I Wish You Love escrita por hatsuyukisan


Capítulo 20
Capítulo XX


Notas iniciais do capítulo

Tardo mas não falho 8D
E venho com o fim desse dramalhão que vocês acompanharam u_u Sim! Acabou T_T Vou sentir saudade dessa minha novelinha, mas em breve possivelmente acho que talvez estarei começando uma nove. Aguardem ;D
Bom, espero que sejam compreensivo e não me batam m(__)m
Não esqueçam que apesar de tudo titia aqui não vive sem vocês k3
Reviews, morecos? :*



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    Yuki preferiu não contar à Asuka sobre aquela manhã em que acordou nos braços de Hizumi e não saiu mais dali até começar a se preocupar com possíveis anúncios de “desaparecida” na tv. Contou sim à amiga sobre o ocorrido com Uruha e quando esta a perguntou:

       - E agora, Yuki?

       - Agora tudo bem.

       - Como assim “tudo bem”?

       - Eu tô bem, Asuka. Confia em mim.

       - Bem como? Sozinha? Onde você vai morar? Com quem? Você tá saindo com alguém?

       - Calma, Asuka. Eu me viro. Eu tô bem. Quando a hora chegar você vai saber.

    Evidentemente Asuka não engolia a desculpa da amiga. Não sossegou até Yuki não prometer que levaria o “namorado misterioso” à festa de Natal na casa deles. Por um momento Yuki hesitou, temeu a reação de Asuka. Ela nunca aceitara o fato de Hizumi ter ficado tanto tempo longe sem ao menos dar notícias. No fundo ela tinha medo. Medo de perder seu posto. Afinal Asuka sabia o quanto os dois combinavam, sabia o quanto entendiam um ao outro. Temia certas coisas que ela não era capaz de entender sobre a personalidade peculiar de Yuki, as quais ele entendia perfeitamente. “Mas ela é bem crescidinha, vai ter que aceitar. Ela seguiu o rumo dela com o Ruki e eu dei o maior apoio, chegou a vez dela me apoiar”, pensou Yuki, do alto de seu egocentrismo.

    Yuki remexeu a bolsa a procura de suas chaves, assim que as achou, colocou-a no trinco e girou-a. Abriu a porta, tirou os sapatos e entrou em casa. Um dos gatos logo veio se enroscar nos seus pés. Ela soltou a bolsa sobre o assento do sofá e apanhou o bichano no colo. Andou pelo corredor e adentrou o quarto no final dele. E lá estava ele: sentado, tamborilando os dedos na mesa com uma mão e apoiando a cabeça com a outra, despenteado diante de uma pilha de papéis amassados, parecendo um tanto sonolento.

       - Oi. – ela sorriu e se aproximou dele, pondo o gato no chão. – Escrevendo?

       - Tentando. – Hizumi sorriu de canto, frustrado.

       - Tenho uma coisa pra te pedir. – Yuki se sentou na cama, de frente para a cadeira dele.

       - Hum... – ele foi se sentar ao lado dela – Envolve algemas e roupas de couro?

       - Não, bobo. – riu e deu um tapinha no ombro dele.

       - Então o que é? – ele riu também, passando o braço em volta dos ombros dela.

       - Tem planos pro Natal?

       - Além de ficar com você? Nenhum.

       - Sabe, tem a festa de Natal na casa da Asuka...

       - Ouch... Preciso levar guarda-costas ou é seguro ir sozinho? – ele brincou.

       - Não sei. – Yuki riu – É que sabe... Já faz algum tempo desde que tudo aconteceu e ela nem sabe que eu tô morando com você, nem ao menos sabe que nós estamos juntos. Não acho justo com ela e...

       - Não precisa fazer esse discurso todo, menina. – ele a interrompeu, sorrindo – Eu vou.

       - Vai? Quer dizer, tudo bem pra você? Talvez você tivesse planos com os meninos e tudo mais...

       - Claro que vou. Tá mais do que na hora né? – esboçou um meio sorriso.

       - É. – Yuki sorriu em resposta deixando-se levar pelo abraço dele.

  Semanas depois lá estava Yuki, de frente para o espelho, olhando para a imagem refletida com um sorriso nos lábios. Via-se de jeans, camiseta, casaco de lã, botas, cabelos soltos sobre os ombros e sem maquiagem. Era assim que gostava de ser, assim que gostaria poder ser o tempo todo. Era assim que se encontrava.

       - Tá pronta? – Hizumi entrou no quarto enrolando o cachecol vermelho no pescoço.

       - Tô. – Yuki balançou a cabeça afirmativamente e desviou a atenção do espelho. – E você?

       - Pronto. – suspirou, sorrindo em seguida.

       - Pegou o vinho?

       - Peguei. – ele mostrou a garrafa que carregava.

       - Ótimo. – ela sorriu. – Vamos então.

  Os dois desceram juntos até a garagem do prédio, entraram no carro e foram até a casa de Asuka, quase do outro lado da cidade. Não demoraram a chegar lá devido ao transito tranqüilo por conta do Natal. Yuki olhava pela janela para as casas imaginando que a essa hora as famílias todas estivessem reunidas celebrando. Quando se deu conta já estavam na frente da casa de Asuka e Ruki. Yuki tocou o interfone e identificou-se, Ruki abriu o portão e mandou-os subirem. Os dois entraram no elevador e viram-se refletidos no espelho grande em frente de si. A moça sorriu ao pensar que aquela era uma imagem da qual nunca se livraria na vida. Sentiu Hizumi tomar sua mão e notou que ele também sorria. O elevador suavizou e parou.

       - Ei... – disse Yuki, enquanto eles andavam pelo corredor vazio.

       - Huh? – ele se virou para ela, os dois parados em frente a porta do apartamento.

       - Eu te amo. – a morena sorriu e tocou a campainha.

       - Eu também te amo. – Hizumi sussurrou em resposta quando ouviu passos vindos do outro lado da porta.

       - Yuki! – Ruki veio abrir a porta.

       - Oi, Ruki! – ela sorriu e abraçou o vocalista – Feliz Natal.

       - Feliz Natal pra você também. – ele a soltou.

       - Ruki, esse é o Hizumi. – ela apontou o outro vocalista.

       - Sei. Já ouvi falar. – Ruki sorriu – Prazer, Ruki.

       - Prazer. E Feliz Natal. – respondeu Hizumi.

       - Obrigado, e igualmente. Agora não fiquem parados aí, entrem, vamos. – disse o menor, guiando-os para dentro do apartamento. – Asuka, a Yuki chegou. – Ruki anunciou assim que viu a esposa conversando com Kai e Yuriko.

       - Yu... – Asuka se virou animada mas o sorriso pareceu desbotar no instante em que viu o braço de Hizumi em volta dos ombros da amiga. - ...ki. Oi.

       - Oi. – Yuki sorriu e foi abraçá-la. – Feliz Natal.

       - Feliz Natal. – Asuka correspondeu o abraço, ainda em estado de choque.

       - Desculpa não ter te falado antes. – a mais nova cochichou.

       - Tudo bem. É inevitável, não é? – a ruiva soltou a amiga.

       - Acho que sim. – Yuki sorriu tristemente ao ver que a outra tinha uma lágrima no canto do olho.

       - Oi, Asuka. – Hizumi se aproximou – Feliz Natal.

       - Feliz Natal. – e para a surpresa e alegria de Yuki, os dois se abraçaram. – E eu que achei que tinha me livrado de você. – Asuka brincou.

       - É... Ainda não foi dessa vez. – Hizumi riu um pouco.

       - Não acho que eu venha a me livrar de você tão cedo. Pelo menos não nessa encarnação. Não é mesmo, Yuki?

       - É. – Yuki sorriu com o comentário da amiga e acariciou a mão de Hizumi sobre seu ombro.

       - Mas fica o aviso: se você fugir de novo, eu te acho e te mato. – a ruiva apontou o peito do rapaz, séria.

       - Não se preocupe. Se eu fugir eu levo ela comigo. – ele trouxe Yuki para mais perto de si.

       - Não se atreva! Afinal um pedacinho dela ainda me pertence. – Asuka passou a mão nos cabelos da amiga.

   Ruki se juntou aos três e eles entraram numa conversa animada sobre uma coisa qualquer na qual Yuki não estava muito interessada. Ela correu os olhos pela sala e viu Reita sentado no sofá com uma garota bonita debaixo do braço, Kai segurava o filho nos braços enquanto conversava com Yuriko. Por fim, o olhar de Yuki atingiu o canto oposto da sala onde estava Uruha, com a conhecida taça de champagne na mão, sob o olhar carinhoso de Aoi enquanto o loiro falava. Yuki sorriu. Aoi notou que ela observava-os e sorriu de volta. Uruha virou-se para ver a quem era dirigido o sorriso de Aoi e a viu.

       - Eu já volto. – cochichou Yuki, tirando o braço de Hizumi de seus ombros e andando até os dois guitarristas em seguida.

       - Yuki. – Uruha engoliu em seco e sorriu.

       - Uru. – ela o abraçou. – Feliz Natal.

       - Feliz Natal pra você também. – o Takashima apertou o abraço, como se pedisse desculpas através daquele gesto.

       - Aoi. – Yuki soltou-se de Uruha e foi abraçar o outro – Feliz Natal.

       - Pra você também. – respondeu.

       - E aí? Tem cuidado direitinho do Shima como eu te pedi? – a moça sorriu olhando do moreno para o loiro.

      - Claro. – Aoi abraçou Uruha pela cintura, sorrindo.

      - Melhor do que ninguém eu aposto. – ela disse, vendo o brilho nos olhos dos dois.

      - Acho que sim. – o mais velho riu um pouco – Eu vou buscar mais uma taça de champagne, vocês querem?

      - Não, Aoi, obrigada. – Yuki balançou a cabeça.

      - Eu quero sim, amor, obrigado. – disse Uruha, alcançando a taça vazia ao Shiroyama e então este se retirou.

      - Tá feliz né? – perguntou Yuki ao ver que Uruha não tirava os olhos de Aoi mesmo ele estando longe.

      - Muito. – ele corou um pouco. – E você?

      - Também.

      - Mesmo?

      - Mesmo. O Hizumi e eu... Não tem saída, sabe?

      - Sei. Aliás eu sempre soube, desde aquele dia na Alemanha.

      - Sabe, amor de verdade é achar alguém que te faça ser o melhor de você, que ame o “você” que você ama. – ela parou por alguns instantes, sob o olhar sereno de Uruha e então riu de si mesma – Ah, deus, por que é que eu tô falando essas coisas?

      - Eu me sinto assim. – o loiro suspirou e sorriu, dirigindo o olhar a Aoi do outro lado da sala.  

      - E é isso que importa. – ela sorriu.

      - A gente nunca ia dar certo né? – comentou Uruha, em tom de brincadeira.

      - Não mesmo. – Yuki riu.

      - Qual é a piada? – Aoi voltou com as taças e alcançou uma à Uruha.

      - O destino. – respondeu a moça, sorrindo, ao ver que Hizumi se aproximava.

      - Hizumi. – Uruha sorriu um pouco e fez uma leve reverência.

      - Uruha. – Hizumi riu um pouco sem graça – Acho que te devo um pedido de desculpas né? Aquelas coisas que eu te disse não foram nada legais.

      - Nada disso, eu é que te devo um pedido de desculpas, eu entendo a sua atitude, no seu lugar eu faria a mesma coisa. – completou o guitarrista, passando o braço em volta da cintura do Shiroyama.

      - Yuki... – uma quarta voz entrou na conversa, chamando a morena pelo nome.

      - Kai. – ela sorriu surpresa ao ver o baterista atrás de si quando se virou. – Feliz Natal.

      - Igualmente. – e abriu um daqueles sorrisos típicos dele. – Escuta, a Asuka me disse que você tem uma vasta experiência com ceias de Natal, será que você pode vir até a cozinha e me dar uma mãozinha?

      - Ah, claro. – concordou, seguindo Kai até a cozinha. – Então... A ceia sobrou pra você de novo?

      - É. – ele riu um pouco, abrindo uma das panelas e checando o conteúdo – Aparentemente eu sou o único aqui que é corajoso o suficiente pra assar um peru.

      - E você tá se saindo muito bem pelo cheiro.

      - Acho que sim. Só preciso que me ajude com o purê. – ele sorriu um tanto descontente, olhando para as batatas cozidas. – Sempre que eu faço, ele fica cheio de caroços.

      - O segredo é deixar a panela no fogo e bater com manteiga e leite.

      - Ah, tá explicado. Eu sempre deixei as batatas esfriarem e aí colocava creme.

      - A maioria das pessoas faz isso. – ela comentou, enquanto ele pegava manteiga na geladeira. – E então, como vai a vida de homem de família?

      - Ótima, na medida do possível. Gostaria de poder passar mais tempo em casa com o meu filho, mas ser pai e ser rock star ao mesmo tempo não é tarefa fácil – riu um pouco.

      - Eu imagino. E a Yuriko? Vocês estão felizes?

      - Estamos. É... Acho que estamos. A gente discute as vezes, sabe? Mas nada de mais.

      - Sei como é. Casal que nunca briga é porque tem algo errado.

      - Concordo plenamente. E tem certas coisas que a vida simplesmente nos impõe, coisas contra as quais não podemos lutar.

      - É. Nem sempre somos os mestres do nosso próprio destino.

   O sinal sonoro do forno interrompeu a conversa para avisá-lo que o peru já estava assado. Yuki ajudou Kai a levar os pratos à mesa com um sorriso no rosto, se sentindo bem ao ver que tudo estava no seu lugar, mesmo depois daquele turbilhão de acontecimentos que marcaram a sua vida.

   Hizumi fora e voltara, Kai passara como uma chuva de verão, Uruha iluminou e fez sorrir, Asuka achara o homem de sua vida, Yuki chorou e riu com uma intensidade que nunca experimentara antes, dera tantas voltas quanto uma pessoa pode dar em quase dois anos. Tudo que parecia uma total desordem agora parecia perfeitamente claro e arrumado, diante da mesa posta, das velas acesas, das taças cheias e dos pratos fartos.

  Todos se reuniram em volta da mesa e então Ruki propôs um brinde àquela noite especial. Enquanto o ruivo dizia algumas palavras, Yuki repassou mentalmente tudo que vivera desde aquela noite em que encontrara o senhor Zenzo naquele clube e reconheceu que não se arrependia de nada que tinha feito, não se arrependia de não ter tentado. Se faria tudo de novo? Contanto que fosse para acabar do jeito que acabara, sem dúvida nenhuma.


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Notas finais do capítulo

The End, El Fin, Finito, Owari 終わり, enfim, como preferirem Ç_Ç



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