The Starting Line escrita por Urania


Capítulo 1
Cada coração é uma pipa de papel


Notas iniciais do capítulo

Olá, cambada. Comecei essa fic tem um tempão, e sempre que podia escrevia um pouquinho nela. Finalmente, alguns meses depois, ela ficou pronta e gostei do jeito que ficou. Deliciem-se com o meu inesperado surto de não-drama e não-melosice (Essa palavra não existe, mas acho que vocês estenderam o que eu quis dizer). Eu sei que a música não tem muito a ver, mas quando eu comecei a escrever tinha, só não consigo me lembrar exatamente o que eu ia fazer pra ter a ver hahahaEnfim, apreciem, e aqui está o link da música no youtube:http://www.youtube.com/watch?v=lVcGvwLho7k



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Pingos de chuva escorriam livremente pela janela do quarto. Caíam com tanta força e fluidez que poderiam quebrar o vidro e alagar todo o aposento...

Ou assim esperava Rose Weasley. Deitada na cama de barriga para cima, observava as nuvens pintadas por ela mesma em seu teto depois daquele dia. Moviam-se, como se o dia lá fora fosse apenas um sonho, e ela estivesse realmente em um dia ensolarado de verão.

A tensão inundava-a por completo, e por mais que ela tentasse se concentrar nas nuvens brancas e no sol radiante acima dela, o que via estava bem mais acima, caindo em velozes pingos vindos do céu, tendo como trilha sonora o constante ruído da chuva na janela.

Tudo o que via era um borrão.

E tudo o que ouvia era o barulho dos pingos da chuva, socando o vidro, como se quisessem estilhaçar o mundo em um milhão de cacos.


This town was a lovers stage, but now you can't recognize
The streetlights that are daggers to your eyes
You can't find your bearings, you're slipping into the ground
The scene has no color and no sound.

(Esta cidade era um palco de amantes, mas agora você não pode reconhcê-la
Os postes que são como adagas aos seus olhos
Você não consegue achar orientação, está escorrendo para dentro do chão
A cena não tem cor ou som)

Dois adolescentes gritavam no meio de um corredor deserto. O som de trovões reverberava por todo o castelo; as grossas paredes, inúteis, para conter o som da tempestade. A noite estava mais escura que o normal, fazendo com que a cena toda se assemelhasse a um antigo filme de terror.

– Malfoy, eu entendo que você me odeia acima de qualquer ser no universo! Mas qual é o seu problema com o Collins? – Perguntava uma ruiva esbaforida, correndo atrás de um loiro. Suas expressões não poderiam ser mais raivosas.

– Não sei, Weasley! – Ele não parou de andar, e nem virou-se para encará-la. - Só me deu vontade de socar a cara daquele idiota, algum problema?

– É claro que sim! – Sua expressão mudou de raivosa para ultrajada – Eu sou monitora chefe, e você, sem explicação aparente, soca um dos meus melhores amigos na minha frente! O que você esperava que eu fizesse?

Ele continuou a andar, como se a menina não fosse mais do que um inseto zunindo irritantemente em seus ouvidos.

– Você queria que eu passasse a mão na sua cabeça e te dissesse que o que você fez foi o certo?

Ela parara de andar, e ele, percebendo que não mais estava sendo seguido, também parou, dando um suspiro audível, apesar da forte chuva. Passou a mão nos cabelos, e se virou para encará-la.

– Eu só queria te entender, Scorpius. Porque nada do que você fala ou faz faz sentido. Pelo menos não pra mim.

Seus olhos estavam cheios de lágrimas, mesmo que o loiro não conseguisse entender a razão disso. Rose Weasley sempre fora forte, e essa era a característica que ele mais admirava nela.

– Não chore. – Ele lhe disse. O modo como o fez era autoritário e arrogante, como se estivesse cansado daquilo. Era uma ordem, não um pedido.

A menina se assustou com o tom de sua voz. Mas o susto não durou muito tempo.

– Ora, não me diga o que fazer, sua doninha irritante! Eu posso chorar o quanto eu quiser, e você não tem o direito de me dizer o que posso ou não fazer! Adeus, passar bem!

Ela, como um furacão, saiu andando pelo largo corredor de mármore.

Scorpius ficou paralisado onde estava, ainda incerto quanto ao que acabara de acontecer. Mas enquanto a via sair, um sorriso brotou entre seus lábios, contagiando os olhos, levantando as bochechas e se espalhando por seu ser.

Não havia como negar que ele adorava Rose Weasley.

You still believe in me after the things I've done
You fear for what we have become
The ground is uneven, we stumble from day to day
But shelter where it's easy, I know your feet are like lead
But you gotta get on the way


(Você ainda acredita em mim mesmo depois das coisas que fiz
Você teme pelo que nós nos tornamos
O chão é irregular, nós tropeçamos a cada dia
Mas abrigue-se onde puder, eu sei que seus pés são como chumbo
Mas você tem que seguir caminhando)

Dois adolescentes gritavam à beira de um lago. Tentáculos saíam da água e espirravam o líquido para todos os lados. A menina estava sentada, e o menino estava de pé, olhando-a com uma fúria inabalável. Ainda assim, seu tom de voz era contido e arrogante. Seus olhos demonstravam desprezo.

– Weasley, eu estou falando com você.

Ela o ignorou. Continuou sentada, olhando entediada para o sol logo acima de sua cabeça.

– Estou ouvindo, doninha. – Ela revirou os olhos. – Como se eu tivesse escolha. Mas enfim, continue seu monólogo. Você parou em qual parte mesmo?

– Na parte em que eu te digo pra parar de me encher e cuidar da sua vida. – Sua voz continha um tom de ameaça, que não passou despercebido por Rose.

– Achei que deveria retribuir o favor que você fez ao Collins. Levei para o lado pessoal, algum problema? Acho que não, já que você sempre faz o mesmo comigo.

Um olhar de raiva perpassou os olhos do garoto, e sua expressão se tornou furiosa e indignada. Seus olhos possuíam uma linda ruga entre eles. Ele claramente achava que ela estava errada.

– Não diga absurdos, Weasley.

– Ah, absurdo? E quando você levou pro lado pessoal o caso do Zabine?

– Aquilo foi diferente, você estava querendo me confrontar, e, numa tentativa patética, envolveu meu melhor amigo na história!

– É claro que não! Ele transformou o Hugo em rato!
Aquilo serviu para calar a boca do loiro, que já a havia aberto, na agora vã esperança de fazê-la ver que ele estava certo.

Ainda pasmo e raivoso, engoliu o ódio que sentia pela garota e foi embora carrancudo, como uma tempestade.

Rose deitou-se na grama e olhou para o céu. Ele estava completamente azul. Um suspiro saiu por entre seus lábios crispados, e a careta de antes se desfizera. Ela simplesmente amava ver Scorpius zangado. E, sem saber exatamente o porquê, desejou que o céu estivesse carregado de nuvens, só pra poder ver nele os olhos de tempestade dele.

Drag your heart up to the starting line
Forget the ghosts that make you old before your time
It's too easy to get left behind
I know you've been kicked around
But tie up your thoughts and lay them down on me

(Arraste seu coração até a linha de partida
Esqueça os fantasmas que te fazem envelhecer antes do seu tempo
É tão fácil ser deixado para trás
Eu sei que você foi machucado
Mas amarre seus pensamentos e despeje-os sobre mim)

Dois adolescentes gritavam do lado de fora de uma boate. O garoto arrastava a garota pelos pulsos, com uma força, segundo ela, desnecessária. Era noite, e as nuvens encobriam o céu de Londres. As luzes que vinham de dentro da boate reverberavam pela noite, colorindo o chão da rua em alegres tons.

– O que pensa que está fazendo, seu Malfoy imbecil? – As palavras lhe saíam da boca com dificuldade, e a língua se enrolava. Ela cambaleava entre a calçada e as lojas já fechadas.

– Te levando pra casa. – Ele lhe informou, curto e grosso.

– Mas eu não quero ir embora!

Ele a olhou. Seu olhar carregava consigo raiva e incredulidade.

– Isso eu consegui descobrir sozinho. – Continuou andando, inabalável. De repente, deixou a raiva que sentia fluir por suas palavras, olhando-a com desgosto. - Onde você estava com a cabeça, Weasley? Olhe só para o seu estado! Você não pode se comportar assim, bebendo desse jeito, se esfregando em todos que passam do seu lado, se vestindo desse modo...! Nunca pensei que a veria assim. No que você estava pensando?

Ela hesitou durante um instante, tentando processar tudo o que ele havia dito, e, depois, tentando formular uma resposta coerente e à altura. Finalmente, optou pela verdade.

– Não estava.

Scorpius bufou.

– Ande logo, então, sabichona.

Não sabia por que estava fazendo isso com Rose. Era apenas o fato de que vê-la naquele estado o deprimia, e o fazia pensar que aquela não era a Rose que conhecia. Era como se cada coisa que ela fazia, cada palavra dita, cada ato, fosse programado exatamente para deixa-lo insano. Ela o estava enlouquecendo.

– Scorpius...

Ele a olhou de esguelha, surpreso. Ela nunca antes o havia chamado por seu primeiro nome. Sem querer, deixou que seu tom se apaziguasse um pouco.

– O que?

No momento em que falou, se odiou por cometer tal deslize. Não deveria ter sido nem um pouco mais gentil com ela. E também a odiou, por tê-lo feito baixar a guarda. Mas isso não deveria ser novidade. Ele sempre a odiara.

– Por que a gente não pode voltar? Eu volto pro Collins e você volta pra aquela sua loira, que tal?

– Não. – Ele estava irredutível.

– Por que não?

– Porque eu disse que não.

Ela murmurou algo, baixo o suficiente para que ele não ouvisse, mas alto o suficiente para saber que ela falara algo e atiçar sua curiosidade.

Continuaram pela rua, até acharem uma viela escondida o suficiente para poderem aparatar.

Ele a segurou com mais força e girou no lugar. Instantaneamente, não estavam mais em um beco escuro, mas sim, em uma rua iluminada e de aparência segura. Havia casas de cercas baixas e carros estacionados nas garagens.

O loiro a conduziu até uma casa grande e bonita, com um belo jardim e um carro vermelho na frente. Atravessou o portão e seguiu até a varanda, onde parou e comunicou à ruiva:

– Está entregue.

Ela o olhou de esguelha, desconfiada, e murmurou, tão baixo, que o Malfoy mal foi capaz de ouvir.

– Obrigada.

Estavam os dois constrangidos. Mesmo que ela estivesse completamente bêbada, tinha a consciência de que ele poderia tê-la deixado naquele bar, e ela poderia ter acordado na cama de um completo estranho na manhã seguinte, e se arrependeria de ter se comportado de forma tão inconsequente.

Mas, ao contrário, mesmo que ela achasse que ele nunca quereria livrá-la de algum mal, ele optou por aquilo que a contrariaria, porém, que no final a livraria dos males e a deixaria em segurança. Isso a surpreendeu, e, sem querer, a fez querer sorrir.

De repente, em um súbito ato de coragem, que, no momento, para Scorpius se assemelhou mais a um ato de insanidade, ele se inclinou e a beijou nos lábios.

Não saberia ele dizer por qual motivo fizera o que fizera, só sabia que agora estava feito, e não havia mais como contornar essa situação constrangedora, patética e humilhante.

Percebendo o deslize que cometera, se inclinou para trás, se afastando o máximo possível dela.

– Desculpe-me. Não sei por que fiz isso. – Ele deu uma pausa e franziu a testa, confuso. Depois, acrescentou, como se para convencer a si mesmo - Eu te odeio.

Silêncio.

Se alguma cor pudesse descrever este momento, seria negro. Pois no escuro, é impossível prever o que está por vir. E, no instante seguinte, Rose Weasley queria apenas esganar um loiro maldito.

– Eu também te odeio.

Antes que conseguisse se controlar, palavras continuaram a jorrar dela, de forma abrupta e inesperada.

– Mas é por um motivo que difere daquele pelo qual você me odeia. Na verdade, eu não sei nem por que você me odeia, então não tenho comparativo nenhum pra fazer. Eu só sei que te odeio por ter estragado o momento pelo qual eu sempre esperei, desde o dia que eu te conheci. Obrigada, por ter me trazido aqui, mas seus cuidados não são mais necessários.

Rose não saberia dizer como conseguira formular um texto tão complexo no estado em que se encontrava, só sabia que havia falado aquilo que nunca antes havia conseguido, mas que sempre soubera dentro de si mesma, e simplesmente nunca admitira. Ela havia conseguido por que ela apenas falara a verdade.

E em seguida, rápida como uma ventania, ela abriu a porta e entrou em casa, antes que o loiro tivesse tempo de contra argumenta-la. Não sabia o que fazer, pela primeira vez na vida, e então ficou parado, encarando a porta, com uma confusão evidente estampada na face.

Finalmente, como se saísse de um transe e percebesse o que estava fazendo, se moveu para longe da varanda, da porta, da casa. Só queria se afastar dela.

E ele aparatou, para um lugar bem longe dali.

Each heart is a paper kite blown around by the breeze
Love won't rest till it brings you to your knees
Some find it easy, some will never even know
You think you've done your journey, then you stumble and find
That there's such a long way to go

(Cada coração é uma pipa de papel soprada pela brisa
O amor não vai descansar até te trazer aos seus joelhos
Alguns acham fácil, outros nunca vão saber
Você acha que fez sua jornada, e depois você tropeça e descobre
Que ainda há muito chão pela frente)

As férias da páscoa haviam acabado. O castelo reverberava com o barulho produzido pelas centenas de estudantes voltando de seus lares, depois de terem se empanturrado de chocolate. Mas apesar de todo o clima de festividade, alguma coisa parecia faltar, não se encaixar ou estar fora do lugar.

Faltavam alguns gritos e azarações.

O corredor já se enchia de saudade dos feitiços que ricocheteavam inofensivos em suas paredes grossas. As portas rangiam em suas dobraduras, sentido falta de serem batidas inescrupulosamente. As salas ansiavam por presenciarem mais uma competição sem sentido. O castelo se contorcia dentro de si mesmo, numa tentativa patética de fazer tudo voltar ao normal.

O mundo saíra de seu eixo, e todos não puderam não notar que havia algo de muito errado com Rose Weasley e Scorpius Malfoy.


Drag your heart up to the starting line
Forget the ghosts that make you old before your time
It's too easy to get left behind
I know you've been kicked around,
You wanna get lost and not be found
Let's take the back way into town
And drink to the bad times
Lay then down on me

(Arraste seu coração até a linha de partida
Esqueça os fantasmas que te fazem envelhecer antes do seu tempo
É fácil demais ser deixado para trás
Eu sei que você foi machucada
Você quer se perder e não ser achada
Vamos achar um caminho de volta para a cidade
E bebamos aos tempos ruins
Despeje-os sobre mim)

Era um dia quente, poucas semanas depois das férias da páscoa. Dois adolescentes estranhamente não gritavam um com o outro.

Uma garota ruiva olhava para os próprios pés. "Não olhe para cima", pensava. "Não olhe para cima, ou você vai perder o jogo."

Um garoto loiro fitava a janela com um interesse admirável. "Não olhe para ela. Não olhe para ela, ou você vai colocar tudo a perder."

Mas, se lhe perguntassem, não saberia responder o que teria a perder.


Poderiam ter se passado horas, dias, anos; porém, eles não saberiam dizer com precisão a medida. Quando estavam lidando um com o outro, tudo adquiria a capacidade de se tornar impreciso.

Ela só queria saber a razão daquelas discussões ridículas. Não havia motivo para que elas existissem, ela afinal concluía com desgosto. Gastara anos, tantos preciosos anos, tentando fazer jus a um maldito sobrenome, a ideias que ela não formulara ou questionara. Algo que fora a ela imposto, e ela, não hesitando sequer por um instante parara para refletir sobre aquela ordem - Fato que não era nada de seu feitio - obedecendo com louvor.

Ele só queria saber a razão da raiva que era obrigado a sentir. O fato era que ele não mais sabia discernir quando a raiva que ele sentia era direcionada ao que ela o tinha feito ou a quem ela era. Era tudo tão confuso, e ao mesmo tempo tão zombeteiramente insignificante que a única coisa que sentia vontade de fazer era entrar em um quarto escuro e gritar sozinho para a noite.

– Oi.

Uma palavra.

Apenas uma palavra já era o suficiente.

Não havia nada mais que pudesse ser feito ou dito.

Quisessem e soubessem ou não, não havia mais volta.

Não havia mais volta para um anormalmente estranho recomeço.

E talvez, apenas talvez, um beijo fosse a assinatura perfeita para selar aquele contrato.

Girl, I still believe in you, you're too good to fall so low
We're gonna find a better life, I know
Things will be clearer, as soon as we make a start
We'll be that much nearer, we're too old to just stand here
Waiting to break apart

(Garota, eu ainda acredito em você, você é muito boa pra cair tão fundo
Nós vamos achar uma vida mehor, eu sei
As coisas vão ficar mais claras, assim que tentarmos recomeçar
Nós vamos estar tão mais perto, somos velhos demais pra ficarmos aqui
Esperando para nos desfazer)

E agora, a jovem Weasley se perguntava se eles realmente conseguiriam transpor todos os problemas e as dificuldades. Apesar de ter fé e esperança no que o futuro lhes reservara, ela se pergunta se eles seriam fortes o suficiente para aguentar todas as pressões do mesmo.

Então ela espera, mesmo que uma ínfima parte sua lhe diga que ele não virá. Porque ele sabe, assim como ela, que isso que vivem é errado de tantas maneiras diferentes que Rose já perdera a conta ao tentar enumerá-las.

Eles eram inimigos.

Seus pais se odiavam.

Seu pai a dissera para não se aproximar.

O pai dele dissera para eles não se aproximarem.

Seu pai odiava os Malfoy.

Seu tio Harry apenas os suportava.

Sua mãe ainda não conseguia engolir a arrogância de Draco. Arrogância que Rose sabia Scorpius ter puxado.

Sua tia Gina ainda sentia a mão gravitar sem querer para a varinha quando os via.

E tio Jorge sempre tinha um impulso de aprontar alguma com eles.

Seu avô Arthur havia posto Lucius na cadeia.

E sua avó Molly havia matado a tia de Draco.

Até mesmo seu tio Percy tinha uma coisa contra eles.

Estava no sangue dos Weasley odiar os Malfoy.

E estava no sangue dos Malfoy odiar os Weasley.

Rose não poderia se sentir cada vez mais a ovelha negra da família a cada segundo que passava e examinava as circunstâncias.

Se ela fosse Scorpius, com certeza não apareceria. Se ela fosse ele, ficaria em casa e mandaria a ela mesma uma carta dizendo que a chuva estava forte demais, que provavelmente não seria um bom dia para saírem. Ou talvez uma dizendo que era melhor manterem as coisas em segredo, até que tivessem idade o suficiente para fugirem para os Estados Unidos e se casarem em Las Vegas, com um padre vestido de Elvis. Mencionaria casualmente que ficariam por lá e de preferência nunca mais voltariam.

Mas Scorpius não era Rose, e ela não conseguiria de forma alguma prever o que ele faria a seguir.

O relógio tique-taqueava, e a menina não desgrudava os olhos da janela, tentando ver qualquer coisa que fosse além da chuva. Ele marcava 20:43 precisamente quando um vulto surgiu da esquina de sua casa.

Seu coração acelerou e as palmas das mãos começaram a ficar grudentas.

Mas, acima de tudo, uma enorme irritação se apoderou dela, enquanto pensava que ele a fizera esperar por quarenta e três minutos inteiros antes de dar as caras.

Eles teriam uma conversa sobre isso assim que saíssem de casa.

Mas, por ora, Rose Weasley descia as escadas e era agraciada com a melhor visão que poderia ter: Sua mãe, na porta, tentando inutilmente mascarar o choque por descobrir que o namorado da filha era um Malfoy. De Hugo, sentado no sofá, comendo aéreo um enorme sanduíche, cujos ingredientes principais pareciam ser couve-de-bruxelas e empadão. Bichento, andando imperioso pelo aposento, olhando o convidado com arrogância. De seu pai, furioso, chocado, e, ao mesmo tempo, à beira das lágrimas. E de seu namorado, parado no vão da porta, olhando com receio o ambiente, à procura de Rose.

Finalmente, ele a viu.

E nem mesmo o grito de Ronald ou a forte chuva poderiam ter aplacado a felicidade que se abateu sobre a ruiva enquanto olhava para todos, com uma sensação de que aquele momento poderia durar para sempre.


Drag your heart up to the starting line
Forget the ghosts that make you old before your time
It's too easy to get left behind
I know you've been kicked around,
But tie up your thoughts and lay them down on me
On me
On me


(Arraste seu coração até a linha de partida
Esqueça os fantasmas que te fazem envelhecer antes do seu tempo
É tão fácil ser deixado para trás
Eu sei que você foi machucada
Mas amarre seus pensamentos e despeje-os em mim
Em mim
Em mim)


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Notas finais do capítulo

Espero sinceramente que tenham gostado. Comentários a respeito da história sempre me fazem feliz, mesmo que só critiquem, eu gosto porque eles têm opinião. Se você não se sentir a fim de comentar porque não gostou ou por preguiça mesmo, tudo bem, quando você se sentir melhor pode vir aqui deixar o seu hello que eu vou ficar imensamente feliz, apesar de ser meio fria eu tento ao máximo suprimir isso, é que eu não sei demonstrar a felicidade direito, então não sei o que as minhas leitoras pensam de mim... Mas saibam que eu sempre respondo a todos os reviews com carinho e com muito respeito.Beijos :*