Mostre-me Amor. escrita por Bruna Vieira, Bianca Martins


Capítulo 8
Capítulo 6.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada Wallflower e Bruna Polo por favoritarem, um beijos do Ryan para vocês!

Músicas: Sunday Morning - Maroon 5;

Boa Leitura!



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PDV Blair.

Sinto-me confortável e quentinha na cama, porém minha cabeça dói, latejando nas têmporas. Agora sei o significado de ressaca. Algumas lembranças da noite passada voltam aos poucos, fazendo eu me sentir envergonhada. Eu fiz besteira, uma besteira com maiúsculas GRITANTES. O que deu em mim para ligar para ele? Ele deve estar me achando uma idiota, uma criança e uma irresponsável. DROGA!

Abro os olhos lentamente e tomo um susto. Meu coração parece querer sair pela boca e não consigo falar, fecho os olhos e conto até três mentalmente tentando controlar a respiração. Andrew, aquele para quem eu me humilhei ontem está sentado na minha poltrona, lindo, me fuzilando com o olhar e isso não é um sonho. Um silêncio se instala entre nós e eu não sei como reagir, nem o que falar – O que ele está fazendo aqui? Há quanto tempo está aqui me olhando dormir?

– Finalmente a bela adormecida resolveu acordar – diz sarcasticamente.

– Há quanto tempo você está aí? – pergunto sussurrando.

– Não importa – ele continua a me observar com frieza.

– Você está bravo comigo? – minha voz é cheia de arrependimento. Estou com medo da sua reação, com vergonha de mim e constrangida pela situação.

– Bravo? – repete ele fingindo surpresa. – Não Blair, eu não estou bravo, eu estou PUTO com você!

Ele parece tentar controlar sua ira, mas dá a impressão de explodir a qualquer minuto. Droga. Tento com que a palavra desculpa saia da minha boca, mas perco a capacidade de falar. Me sinto intimidada e tudo piora quando me dou conta de que estou só de roupas íntimas.

– Achei que a sua frustração com relação a mim merecia ser respondida pessoalmente – explica seco.

Enquanto ele fala a minha dor de cabeça piora e automaticamente franzo a testa. Noto que ele percebe e aí sim ele explode.

– VOCÊ É UMA IRRESPONSÁVEL! Quantos anos você tem? 16? O quanto você bebeu ontem para acordar vestida assim? E quem foi o imbecil que deixou você chegar a esse ponto? Você não sabe quais são os seus limites? Isso é intolerável – passa a mão pelo cabelo revolto. – Você tomou um porre, se arriscou e ligou para um estranho, porque você não me conhece. E isso foi comprovado a partir do momento em que você falou aquelas coisas ridículas sobre mim. Baseado em que você tem essa visão? Você só me viu uma vez na sua vida, então meça as suas palavras PORRA.

Antes de conseguir digerir tudo o que ele disse, levanto e saio correndo para o banheiro do meu quarto e vomito na privada. Sinto Andrew tira meus cabelos do rosto, segurando-os em um rabo de cavalo desajeitado enquanto vomito de novo, e de novo. Quando não tem mais nada para sair sinto ânsias violentas me fazendo estremecer, até que finalmente termina.

Consigo me levantar com a ajuda dele, lavo o rosto e a boca com seu braço em volta da minha cintura me mantendo firme. Estou no fundo do poço. Além de bravo, ficará com nojo de mim. Não consigo olhar para ele, estou morrendo de vergonha.

Ele interrompe meus pensamentos e me pega no colo, me levando até a cama.

– Acho que é o momento errado para discutirmos sobre o que aconteceu – ele diz, parecendo sentir-se culpado.

Balanço a cabeça concordando. Eu não tenho forças para discutir com ele agora.

– Posso ficar e cuidar de você? – ele abre um sorriso torto de desculpas. Esse cara é bipolar?

– Porque você faria isso? – pergunto confusa.

– Porque eu quero. – ele fecha os olhos parecendo derrotado. – Por algum motivo não consigo parar de pensar em você.

Eu sei que pode parecer estranho, mas quero muito que ele fique. Mesmo não o conhecendo, a sua presença acima das inúmeras reações causadas em mim, me conforta.

Após uma pausa um tanto constrangedora, ele quebra o silêncio.

– Onde você guarda remédios? – pergunta ele, a voz grave.

– Na penúltima gaveta do banheiro – murmuro.

Ele pega dois analgésicos, vai até a cozinha e o escuto falar com a Kate. Volta com um copo de suco de laranja e me entrega.

– Beba – manda.

Bebo o suco com os comprimidos hesitante enquanto ele me observa atentamente. Reparo na sua roupa casual: calça jeans justa, tênis e uma camiseta branca. Lembro que estou praticamente sem roupa e me xingo mentalmente.

– Andrew você pode, por favor, pegar meu pijama que está no encosto da poltrona? – fico nervosa ao falar com ele.

– Claro.

Coloco o pijama enquanto ele observa cada movimento meu descaradamente, sinto minhas bochechas corarem. Andrew percebe e disfarça tirando seus sapatos e meias e senta na beira da cama.

– Você vai ficar aqui? – pergunto.

– Se não for te incomodar – responde. Ele me olha nos olhos como se pedisse permissão.

– Não... Tudo bem, mas você não tem nada melhor para fazer?

– Não há nada que eu queira mais do que estar aqui com você – suspira pesadamente.

Eu não sei o que responder, nem o que pensar. Uma hora ele é todo explosivo e na outra quer cuidar de mim?

– O que você quer comigo? Sobre o que aconteceu ontem eu peço desculpas, não vai acontecer novamente.

– Eu tenho certeza que não. Eu fiquei com tanta raiva por você ter bebido... - ele cerra a mandíbula.

– Você está bravo comigo porque eu bebi? - indignação é pouco nessa situação. Qual o problema dele?

– Acho que isso já ficou claro não? – seu tom é acusador.

– O que você tem com isso? Eu não sou um problema seu e não estava sozinha – digo exasperada.

– Ah não? E quem foi o infeliz que deixou você chegar a esse ponto?

– Infeliz? Eu estava com a Meg e com o Ryan. Não estou entendendo aonde você quer chegar!

Ele me encara com os seus olhos sombrios, e não tenho ideia do que está pensando. Me sinto como uma criança levando bronca por fazer algo errado.

– Odeio quando as coisas saem do controle – sua expressão é ameaçadora.

E eu estou odiando ficar sem respostas perto dele – penso.

– Precisa dormir agora. Deite-se – ordena, apontando para o meu travesseiro.

– Você é muito autoritário – sibilo.

– Você não sabe o quanto Blair – ele aperta os olhos.

Bufo e deito, puxando o lençol até o pescoço. Onde já se viu vir até a minha casa, entrar no meu quarto sem a minha permissão e começar a mandar em mim? Sinto o colchão afundar ao meu lado e dedos acariciarem o meu cabelo quando caio no sono.

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _

Abro os olhos e estou sendo sufocada pelo Andrew, o calor me acorda. Ele está com os braços ao redor da minha cintura, nossas pernas entrelaçadas, e minha cabeça descansa no seu peito. Demoro um pouco para processar essa cena. Ele parece tão jovem, despreocupado e relaxado que sem perceber estou correndo os meus dedos pelo seu rosto, seu sono está tão pesado que ele nem se mexe. Blaire o que está fazendo? Com movimentos lentos eu tento me desenroscar dele, iria ser constrangedor se ele acordar e nos encontrar dormindo agarrados como se fossemos um casal.

Sigo para o banheiro na ponta dos pés fazendo o mínimo de barulho possível, preciso urgentemente de um banho! Fiquei embaixo do chuveiro por bastante tempo, deixando que a água levasse embora todo o cansaço do meu corpo enquanto penso nas coisas bizarras que aconteceram desde que eu acordei. Chegaria a ser engraçado se não fosse tão constrangedor.

Volto para o quarto de toalha e encontro Andrew acordado. Em algumas horas fui vista seminua por um homem mais vezes do que minha vida inteira. Ele cruza as pernas parecendo incomodado e desvia os olhos do meu corpo, e é ai que eu noto um volume em suas calças. Acho que a palavra “constrangedor” define praticamente todos os momentos do meu dia, não sei onde enfiar a cara.

– Você deve estar com fome, não comeu nada hoje – muda de assunto rapidamente.

– Na verdade não estou. Só de pensar em comida meu estômago embrulha.

– Isso é porque seu estômago está vazio. Eu estou com fome e gostaria que me acompanhasse.

– Tudo bem, vamos almoçar – murmuro.

http://www.polyvore.com/blaire_stanford/set?id=107829207

Enquanto me arrumo Andrew espera na sala. Escolho uma roupa mais básica e confortável e ando até lá o encontrando no sofá. Eu poderia passar o dia inteiro olhando para ele... é lindo, tem ombros largos, é alto, tem olhos verdes e o cabelo meio bagunçado... E também é grosso e mandão você lembra?

– Podemos ir? – digo chamando sua atenção.

– Sim, meu carro está lá em baixo - responde se levantando.

Ele se endireita e andamos até os elevadores. Olho disfarçadamente para ele e o percebo me analisando com o vestígio de um sorriso nos lábios, e QUE lábios!

As portas se abrem e ele segura minha mão me deixando atônita. Sinto um frio na barriga, a minha pulsação aumenta e a atração entre nós é mais que evidente, tenho certeza que ele também sentiu.

– Alguma sugestão, vontade de comer alguma coisa? – pergunta enquanto atravessamos a entrada do prédio em direção ao seu carro. http://revistaautoesporte.globo.com/Revista/Autoesporte/foto/0,,43438429,00.jpg

– Não, me surpreenda!

– Ok – concorda prontamente sorrindo.

Por um momento ele volta a ser aquele que estava dormindo na minha cama. Tranquilo, descontraído e sem essa cara séria, parece até empolgado e não consigo deixar de sorrir. Abre a porta do carro e eu entro.

Ele dá a partida e tira o carro da vaga. Andrew parece perdido em seus pensamentos.

– Posso ligar o som? – pergunto

– Claro, fique a vontade – ele colocou seus óculos escuros ficando mais charmoso do que é, mas sinto falta dos seus lindos olhos.

Ligo o rádio e a voz do Adam Levine nos envolve, eu adoro Maroon 5. Não resisto e começo a cantar baixinho.

“ Sunday morning rain is falling

Steal some covers share some skin

Clouds are shrouding us in moments unforgettable

You twist to fit the mold that I am in

But things just get so crazy living life gets hard to do

And I would gladly hit the road get up and go if I knew.”

Andrew me olha divertido e me acompanha na música. Fico surpresa e acho engraçado ao mesmo tempo.

“That may be all I need

In darkness she is all I see

Come and rest your bones with me

Driving slow on Sunday morning

And I never want to leave.”

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _

O restaurante é uma combinação entre o artesanal e o sofisticado, fica no quarto andar do Time Warner Center. O espaço é amplo e tem uma parede de vidro com vista privilegiada para o Central Park.

– Faz tempo que não venho aqui – comenta.

– E porque resolveu vir aqui hoje? – pergunto curiosa.

– Quando terminarmos de almoçar você vai entender – ele pisca.

O garçom traz a carta de vinhos e Andrew pede com autoridade uma taça de Villacreces 2004, de Ribera del Duero para ele e um suco para mim.

– O almoço aqui é composto por nove etapas, cada uma em uma porção moderada e eles mudam o cardápio todos os dias. Eles fazem algumas combinações modernas, com formas de preparo muito inventivas e você é informado da procedência de cada prato – explica com paciência.

– Interessante – respondo – Andrew posso te fazer uma pergunta?

– O que foi? – pergunta bruscamente.

– Porque você estava lá quando eu acordei? Porque você cuidou de mim invés de ir embora e porque estamos aqui agora?

– Bem, é evidente que estava lá por causa do seu telefonema. Ele desencadeou essa série de acontecimentos – ele passa a mão pelo cabelo.

– Já pedi desculpas por isso – minha voz é suave. Ele me olha atentamente, uma emoção insondável no olhar.

– Eu sei que pediu, mas isso não muda o fato de você ter estado bêbada – curto e grosso.

– E você espera que eu faça o que? Aconteceu – dou de ombros.

– Nada, eu não espero nada. – diz secamente.

– Você está sendo estúpido comigo – suspiro.

Ficamos sentados nos olhando, ambos sem tocar na entrada.

– Apenas coma Blair – ele ordena me olhando de cara feia.

E é ai que um almoço que poderia ter sido agradável foi por água abaixo.

Restaurante: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/52/PerSe.jpg


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Notas finais do capítulo

Agradeço aos comentários e peço mais e mais, quero saber a opinião de vocês! O foco é a Meg, mas estão gostando dos outros pontos de vista? Comenteeem

Beijoos.!



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