Oito dias para o casamento.

Quando acordo já passa das onze da manhã, Oliver esta agarrado a mim como uma videira. Com o meu movimento ele acaba acordando.

–Bom dia? – Ele diz meio sonolento.

–Bom dia. –Ele não me solta. –Temos que levantar. –Eu digo tentando me soltar. Mas ele me puxa para mais perto.

–Não mesmo. – Ele me beija o pescoço. –Aqui esta bem melhor.

Não posso discordar, ali estava realmente muito bom. Mas eu precisava acionar o seguro do carro, e magicamente fazer aparecer um vestido de noiva em oito dias. Lembrar isso me deixou triste.

–Oliver. – Eu digo sem saber como abordar esse tema. Ele me olha serio. – Acho que temos que adiar o casamento.

–NÃO! Nem pense nisso. – Ele é enfático.

–Mas não tem como em oito dias eu fazer brotar um vestido do nada. Foram dois meses e mesmo assim ficou pronto quase na data. Eu não sei o que fazer.

–Vamos dar um jeito nisso.

–Como? – Eu digo meio cética.

–Olha, a gente já deu jeito em uma psicopata, em um maluco, uma liga inteira, e em agentes do governo, acho que podemos dar um jeito nesse problema também. – Ele diz brincalhão.

–Acho que você não entende, o que esse vestido significa, e isso não é só para mim, mas para qualquer noiva. –Digo tristonhamente.

–Eu sei, e você vai ter o vestido mais bonito. –Ele me diz beijando meu pescoço, ombros e costas, causando-me cosquinhas, não posso evitar de rir. -Outra coisa, minha mãe chega hoje.

–Ai temos outro problema.

–Eu sei.

–Eu não tenho noção de como reaproximar a sua mãe da sua irmã.

–Mas eu tenho. – Ele me diz sorrindo.

–Serio? –Digo cética.

– Sim, e o seu vestido vai nos ajudar.

Uma hora, Moira já estava reinstalada em seu quarto. E juntos fomos para o ateliê de Gabriel.

Estávamos, eu, Moira, Caio e John (apesar de John só estar de corpo, por que para ele tudo era divertido) tentando convencer Gabriel há fazer outro vestido quando Oliver e Thea chegam.

Thea ao ver a mãe, dá um passo para traz, mas Oliver segura em seu braço impedindo que ela se afastasse, ele diz alguma coisa em seu ouvido que parece acalma-la. Eu finjo que não vi a sena.

–Gabriel, por favor? Eu sofri um acidente ontem, meu carro pegou fogo e meu vestido estava lá, você quer que eu desmarque o meu casamento?

–Minha cara, eu tenho outros três vestidos de casamento para entregar em um mês.

–Não é para o próximo mês. –Thea toma posição. – É para a próxima semana.

–Você tem noção que esse é o casamento mais comentado dos últimos tempos, você pode fazer com que minha nora entre com um vestido assinado por você, ou podemos entrar em um avião aqui e ir buscar um em Milão ou Paris, só estamos te dando a chance de colocar o seu nome nessa historia, por que em nove dias as capas das revistas, jornais, colunas sociais, editoriais de moda irão ter uma pessoa na capa, e essa pessoa poderá estar vestindo um vestido seu ou não, tudo depende de você. – Moira foi superior, de um jeito que deixou todos nós de boca aberta. Até mesmo Oliver não teve o que dizer.

Gabriel parecia ter perdido a ligação entre o cérebro e a boca, pois ficou mudo por um bom tempo.

–Então Gabriel o que será? – Thea o indagou. – Esse casamento ira sair você pode ajudar agora ou chorar depois.

Sete dias para o casamento.

Thea perdoou a mãe!

Eu estou tão feliz, e chorona. Serio meus hormônios vão me levar a loucura.

Depois de convencermos Gabriel à fazer o vestido, Oliver e Diggle foram para as industrias Queen, deixa-nos para escolher o modelo e a tática para apronta-lo.

Quando voltamos a nos reunir Thea queria ir e pediu a Caio para que a levasse, já que ela tinha vindo com o irmão, mas eu inventei uma desculpa para que ela fosse conosco, e Caio vendo isso logo a confirmou (serio eu e Caio somos irmãos de pais diferentes), obrigando assim a Thea nos acompanhar. No carro foi o maior clima pesado, eu criava um assunto, Moira até ajudava mais Thea o quebrava logo em seguida.

–Onde estamos indo? – Thea percebeu que o rumo não era do meu antigo apartamento.

–Vamos conversar. –Eu disse com simplicidade.

–Felicity, se ela não quer falar comigo não adianta forçar.

–Agora você quer joga a culpa de tudo isso em mim? Dando uma de mãe compreensiva.

Eu paro o carro em frente a porta da mansão. Eu saio e vou em direção ao escritório, sendo acompanhada pelas duas. Thea não para de berrar coisas sem nexo.

–Agora chega. – Eu grito. E as duas se espantam. – É o seguinte, esse vai ser o casamento de uma das pessoas que vocês mais amam, e ele não vai estar feliz por que vocês duas estão brigadas. –Viro para Thea. –Eu sei que o que a sua mãe fez é grave. – Eu viro para Moira. – E sei que você escondeu esse segredo para protege-la. – Eu saio andando pelo escritório. – Mas Oliver viveu cinco anos em uma ilha infernal, sobrevivendo sabe-se lá como, e o que ele merece de vocês é amor, e não discórdia. – Eu respiro. – Eu sei que vai ser difícil esquecer, mas o primeiro passo é perdoar Thea, é o melhor para você, para sua mãe e para o seu irmão.

–Eu não sei se consigo. – Ela diz entre lagrimas.

Moira esta parada em prantos.

–Guarde o que puder ser guardado, e jogue fora o que te faz mau. –Eu digo simplesmente.

–Não é fácil. – Thea sussurra.

–Mas é o primeiro passo. – Eu tento incentiva-la.

Moira dá o primeiro passo em direção a filha que termina o percurso. As duas se abração.

–Me perdoa? – Moira diz entre soluços.

–Guarde o que puder ser guardado, jogue forra o resto. –Thea repetiu as minhas palavras.

Cinco dias para o casamento.

Minha família chegou. A mansão esta uma bagunça, e pela cara de Oliver ele esta adorando, mesmo sendo quase impossível sairmos para o segundo expediente.

Quatro dias para o casamento.

Hoje foi o jantar de ensaio, só uma desculpara para beber e comer em exagero. Meu tio Igor bebeu mais vodca que o indicado e começou a falar russo como se todos intendessem, foi hilário, e o mais divertido foi que Oliver respondia como se fosse a coisa mais normal.

Dois dias Para o casamento.

O meu vestido ainda não esta pronto.

Eu não sei o que fazer!

Hoje é a minha despedia de solteira e a de Oliver. Eu tenho até medo de ver o que vai nos acontecer.

Um dias para o casamento.

Eu tinha razão, quando acordei no dia seguinte eu estava acabada, mas graças a minha gravides não estava de ressaca e lembrava de tudo, dançamos a noite toda e meus pés estão moídos por causa do salto.

Já quanto à ressaca de Oliver, bem digamos que quando ele chegou uma meia hora depois de mim, estava tão bêbado, que se hoje ele não acordar com uma parada de quatro de julho na cabeça vai ser milagre.

Quando levanto e saio do meu quarto minha irmã esta se arrastando pelo corredor.

–Bom dia. – Falo deliberadamente alto.

–Xiu!!! – Ela fala e eu dou risada. – Você só esta inteira assim porque esta carregando minha sobrinha, é o único motivo.

–Vamos tomar um café para vê se tira essa ressaca.

–Vou precisar de uma fazenda de café inteira.

–Vamos precisar de duas! Oliver chegou pior que você.

–Gosto mais dele a cada minuto. –Ela diz sorrindo.

Descemos as escadas e encontramos todos à mesa. Tomamos café e peço uma das empregadas fazer uma bandeja com café e um suco de laranja bem gelado e levo para Oliver.

Volto com a bandeja para o quarto.

–Bom dia! – Eu digo entrando no quarto.

–Xiu!

–Engraçado, já é a segunda pessoa que fala isso para mim hoje. – Eu digo rindo.

–Você ri por que não sabe como esta minha cabeça.

–Pelo seu estado de ontem, posso imaginar. Posso saber por que bebeu tanto? Por acaso era para esquecer que esta se casando? – Eu digo colocando a bandeja na cômoda.

Ele tira a cabeça de baixo do travesseiro e me olha com a sobrancelha arqueada.

Eu vou até ele e dou um selinho, ele abre um enorme sorriso e me joga na cama ao seu lado.

–Para comemorar!

–Sei. – Eu brinco com ele.

–Serio, quem iria me aturar se não você?

–Eu sei que a fila é bem grande.

–Você é a única que eu quero. Você é a certa para mim e eu quero ser o certo para você. – Ele me sorri encantadoramente.

– Você é o meu certo, o meu errado, você é o meu ‘felizes para sempre’.

Ele me beija.

–Não tem ressaca que possa com isso. – Ele diz sorrindo.

–Endorfina o melhor remédio. –Eu me levanto. – Agora vem tomar seu café por que temos muita coisa para fazer. Temos um casamento para irmos amanhã. – Eu olho para o meu celular esperançosa. –Isso claro se meu vestido ficar pronto.

–Você pode casar com a sua camisa de hóquei. – Ele ri.

– Nem brinca com isso.

–Você estava tão sex com aquela camisa. – Ele vem em minha direção e me abraça, fechas os olhos. –Sabe aquela noite eu tive uma das visões mais lindas de toda a minha vida. Valeu a pena, mesmo levando uma livrada na cabeça.

–É a arte moderna te pegou de jeito. –Eu rio.

–Eu diria que sim.

Meu celular vibra em minha mão.

–Acho que não vamos compartilhar a minha camiseta de hóquei com o resto do mundo, meu vestido acabou de ficar pronto.

O Dia do casamento.

Eu estou deitada no peito de Oliver, quando ouço um bater na porta. Meio sonolenta eu ponho um roupão e vou até a porta.

Thea entra feito um furação, com um monte de bobs nos cabelos e um roupão não melhor que o meu. Chega até o irmão e o empurra da cama.

Oliver dá um salto e fica em posição de combate. Mas da um grito ao ver o estado da irmã.

–Thea, vai matar outro de susto.

–Acorda, acorda. – Oliver volta a sentar na cama. –Levanta, nem pense em voltar a dormir, temos um casamento hoje, e vocês são os noivos. - Ela vira para mim. –Seu vestido esta no quarto da minha mãe, e o massagista, manicure, cabelereira e esteticista estão te esperando. –Ela vira para o irmão. –Oliver vou levar sua noiva, te devolvo quando você estiver no altar.

Quando sai levei um grande susto. Havia um exercito marchando pela casa, Moira, Caio, Liza e minha mãe davam ordens como se fossem generais. Vi meu pai ao canto meio desnorteado.

Entrei em um quarto e vi que ele esta todo modificado, a cama, cômoda e mesas tinha desaparecido, em vez disso haviam flores espalhadas por todos os lugares, luzes amenas e perfumes, uma cadeira de frente para um espelho e no banheiro a banheira estava preparada para um banho de princesa.

Eu preciso dizer, eles realmente sabem como deixar uma mulher relaxada e quando tudo terminou eu me olhei no espelho e não me reconheci. Eu estava deslumbrante, meu vestido de alguma maneira era mais lindo que o outro, era rendado, com um decote discreto em v, e por incrível que pareça minha barriga não havia crescido muito, então eu realmente esta bonita.

Ouço batidas na porta e Thea entra acompanha de Moira, da minha irmã e minha mãe.

–Você já esta quase pronta.- Minha mãe segura as lagrimas para não chorar.

–Eu vim te trazer algo azul. – Ela me deu um par de brincos com suas pedras de topázio em cada. – Eu usei em meu casamento e agora é seu.

–Mãe... não me faz chorar. – Eu digo tentando me segurar. –Ela me dá um beijo.

–Eu te trouxe algo emprestado. –Moira tirou uma tiara de um estojo. – Esse tiara foi da minha avó, minha mãe usou e eu usei.

Era algo simples e delicado, que se encachava perfeitamente no meu coque lateral, e deu o toque que faltava ao meu penteado.

–E nos duas, decidimos te trazer algo novo. -Liza deu um sorriso a Thea. Que abriu um estojo que continha uma gargantinha. Liza a pegou e colocou em meu pescoço.

–É ouro branco e essa fileira e de diamantes. – Eu fiquei pasma. Enquanto Thea explicava.

–Eu não posso aceitar.

–É o nosso presente de casamento. –Liza disse brava.

–Falta algo velho. –Minha mãe faz as contas.

–Eu já tenho. – Eu seguro o cordão que John me deu, a medalha não sai de dentro do decote, mas isso dá um tom de mistério para o meu luck final.

–Você esta linda. – Eu ouço a voz do meu pai a porta, é um misto de orgulho, felicidade e uma pontada de tristeza. –Já estão esperando a noiva.

Todos saem e me deixa sozinha com meu pai.

–Você não pode imaginar o quão feliz eu estou te vendo assim, você me orgulhou de todas as maneiras que uma filha pode orgulhar um pai. – Ele me dá um beijo na testa. – Esta preparada? -Ele me estende o braço.

–Pai, você se importaria em me dar dois minutos? – Ele me olha confuso. Mas sai e me deixa só.

Eu me encosto na mesa em frente ao espelho e me olho por um momento, eu me vejo, eu sei que não tenho duvidas, eu sei que ele é quem eu quero, e essa verdade me tranquiliza, e nesse momento eu sinto alguém me empurrando, me empurrando de dentro de mim. É como se ela me dissesse ‘vamos mamãe, o papai esta nos esperando’. Eu não posso evitar de sorrir.

–Você esta certa, seu pai deve estar nervoso. – Eu digo enquanto acaricio a minha barriga, mesmo por cima do meu vestido.

Quando saio meu pai me olha.

–Vamos?

–Vamos.

Quando chego ao jardim, vejo que esta como em um conto de fadas, o meu príncipe me esperava e eu era a princesa, preste a virar rainha, e sorri com a verdade que aquilo era.

A orquestra começa a tocar ‘Everything i do i do it for you’ uma linda musica, mas para nós dois significava muito mais.

Enquanto eu entrava eu pude vê-lo, e ele estava apreensivo até também me ver. Quando os últimos acordes tocaram eu estava ao seu lado.

O padre começou e Oliver não largava da minha mão.

–Agora os votos dos noivos. – O padre disse.

–Eu passei anos em um lugar sozinho, e diferente do que todos possam pensar a ilha não saiu de mim tão fácil quanto eu sai dela, eu estava fechado dentro de dor e sofrimento, e a primeira vez que eu realmente sorri foi quando fui buscar ajuda de uma certa TI, foi um sorriso simples, nada coreografado para o mundo. Felicity, você com o seu jeito meigo e divertido me tirou do sofrimento que eu guardava dentro de mim, você é minha melhor amiga, você é minha vida. Um ‘eu te amo’ nunca seria capaz de expressar o que sinto por você. Hoje você me torna o homem mais feliz que já existiu nesse mundo.

Eu não aguento e começo a chorar, ele me dá um beijo na testa. Respiro profundamente, e tento me acalmar.

Eu tinha um discurso pronto, mas ele não servia agora, era muito pouco em comparação ao que eu sentia agora.

–Eu fiz um discurso, e o decorei, mas olhando agora, eu sei que ele não é de nenhum valia. – Eu paro e penso. – Hoje, na verdade agora pouco, eu estava me olhando no espelho imaginando esse momento agora, seu rosto, seus olhos nos meus, eu sabia que esse momento iria mudar toda minha vida, e a única coisa que eu senti foi serenidade, como se minha vida me trousse a você, chame de destino, carma, - Eu ri. – Mas minha vida inteira me trousse até você, você é a minha felicidade. Meu amor. Minha paz. Meu porto seguro. Minha força. – Eu olhei para a mansão. –Quando estava lá em cima teve outra coisa que me trousse aqui para baixo. –Eu peguei a sua mão e coloquei em minha barriga. –Ela também estava ansiosa para te ver.

Vejo seus olhos brilhando, ele havia entendido. Ele me rodopia no ar e todos batem palmas.

–Senhores. – Ouço a voz do padre.

Oliver me coloca no chão e agora é ele que fica vermelho.

–Oliver Jonas Queen, aceita Felicity Smoak

Oito dias para o casamento.

Quando acordo já passa das onze da manhã, Oliver esta agarrado a mim como uma videira. Com o meu movimento ele acaba acordando.

–Bom dia? – Ele diz meio sonolento.

–Bom dia. –Ele não me solta. –Temos que levantar. –Eu digo tentando me soltar. Mas ele me puxa para mais perto.

–Não mesmo. – Ele me beija o pescoço. –Aqui esta bem melhor.

Não posso discordar, ali estava realmente muito bom. Mas eu precisava acionar o seguro do carro, e magicamente fazer aparecer um vestido de noiva em oito dias. Lembrar isso me deixou triste.

–Oliver. – Eu digo sem saber como abordar esse tema. Ele me olha serio. – Acho que temos que adiar o casamento.

–NÃO! Nem pense nisso. – Ele é enfático.

–Mas não tem como em oito dias eu fazer brotar um vestido do nada. Foram dois meses e mesmo assim ficou pronto quase na data. Eu não sei o que fazer.

–Vamos dar um jeito nisso.

–Como? – Eu digo meio cética.

–Olha, a gente já deu jeito em uma psicopata, em um maluco, uma liga inteira, e em agentes do governo, acho que podemos dar um jeito nesse problema também. – Ele diz brincalhão.

–Acho que você não entende, o que esse vestido significa, e isso não é só para mim, mas para qualquer noiva. –Digo tristonhamente.

–Eu sei, e você vai ter o vestido mais bonito. –Ele me diz beijando meu pescoço, ombros e costas, causando-me cosquinhas, não posso evitar de rir. -Outra coisa, minha mãe chega hoje.

–Ai temos outro problema.

–Eu sei.

–Eu não tenho noção de como reaproximar a sua mãe da sua irmã.

–Mas eu tenho. – Ele me diz sorrindo.

–Serio? –Digo cética.

– Sim, e o seu vestido vai nos ajudar.

Uma hora, Moira já estava reinstalada em seu quarto. E juntos fomos para o ateliê de Gabriel.

Estávamos, eu, Moira, Caio e John (apesar de John só estar de corpo, por que para ele tudo era divertido) tentando convencer Gabriel há fazer outro vestido quando Oliver e Thea chegam.

Thea ao ver a mãe, dá um passo para traz, mas Oliver segura em seu braço impedindo que ela se afastasse, ele diz alguma coisa em seu ouvido que parece acalma-la. Eu finjo que não vi a sena.

–Gabriel, por favor? Eu sofri um acidente ontem, meu carro pegou fogo e meu vestido estava lá, você quer que eu desmarque o meu casamento?

–Minha cara, eu tenho outros três vestidos de casamento para entregar em um mês.

–Não é para o próximo mês. –Thea toma posição. – É para a próxima semana.

–Você tem noção que esse é o casamento mais comentado dos últimos tempos, você pode fazer com que minha nora entre com um vestido assinado por você, ou podemos entrar em um avião aqui e ir buscar um em Milão ou Paris, só estamos te dando a chance de colocar o seu nome nessa historia, por que em nove dias as capas das revistas, jornais, colunas sociais, editoriais de moda irão ter uma pessoa na capa, e essa pessoa poderá estar vestindo um vestido seu ou não, tudo depende de você. – Moira foi superior, de um jeito que deixou todos nós de boca aberta. Até mesmo Oliver não teve o que dizer.

Gabriel parecia ter perdido a ligação entre o cérebro e a boca, pois ficou mudo por um bom tempo.

–Então Gabriel o que será? – Thea o indagou. – Esse casamento ira sair você pode ajudar agora ou chorar depois.

Sete dias para o casamento.

Thea perdoou a mãe!

Eu estou tão feliz, e chorona. Serio meus hormônios vão me levar a loucura.

Depois de convencermos Gabriel à fazer o vestido, Oliver e Diggle foram para as industrias Queen, deixa-nos para escolher o modelo e a tática para apronta-lo.

Quando voltamos a nos reunir Thea queria ir e pediu a Caio para que a levasse, já que ela tinha vindo com o irmão, mas eu inventei uma desculpa para que ela fosse conosco, e Caio vendo isso logo a confirmou (serio eu e Caio somos irmãos de pais diferentes), obrigando assim a Thea nos acompanhar. No carro foi o maior clima pesado, eu criava um assunto, Moira até ajudava mais Thea o quebrava logo em seguida.

–Onde estamos indo? – Thea percebeu que o rumo não era do meu antigo apartamento.

–Vamos conversar. –Eu disse com simplicidade.

–Felicity, se ela não quer falar comigo não adianta forçar.

–Agora você quer joga a culpa de tudo isso em mim? Dando uma de mãe compreensiva.

Eu paro o carro em frente a porta da mansão. Eu saio e vou em direção ao escritório, sendo acompanhada pelas duas. Thea não para de berrar coisas sem nexo.

–Agora chega. – Eu grito. E as duas se espantam. – É o seguinte, esse vai ser o casamento de uma das pessoas que vocês mais amam, e ele não vai estar feliz por que vocês duas estão brigadas. –Viro para Thea. –Eu sei que o que a sua mãe fez é grave. – Eu viro para Moira. – E sei que você escondeu esse segredo para protege-la. – Eu saio andando pelo escritório. – Mas Oliver viveu cinco anos em uma ilha infernal, sobrevivendo sabe-se lá como, e o que ele merece de vocês é amor, e não discórdia. – Eu respiro. – Eu sei que vai ser difícil esquecer, mas o primeiro passo é perdoar Thea, é o melhor para você, para sua mãe e para o seu irmão.

–Eu não sei se consigo. – Ela diz entre lagrimas.

Moira esta parada em prantos.

–Guarde o que puder ser guardado, e jogue fora o que te faz mau. –Eu digo simplesmente.

–Não é fácil. – Thea sussurra.

–Mas é o primeiro passo. – Eu tento incentiva-la.

Moira dá o primeiro passo em direção a filha que termina o percurso. As duas se abração.

–Me perdoa? – Moira diz entre soluços.

–Guarde o que puder ser guardado, jogue forra o resto. –Thea repetiu as minhas palavras.

Cinco dias para o casamento.

Minha família chegou. A mansão esta uma bagunça, e pela cara de Oliver ele esta adorando, mesmo sendo quase impossível sairmos para o segundo expediente.

Quatro dias para o casamento.

Hoje foi o jantar de ensaio, só uma desculpara para beber e comer em exagero. Meu tio Igor bebeu mais vodca que o indicado e começou a falar russo como se todos intendessem, foi hilário, e o mais divertido foi que Oliver respondia como se fosse a coisa mais normal.

Dois dias Para o casamento.

O meu vestido ainda não esta pronto.

Eu não sei o que fazer!

Hoje é a minha despedia de solteira e a de Oliver. Eu tenho até medo de ver o que vai nos acontecer.

Um dias para o casamento.

Eu tinha razão, quando acordei no dia seguinte eu estava acabada, mas graças a minha gravides não estava de ressaca e lembrava de tudo, dançamos a noite toda e meus pés estão moídos por causa do salto.

Já quanto à ressaca de Oliver, bem digamos que quando ele chegou uma meia hora depois de mim, estava tão bêbado, que se hoje ele não acordar com uma parada de quatro de julho na cabeça vai ser milagre.

Quando levanto e saio do meu quarto minha irmã esta se arrastando pelo corredor.

–Bom dia. – Falo deliberadamente alto.

–Xiu!!! – Ela fala e eu dou risada. – Você só esta inteira assim porque esta carregando minha sobrinha, é o único motivo.

–Vamos tomar um café para vê se tira essa ressaca.

–Vou precisar de uma fazenda de café inteira.

–Vamos precisar de duas! Oliver chegou pior que você.

–Gosto mais dele a cada minuto. –Ela diz sorrindo.

Descemos as escadas e encontramos todos à mesa. Tomamos café e peço uma das empregadas fazer uma bandeja com café e um suco de laranja bem gelado e levo para Oliver.

Volto com a bandeja para o quarto.

–Bom dia! – Eu digo entrando no quarto.

–Xiu!

–Engraçado, já é a segunda pessoa que fala isso para mim hoje. – Eu digo rindo.

–Você ri por que não sabe como esta minha cabeça.

–Pelo seu estado de ontem, posso imaginar. Posso saber por que bebeu tanto? Por acaso era para esquecer que esta se casando? – Eu digo colocando a bandeja na cômoda.

Ele tira a cabeça de baixo do travesseiro e me olha com a sobrancelha arqueada.

Eu vou até ele e dou um selinho, ele abre um enorme sorriso e me joga na cama ao seu lado.

–Para comemorar!

–Sei. – Eu brinco com ele.

–Serio, quem iria me aturar se não você?

–Eu sei que a fila é bem grande.

–Você é a única que eu quero. Você é a certa para mim e eu quero ser o certo para você. – Ele me sorri encantadoramente.

– Você é o meu certo, o meu errado, você é o meu ‘felizes para sempre’.

Ele me beija.

–Não tem ressaca que possa com isso. – Ele diz sorrindo.

–Endorfina o melhor remédio. –Eu me levanto. – Agora vem tomar seu café por que temos muita coisa para fazer. Temos um casamento para irmos amanhã. – Eu olho para o meu celular esperançosa. –Isso claro se meu vestido ficar pronto.

–Você pode casar com a sua camisa de hóquei. – Ele ri.

– Nem brinca com isso.

–Você estava tão sex com aquela camisa. – Ele vem em minha direção e me abraça, fechas os olhos. –Sabe aquela noite eu tive uma das visões mais lindas de toda a minha vida. Valeu a pena, mesmo levando uma livrada na cabeça.

–É a arte moderna te pegou de jeito. –Eu rio.

–Eu diria que sim.

Meu celular vibra em minha mão.

–Acho que não vamos compartilhar a minha camiseta de hóquei com o resto do mundo, meu vestido acabou de ficar pronto.

O Dia do casamento.

Eu estou deitada no peito de Oliver, quando ouço um bater na porta. Meio sonolenta eu ponho um roupão e vou até a porta.

Thea entra feito um furação, com um monte de bobs nos cabelos e um roupão não melhor que o meu. Chega até o irmão e o empurra da cama.

Oliver dá um salto e fica em posição de combate. Mas da um grito ao ver o estado da irmã.

–Thea, vai matar outro de susto.

–Acorda, acorda. – Oliver volta a sentar na cama. –Levanta, nem pense em voltar a dormir, temos um casamento hoje, e vocês são os noivos. - Ela vira para mim. –Seu vestido esta no quarto da minha mãe, e o massagista, manicure, cabelereira e esteticista estão te esperando. –Ela vira para o irmão. –Oliver vou levar sua noiva, te devolvo quando você estiver no altar.

Quando sai levei um grande susto. Havia um exercito marchando pela casa, Moira, Caio, Liza e minha mãe davam ordens como se fossem generais. Vi meu pai ao canto meio desnorteado.

Entrei em um quarto e vi que ele esta todo modificado, a cama, cômoda e mesas tinha desaparecido, em vez disso haviam flores espalhadas por todos os lugares, luzes amenas e perfumes, uma cadeira de frente para um espelho e no banheiro a banheira estava preparada para um banho de princesa.

Eu preciso dizer, eles realmente sabem como deixar uma mulher relaxada e quando tudo terminou eu me olhei no espelho e não me reconheci. Eu estava deslumbrante, meu vestido de alguma maneira era mais lindo que o outro, era rendado, com um decote discreto em v, e por incrível que pareça minha barriga não havia crescido muito, então eu realmente esta bonita.

Ouço batidas na porta e Thea entra acompanha de Moira, da minha irmã e minha mãe.

–Você já esta quase pronta.- Minha mãe segura as lagrimas para não chorar.

–Eu vim te trazer algo azul. – Ela me deu um par de brincos com suas pedras de topázio em cada. – Eu usei em meu casamento e agora é seu.

–Mãe... não me faz chorar. – Eu digo tentando me segurar. –Ela me dá um beijo.

–Eu te trouxe algo emprestado. –Moira tirou uma tiara de um estojo. – Esse tiara foi da minha avó, minha mãe usou e eu usei.

Era algo simples e delicado, que se encachava perfeitamente no meu coque lateral, e deu o toque que faltava ao meu penteado.

–E nos duas, decidimos te trazer algo novo. -Liza deu um sorriso a Thea. Que abriu um estojo que continha uma gargantinha. Liza a pegou e colocou em meu pescoço.

–É ouro branco e essa fileira e de diamantes. – Eu fiquei pasma. Enquanto Thea explicava.

–Eu não posso aceitar.

–É o nosso presente de casamento. –Liza disse brava.

–Falta algo velho. –Minha mãe faz as contas.

–Eu já tenho. – Eu seguro o cordão que John me deu, a medalha não sai de dentro do decote, mas isso dá um tom de mistério para o meu luck final.

–Você esta linda. – Eu ouço a voz do meu pai a porta, é um misto de orgulho, felicidade e uma pontada de tristeza. –Já estão esperando a noiva.

Todos saem e me deixa sozinha com meu pai.

–Você não pode imaginar o quão feliz eu estou te vendo assim, você me orgulhou de todas as maneiras que uma filha pode orgulhar um pai. – Ele me dá um beijo na testa. – Esta preparada? -Ele me estende o braço.

–Pai, você se importaria em me dar dois minutos? – Ele me olha confuso. Mas sai e me deixa só.

Eu me encosto na mesa em frente ao espelho e me olho por um momento, eu me vejo, eu sei que não tenho duvidas, eu sei que ele é quem eu quero, e essa verdade me tranquiliza, e nesse momento eu sinto alguém me empurrando, me empurrando de dentro de mim. É como se ela me dissesse ‘vamos mamãe, o papai esta nos esperando’. Eu não posso evitar de sorrir.

–Você esta certa, seu pai deve estar nervoso. – Eu digo enquanto acaricio a minha barriga, mesmo por cima do meu vestido.

Quando saio meu pai me olha.

–Vamos?

–Vamos.

Quando chego ao jardim, vejo que esta como em um conto de fadas, o meu príncipe me esperava e eu era a princesa, preste a virar rainha, e sorri com a verdade que aquilo era.

A orquestra começa a tocar ‘Everything i do i do it for you’ uma linda musica, mas para nós dois significava muito mais.

Enquanto eu entrava eu pude vê-lo, e ele estava apreensivo até também me ver. Quando os últimos acordes tocaram eu estava ao seu lado.

O padre começou e Oliver não largava da minha mão.

–Agora os votos dos noivos. – O padre disse.

–Eu passei anos em um lugar sozinho, e diferente do que todos possam pensar a ilha não saiu de mim tão fácil quanto eu sai dela, eu estava fechado dentro de dor e sofrimento, e a primeira vez que eu realmente sorri foi quando fui buscar ajuda de uma certa TI, foi um sorriso simples, nada coreografado para o mundo. Felicity, você com o seu jeito meigo e divertido me tirou do sofrimento que eu guardava dentro de mim, você é minha melhor amiga, você é minha vida. Um ‘eu te amo’ nunca seria capaz de expressar o que sinto por você. Hoje você me torna o homem mais feliz que já existiu nesse mundo.

Eu não aguento e começo a chorar, ele me dá um beijo na testa. Respiro profundamente, e tento me acalmar.

Eu tinha um discurso pronto, mas ele não servia agora, era muito pouco em comparação ao que eu sentia agora.

–Eu fiz um discurso, e o decorei, mas olhando agora, eu sei que ele não é de nenhum valia. – Eu paro e penso. – Hoje, na verdade agora pouco, eu estava me olhando no espelho imaginando esse momento agora, seu rosto, seus olhos nos meus, eu sabia que esse momento iria mudar toda minha vida, e a única coisa que eu senti foi serenidade, como se minha vida me trousse a você, chame de destino, carma, - Eu ri. – Mas minha vida inteira me trousse até você, você é a minha felicidade. Meu amor. Minha paz. Meu porto seguro. Minha força. – Eu olhei para a mansão. –Quando estava lá em cima teve outra coisa que me trousse aqui para baixo. –Eu peguei a sua mão e coloquei em minha barriga. –Ela também estava ansiosa para te ver.

Vejo seus olhos brilhando, ele havia entendido. Ele me rodopia no ar e todos batem palmas.

–Senhores. – Ouço a voz do padre.

Oliver me coloca no chão e agora é ele que fica vermelho.

–Oliver Jonas Queen, aceita Felicity Smoak Thompson como sua esposa, para ama-la e respeita-la, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza por todos os dias da sua vida.

–Sim. –Ele sorri e coloca a aliança em meu dedo.

– Felicity Smoak Thompson, aceita Oliver Jonas Queen como seu marido, para ama-lo e respeita-lo, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza por todos os dias da sua vida.

–Sim. – Eu digo e coloco a aliança em seu dedo.

–Eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.

Oliver me puxa para si e me inclina para traz, como em um beijo de filme antigo eu estou perdida em seus braços.

Agora nossa vida iria começar, como uma.

E aquele meu primeiro erro, foi o que levou a todos os nossos acertos.

Puxa para si e me inclina para traz, como em um beijo de filme antigo eu estou perdida em seus braços.

Agora nossa vida iria começar, como uma.