Vampiros & Lobisomens escrita por VFarias
Eu estava prestes a ataca-lo, prestes a pular em cima dele e morder seu pescoço e chupar todo o seu sangue. Mas algo no olhar dele para o guepardo me fez reprimir o ataque. Eu me lembrei então dos meus pais, e de como eles lutaram durante toda a vida para salvar os humanos, de como eles morreram para salvar a mim.
Também me lembrei da minha promessa que eu fizera a mim mesmo, “nunca matar um humano”.
Antes que o guepardo pulasse e arrancasse a cabeça do homem, eu pulei e o interrompi em pleno salto.
Meu movimento foi rápido. Quebrei-lhe pescoço e o suguei.
O sangue do guepardo lembrava o sangue humano no sabor, e a vontade de sugar o homem sumiu por completo.
O homem vira tudo, eu pulando para impedir o guepardo, eu o matando e sugando todo o seu sangue.
Roger chegou a campina depois de eu já ter soltado o guepardo, o homem estava ferido, e cheiro de sangue era forte.
– Ele viu tudo. – disse a ele.
– Você tem que apagar a memória dele. – disse Roger a mim.
– Como? – pergunto.
– Hipnose. – disse ele como se a resposta fosse obvia.
– Mas você disse que não era eterna. – digo a ele, me lembrando de sua conversa com Bridgit.
– Ela vai ser, até que ele descubra sobre a verdade dos vampiros. – disse Roger me explicando.
Caminhei até ele.
– Não vou te machucar! – digo a ele, algo na minha voz o fez relaxar e ele acreditou em mim. – Você vai esquecer que nos viu, nós nunca nos vimos e assim que eu estralar os dedos você vai dormir e quando acordar e só vai se lembrar de que o animal o atacou então você desviou e ele bateu a cabeça na arvore quebrando o pescoço. Entendeu? – disse tudo olhando em seus olhos.
– Entendi. – disse o homem.
Eu estalei os dedos e desaparecemos da sua frente no instante seguinte.
– Como você fez para se refrear? – perguntou. – como fez para cessar a sede de sangue humano?
– Meus pais. – respondi a ele. – eles deram a vida para salvar as pessoas. Não vou destruir o que eles construíram, alem do mais o sangue do Guepardo saciou um pouco da minha sede.
– Os sangues dos felinos são os mais parecidos com os dos humanos. – disse Roger a mim. – Vamos voltar, seus amigos devem ter acordado, e já devem ter voltado do passeio.
Voltamos correndo, em minha mente, eu vi muitos espaços não preenchidos, e alguns com coisas entranhas, das quais nunca havia visto enquanto pensava no que havia acontecido ainda a pouco.
– O que é isso em minha mente? – pergunto a Roger.
– O quer. Os espaços em branco? – pergunta ele a mim.
– Não... – respondo. – tem uma parte dela com uma coloração diferente uma coloração azul.
Ele arregalou os olhos e sorriu.
– Garoto, você foi premiado – disse ele a mim ainda sorrindo. – com um talento.
– Meu Deus. O que é? – pergunto. – o que eu posso fazer?
– Eu não faço a menor ideia. Mas vamos descobrir quando chegarmos a sua casa. – diz ele a mim. – com sorte, Denis estará por perto para nos dizer qual o seu dom.
Chegamos á porta de minha casa, olha-la sem sentir saudades de meus pais era quase impossível.
Assim que entrei, alguém veio correndo até mim e me abraçou, com força.
Zara!
Devolvi o abraço, olhei em seus olhos, que também estavam vermelhos e a beijei.
Foi a melhor sensação que eu já havia sentido, todo o meu corpo a sentia, era como se o beijo estivesse sendo dado por todo o meu corpo.
– Que comovente! – disse Danielly atrás de nós.
Eu me separei de Zara na mesma hora, o mais gentil possível! Corri ao encontro de Danielly.
Tudo foi tão rápido que ela não teve tempo de reagir.
Dei um murro em sua barriga, apanhei seu cabelo e a arremessei para fora.
– Por que não me mata agora! – digo a ela.
Ela se levantou e veio para cima de mim.
– Isso é interessante. – diz alguém que não reconheço na varanda de entrada enquanto ela tenta acertar minha cara com um soco, mas eu me desvio e contrataco.
Ela segura em meu braço e o arranha, a dor, bom não existe dor.
Eu a pego pelo pescoço e aperto.
– Eu poderia te matar sabia? – digo a ela.
– Eu sou uma vampira, se você me matar eu volto em no máximo alguns minutos. – disse ela entre dentes.
– Isso é bom, vou poder te matar varias e varias vezes e você sempre vai voltar para eu te matar novamente. – digo a ela.
O ar a minha volta se espessou e eu fui arremessado 30 metros de distancia dela.
O que me surpreendeu é que ninguém tocou em mim.
Assim que me virei eu vi Rennan Klausis com os olhos vidrados em mim.
Será que ele havia feito isso, será que esse era o talento dele.
– Digo pare com isso! – gritou Roger!
Ele estava certo, mas eu ainda tinha que me vingar de uma, afinal Stefanni havia tentado me matar.
– Como você fez isso com o ar? – pergunto olhando para Rennan, e relaxando um pouco.
– Esse é meu talento. – disse-me ele.
– E você tem um talento ainda mais forte que o dele. – disse um homem saindo de dentro da minha casa, o mesmo que falara antes e eu não reconhecera. Eu nunca o vira antes.
– E como você sabe? – pergunto.
– Porque este é o meu talento, eu vejo o talento dos outros. – disse-me ele. – E a propósito, sou Denis.
– Então qual é o meu? – pergunto.
– Você tem a capacidade de imobilizar os movimentos de uma pessoa, lhe causando muita dor durante a imobilização. – diz ele.
No momento em que ele disse isso, eu senti meu cérebro trabalhando, a parte azul se expandiu e se tornou como varias flechas.
– O fato de saber qual é o seu talento, faz com que você estabeleça algum controle sobre ele. – disse Denis. – Me ter por perto facilita muito a todos vocês.
– Todos nós possuímos dons? – pergunta Zara.
– Sim, os quatro recém-criados possuem talentos. – disse ele. – Você possui uma barreira protetora, nenhum poder mental ou ataque físico pode te ferir se a barreira tiver erguida.
– O que houve com minha mente. – exclama ela. – Uma bola rosa apareceu aqui dentro como uma redoma.
– Este é seu poder tomando forma. – disse-lhe Stefanni.
– Anderson, você possui um poder físico, você é o vampiro mais forte do mundo, sua força é inigualável. – disse Denis.
Assustadoramente os músculos de Ande se tornaram mais definidos.
– Patrick, você possui o poder de ler mentes, mas não somente o que as pessoas estão pensando na hora, mas toda a mente, todas as lembranças, sentimentos, medos, tudo. – disse Denis a ele.
Nós passamos o dia aprendendo o básico sobre controlar os poderes, quando caia a noite eu já conseguia fazer com que uma flecha estourasse para que possivelmente atingisse mais de uma pessoa por flecha.
Não quis arriscar usar em ninguém antes de dominar o básico de meu talento.
Eu via meu poder se expandido onde eu quer que eu o lançasse.
– Muito bem! – disse Stefanni saindo de minha casa.
– O que você faz aqui, se não me falha a memória, você e Rennan tentaram matar eu e o Patrick. – digo a ela.
– Nós não sabíamos quem vocês eram. – disse ela em sua defesa e do irmão. – sinto muito por aquilo.
– Sente? – pergunto, minha mente trabalhava, eu tinha uma flecha preparada em minha mente, pronta pra lhe incapacitar e lhe causar muita dor. – se nãofosse Roger nós estaríamos mortos agora. Fico imaginando o que Bridgit disse a vocês, para que você e seu irmão não tentassem de novo.
– Ela foi realmente severa conosco, ameaçou nos queimar vivos se não os deixássemos em paz. – disse ela a mim com ar de deboche.
Olha para ela me irritava, eu queria que ela sentisse o medo que eu havia sentido, a angustia, ao ver um amigo a beira da morte.
Foi então que eu vi Rennan saindo pela porta.
Meu poder em forma de flecha disparou em direção a ele. Meu poder se movia com meu olhar, era instantâneo, não sei nem se precisava imagina-lo como uma flecha para que ele funcionasse, meu poder acertou Rennan, ele ficou imóvel e ao mesmo tempo se contorcendo de dor.
Uma cena bastante medonha.
– Pare o que você esta fazendo? – perguntou ela aos berros para mim.
Eu via o horror em seus olhos, exatamente como os meus estavam quando ela e o irmão tentaram me matar.
Mais alguém saia da casa, era Zara, ela me olhou com peso e raiva. E correu em direção a floresta.
Parei no mesmo instante de torturar Rennan e corri na direção que ela havia seguido.
Por sorte eu era mais rápido do que ela, e podia ouvir com clareza os passos que ela dava. Eu a alcancei quando ela pulou o rio.
– O que houve com você? – me perguntou ela, havia certo desprezo em sua voz, seus olhos me olhavam com pena.
– O que você quer dizer com isso? – pergunto.
– O Diogo que eu conhecia não faria essas coisas para machucar os outros, para seu divertimento e vingança.
– Eles me machucaram, Stefanni, Rennan, Danielly. Feriram meu orgulho e meu ego.
– Que se dane seu orgulho e ainda mais seu ego. O Diogo que eu amo seria complacente, seria melhor que eles. Melhor do que qualquer um que tentasse lhe machucar. – disse ela a mim, seus olhos estavam vidrados nos meus, acho que se ela pudesse estaria chorando agora.
Tudo caiu como uma avalanche em cima de mim, tudo que ela me disse era verdade. O que eu estava fazendo, aquele não era eu, era um monstro, me perguntei se aquilo seria algum efeito da transformação ou se seria apenas eu.
– Me desculpe. – disse a ela. Olhar em seus olhos era difícil, mas me forcei para isso. – me desculpe por te decepcionar, desculpe por agir como um idiota.
Então ela fez algo que me surpreendeu, ela me beijou.
E pela primeira vez depois da transformação eu me senti eu mesmo.
Voltamos para casa, conversando sobre como estávamos fortes agora, como podíamos lutar contra os lobos.
– Eu gostaria de me desculpar por minhas atitudes de hoje, por me comportar como um verdadeiro idiota. – digo aos outros reunidos na sala.
– Sem problemas Diogo. – diz Roger.
Os outros apenas assentem.
– Lixo! – disse Danielly, saindo da sala. – Eu lutarei com vocês sem o menor problema, mas não ficarei debaixo do mesmo teto que ele.
Dizendo esse infeliz comentário, ela correu floresta adentro.
– Ela vai voltar, ela sempre volta. – disse Douglas. – acredite, ela já brigou com todo mundo aqui e disse que ia embora. Daqui a uma semana ela volta.
– Na verdade o problema dela com o Di é o fato de ele ser mais novo que ela e ser mais forte. Ela esta com ciúmes dele, por ele ter tido toda uma estrutura, e ela ter sido transformada por acidente quando deveria ter morrido. – disse Patrick.
– Como sabe disso? – pergunto a Patrick assombrado.
Ele aponta para a cabeça dele e entendo que ele esta usando seus poderes de ler mentes.
– Essa conversa não é minha. Ei, Ande vem comigo! – chamou Zara. – quero testar uma coisa.
Eles foram para fora. E todos nós os seguimos.
– Pode bater! – disse ela a ele.
– O que? – perguntou ele perplexo.
– Me bata! Soque a minha cara! – pediu ela a ele.
– Não farei isso! – disse ele a ela, com os olhos arregalados.
– Para de ser teimoso, quero testar meus poderes. – disse ela a ele.
– Mas e se você não conseguir impedir meu golpe.
– Segundo o Denis eu vou conseguir. Agora vai logo. E mesmo que eu não consiga não vou me machucar.
Ele se endireitou, assentiu e socou.
Na hora eu me preparei para ir buscar os pedaços do corpo de Zara, mas na verdade Ande estava parado com a mão em cima de uma parede invisível, mirando o rosto de Zara.
Incrível! Pensei.
Nós tínhamos chances de vencer essa briga se de fato houvesse uma. Nossos aliados vampiros são fortes.
Alexia Mason possui o dom de prever o futuro.
Stefanni Klausis possui o controle da água.
Rennan Klausis possui o controle do ar.
Isabela Belli pode explodir tudo o que tocar.
Camila Dinux possui controle do fogo.
Douglas Amil possui o controle da terra.
Os dois vampiros primórdios.
Marcus Tores que também pode ler mentes porem em uma extensão menor que Patrick.
Bridgit Tores que julga o que a pessoa diz ser verdade ou não.
Nós. Eu posso incapacitar os movimentos das pessoas lhe causando muita dor.
Zara possui uma barreira protetora que impede até a maior força do mundo de lhe acertar.
Patrick pode ler mentes.
Anderson possui a maior força já vista no mundo.
E cá estão todos os talentos aliados.
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