POV. Harry on

Hannah e eu estávamos finalmente sozinhos na barraca. Eu não pude acreditar, ela não sente como se nossos pais, digo nossos verdadeiros pais, ela não sente que James e Lily são nossos pais?

– Eu não sou seu irmão? Eu sou filho dos meus pais, como você mesma disse!

– Não, Harry... eu...

– Hannah... Eu não sou seu irmão então? É isso? Você não sente como se eu fosse seu irmão em um momento como esse, mas quando você está com o Malfoy você fica pensando “eu estou com o Draco enquanto meu irmão está viajando com dois amiguinhos”! Eu não sou seu irmão pra você? Eu sou filho de James e Lily, se você não for...

– Harry...

– Se você não é filha dos meus pais também...

– Harry.

– Então você...

– Harry! Me escuta!

Apenas parei de falar para ouvir o que Hannah queria falar. Poderia ser algo importante, mas também poderia ser algo ridículo.

– Olha, Harry, você é SIM meu irmão! Se não fosse, eu estaria te procurando todo esse tempo?

– Me... Procurando?

– Sim, Harry. Eu vim te ajudar.

– Como assim?

– Também vou caçar Horcruxes.

Fiquei calado. Como assim? Quando ela havia decidido isso? Como ela poderia ajudar?

POV. Hannah on

Quando falei que ia caçar Horcruxes com ele, o Harry pareceu surpreso. Ele abriu a boca, fechou, depois abriu e fechou de novo, parecia um retardado. Sorte dele que a Hermione entrou na hora.

– Tem alguém lá fora – disse ela – quer falar com a Hannah – disse, e deu pra perceber que era pra o Harry ficar longe.

– Nem pensar, eu vou ver o que é com ela!

Após falar isso, saímos da barraca e demos de cara com um Draco com uma cara de inocente. Harry já ia partir pra cima quando eu parei ele, e perguntei porque o Draco estava ali, e o Rony olhou pra mim com uma cara do tipo “deixa o Harry espancar essa doninha”. Draco fez sinal para eu seguir ele para a outra barraca, mas o Harry não deixou.

– Nada disso. O que você vai falar vai ser AQUI.

– Tudo bem então – disse o Draco – Hanninhah, você não quer encontrar sua família?

Todo meu mundo pareceu desabar. Harry ou família? Minha família não era bruxa, não conseguiria se defender... Já o Harry... Ele estava com a Hermione e o Rony, além de ser um bruxo, saberia se defender. Comecei a andar em direção ao Draco, que achou que eu ia bater nele e recuou alguns passos. Apenas toquei no seu ombro, disse “Quero. Tchau Harry...” e aparatei para a minha casa.

– Hanninhah, eu sei onde eles estão, mas não vou poder ir com você...

– Como assim, Draco?

– É que... – o Draco pareceu desconfortável – eles estão...

– Desembucha, Draco!

– Eles estão na minha casa...

– O QUE? – foi a única coisa que consegui falar.

– Normalmente é pra lá que levam quem sequestram. Posso te levar pra lá, mas você não vai poder parecer uma... Uma Potter.

Assenti e fui me preparar para fazer uma poção polissuco. Iria demorar um tempo, então durante esse tempo eu pedia para o Draco ir na casa dele, para ver se minha família realmente estava lá. Mas ele demorou tanto para voltar, que achei que ele estivesse preso lá por ter ajudado uma Potter. Ou porque os pais mandaram ele para Hogwarts e de repente ele estava ali na casa dele. Voltou depois de algumas semanas, e me disse que sim, minha família estava na casa dele.

Quando a poção ficou finalmente pronta, eu precisava de um fio de cabelo de algum comensal. Essa foi a parte mais difícil...

– Como vamos conseguir esse fio de cabelo? – perguntei.

– A gente pode tentar pegar um fio de cabelo do Greyback...

– Nem pense nisso!

– Então... De um sequestrador!

– Não, tem que ser alguém melhor...

– Já sei! Do Crabbe ou do Goyle!

– Arranja um fio de cabelo deles, quero ver!

– Não precisa, já tenho aqui.

E assim foi até a mala e tirou um casaco e no capuz do casaco, um fio de cabelo.

– Roubei do Goyle.

Peguei o fio e coloquei na poção. Seria horrível me transformar em um dos amiguinhos do Draco, mas era o único jeito de salvar minha família...

Fui para o banheiro beber a poção. Tinha um gosto horrível, era péssimo, dava vontade de vomitar. Fiquei lá até me tocar que não ia ter roupa para mim. A não ser que eu usasse alguma roupa do meu pai... Mas não podia voltar atrás, eu já estava com a aparência de um gordo idiota. Apenas fui até o quarto do meu pai e peguei uma calça, uma camisa branca e uma jaqueta. O sapato coube direitinho, até me surpreendi: meu pai tem um pé gigante!

– Nossa... Você tá...

– Linda? Com certeza não!

Quando eu falei percebi que minha voz estava ridícula. O Draco olhou pra mim e apenas começou a rir.

– Horrível! Nunca imaginei ver um Goyle assim! Muito menos um Goyle falando isso! – e voltou a rir.

– Para de rir e vamos executar o plano!

Draco assentiu e começamos a recapitular o plano. Depois de cada um repetir o plano várias vezes, decidimos treinar como se fosse verdade. Não tínhamos muito tempo, então depois de cerca de 15 minutos, fomos para a mansão dos Malfoy.

Quando chegamos lá, o Draco pareceu apreensivo. Eu não podia culpá-lo, afinal: ele estava “invadindo” a própria casa. Quando nós entramos, demos de cara com algo que parecia uma sala de jantar imensa, em que ninguém se encontrava. Eu fiquei aliviada, afinal, Você-Sabe-Quem não estava lá, mas onde realmente ele estava, eu não sabia. Eu não tinha o dom do Harry de entrar na cabeça dele e ver onde está, ou o que está sentindo, ou o que estava vendo. Apenas fomos executar o plano, que por sinal, já tínhamos ele todo na cabeça, e podíamos até falar ele todo de trás pra frente.

Era hora de botar o plano em prática. Para resgatar minha família. Incrível, nunca imaginei que eu iria salvar minha família da casa dos Malfoy com um Malfoy me ajudando! Mas, não era hora de pensar nisso.