Acordo de supetão. Demoro alguns segundos para perceber que estou gritando. Hermione está no meu lado. Parece que eu a acordei com meu grito. Sinto algumas lágrimas escorregando por meu rosto. E então, eu me lembro do sonho. Ou melhor, pesadelo. Hermione fala alguma coisas, mas não entendo. Ainda estou em estado de choque com o pesadelo. Ela percebe e então, fica quieta, apenas esperando eu me acalmar para então, perguntar de novo.

Demora um pouco para eu me acalma, e então, ela pergunta novamente:

– Carrie, o que foi que você sonhou? - pergunta ela em um tom materno.

– Mione, foi horrível! O Reg... morto... - eu não conseguia parar de soluçar. Toda vez que eu me lembrava do Regulus, caído e morto, eu começava a soluçar.

– Calma. Respira um pouco.

Respiro progundamente para tentar fazer os soluços acabarem. Felizmente, eu consigo.

– Pronto. Agora, você quer me contar? - ela me pergunta, com um tom de voz preocupado.

Fiz que sim com a cabeça e percebi, que eu na verdade nunca tinha contado muito sobre o Regulus.

– Mione, você já conhece não é? Meu romance com o Regulus. - pergunto a ela, em um tom de voz fraco.

– Sim, claro. Você me disse no sexto ano. - ela diz, afirmando.

– Mas eu não te contei tudo. - digo olhando para o chão, evergonhada por achar que ela contaria pra alguém.

– Você quer me contar? - ela me pergunta.

Balanço a cabeça, afirmando. E então, começo a contar toda a história.

– Você se lembra de quando eu te contei como eu conheci o Regulus? - pergunto à ela.

– Lembro. Foi logo depois de acharmos a o medalhão. - ela diz, concordando com a cabeça no início.

– Eu não te contei tudo. Como você sabe, nós nos conhecemos no quarto ano, quando teve o Torneio Tributo. Eram as férias de Natal, eu tava passando essas férias na casa de uma amiga trouxa, fazia muito tempo que eu não à via, e bem, ela me convidou pra passar as férias lá e eu aceitei.

Dei um suspiro, as memórias estavam invadindo a minha mente. Hermione olhou pra mim, fazendo um gesto dizendo para eu continuar.

– Eu estava muito entediada, então inventei que iria comprar um café para nós duas. Ela concordou, e eu saí. Eu não estava achando nenhuma lanchonete, então tive que ir pro centro. Quando eu estava entrando no Starbucks, eu batia com ele. - dou um risinho triste, me lembrando da cena. - Eu fiquei furiosa, porque ele tinha sujado de café o meu casaco favorito.

"- Ai meu Merlin, você não olha por onde anda? - digo, ainda sem olhar por futuro defunto que acabou de sujar o meu casaco.

– Me desculpe, mas você que não olhou para onde estava olhando. A culpa não é minha se você estava olhando para o chão. - diz o cara com uma voz super sexy.

– Eu poderia lançar um Avada em você! - digo finalmente olhando para o ser na minha frente. E espera um pouco... é o Sirius? Não, não é possível, o Sirius não pode ser visto por ninguém, e sei também que ele não se arriscaria assim. Olho atentamente para a pessoa que está na minha frente, e reparo que os olhos são azuis, e não cinzas."

Lembro-me dele. Dos olhos azuis que me conquistaram.

– Eu falei que iria lançar um Avada nele. Eu achei que ele fosse um trouxa, então nem me importei de ter falado aquilo. Quando ele ouviu o que eu disse, ele arregalou os olhos e me perguntou sussurrando se eu uma bruxa. Eu arregalei os olhos e concordei, fazendo "sim" com a cabeça. Ele agarrou o meu braço e me arrastou para um beco. A primeira coisa que eu pensei foi: "Estou morta. A culpa foi do tédio, deixo tudo para a Hazel." - dou uma risadinha nessa parte, e Hermione me acompanha dando uma risadinha discreta.

– Mas ele não fez nada, apenas me mostrou a varinha e me disse também que era um bruxo. Ele usou o "Limpar" para limpar a minha roupa. Desde aquele dia, nós começamos a conversar. Ele disse que não tinha mais contato com ninguém, apenas com o elfo doméstico, o Monstro.

– Eu pensei que o Monstro fosse do Sirius. - Hermione me diz confusa.

– Ele era, mas sempre atendia os pedidos do Regulus. - explico à ela.

Faço uma pausa, e depois volto a contar a história.

– Sempre que dava, eu mandava cartas pro Regulus. Contando as novidades sobre o Torneio Tribruxo, essas coisas. Ele se preocupava comigo. - sorrio no final, lembrando de uma das suas cartas.

"Era mais um dia de aula normal, a última prova de Harry estava chegando. Ainda não tinha tido resposta de Regulus para as minha outras cartas. Estou preocupada com isso, será que aconteceu alguma coisa?

Estava distraída na salão comunal, quando Hazel, minha coruja, chega com uma carta.

– Hey menina, o que temos hoje? - pego a carta, e vejo que é de Regulus. Sinto um sorriso se formar em meu rosto. Sinto uma bicada fraca no meu dedo, e reparo que Hazel está esperando sua recompensa. Procuro alguma coisa para dar a ela, e infelizmente não acho.

– Menina, me desculpe, mas no momento eu não tenho para dar a você. Mas, preciso que você fique aqui para levar a reposta do Regulus, prometo que quando você voltar, terá uma grande recompensa.

Ouvi Hazel piar com frustração, mas mesmo assim ficou.

Comecei a desdobrar a carta, e a lê-la.

"Querida Carrie,

Como você está? Perdoe-me por demorar a responder suas cartas, tive alguns problemas, nada que deva se preocupar. Então, a última prova da Torneio Tribruxo já está se aproximando? Por favor, não compareça à está última prova. Estou com um pressentimento ruim sobre isso.

Tome cuidado. Abraços.

Regulus."

Sorrio, vendo o quanto ele se preocupa comigo."

– Foi no quinto ano, que eu descobri estar apaixonada por ele. Eu sei que eu era muito nova, tinha apenas quinze anos, mas Mione, eu o amava. E como o amava. Eu estava passando as férias com o Remus, e bom, era época de Lua Cheia. Ele ficava a semana inteira fora quando chegava a Lua Cheia. Então, decidi passar passar a semana com o Regulus. Eu fui três dias depois que o Remus partiu para se transformar. Nós nos divertirmos muito, e no último dia em que eu ficaria lá, ele fez um jantar para nós. Começou a tocar uma música, e ele me puxou para dançar. Foi aí que eu tomei coragem e disse a ele que estava apaixonada, ele sorriu e disse que gostava muito de mim e me beijou. Eu já tinha namorada e beijado antes, mas aquele beijo foi diferente. Ele me fez sentir... especial.