suspirei, nem um pouco animado.

– Você e Bella são quantos? – Ele perguntou o óbvio.

– É mais fácil aceitar que ela não quer mais saber de mim.

– Se você pensar em desistir, eu quebro a sua cara, cabeçudo.

– Tudo bem. E o que eu faço, oh grande mestre?

– Lute.

– Como?

– Isso é com você. – Emmett deu de ombros. – A minha parte eu já fiz.

Eu continuei deitado, e Emmett tacou o cabide que estava em suas mãos em minha barriga.

– Ai, porra! – Reclamei, esfregando o lugar onde o cabide bateu.

– Anda logo! – Ele gritou, e eu levantei resignado.

– Você não devia estar com Rose? – perguntei, irritado.

– Devia. – Ele deu um sorriso maior que a cara. – E você devia estar estragando as chances de Jake conquistar Bella.

Dizendo isso, ele saiu da suíte, e eu bufei.

Porém, no segundo seguinte eu deixei o quarto correndo, tentando pensar onde Jake poderia estar com Bella.

– Hey, apressadinho! – Heidi me parou quando eu esbarrei nela, no meio do saguão. – Procurando alguém?

Ponderei se contava ou não que estava atrás da prima dela.

Durante os dois meses em que estávamos em Cancun, os Volturi e eu viramos bons amigos, e Heidi e Gianna eram as mais próximas de mim.

– Estou procurando Bella. – Admiti por fim, com um suspiro, e Heidi sorriu.

– Ela e Jacob estão na praia. – Informou. – Suponho que vá precisar de ajuda para afastar Jacob, certo?

– Por favor. – Pedi.

Heidi sorriu de novo.

– Acho que seria bom você ir buscar sua prancha de surf. – Eu a encarei confuso. – Jake vai ensinar Bella a surfar.

Então, eu corri de volta a minha suíte, e peguei minha prancha, antes de encontrar com Heidi.

– Podemos ajudar?

E Jane e Gianna.

– Vocês não acham que é muita gente? – perguntei.

– Nós podemos andar de jet-ski. – Jane sorriu.

Eu aceitei, e logo nós estávamos fazendo nosso caminho até a praia.

Pudemos avistar Bella e Jake de longe. Ele aproveitava a “aula” de surf para tocar nela. Seus braços, sua cintura, seus ombros... E aquilo era nojento.

– Hey! – Jane e Gianna acenaram quando nós chegamos perto de onde os dois estavam.

– E aí? – Jake cumprimentou, ao mesmo tempo em que Bella sorriu para as primas.

Seu sorriso virou uma careta, quando ela me viu sorrindo.

– Podemos fazer companhia a vocês? – Heidi perguntou. – Edward vai me ensinar a surfar também.

Ah, eu vou? Bom saber.

– Claro, por que não? – Bella deu de ombros.

– Nós vamos pegar um jet-ski. – Gianna saiu puxando Jane, que acenou.

– Isso por acaso é algum programa de casal, que nós vamos atrapalhar? – perguntei, e Heidi disfarçou um sorriso em minha direção.

– Claro que não, cara. – Jake respondeu.

– Estou cansada disso, Edward. – Heidi reclamou, depois de uma hora de “aula”. – Que tal se eu e Jacob fossemos pegar um suco para nós?

– Claro, vamos lá. – Jake sorriu.

Bella arqueou uma sobrancelha para a prima, que fingiu não ver.

– Morango para Bella e uva para Edward. Certo? – Heidi perguntou, e nós dois assentimos.

– Será que agora que você conseguiu passar uma hora no mesmo ambiente que eu, nós podemos conversar? – Indaguei, quando os dois estavam relativamente longe.

– Você não vai desistir, não é?

Eu apenas balancei a cabeça.

– Então espero que goste de se decepcionar.

Foi tudo o que ela disse antes de se levantar da prancha de Jacob e começar a se afastar. Eu levantei logo em seguida, e corri atrás dela.

Eu a puxei pelo braço, e ela se virou para mim, parecendo irritada.

– O que é?

– Bella, por favor, nós precisamos...

– Edward, apenas me esqueça. Ok?

Ficamos nos olhando por um tempo. Eu ainda segurava seu braço, e ela me encarava com irritação.

Percorri seu rosto com os olhos. Estava tão bonita... Sempre foi, na verdade, mas parecia ainda mais. Quando percebi, já havia me aproximado e minhas mãos já estavam em seu rosto, segurando-o delicadamente para que olhasse para mim.

– Não se atreva...- ela disse, colocando as mãos em meu peito para me afastar.

Meu olhar rumou para os seus lábios, e num ato involuntário eu a beijei. Senti Bella retesar seu corpo, e suas mãos pressionaram mais o meu peito, querendo me afastar.

Depois de tanto tempo, ter Bella assim era... Bom.

Até que, não sei quando veio, mas veio. Abri os olhos surpreso, e sentindo meu rosto arder. Olhei abismado para Bella, e ela estava vermelha e arfante, com a mão ainda no alto. Levei uma mão até minha bochecha que havia sido estapeada e engoli em seco.

– Não se atreva a me tocar de novo. - Mandou, entredentes.

– Bella, eu...

Ela não em deixou terminar. Me deu as costas e foi embora.

(...)

– Você é bem corajoso, hã? – Felix adentrou minha suíte sem nem bater na porta, seguido de Alec e Demetri.

– Eu sei do que você está falando? – perguntei, enquanto fechava minha última mala.

– O assunto entre as garotas é que Bella está furiosa porque você a beijou. – Demetri se jogou na cama em que Emmett dormia. – Parece que a coisa é realmente séria.

– Eu só queria saber por que ela me odeia agora. – Dei de ombros.

– E você achou que a beijando, você conseguiria arrancar isso dela? – Alec perguntou. – Não foi muito inteligente.

– Não precisa me dizer isso. Eu ainda sinto a marca dos dedos dela na minha cara.

(...)

– Edward, quando eu disse que era para você ir a luta, eu não quis dizer que você devia beijar a garota. – Emmett sentou ao meu lado na poltrona, e eu revirei os olhos, o ignorando.

Mas, quem disse que ele estava satisfeito?

– Você devia arrumar um jeito de ela te ouvir, não partir para o ataque logo de uma vez.

– Eu nem sei por que a beijei, okay? E, obrigado pelo conselho. Foi de muita ajuda. – Ironizei.

– Para que todo esse estresse?

– Emmett, só cale a boca. – Mandei.

– Belo jeito de tratar seu irmão mais velho, cabeça de fósforo. – Ele ironizou e eu ignorei, me acomodando para passar a próxima hora dormindo.

Mas, por mais que eu quisesse dormir, aquele beijo não me saía da cabeça. Havia alguma coisa em Bella que me atraía de uma forma que nem eu mesmo poderia explicar.

E para melhorar, seu desprezo me matava. Porque, eu sabia que a queria, mas que não a teria.

A voz do piloto anunciando nossa aterrissagem me surpreendeu, já que eu não havia percebido que havia ficado tanto tempo pensando na minha maravilhosa situação.

(...)

Terminei de desarrumar minhas malas e me joguei na cama. As aulas começariam no dia seguinte, e eu ainda tinha tempo para remoer tudo o que havia acontecido desde a notícia da volta de Bella.

De tudo, o que eu estava menos satisfeito era a repentina grande amizade de infância entre Bella, Jacob e Jared. Estava mais que na cara que os dois não queriam apenas amizade coisa nenhuma. E Bella, ou não percebia aquilo, ou fingia muito bem.

E eu apostava na primeira opção. Bella, mesmo depois de três anos, continuava bastante ingênua e desligada.

O toque alto de meu celular me tirou dos meus devaneios, e eu corri pelo quarto para atendê-lo, arqueando as sobrancelhas para o nome piscando na tela.

'RACHEL'

– Alô?

– Edward? Sou eu, Rachel.– Ela parecia insegura ao falar.

– Sim, eu sei. - Assenti, mesmo sabendo que ela não poderia ver, dando voltas pelo quarto. - Aconteceu alguma coisa?

– Não, na verdade não.– Ela negou. - É que eu notei que você não anda muito bem.

Ela devia estar tentando aliviar minha situação.

– Bem... É.

– Quer conversar?

– Por telefone?

– É melhor que nada não acha?– Pude ouvir um meio sorriso em sua voz. - Eu sei o quanto nós precisamos conversar com alguém diferente às vezes.

– Você tem razão. - Passei a mão livre pelo cabelo. - Quer me encontrar em Cocowalk?

– Pode ser. Daqui uma hora?

– Em uma hora. - Concordei.

– Até mais, Edward.

– Nos vemos daqui a pouco, Rachel.

Desligamos, e eu fui me trocar, satisfeito por poder conversar com alguém - parcialmente - de fora de toda a merda que eu estava envolvido.

– Aonde vai, Edward? - Esme perguntou, quando eu passei por ela na sala de estar onde ela arrumava umas flores em um vaso, brincando com minhas chaves.

– Cocowalk. - Respondi. - Vou voltar para o jantar, não se preocupe.

– Tudo bem, querido. - Ela sorriu. - Cuide-se. - Recomendou, enquanto eu beijava o topo de sua cabeça, antes de me dirigir a garagem, assoviando uma música qualquer.

Dirigi pelas ruas arborizadas de Coconut Grove, as janelas do Aston Martin abertas, e ao chegar a Cocowalk, eu fui direto para o Starbucks. Fiz meu pedido, e me sentei em uma das cadeiras verde-escuras à mesinha baixa coberta por guarda-sóis do mesmo tom de verde do estofado das poltronas, do lado de fora da cafeteria, para esperar por Rachel. Estava adiantado.

– Olá, Edward. - Rachel cumprimentou ao chegar onde eu estava.

Quem olhasse para aquela garota com roupas de boneca, baixa estatura e cabelos perfeitamente alinhados, pensaria que ela era tímida e retraída, e estaria completamente enganado.

– Rachel. - Assenti uma vez, formal enquanto ela se sentava na poltrona de frente para a minha.

– Então, o que anda te fazendo mal? - Ela perguntou, direta, e eu pesei as consequências de contar a ela toda a verdade. Não eram muitas. Rachel era irmã do meu melhor amigo, e sabia quase toda historia.

– Você sabe que Bella foi morar na Itália por causa do pessoal que a perseguia, certo? - perguntei, e ela assentiu pesarosa. - Então... Depois que ela voltou, parece que ela decidiu que eu tinha culpa pela mudança dela. Mas isso não faz sentido, já que eu senti mais falta dela que todos.

Rachel suspirou.

– Talvez o que dói mais não seja a perseguição. - murmurou, parecendo saber o que estava falando.

– Como assim? - Franzi o cenho.

– Talvez Bella não tenha ido embora por causa da perseguição. - Apontou, e suspirou antes de continuar. - Às vezes eu sinto vontade de sumir no mundo. Fugir para New York ou para a California. Mas não é porque eu me sinto incomodada com o que podem fazer comigo. Eu estou acostumada com alguns slushies. Mas porque eu me sinto despedaçada quando vejo... Finn e sei que ele nunca vai ser meu.

Eu me surpreendi por suas palavras. Será que ela não percebia que Finn Hudson era completamente louco por ela?

– Mas, Finn parece gostar de você. - Comentei.

– Isso mesmo. - Ela deu um riso sem humor. - Parece.

– Quer saber por que só parece? - perguntei. - Um soco de Jacob dói. E muito. Ele sabe que corre o risco de levar um se tentar algo.

– Você acha? - Ela perguntou.

– Tenho certeza. - Garanti.

Rachel sorriu.

– Obrigada, Edward. - Agradeceu. - Só que, bem, nós não estamos aqui para falar sobre a minha vida amorosa falha.

Eu a encarei, com uma sobrancelha arqueada.

– Como eu estava dizendo, Bella pode não ter ido para a Itália por causa da perseguição. - Ela disse. - Já pensou na possibilidade de ela gostar de você mais do que você imagina?

– Acho que gostar não é a palavra certa. No caso, seria odiar.

Rachel soltou um riso pelo nariz, balançando a cabeça enquanto revirava os olhos.

– Vocês, garotos, realmente não conhecem o universo feminino. - Comentou, e eu estreitei os olhos para ela. - Nós somos muito mais que compras e TPM, Edward. Por mais que você conheça as mulheres da sua vida, tem sempre uma parte que fica escondida.

– Não peguei essa. - Admiti.

– Garotas sabem encobrir sentimentos melhor que garotos.

– Pode me explicar melhor?

– Bella gosta de você, por isso foi para Volterra, para tentar esquecer você. Então, como ela voltou sem conseguir, finge que te odeia. - Seus olhos pousaram na pulseira em meu braço direito. - Ela tem uma igual. E não a tira nem para tomar banho.

A alegria que eu senti ao ouvir aquelas palavras era indescritível. Eu queria pegar aquele ser de baixa estatura no colo e sair dançando com ela por Cocowalk, mas sabia que passaria o resto dos meus dias preso em uma sala branca acolchoada se o fizesse.

– E o que eu faço? - perguntei, controlando meu estado de espirito.

– Vou ajudar você. - Ela garantiu.

– E eu vou ajudar você. - Prometi, e nós dois trocamos sorrisos cheios de cumplicidade.

(...)

Quando o despertador tocou na segunda-feira de manhã, eu já estava de pé, arrumado para o primeiro dia de aula. Não sabia exatamente por que estava tão ansioso (no fundo eu tinha uma ideia), mas estava.

– Bom dia, querido. - Esme cumprimentou quando eu apareci na cozinha, bem antes do horário habitual, antes até que todos os outros.

– Bom dia, mãe. - Respondi, dando um beijo em sua bochecha.

– Acordado tão cedo... - Comentou.

– Senior Year. - Não era totalmente mentira. Eu acho.

Esme sorriu.

– Grande ano.

– É.

– Bom dia, mãe. Bom dia, Edward. - Nessie cumprimentou, e eu a puxei para um abraço, passando os braços por seus ombros. Ela se agarrou a minha cintura, e eu beijei o alto de sua cabeça.

– Grande ano, - Comentei com minha irmã, e minha mãe gargalhou, deixando Nessie confusa. - Dezesseis é uma grande idade. Maioridade parcial. Carteira de motorista.

– Não estou preparada para isso. - Ela balançou a cabeça, os olhos azuis como os de Carlisle quase saltando das órbitas.

– Você vai se sair bem. - Esme garantiu.

– Melhor que Alice, com certeza. - Acrescentei, e senti um tapa no meio de minhas costas.

– Eu só não passei na prova por nervosismo. - Alice resmungou, e eu soltei um braço dos ombros de Nessie para puxá-la também.

– Eu sei, Yoda. - Sorri para ela.

– Seu idiota. - Ela reclamou, e me empurrou, enquanto eu e Nessie ríamos compulsivamente.

– Não cometam bullying com a Escaladora de bonsai só porque ela não é alta como nós. - Nessie e eu gargalhamos alto com o que Emmett disse.

– Odeio vocês. - Alice rosnou.

– Olha, a pinscher está raivosa. - Nessie gargalhou, e Alice soltou um gritinho.

– Até você, Ness?

– Desculpe, All, não posso te ouvir aqui de cima.

Emmett e eu nos encaramos surpresos. Nessie estava engraçadinha demais.

Esme nem tentava mais nos repreender, pois sabia que era inútil.

Nós tomamos café-da-manhã rapidamente, e logo eu e meus irmãos saímos, Emmett para a faculdade, e Alice, Nessie e eu para a escola.

– Bom dia. - Grace, Julia, Lyra Summers, os Parker e os Black nos cumprimentaram assim que Nessie, Alice e eu descemos do Volvo, e eu e Rachel trocamos um olhar conspiratório, antes de minhas irmãs e eu respondermos.

Alguns minutos depois, o Jaguar XK conversível prata de Tanya adentrou o estacionamento, seguido por um Jeep Grand Cherokee preto que eu desconfiava ser de Demetri.

– Bom dia, pessoal.

E estava certo.

Jane cumprimentou todos com dois beijinhos no rosto, e foi imitada por Kate, Claire e Emily.

Mas eu não estava prestando atenção.

Devia ser um crime uma garota ter pernas como aquelas. Principalmente uma garota de 15 anos.

Minha mente vagou por territórios perigosos, onde Isabella Swan me provocava de maneiras diferentes, me deixando em um estado crítico.

– Edward? Edward! – Pulei de susto ao ouvir Tanya me chamar, e encarei seu rosto desconfiado.

– O que foi?

– Está na hora da aula. – Ela avisou, e adentrou o prédio de sua aula de Economia do Lar*.

*Nos EUA, os adolescentes no High School tem essa matéria, chamada Home Economics, que os ensina a fazer serviços e reparos domésticos, para que eles não precisem pagar outra pessoa para fazê-los, já que geralmente os jovens se mudam sozinhos para outras cidades ou estados quando vão para a faculdade

Eu me encaminhei para minha aula de Estudos Sociais, que eu tinha com Finn Hudson, para a minha sorte.

– E aí, Hudson? – Cumprimentei, ao sentar ao seu lado à bancada dupla.

– Como vai, Cullen?

Finn e eu poderíamos ser considerados amigos, mesmo que nós não sentássemos à mesma mesa na hora do almoço, ou algo do tipo. Finn era o tipo de pessoa em quem era possível confiar. O problema era como eu poderia fazer com que ele tomasse uma atitude em relação a Rachel.

– Então... – Comecei.

– Então... – Ele repetiu.

– Cara, ouvi dizer que Rachel Black está a fim de você.

A cara que ele fez foi hilária.

– Sério mesmo? Rachel Black?

– É.

– Ela me assusta. – Ele confidenciou, e eu o encarei como houvesse brotado outra cabeça em seu corpo. Qual é, ele tinha quase dois metros de altura e tinha com medo de uma quase anã? – Ela é um pouco grandiosa... Se ignorarmos sua altura.

Eu franzi o cenho.

– Eu estive no clube de teatro no último semestre, e ela... Bem, ela é uma estrela.

– Ah, isso todos sabem. – Dei de ombros. – Mas, o que você sente por ela?

– Eu... Eu gosto dela. – Ele admitiu, e eu reprimi um sorriso.

Eu estava certo afinal de contas.

Durante todas as aulas depois daquela, eu mantive minha cabeça abaixada na bancada, o sono perdido aquela madrugada dando as caras junto com a sensação de dever cumprido.

Na hora do intervalo, eu me encaminhei até o refeitório quase me arrastando, sem me importar em ir esperar Nessie na porta de sua sala, como fazia habitualmente.

– Onde estão as garotas? – perguntei, ao sentar à mesa onde Jacob, Alec, Demetri, Sam, Quil e Joey estavam, com minha bandeja em mãos.

– No banheiro com Nessie. – Jake murmurou, cauteloso, e eu fiquei subitamente mais desperto.

– O que aconteceu? – perguntei.

– Karofsky...

Senti meu sangue ferver, e levantei com tudo da cadeira.

– Filho de uma puta. – Xinguei, e me virei para ir atrás dele, dando de cara com as garotas.

– Edward, está tudo bem. – Nessie disse, e eu a avaliei.

Seus cabelos loiros estavam molhados, e ela vestia uma blusa diferente da que usava mais cedo.

– Sabia que não devia ter te deixado sozinha.

– Eu estou bem. – Ela garantiu, embora eu soubesse que era só para me tranquilizar. Coisa que não me deu certo. – Foi só um slushy*

*Raspadinha

– Tem certeza de que ele vive para protege-la? – Ouvi Bella perguntar com cinismo, e minha raiva se elevou.

– Escuta aqui, o que eu faço ou deixo de fazer da minha vida não é da sua conta, então cale a sua boca antes que eu mesmo faça.

Me arrependi de minhas palavras assim que as proferi, deixando Bella de olhos arregalados, e os outros boquiabertos.

– Você não teria coragem. – Ela balançou a cabeça, me encarando com raiva.

– Tem certeza? – Rebati. – Eu não tenho mais dez anos.

Podia sentir o olhar de todos que estavam no refeitório, mas mesmo assim de dois passos na direção de Bella, que soltou um gritinho e se encolheu atrás de Emily, que me encarava com os olhos arregalados.

Era óbvio que eu não a machucaria, mas ela devia aprender que eu não tolerava brincadeiras quando se tratava do meu comportamento em relação às minhas irmãs.

E, bem, foi ela quem me deixou na miséria.

You say your faith is shakin' you may be mistaken

You keep me wide awake and waiting for the sun

I'm desperate and confused, so far away from you

I'm getting there, I don't care where I have to run