Não é mais Um Romance Literário escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 33
Capítulo 33




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-Bella?

Uma voz clamava pela minha presença.

-Bella acorde! O que houve?

Eu conhecia essa voz. Consegui falar algo enquanto minha consciência retornava.

-Edward? –Eu abri meus olhos vagarosamente para encontrar os olhos ocre brilhantes que ele possuía. Edward pareceu aliviado. Ele ainda trajava roupão, estávamos em sua cama.

-O que houve? Você está bem? –Ele colocou sua mão em cima de minha testa verificando minha temperatura. As lembranças vieram tão rapidamente que fiquei sem respirar momentaneamente. Eu queria pegar o celular e não ver nenhuma mensagem, mas eu sabia que eu não tinha imaginado. Sentei-me na cama, Edward fitava-me.

-O que houve com você?

- Edward... Quanto tempo fiquei desacordada?

-Dez minutos. Já estava pensando em levá-la ao pronto-socorro. Você está bem? –Meus olhos o fitavam, aturdidos. Levantei-me trêmula e peguei o celular, as mensagens na caixa de entrada.

-O que há? Você está tão estranha!

-Eles estão aqui. Meus pais e meu primo. Eles sabem de tudo. Estão na casa dos pais de Angela me esperando. –Eu o olhei apavorada. Edward possuía a expressão nula.

-Bom...

-COMO ASSIM “BOM”, EDWARD? ESCUTOU O QUE EU DISSE?

-Pegue suas coisas Bella. Vou levá-la até eles. – Edward foi até seu closet se vestir. Eu fiquei parada. Demorou um pouco a reagir e pegar minhas coisas arrumando-as novamente na mala. Quanto terminei de arrumar tudo e troquei minhas roupas eu estava à beira de um colapso. Minhas malas na sala, eu sentada no piso do banheiro tentando pensar em como encararia meus pais e temendo que Edward me abandonasse agora.

-Bella eu já pus suas malas no carro. Temos que ir. –Ele disse batendo levemente na porta. Eu estava ainda com minha cabeça entre os joelhos tentando raciocinar. -Bella? Você está bem? –Tentei dizer “eu estou” para não preocupá-lo, mas minha voz estava fraca. –Abra a porta! –Ele pediu. Não precisei olhar para o seu rosto para perceber que estava preocupado. Edward abriu a porta e viu a cena lastimável a meu ver: eu sentada no piso com a cabeça entre os joelhos. Agachou-se a minha frente pousando suas mãos em meus joelhos.

-Bella vai ficar tudo bem. Está me ouvindo?

-Eu não sei, Edward. Eu deveria ter dito antes. Agora meus pais descobriram minha mentira. Você parece se esquecer o quanto os pais podem ser severos com o fato de que sua filha mentiu para ficar durante quinze dias, sozinha com um homem. Um menino não passaria por isso, mas eu sou uma menina.

-Não fique pensando muito nas conseqüências. Irei com você e conversaremos como adultos civilizados. Agora venha. – Edward estendeu sua mão. Eu a aceitei e fui guiada pelo mesmo até o carro. Edward olhou-me durante o trajeto, claro que percebeu que suava frio e minhas mãos tremiam. Fomos em silêncio para a casa de Angela. Minha mente queria pensar no que deveria dizer, mas a única coisa que pensava era em como meus pais haviam descoberto. Talvez estivessem preocupados comigo já que desliguei o celular para evitar falar com Jacob. Talvez meus pais tenham conseguido o número dos pais de Angela e descoberto a farsa.

Dois carros estavam estacionados na porta da casa de Angela, o carro de meus pais e o de Jacob. Por que Jacob estava ali? Então o quebra-cabeça se montou em minha mente. Eu sabia quem havia contado aos meus pais. Estava tão enfurecida que acabei por ferir a palma das minhas mãos com minhas unhas. Quem me acordou do meu acesso de fúria foi Edward que já abria minha porta.

-Deixemos suas bagagens aqui. Vamos. – Edward pegou minha mão. Foi assim que aparecemos diante de meus pais, de mãos dadas. Pude ver minha mãe com o rosto inchado de tanto chorar, meu pai e o restante dos presentes olhavam-me atônitos. Não vi Jacob. Respirei fundo algumas vezes. Mamãe correu até mim e olhou com fúria para Edward. Antes que Edward pudesse pronunciar algo ouvi o tapa dado nele. Seu rosto ficou incrivelmente vermelho, mas Edward não se moveu. Mamãe olhou-me com o mesmo semblante dirigido a Edward e ergueu a mão para me bofetear. Estava tão assustada com suas ações que permaneci imóvel esperando pela agressão, mas Edward fora rápido. A olhou com desprezo enquanto segurava sua mão.

-Senhora Swan pode me bater à vontade, mas não encoste em Bella. –Eu não conseguia processar os fatos. Meu pai se aproximou receoso.

-Bella, vamos para casa. –Foi tudo o que ele disse andando para o carro. Mamãe retirou bruscamente seu pulso das mãos de Edward. Ela pegou fortemente meu braço.

-VAMOS BELLA!

-MÃE EU... – Edward segurou minha mão.

-Temos de conversar senhora Swan. – Edward disse, plácido.

-NÃO TEMOS NADA PARA CONVERSAR! VAMOS BELLA!

-Mãe eu... –Minha voz falhava. Já sentia as lágrimas em meu rosto.

-Bella, não piore sua situação. Vá com sua mãe. –Era Jacob que se aproximava. Não tinha percebido que este havia se refugiado em seu carro. Papai estava no interior do nosso carro esperando. Mamãe olhava com raiva para Edward enquanto segurava meu braço. Edward olhou para Jacob com os olhos indiferentes. Eu estava tão absorva em tudo que não conseguia fixar meus olhos em um único lugar.

-BELLA VAMOS A-GO-RA PARA CASA! –Mamãe deu-me um puxão violento e acabei por e afastar de Edward. O olhei em pânico. Edward me deu um meio sorriso.

-Vá com sua mãe, Bella. Estarei indo para sua casa em seguida. –Sua atitude conseguiu abrandar um pouco meu pânico crescente. Deixe-me ser guiada pela minha mãe para o carro enquanto via Edward e Jacob se encarando. Imaginei que Edward havia percebido que Jacob fora o responsável por tudo.

Os olhares não cessaram. Por fim, Jacob caminhou dirigindo-se ao seu carro. Edward olhou para os pais e Angela.

-Desculpe por tudo isso. –Disse estas palavras antes de sair. Olhou Jacob convergir para o veículo.

-Você contou aos pais de Bella que ela estava comigo, não é?

-Sim. Agora Bella estará segura de suas mãos.

-Se acha que fazendo isso conseguirá tê-la está enganado, Black. – Edward o lançou um olhar de desprezo enquanto adentrava seu veículo.

O medo me consumia. Não, eu não estava com medo do que meus pais fariam. Tinha medo de perder Edward, apenas isso. Meus pais permaneceram calados. Ainda bem por que se começassem uma discussão ali eu seria capaz de pular do carro em movimento só para não ter que enfrentá-los sozinha. Edward disse que iria logo atrás para que conversássemos com meus pais, mas e se ele não fosse? E se Edward decidisse não se importar com minha situação? Os medos que tentei afastar durante minha vinda para Camp Pendleton North vieram me atormentar. A viagem foi ainda mais rápida do que previa. Mamãe me “rebocou” para dentro da casa. Lançou-me no sofá, meu pai sentou-se a minha frente com os dedos pousados em suas têmporas. Mamãe andou impaciente pela sala.

-Eu diria a frase “Você tem muito que explicar, mocinha!”, mas eu sei o que se passa. –Começou minha mãe.

-Mãe eu...

-Como pôde Bella. Trair o seu pai e a mim. Se não fosse pelo seu primo... –Já havia entendido tudo. Realmente fora Jacob que contou a meus pais. A fúria me tomando.

-Mãe, eu amo o Edward e...

-ISSO NÃO ESTÁ EM QUESTÃO AQUI! E daí que você ama aquele playboy? O que importa é que ele apenas está se divertindo as suas custas!

-Não é nada disso mãe!

-Não ouse dizer que não é isso! Você é jovem e inexperiente. Não sabe como estas pessoas são, pessoas como Edward Cullen.

- Edward não é assim.

-Vou retirar seu celular. Você vai de casa para a escola e da escola para casa. Não vai mais vê-lo.

-NÃO! –Protestei aterrorizada. Olhei meu pai esperando que este me compreendesse, mas ele apenas olhava minha mãe. Parecia concordar com sua resolução.

-Você não tem escolha! Eu não vou permitir que você estrague a sua vida por culpa de um relacionamento falido com aquele imoral!

-Mãe, Edward não é assim.

-O quê? Vai me dizer que ele gosta de você? Alguma vez ele disse isso? Disse que a ama? Diga Bella!

-Ele... –Eu queria mentir, mas não consegui. O ressentimento por nunca ter ouvido as palavras de Edward me esmurraram fortemente e as lágrimas voltaram a cair. –Ele...

-Como eu pensei. –Minha mãe sorriu vitoriosa.

Vá para o seu quarto Bella. Acostume-se com a idéia de não vê-lo mais. –Meu pai disse. Eu fiquei atônita com tudo o que se passou, indo para meu quarto sem necessariamente sentir o piso sob meus pés.

-Eu devo ter sido uma péssima mãe!

-Não se lamente, Renée. O que passou, passou. Ainda bem que conseguimos concertar o erro. Mas... Eu fico pensando se realmente agimos certo.

-CLARO QUE SIM CHARLIE! A BELLA... –A campainha toca. Charlie levanta-se do sofá indo atender a porta. Renée coloca os dedos em suas têmporas tentando inutilmente conter uma enxaqueca. Ela estranha o silêncio diante da porta. –Quem é meu amor? –Ela congela ao ver a figura diante da porta.

-Com licença. Espero não estar incomodando. Vim para falar com o senhor e sua esposa sobre Bella.

-Senhor... Cullen? –Sussurra Renée olhando-o agora mortiferamente. –O QUÊ... O QUE ESTÁ FAZENDO EM MINHA CASA?

-Acalme-se Renée.

-EU NÃO VOU ME ACALMAR! O QUE ELE QUER AFINAL? JÁ NÃO CONSEGUIU O QUE QUERIA COM MINHA FILHA?

-Senhora Swan... Eu já ouvi seus impropérios na casa da amiga de Angela. Agora terá que me ouvir. – Edward falou plácido.

-EU NÃO TENHO QUE OUVI-LO!

-Meu amor, vamos ouvi-lo. Sente-se Edward. – Edward prontamente aceitou enquanto Renée olhava inquieta para Charlie.

-Então... Vamos ouvi-lo. Diga Edward o que tem a dizer.

-Eu... Eu gosto de Bella. Quero ter algo sério com ela.

-Gostar não é o suficiente Edward. –Charlie foi categórico. –E você agiu errado desde o inicio.

-Bella tinha receio do que fariam se soubesse que estávamos juntos. Ainda sim foi um erro ter deixado a situação evoluir para esse jeito. Estou disposto a corrigir minha falha desde que Bella fique comigo. –Renee interrompeu o silêncio rindo.

-Quer mesmo que acredite nessas asneiras? Conheço gente da sua laia. Você usa quem quer e descarta. Você não gosta da minha filha. Eu aposto que só está com ela para ter idéias para seus trabalhos, para diferenciar suas obras. Uma fonte de inspiração e tanto não é?

-Renée acalme-se.

-NÃO! Eu não ficarei quieta enquanto esse miserável destrói a vida de minha filha! Vá embora, vá se divertir com gente tão podre quanto você. Afaste-se de Bella! Você já causou danos demais a ela. –Renée levanta-se e abre a porta. Edward assiste a tudo atônito. Num súbito de raiva por ter sido destratado e por outros sentimentos desconhecidos que o dominaram, saiu da casa.


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Notas finais do capítulo

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