Quebrando as correntes do destino escrita por Jose twilightnmecbd


Capítulo 49
de volta à Chácara


Notas iniciais do capítulo

POV Edward
2 anos depois....



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Edward

30/09/1885.

─ Dois anos foi o prazo. Esperei que ela aparecesse, mandasse uma carta ou um recado e nada. Absolutamente nada todo esse tempo. Sem saber para onde mandar, guardei todas as cartas que escrevi nesse tempo.

Jasper, que agora não é mais reprodutor e trabalha na lavoura comigo, para apoiado na enxada para me ouvir.

─ Eu não escrevi cartas, mas também num perdi as esperança. Sei que vou encontrar Alice de novo. – ele fala.

Olho para Jasper que está com o olhar perdido, olhando para algum ponto imaginário. Dou mais um corte e recolho as canas que caem aos montes. Está um sol de rachar. Trabalho no canavial desde que madrinha falecera. Para mim, foi o melhor que me aconteceu. Assim tinha com o que ocupar meu tempo e os dias passavam sem que eu percebesse. Às vezes a saudade apertava, doía tanto que me fazia gritar. Nunca mais encostei em mulher alguma desde que Isabella foi embora. Meu coração me mandava esperar e esperei.

─ Você! Edward! – o ajudante do feitor me chama quando estou saindo do canavial com Jasper. É hora do rancho, mas, pode-se esperar de tudo desses dois.

Deixo minhas ferramentas com Jasper e caminho até ele. Arrasto mais do que o necessário a perna só para fazer cena. Manco da perna direita desde que levei aquele tiro, mas com um pouco de esforço consigo caminhar quase normalmente.

─ Suas ordens.

─ Tome. Chegou essa carta pra tu. É da Chácara.

Olho a caligrafia e começo a tremer. É dela. Talvez tenha vindo visitar o pai, o comendador foi para chácara há uns dois meses e não voltou mais. Olho quase sorrindo para Jasper e depois olho de volta para Felix. Perco o sorriso. Jamais me entregariam uma correspondência sem antes abrirem. Ainda tremendo, retiro o papel do envelope.

Edward tenho a dar-te uma dolorosa notícia. Um golpe pelo qual nem sequer superamos um e já vem outro. O comendador já não existe, sucumbiu anteontem subitamente...”

Leio as palavras e a única coisa que absorvo é a seguinte: Isabella está no Rio de Janeiro. Está na chácara. Pouco me importa a morte do comendador. Que Deus o tenha.

Em breves palavras fui comunicado que o comendador deixara algo para mim em seu testamento. Enquanto viajava para a chácara, pensava o porquê deste velho avarento ter feito isso. Até por que era sabido de suas inúmeras dívidas espalhadas por toda a corte.

O comendador esperava ganhar um bom dinheiro casando sua filha com o rico fazendeiro da família. Porém, o jovem Mike se mostrara mais esperto e conseguira que o comendador assinasse, sem ler, um documento que o deixava isento de qualquer dívida com o sogro, sendo Isabella a única e direta beneficiária de qualquer lucro pós-casamento. Assim, o comendador se viu cada vez mais viciado e endividado. Isabella, fazendo de seu marido seu procurador, nunca pode mandar dinheiro suficiente que cobrisse as dívidas de seu pai.

02/10/1885.

Passo pela entrada que, há um pouco mais de dois anos, fui proibido de entrar. Olho com esperança para a casa grande que quanto mais me aproximo, mais desbotada percebo que está.

Subo com um escravo e enquanto espero, não resisto e passo a mão pelo piano. Está empoeirado e aparentemente enferrujado. Assim como eu, noto. Puxo o ar e sinto um cheiro que me traz a memória momentos vívidos e ardentes. Madeira e frutas amarelas. Viro-me num ímpeto. E lá está ela, linda, como meus olhos jamais poderiam ver, toda de preto, em luto pela morte do pai e... demoro meu olhar em sua barriga. Grávida.


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