*Noite de Karaoke* - era o que aquele cartaz dizia. Eu e Aline decoramos tudo em dourado e preto. As músicas estavam no computador de Simon, o nosso NERD de computação, e Aline conseguiu as bebidas. A escola nos deu uma renda alta e com o dinheiro que sobrou, contratamos o Simon. O meu alarme tocou às 20:00 hrs, mandando eu me arrumar. Tomei banho, prendi o cabelo em uma trança em cascata que descia pelo ombro direito, coloquei um vestido roxo que parava na metade da coxa e meu all star preto de cano médio. Coloquei minhas luvas pretas que deixavam meus dedos à mostra e um colar preto bem justo no pescoço que destacava o meu tomara que caia. Passei gloss, rímel e lápis preto. Me olhei no espelho e gostei do que vi.

25 minutos depois.

O Karaoke já estava cheio. Íamos começar com a cantoria logo logo. A ordem seria sorteada. O padrão era: Solo, dueto, dueto, solo. Aline subiu ao pequeno palco e começou com a "festa". Izzy cantou Bring me to life com Sebastian, Aline cantou we can't stop, Mike e Daniel cantaram Numb e Simon cantou Get Lucky. Chegou a minha vez, Simon me perguntou qual música eu queria, mas eu só neguei, peguei o teclado e o tripé atrás do palco e instalei rapidamente no pequeno palco. As pessoas me encaravam, mas eu apenas sorri para Izzy na platéia, ela tinha me desafiado a tocar no Karaoke. Suspirei e, de relance, vi Jace me olhar surpreso. Comecei a introdução de titanium - By David Guetta ft. SIA.

– you shout it out, but I can't hear a word you say. I'm talking loud, not saying much.

*Piano*

– I'm criticized, but all your bullets ricochet. You shoot me down, but I get up.

*Piano outra vez*

– I'm Bulletproof, nothing to lose.

Fire away, fire away.

Ricochet, you take your aim

Fire away, fire away.

You shoot me down, but I won't fall

I am titanium.

You shoot me down, but I won't fall.

I am titanium.

*******************

Assim que acabei de tocar e cantar, todos me aplaudiram - menos Aline. Desci do palco e fui em direção à mesa de bebidas, sendo parada várias vezes para um "Parabéns" ou um "você arrasou". Na mesa, Jace me abordou.

– Uau, Fray! Não sabia que você cantava tão bem assim!

Eu corei e tentei desviar do assunto.

– Você vai cantar?

–Hummm, só se você cantar comigo! - Ele ergueu uma sobrancelha para mim.

– Tá bom, então não cante! - Eu dei língua para ele, que me puxou para bem perto, me colando ao seu corpo, minhas mãos em seu peito e as dele na minha cintura. Ele se aproximou de meu ouvido e sussurou.

– Vamos lá, Pequena! Canta uma musiquinha comigo! - Ele persuadiu-me com sua voz sedutora e eu assenti. Ele pediu broken da evanescence. Mas antes da minha parte começar, Aline armou o barraco no palco.

– Veja só, se não é a nossa Pequena miss sunshine órfã! - Só ela riu. - Aposto que sua mãe morreu de desgosto com a filha que tem!

Antes que Jace pudesse me segurar, corri e dei uma joelhada na boca do estômago de Aline. Ela eu soquei a cara dela. Aline caiu no chão, comigo em cima dela a socando e ela puxando meu cabelo.

– Piranha! - Ela berrou, assim que Jace me tirou de cima dela. Sebastian a segurou. Eu estava tão possessa que quase me livrei do aperto de aço de Jace.

– Jace, - Gritou Isabelle. - Tire a Clary daqui antes que ela nos faça o favor de matar Aline! - Jace me levou para o estacionamento, abrindo a porta de uma BMW preta e me empurrando para dentro. Ele deu a volta e entrou no carro também.

– Para onde vamos? - perguntei.

– Dar uma volta. - Ele sorriu.

– Me deixe voltar Jace! - Ordenei, mas ele negou e deu partida no carro. Ele acelerou, passando pelos portões igual uma bala. Ele ligou o rádio e eu reconheci minha música favorita tocando: A little piece of heaven do Avenged Sevenfold.

– Humm, - ele encarou o rádio. - Vou trocar, acho que você não conhce...

Mas eu já estava cantando. Ele sorriu e parou o carro. Estávamos em uma praça meio vazia. Ele saiu e abriu a porta para mim. Nos sentamos em um estreito banquinho sob a luz dourada do pequeno poste de luz. O braço dele roçando no meu.

– Está mais calma?

– Estou! - sorri frágil e sinceramente para ele.

– Não ligue para o que a Aline diz! Ela fica exaltada quando garotas mais bonitas que ela ficam perto de mim.

Nossa, como ele era convencido! Eu ri, mas minha risada se transformou em um choro baixo. Jace segurou meu rosto e o trouxe para perto do seu.

– Shhh! Não chore, Pequena! - ele parecia preocupado. - Não Cho...

Ele não terminou a frase, já estava me beijando. No começo, estranhei. Mas depois retribui, pousando as mãos em seus cabelos. As dele estavam em torno de mim, me prendendo a ele. Seu gosto era de hortelã e ele cheirava a sal e sangue. Eu me vi perdida, explorando sua boca, guardando ela na mente, arquivando seu cheiro e seu gosto e sua suavidade. Ele passava suas mãos por meus cabelos, soltando minha trança. E assim continuamos até meu pulmão gritar por ar e, pelo visto o dele também. Nos separamos, ofegantes. Ele com um olhar perdido e eu com um olhar confuso.

– O que Diabos você pensa que fez, Lightwood? Porque me agarrou desse jeito? - Gritei com ele.

– Te agarrei? Te agarrei? - Ele olhou incrédulo. - Eu posso até ter te beijado, mas não te obriguei a retribuir!

Droga! Ele tinha razão!

– É, mas eu...

– Sem desculpas, Fray! Eu sei que você me quer! - Ele deu outro sorriso presunçoso.

– Eu te odeio, Jace! - Berrei, sentindo meu coração vacilar. Isso só acontecia quando eu mentia. Nós voltamos para o carro e fizemos o caminho de volta à escola em silêncio.