O voo dos vagalumes – Tachibana Anne

Hotarubi No Mori E

Eu deveria aprender que nem sempre há finais felizes, muito menos haveria de ter no meu caso.

O Gin era intocável, como uma delicada boneca de porcelana que pode quebrar a qualquer instante, qualquer toque. E foi o que aconteceu, ele quebrou.

Foi um choque e só sobraram suas vestes em minhas mãos.

As lagrimas rolaram como chuva pelo meu rosto.

Eu nunca mais o veria me esperando na entrada da floresta, eu nunca escutaria sua voz. E tudo por causa de um toque.

De repente o verão ficou mais frio, mais solitário.

(...)

Outro verão e estou na casa do meu tio, hoje a noite é o festival dos espíritos da floresta.

Visto minha yukata e saio rumo a floresta, os vagalumes me rodeiam e da uma sensação de conforto, logo a frente o lugar aonde ele sempre me esperava sentado todos os dias do verão.

Lembranças que nunca serão apagadas, lembranças por toda minha vida.

E vejo uma miragem, aquele sorriso inocente e os cabelos cor da neve. Tão puro.

-Hotaru.

-Gin?

-Você está bonita hoje.

Dou um sorriso, é, ele veio.

Corro para um abraço, que é retribuído e logo se desfaz em um voo de vagalumes brilhantes.

-Para sempre, para sempre com você Hotaru.

-Sim Gin, para sempre.

Sou tão ingênua, Gin não desapareceu, ele estará para sempre aqui junto aos vagalumes, aqueles lindos vagalumes, que vão proteger nossas lembranças. Para todo o sempre, eu e você.

Um adeus solitário e lágrimas em sua face, não se esqueça nos encontraremos no próximo verão. O próximo verão de luzes brilhantes e o seu cheiro.

Por favor nunca me esqueça Gin.