Okay? Okay. escrita por AgathadeLima


Capítulo 2
Eu estou bem. Mas minha namorada não.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada á Juulia v v pelo comentário incrível e simplesmente perfeito dela. Sabia, Julia, que eu ia excluir a história, porque achava que tinha começado mal e que ia recomeçar? Legal que você comentou, porque agora, minha cara Salvadora da Pátria, eu deixei de cometer um (pelo que você disse) erro. Obrigada! E agora, BOA LEITURA. OBS: capítulo pequeno



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Pov. Augustus

–Senhora Grace? Cadê a Hazel, ela não atende o telefone! Ela está bem?

Na verdade não, Augustus.

Só ouvi isso e já estava no carro.

–E qual o hospital?

O de sempre. Mas Augustus... -Ela começou a soluçar. -Augustus, ela disse que não te contou porque você estava passando pela cirurgia e que não queria te preocupar, mas ela estava mal antes. Ela foi me dizer isso hoje! Hoje! O pulmão cheio de líquido, mais do que jamais teve, e ela foi me dizer hoje, praticamente já desmaiando! Ela é louca, louca, minha filha... meu Deus Augustus...

Eu já estava na metade do caminho.

–Ela não... -Estava evitando a palavra.

Não, não, ainda não, ela é forte, ela é forte, ela é forte... -Ela dizia agora mais para si do que para mim.

–Senhora Grace, eu já estou em mais da metade do caminho. Ela pode receber visitas?

Alô, Augustus?

–Senhor Grace?

Minha mulher pediu o para que eu falasse com você, ela não está em condições, sabe... -A voz dele falhou -Os médicos disseram que ela vai morrer. E que só por isso ela pode receber visitas. Como um último adeus...

Qual o quarto? -Eu quase não conseguia falar. Ela não podia morrer, não agora em que eu tinha a garantia de pelo menos 6 anos ao lado dela...

206. Se apresse Augustus. Eu quero que ela veja que está ao lado dela, quero que dê forças á ela. Quero que, se ela morrer, você seja a última pessoa a ela ver. Porque ela te ama tanto, Augustus. Ela te chama o tempo todo, ela... -O telefone ficou temporariamente mudo. Ouvi o som de um choro descontrolado do outro lado da linha.

Não. Não, não, não, não,não. Não, não e não. Ela não morreu. Ela não pode. Ela não...

AUGUSTUS, CORRE AQUI! DEPRESSA! PELO AMOR DE DEUS, CORRE!

Saí descontrolado pela rua, parei na frente do hospital, joguei a chave ao guarda e mandei estacionar e corri como se fosse salvar minha própria vida. Eu sei que isso não podia ser bom para alguém que acabou de sair de uma cirurgia, mais quem se importa? Eu não.

–203, 204, 205... 206!

Quando entrei, vi os pais de Hazel chorando, Hazel deitada com os olhos fechados e muitos médicos, muita tubulação e uma chuva de remédios na mesinha ao lado da Hazel. Comecei a pensar o pior. E comecei a chorar.

–Augustus! -Disseram os pais dela e correram para me abraçar. Eu só tive forças para sussurrar:

–Eu cheguei tarde demais, não foi?

–Está brincando? Você chegou tão tarde que perdeu um milagre da ciência! -Essa voz... ah essa voz...

–Hazel Grace! -Corri e a abracei desajeitadamente.

–Ai, Gus, Gus!

–Ah, desculpe, é só... você está viva!

–E eu não sei? Fui eu quem tive de tirar quase dois litros de água suja do pulmão!

Rimos um pouco, mas Hazel teve de parar, porque provavelmente doía. Os médicos começaram a tirar todas as visitas da sala.

–Hazel, me prometa que vai ficar bem.

–Eu vou. Você tem promessa de pelo menos 6 anos vivo. Eu quero estar presente para assistir.

–E vai. E vai. -Beijei a testa dela, acenei e saí, antes que os médicos me chutassem para fora.

****

Depois de inquietantes 4 horas esperando um resultado que não vinha, médico muito sério veio. Sério demais.

–E aí? Ela está viva? -Eu falei, me adiantando.

–Eu vou dar o diagnóstico para os pais dela, e não há você, garoto. E se eu disser a você, não vai entender mesmo.

–Ah, eu vou. Sabe, eu também tenho, aliás, tive câncer. E meu hobby nas piores épocas era pesquisar cânceres piores que o meu. E eu gostei do dela, leucemia, porque achei muito pior que o meu. Eu me foquei nesse tipo de câncer ainda mais depois que comecei a namorar a Hazel. Não que ela saiba. Mas sei tudo sobre a doença, então vou entender sim.

Ele piscou demoradamente duas vez, surpreso com a resposta, depois se recompôs e me deu o diagnóstico. Fui até os pais dela, segurei as mãos dos dois e disse calmamente:

–Ela não morreu. Ela vai viver mais um tempo. Ela vai ficar com a gente. E isso é tudo que precisam saber. O diagnóstico, quando o médico diz, parece pior do que realmente é.- Eu estava falando como aquelas pessoas dos seriados fazem para acalmar os pais dos doentes.- A única mudança é um mínimo aumento na quantidade daquele remédio dela, o...

–O Falanxifor? -Disse a sra. Grace, sorridente.

–É, esse mesmo.

–Tudo bem, então? - Falou o sr.Grace.

–Sim! Tudo ótimo.

–Ainda bem.

****

Três dias depois...

–Oi, Hazel Grace! Disseram que você tinha uma novidade para me contar e ninguém, ninguém, quis me dar nenhuma pistazinha minúscula.

–Eu tenho de agradecer de coração essas pessoas que não te disseram nada. Mas enfim, você decide se é bom ou ruim. Eu não sei. É o seguinte: Eu tenho a oportunidade de me curar do câncer.

–Mas isso é...

–Espera. Não terminei. O jeito é um transplante. E parece que eu tenho baixíssimas chances de sobreviver.

Eu fiquei em silêncio.

Pov. Hazel

Eu não tinha dito a Gus que eu já havia decidido. Mas acho que tinha de contar.

–E Gus...

–O quê?

–Eu já decidi.

–Como assim?

–Eu já decidi se vou ou não fazer o transplante.

–Pera aí. Eu conheço essa expressão...

–E eu vou fazer.

–Hazel Grace, você pirou completamente?

–Não. Só não aguento mais esse câncer. Finalmente tenho a oportunidade de deixar Felipe e o BiPAP de lado...

–Felipe fica lindo com você. E se você só vai ter baixíssimas chances de sobreviver...

–Não interessa quais as chances de sobreviver. Eu prefiro as chances de me livrar dessa doença e parar de me afogar nos meus próprios pulmões!

–Como é?

–É exatamente o que ouviu.

Suspirei. Se não pode com o inimigo, junte-se a ele.

–Tudo bem. Mas você vai ter de seguir tudo que o médico disser se quiser fazer o transplante!

–Okay.

–Okay.

–Se já estão dizendo "Okay" um para o outro, tudo se resolveu. Estou correta? -Disse a sra. Grace entrando no quarto.

–Sim. -Dissemos ao mesmo tempo


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!