ILusão...

Lisa Pov on

Minha cabeça está doendo... Não estou me sentindo muito bem, não sei mais o que está acontecendo... Porque está tudo escuro? Aaah porque estou de olhos fechados!

–Arthur? Onde estamos? - Perguntei abrindo os olhos bem devagar, mas eu não estava perto de Arthur, muito pelo contrário

–Ora, parece que a garota acordou! - Falou um homem meio nojento, que estava com umas roupas bem estranhas e com uma garrafa de vinho na mão

–Onde estou? - Perguntei meio assustada e um outro homem nojento começou a rir

–Estamos indo para o reino de Alberyon, não é óbvio? - Falou sarcasticamente o homem

Mas o que está acontecendo aqui? Quem são esses caras estranhos? Porque eu estou toda amarrada dentro de uma carroça luxuosa? Para onde eu estou indo? Sim, agora eu me lembro... Eu tomei uma poção estranha daquela velha e apaguei... Será que foi uma armadilha? Tenho certeza que foi!

–Ei seus brutamontes! Onde está aquela velha? - Perguntei em tom grosseiro e eles me olharam com raiva

–Quem você chamou de brutamontes, pirralha? - Perguntou o que estava com a bebida na mão

–Você mesmo idiota! Por acaso você é surdo? - Falei com ironia e ele cerrou os dentes... Mas que merda você está fazendo Lisa? Se ficar falando desse jeito esses caras vão te matar!

–Temos uma menininha bem respondona aqui, não é mesmo? - Falou o outro homem sarcasticamente e era esse que me dava mais medo, ele tinha uma cara meio deformada e tinha um machado enorme bem ao seu lado -Se a menininha continuar respondendo assim, terei que cortar a língua dela - Falou com um sorriso maligno no rosto e tirou uma faca de sua bota suja e eu fiquei gelada feito um cubo de gelo... Eu não duvido nada que esse cara não seja algum tipo de assassino...

–Onde está aquela velha maldita? - Perguntei irritada e com medo e os dois me olharam com um sorriso sombrio no rosto, então eu percebi que eles não olhavam para mim e sim para uma mulher alta que tinha acabado de sair de uma portinha

–Quem está chamando de maldita, garota? - Falou a mulher muito irritada

–Estou falando da velha que me deu aquela poção! - Falei e ela me olhou com um sorriso e eu simplesmente boiei

–A velha sou eu! Na verdade não sou velha daquele jeito, aquilo era apenas uma ilusão... - Falou a mulher com um sorriso no rosto

–Onde estão Arthur e Belinda? - Gritei, agora preocupada com a situação

–Aqueles dois que estavam com você? A essa altura eles devem estar mortos! - Falou a mulher com um sorriso cínico e eu gelei...

Não é possível! Arthur não morreria tão fácil desse jeito! Nem mesmo a Belinda! Eles são fortes, eles sabem lutar, não perderiam para qualquer um... Não é?

–Eles não morreram! - Gritei, sentindo lágrimas querendo cair de meus olhos

–Bom, não posso ter tanta certeza assim... Deixei muitos de meus amiguinhos com eles - Falou dando uma gargalhada e virando-se para a portinha de onde entrou - Cuidem da menina! Qualquer movimento estranho dela me contatem na hora! E só digo mais uma coisa... Aryon a quer inteira, então NÃO toquem um dedo nela, apenas se for necessário - Disse a mulher com uma voz rígida se dirigindo aos caras que estavam ali, então entrou na porta e sumiu de vista

Droga o que eu faço? Arthur e Belinda devem estar em perigo e isso tudo é por minha culpa... Mas o que eu tenho que pensar agora é... Como eu saio dessa merda? Minhas mãos estão amarradas para trás e eu não consigo solta-las, meus pés também estão amarrados, o que quer dizer que não tem como eu andar e essa carroça é fechada por uma lona, o único jeito de eu sair daqui é rasgando isso, mas só se eu conseguisse pegar os punhais que estão em minhas botas... O que eu vou fazer? Pense Lisa!

–Ei seus brutamontes estúpidos! O que tem naquela porta ali? - Perguntei me referindo ao lugar onde a mulher entrou

–Não é da sua conta garota! - Respondeu o cara bêbado irritado

–Aah já sei... Vocês não devem saber, por isso me falaram isso... -Brinquei e o homem ficou com raiva... Nesse exato momento, eu tinha que dar um jeito de sair daqui...

–Sua pirralha! Você está querendo arrumar briga, não é mesmo? - Perguntou o bêbado com a voz cheia de raiva e eu estremeci

– O que é isso que está amarrando minhas mãos? - Perguntei como quem não quer nada e ele deu uma risada sarcástica

–Isso é um material mágico que não pode ser cortado por nada, apenas fogo pode queimar isso - Respondeu e o cara que era deformado deu um soco em seu ombro

–Seu imbecil! Ela está querendo arrancar informações de você! Cale essa boca e volte a beber esse vinho - Falou o deformado super irritado e eu e o bêbado estremecemos, só de olhar a cara desse homem me dá arrepios...

–já que não podemos conversar com a garota que tal nós brincarmos um pouco com ela? - Perguntou o bêbado com um sorriso malicioso em seus lábios e eu me assustei... Ele não pode estar supondo em...

–Você não ouviu o que Anise acabou de dizer? Não devemos tocar na garota, Aryon a quer em bom estado - Respondeu aparentemente zangado, mas quem não ficaria irritado com um bêbado chato ao lado né? E além disso quem é Anise?

–Isso mesmo, ouça bem o que esse cara está falando, até porque, se você tentar encostar um dedo em mim eu arranco seu braço fora! - Falei e o bêbado riu histericamente

–Até parece! O que uma pirralha como você poderia fazer? - Perguntou o bêbado ainda rindo e eu fiquei irritada! Eu tenho que arrumar um jeito de soltar minhas mãos e fugir daqui...

–Pode ter certeza que eu posso fazer muitas coisas! - Respondi enquanto pensava em um plano para sair, o jeito agora é despistar esses caras para que eu possa arrumar uma maneira de fugir

–Ah é mesmo? Então vamos ver do que você é capaz garota! - Falou enquanto se aproximava de mim com um sorriso malicioso. Pensa Lisa, pensa Lisa!

Então o homem colocou a mão em minha perna e eu gelei, o que esse cara pretendia fazer? Ele veio subindo a mão lentamente até elas chegarem em minha coxa, então eu entrei em desespero, comecei a me debater, tentar chuta-lo, mas ele apenas sorria maliciosamente, enquanto o outro não fazia absolutamente nada.

Concentre-se Lisa! Ele não vai te tocar! Ele não pode te tocar, somente uma pessoa pode! ... Fogo! Preciso de fogo rápido!

Parei de me debater, de me movimentar, fechei meus olhos e comecei a me concentrar

–O que houve? Não vai mais tentar resistir? Assim tudo fica mais fácil! - Falou o homem soltando uma breve risada, então ele colocou a mão em minha cintura

Fogo! Fogo! Preciso de fogo! Alguém me ajude!

Então do nada, comecei a sentir uma coisa quente em minhas costas, estava ficando muito quente, olhei para minhas costas e vi fogo naquela corda, fiquei feliz imediatamente enquanto via a corda derretendo, mas então o fogo começou a espalhar e a me queimar, chutei aquele cara de perto de mim e comecei a rolar histericamente no chão

–Está queimando! Isso queima! - Eu gritava, enquanto rolava tentando me livrar do fogo que para minha sorte se apagou

–O que está fazendo sua maluca? - Parei de rolar e percebi que os dois me olhavam desconfiados e assustados

–Não estava fazendo nada demais... - Respondi com um sorriso vitorioso no rosto e eles ficaram ainda mais desconfiados -Eu estava apenas me livrando dessas cordas estúpidas! - Falei, fazendo um movimento rápido para pegar meus punhais na bota e cortei as cordas que prendiam a minha perna

–Como você se soltou? - Perguntou o bêbado pasmo, mas o outro apenas ficou de pé, pegando seu enorme machado

–Sinto muito garota, mas daqui você não sai! - Respondeu o deformado e eu sorri, então nesse exato momento a mulher voltou para onde estávamos

–O que está acontecendo aqui? Mas que barulheira é... Essa...? - Falou pausadamente ao reparar que eu estava completamente solta e segurando dois punhais -Seus inúteis! O que estavam fazendo? Como deixaram ela se soltar? Peguem-na agora! - Gritou a mulher em desespero

–Sinto muito pessoal... Mas eu já estou de saída! - Falei rasgando a lona e pulando para fora da carroça que ainda estava em movimento

Eu caí por cima do meu braço esquerdo o que me causou uma dor enorme, estava ainda caída no chão quando eu ouço um grito arrepiante vindo da carroça

–Parem está carroça AGORA! - A mulher gritou e então a carroça deu uma freiada violenta, fazendo com que os cavalos relinchassem

–Droga! - Sussurrei tentando me levantar com dificuldade

Fiquei de pé, segurando meu braço esquerdo com a mão e quando dei por mim os dois brutamontes e a mulher já estavam fora da carroça, o deformado com seu machado em mãos, o bêbado com uma espada e a mulher com seu sorriso cínico e de mãos vazias. Olhei ao redor, mas infelizmente não tinha para onde fugir, eu estava em um lugar vasto, mas que não tinha nenhuma árvore sequer, era um campo todo aberto... Pelo jeito não vou poder fugir...

–O que foi menina? Esta assustada? Era bem melhor você ter permanecido quietinha dentro da carroça, enquanto nós te levávamos para o reino... Mas acho que você preferiu o lado mais difícil da coisa... - Falou ironicamente a mulher, fazendo eu entrar em completo desespero

–O que devemos fazer Anise? - Perguntou o deformado

–Pegue ela, a prenda e a enfie dentro daquela carroça! - Falou curta e grossa

–Usaremos violência? - Perguntou o bêbado aparentemente feliz

–Sim, mas não a deixem deformada e não arranquem alguma parte do corpo dela... - Falou a tal de Anise como se o que ela tinha acabado de falar fosse a coisa mais normal do mundo e eu fiquei pasma

–Sem problemas, não precisa ficar assustada garota, eu não vou te machucar... Muito... - Falou o bêbado e veio em disparada em minha direção

Ele veio correndo com a espada já em mãos, então eu me preparei para o combate, tentei me lembrar de tudo o que Arthur me ensinou e o que ele sempre disse foi que eu sou boa em me defender... Mas dessa vez eu teria que atacar também, porque eu não estou lutando contra Arthur, estou lutando contra um verdadeiro inimigo... Entrei em posição de ataque e me preparei para ser atacada.

O bêbado atacou diretamente em minha barriga, então eu me esquivei para a esquerda, fazendo-o ficar bem surpreso, então ele sorriu e me atacou na altura do pescoço, eu me defendi utilizando os punhais, me abaixei em um movimento rápido e dei uma rasteira nele, fazendo-o cair, subi por cima dele e enfiei o punhal em seu pescoço... Mas então eu reparei que ele estava com cara de espanto e de dor, sai de cima dele assustada e tremendo, ele colocou a mão em meu punhal o retirou e morreu com o punhal em sua mão.

O que significa isso? Eu... Eu... Acabei de matar alguém? Matei com minhas próprias mãos? Não! Eu não fiz isso! Eu não posso ter feito isso! Essa não sou eu... Eu sou um monstro? Porque eu nao pensei antes de fazer isso? O que aconteceu comigo? Arthur... Cadê você?

–Uau! Nunca pensei que você teria capacidade de matar alguém... Parece que não é tão boazinha e fraca como eu pensei! - Falou Anise batendo palmas e as lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto, eu comecei a chorar histericamente, comecei a tremer, me agachei no chão e fiquei ali parada chorando feito louca

–Sinto muito menina, mas eu tenho a missão de te entregar a Aryon, então não morrerei tão facilmente quanto esse idiota... - Falou o cara deformado e veio correndo em minha direção, mas eu não queria fazer mais nada, não queria mais me mover... Eu sou uma assassina... Devo morrer...

Enquanto o homem se aproximava com aquele machado gigantesco, eu comecei a ficar mais preocupada... Será que eu deveria morrer aqui? Será que eu faria falta para alguém? Será que o Arthur sentiria minha falta? Como vai ficar o reino se eu morrer? Uma guerra está por vir e eu deveria ajudar... Não posso deixar esse povo na mão, não é mesmo? ... Essas coisas não saiam da minha cabeça, então eu levantei novamente, peguei o punhal que estava na mão do bêbado morto e voltei meu olhar para o cara deformado

–Me desculpe, mas eu não vou morrer agora! Não vou me entregar tão facilmente, as pessoas aqui precisam de mim! Eu posso ser útil pelo menos uma vez na vida, então eu não vou a lugar nenhum, ficarei aqui com Arthur e com Belinda, com todos que são importantes para mim - falei furiosa e pude ver a mulher rindo, mas o homem ainda vinha em minha direção, sem se importar com nada do que eu tinha dito

Então ele me atacou com uma força monstruosa, eu consegui me defender, mas a força dele fez com que eu voasse longe, batendo em uma rocha que havia perto dali, eu gritei de dor na hora, parecia que eu tinha acabado de ser esmagada, mas não me daria por vencido tão fácil, não importava se meu braço estava doendo, se minhas costas estavam doendo, eu não entraria naquela carroça de novo. Levantei-me com dificuldade, cambaleei um pouco e peguei os punhais que eu tinha deixado cair.

–Você não precisa fazer isso garota, se você entrasse de boa vontade naquela carroça nada disso precisaria ser feito... Não gosto de machucar crianças, então entre logo naquela carroça antes que você se machuque mais... - Falou o homem com um olhar de piedade, mas eu apenas fiquei com raiva

–Não me subestime! Eu não entrarei naquela carroça, não diga besteiras! Além disso, eu não sou uma criança, não precisa se conter! Venha com tudo que eu também farei o possível! - Falei irritada e ele esboçou um sorriso

–Foi você quem pediu garota - Disse o homem e novamente veio em minha direção com aquele machado monstruoso

Eu desviei do ataque do machado, eu sabia que se aquilo me acertasse novamente seria fatal, desviei várias vezes, eu não conseguia achar uma brexa para atacar, ele era rápido e tinha força, então eu teria de ser mais rápida que ele, tentei abaixar e dar uma rasteira nele, mas ele conseguiu ser rápido e me atacou mesmo eu estando por baixo, consegui bloquear seu ataque, mas a força foi tanta, que minha mão abaixou um pouco e ele abriu um corte no meu braço, gemi de dor na mesma hora, aquilo doía muito, mas não era hora para isso.

Me afastei um pouco dele, segurando o braço que ele cortou, estava saindo muito sangue, mas eu não liguei, eu precisava de um plano... Peguei um pouco da terra do chão e deixei em minhas mãos

–Ei seu brutamontes! Esta com pena de mim? Venha me atacar seu idiota! - Gritei com um sorriso meio fraco na boca, mas deu certo, ele veio me atacar

Joguei a areia em seu olhos e ele largou o machado no chão e tentou limpar os olhos rapidamente, então eu o ataquei na barriga, dei um golpe bem em seu estômago e ele cambaleou para trás, com a mão no local, então caiu de costas no chão

–Parece que você me pegou menininha... - Falou esboçando um sorriso fraco enquanto caia

–Ora, parece que você conseguiu acabar com os dois, isso foi incrível! - Falou a Anise batendo palmas enquanto caminhava em minha direção - Mas pelo que me parece você também não saiu ilesa dessas lutas... - Falou reparando que eu estava com um corte profundo no braço que não parava de sangrar, minhas costas doíam pelo golpe que eu levei ao bater na pedra e eu tinha vários hematomas roxos por todo meu corpo

– Isso não vai mudar nada - falei confiante - Agora é a sua vez, não é? - Perguntei com o sorriso fraco e ela riu

–Acho que você está muito convencida para alguém que está toda machucada, além disso eu não serei tão fácil de derrotar como aqueles dois - Falou com um ar de superior

–Isso é o que veremos! - Falei indo em direção a ela, já pronta para atacar e quando eu achei que tinha acertado o pescoço dela em cheio a imagem dela sumiu feito névoa

–Onde você está atacando? Acho que você errou o lugar - Falou a voz dela atrás de mim e eu me virei, quando eu me virei ela deu um forte soco em minha barriga fazendo eu cuspir sangue e cair de joelhos - Você não está lutando com uma pessoa qualquer garota! - Disse, enquanto segurava meu cabelo e o puxava com força para trás, fazendo com que eu a olhasse diretamente

–Você não tem mais nada garota! A essa hora seus amiguinhos estão mortos, você não tem família, não tem para onde voltar... Porque ainda resiste? - Perguntou com um sorriso maligno nos lábios e eu comecei a chorar

–Você não sabe de nada! Arthur virá me salvar! Ele não morreu, ele não morreria assim tão fácil! Não me importo se não tenho família, se não tenho para onde voltar... Eu quero ajudar as pessoas desse lugar, eu vou ajuda-las a qualquer custo! - Falei enquanto chorava, então ela soltou meu cabelo é deu um tapa em meu rosto

–Idiota! Já falei que seus amigos estão mortos! Eles não vão vencer aquela quantidade de mercenários e de shadows, desista dos seus amigos! Ou você prefere que eu te mostre a realidade - Falou irritada e logo estalou os dedos, então algo estranho aconteceu e o cenário mudou

Várias pessoas apareceram, diversos mercenários e entre eles estavam Belinda e Arthur, Belinda lutava com toda as suas forças contra os shadows, enquanto Arthur lutava contra uns quinze mercenários juntos. Mas então algo aconteceu, Belinda se distraiu por um momento e um dos shadows enfiou as garras em seu coração, ela largou o seu boomerang, cuspiu sangue e falou para Arthur

–Me desculpe Arth... - Sussurrou com a voz fraca e caiu no chão morta

Arthur quando percebeu entrou em desespero

–Linda! Linda! Linda! - Ele gritava com lágrimas nos olhos mas nesse momento um dos mercenários enfiou uma espada pela suas costas e Arthur caiu morto no chão

–Nããããão - Gritei aos prantos - Arthur! Arthur! Acorde seu grande idiota! Essa brincadeira não é legal! Pare com isso por favor! - Gritei chorando muito e empurrei a mulher de perto de mim

Fui engatinhando até Arthur que não estava muito longe de mim e todos os mercenários que riam a sua volta abriram espaço para eu passar, coloquei a mão no rosto de Arthur e ele estava frio, eu o virei e deitei sua cabeça em minhas pernas, a espada tinha atingido bem próximo ao seu coração, mas ainda dava para ouvir sua respiração fraca

–Arthur! Arthur! Você está vivo não está? Fala comigo Arthur, por favor não morra, por favor... - Eu implorava enquanto chorava muito, os mercenários ao meu redor riam histericamente e os shadows já tinham saído de perto de Belinda que estava morta

–Lisa... - Falou Arthur com uma voz muito fraca, ele ainda não estava morto! - Eu... Te... Amava... - Falou com um sorriso fraco e então o brilho de seus olhos sumiu e ele realmente morreu

–Não... É mentira, não é? Arthur... Por favor... Não brinque assim comigo seu idiota! Eu também te amo seu idiota! Então não morra... Por favor... - Falei enquanto chorava muito, mas agora quem estava rindo era a Anise

–Mais que cena de amor mais linda! - Debochou a mulher - Pena que ele morreu, acho que agora você realmente está sozinha garota!

–Sua... Eu... Eu vou te matar! - Falei com fúria, coloquei cuidadosamente Arthur no chão e fechei seus olhos, então fiquei de pé, encarando aquela mulher maldita

Eu estava cercada de mercenários, de shadows, mas a pessoa que mais me tirava do sério ali era aquela mulher! Eu vou me vingar! Vou vingar Arthur! Vou vingar a Belinda!

–Você vai pagar por isso - Falei sentindo a furia invadir meu corpo, então o vento forte começou, balançava as árvores grandes e arrancava as pequenas pela raiz, alguns mercenários voaram e os shadows se retiraram, até um ponto em que só sobrou apenas cinco mercenários e a Anise

–O que é esse líquido preto escorrendo em seus olhos garota? - Perguntou a mulher assustada, passei a mão em meu rosto e eu percebi que aquele líquido era minha lente se derretendo

–Os olhos dela? - Perguntavam assustado os mercenários

–Não é possível... É você? Você é a escolhida? - Perguntou Anise assustada ao ver meus olhos brilhando em vermelho sangue

–Você mexeu com a pessoa errada! - Falei com fúria e ela começou a entrar em desespero

–Ataquem-na! - Gritou aos mercenários e eles vieram correndo em minha direção

–Acho que isso não vai acontecer! - Falei apontando a mão na direção dos homens e uma rajada de vento os lançou longe e então sobramos apenas eu e Anise

–Então era por isso... Era por isso que Aryon te queria... Porque ele não avisou? - Falava a mulher consigo mesma

–Não sei o que ele quer, não sei o porque de você estar aqui, mas você não sairá viva dessa, eu vou te matar, vou te destruir e nem assim você vai pagar pelo seu pecado! Nem assim Arthur vai voltar para mim, sua vagabunda! - Gritei enquanto chorava

Direcionei o mão para ela e uma rajada de vento foi em sua direção, mas ela se esquivou e parou do outro lado.

–Não vai conseguir fugir! - Gritei com fúria e então um furacão começou, fazendo-a ficar assustada como nunca

– Isso é impossível! - Dizia a mulher repetidamente

–Você vai morrer! - Gritei e o furacão a pegou em cheio

Fiquei olhando enquanto ela era lançada de um lado para o outro dentro do furacão, ela gritava sem parar, mas eu não sentia pena, só aquilo não me satisfazia, só isso não a faria pagar...

–Fogo! Eu quero o fogo! - Falei enquanto olhava para o furacão e aconteceu, agora em vez de ser apenas vento, era um furacão de fogo, eu podia ouvir o grito da mulher ficando mais alto, mais agudo e mais doloroso, fechei minha mão e o fogo e o vento cessaram e ela caiu no chão

–Por favor, por favor, me mate! - Dizia a mulher que agora estava queimada, com o rosto todo deformado

–Seu pedido será atendido com prazer! - falei pegando meu punhal e quando estava prestes a acertar o coração da mulher, ouço alguém me gritar

–Lisaaaa, Lisaaaa, não faça isso - Gritava uma voz conhecida vindo de trás de mim, virei-me rapidamente e meus olhos se encheram de lágrimas ao ver Arthur

–Não chegue perto! Você não é real! O Arthur morreu bem na minha frente, não tem como ser verdade! - Gritei enquanto chorava, aquilo era coisa da minha imaginação, só podia ser uma ilusão que meu cérebro criou...

–Claro que sou real Lisa! Pare de dizer besteira e se afaste dessa coisa - Falou se referindo a mulher que estava em minha frente assustada

– Não chegue perto! Você não é real! - Gritei enquanto chorava, eu não acreditaria nisso - Pare de criar essa ilusão Anise! Eu vou te matar de qualquer jeito, porque ainda tenta?

–Não é ilusão minha! Ele é real! O de antes era minha ilusão! Seu namorado não morreu, aquela garota não morreu, eu criei aquilo tudo para afetar você, mas não deu certo, então agora por favor me mate! - Falou a mulher angustiada e eu fiquei pasma

–Arthur? É você Arthur? - Perguntei virando-me para ele que estava com um grande sorriso aberto para mim, ele se abaixou aonde eu estava e me abraçou forte

–Claro que sou eu sua boba, você acha que eu morreria e te deixaria aqui sozinha? Eu nunca faria isso! Você deveria saber disso! - Falou enquanto me apertava forte contra si

–Mas...

–Nada de "mas" eu estou aqui por você, então apenas fique quieta - Falou agora me olhando nos olhos e eu comecei a chorar

–Que bom... Que bom que você não morreu - falei chorando e ele riu

–Eu nunca te deixarei sozinha, não vou morrer, eu te protegerei para sempre... - Falou enquanto aproximava seu rosto do meu, eu podia sentir sua respiração pesada, meus batimentos cardíacos aceleravam, eu podia sentir os dele acelerando também, nossos lábios estavam próximo e quando estávamos prestes a nos beijar alguém gritou...

–O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO??? EU DEIXO O ARTH APENAS UM MINUTO SOZINHO COM ESSA GAROTA E VOCÊS QUASE SE BEIJAM? - Gritava Belinda cheia de raiva vindo em nossa direção

–Calma linda! Não estava acontecendo nada - Falou Arthur enquanto se afastava de mim e eu comecei a sorrir

–Está rindo do que? - Perguntou Belinda ainda mais irritada

–Nada... Só estou feliz que todos estejam bem... - Falei com um sorriso e ela fez bico

Então eu me levantei e fui em direção a eles, Arthur sorria para mim e Belinda fazia cara feia, mas isso não importava, todos estavam bem....

–Vamos Lisa? - Perguntou Arthur estendendo a mão e eu a peguei

–Claro...

–Ei! Espere! E eu? O que vai acontecer comigo? Eu estou horrível! Minha cara está deformada! Então por favor me mate! - Gritou Anise

–Sinto muito, mas sua punição será essa! Nunca brinque com os sentimentos das pessoas! Agora você se tornou uma aberração e terá de conviver com isso! - Falei virando-me novamente para frente e fomos andando deixando aquela mulher por ali...