A nova garota escrita por Ahelin


Capítulo 37
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pra vocês. Eu meio que tomei meu remédio e estou normal hoje, por isso sem retardadices nas notas iniciais.

Espero que gostem. Boa leitura.



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Depois de me deitar, passei mais ou menos duas horas olhando para o teto e tentando formular uma lista mental do que poderia ter acontecido com Nico.

1-Fobos o sequestrou, apesar de ter dito o contrário.

Risquei esse. Tinha resolvido acreditar em meu pai e ia continuar acreditando.

2-Simplesmente nos desencontramos e o resto dos campistas não se lembrava de tê-lo visto porque todos estavam com mal de Alzheimer.

Risquei esse também, por motivos óbvios.

3-Ele teve um ataque cardíaco ao perceber como eu sou estranha e caiu duro na floresta.

Plausível, mas improvável.

4-Nico foi abduzido por alienígenas que querem dominar o mundo e estão raptando as pessoas capazes de impedi-los.

Estou vendo muito desenho animado.

5-Por algum motivo além da minha humilde compreensão, ele fugiu pras colinas.

Acho que não. Mas não é impossível.

6-O Suquinho o fez voltar para o Mundo Inferior.

Causa, motivo, razão ou circunstância desconhecidos.

7-Afrodite deu um jeito de sumir com ele pra infernizar a minha vida.

Não. Não. Não.

Sim. Sim. Sim.

Droga.

(n/Aut: Faltaram dois.) (n/Julie: O quê? Do que você está falando?) (n/Aut: Não três vezes. Sim três vezes. Droga também tem que ser três vezes, poxa!) (n/Julie: Você tem problemas.)

E eu tinha que sonhar com Nico também, assim que fechei os olhos...

*****

Ele estava abaixado atrás de um monte de caixas de madeira. Olhava ao redor com a testa franzida e girava nervosamente o anel de caveira no dedo. Espiou pela lateral das caixas um instante, e começou a tamborilar os dedos na perna.

Eu queria gritar seu nome, mas não consegui fazer nenhum som. Quando tentei andar até ele, parecia que uma força invisível me puxava de volta. Foi só então que percebi...

Em seu rosto havia vários cortes, uns leves e outros mais fundos, manchas roxas nos braços e tinha um líquido escuro escorrendo por sua têmpora, que eu sabia que era sangue. A camisa estava suja, como se ele tivesse rastejado no chão, e rasgada em vários pontos. O joelho de sua calça estava em farrapos e a pele estava ralada.

Nico respirava com dificuldade. De início, não consegui localizar sua espada, mas depois percebi que se encontrava jogada do outro lado do lugar que eu estava vendo, qualquer que fosse.

A propósito, eu não podia de jeito nenhum ver com clareza onde ele se encontrava.

Ouvi um barulho muito alto e pude ver uma rocha enorme se espatifando contra uma parede.

- Di immortales! - Nico praguejou e correu até a espada, erguendo-a lentamente. Notei que seu braço esquerdo apertava com força um ponto do tórax em que a camisa estava ensopada de sangue, além do fato de que ele mancava um pouco.

Nesse ponto, o sonho foi interrompido.

*****

Acordei suando frio. A cama ao lado, onde ficou combinado que Melody dormiria, estava vazia e perfeitamente arrumada. Quíron tinha decidido que na semana seguinte iniciaríamos a construção de um chalé para os filhos de Fobos, porque segundo ele duas campistas irmãs precisavam de um lugar próprio, assim como todos os outros semideuses tinham.

Alguns raios de sol entravam pela janela.

Raios de sol. Droga, agora exatamente tudo me fazia lembrar de Nico.

Me arrumei o mais rápido que pude e desci as escadas, três degraus de cada vez. Em cinco segundos, eu estava indo para o refeitório tomar café da manhã, ao mesmo tempo que todo mundo. Mas não vi Melody.

Só encontrei-a já na mesa da Casa Grande, falando animadamente com o Sr.D.

Espera, o quê? Minha irmãzinha de quatro anos falando animadamente com Dionísio? O mundo enlouqueceu. Espero que ele não ensine ela a jogar pinoche.

Ela sorriu quando eu sentei. Sorri também e fui queimar uma parte do meu café da manhã na fogueira. Quando cheguei lá, disse baixinho:

- Fobos. Me ajude, se puder. Por favor, pai. - E joguei um dos meus mini-sanduíches de manteiga de amendoim com geleia no fogo. Não sei definir ao certo o cheiro que senti, mas era das coisas que me faziam sentir bem. Pipoca com manteiga, bolo de chocolate, biscoitos de açúcar e... Será que é... Oh meus deuses. O cheiro do cabelo do Nico. Menta, hortelã. Cheiro bom, pra resumir. Fiquei vermelha, mas sorri. - Você está ficando bem engraçadinho, não é?

Mais tade, fui atrás de Mirela.

- Miri! - Chamei, de longe. - Preciso de um favorzinho seu.

Ela me olhou interrogativa enquanto eu chegava perto.

- Que tipo de favorzinho? - Perguntou, ignorando o apelido.

- Um favorzinho grande. Vou sair.

- Sair? Como assim, sair? Alguém sabe disso? - Ela arregalou os olhos.

- Vou atrás de Nico. Como assim, como assim? Vou sair, só isso. Sim, a Melody sabe. Não, eu sei que você quer saber se eu tenho permissão, e eu não tenho. Mas é rápido! Bom, pelo menos eu espero que seja. Só quero que cuide da minha irmã.

Ela olhou fixamente para mim por alguns instantes, pensativa. Por fim, suspirou.

- E vai fazer alguma diferença se eu tentar te impedir? - Neguei com a cabeça. - Eu já esperava. - Ela sorriu por um segundo e depois voltou a ficar séria. - Mas estou avisando, é só dessa vez! Um dia eu vou precisar sair escondida de algum lugar e você vai ter que me ajudar, fique esperando.

- Mas você tem 26 anos, precisa dar satisfação a alguém? - Perguntei, rindo.

Ela riu e deu de ombros.

- Nunca se sabe, considere-se avisada.Do que precisa?

- Já disse, quero que você cuide da Melody. - Respondi. - E se não for pedir muito, preciso de néctar e ambrosia. - Acrescentei, me lembrando do estado de Nico no meu sonho. - Muito néctar e ambrosia.


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Notas finais do capítulo

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