O Despertar De Um Poder escrita por DayHeart, Brightwing


Capítulo 26
Capítulo 26 - Contos de Roahn ... Part:IV


Notas iniciais do capítulo

Oi Galera , desculpem a demora para postar , eu estou meio doente então está sendo meio difícil escrever , mas espero que gostem do capítulo! É a última parte da história de Roahn...
Aproveitem!



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Os contos de Roahn... Part:IV

Roahn Pov on

Dei a liberdade com que minha oponente começasse sua jogada. Era interessante com que ela fosse a primeira, afinal, o xadrez se decide com o passar das jogadas do seu oponente.

– Soldado da sétima fileira, casa C.

– Sim, minha mestra!

– Duas casas para frente... Na 5-C

Interessante como ambos os lados do tabuleiro rivalizavam de forma antagônica. Se meu lado, onde eu jogava, permanecia guerreiros puros, dotados de bondade, no lado de âmbar era perceptível uma nítida contrariedade. A fileira de soldados que protegiam as demais peças era composta por homens minimamente aterrorizantes. Portavam uma espada curva em cada mão e um escudo nas costas, no lugar da armadura, um traje negro envolvia todo corpo, da cabeça até os pés. E nos rostos mascara de metal polido, e cada um portava uma expressão facial diferente. Na fileira que subseguia estava o rei, era um homem imponente com barba grisalha e armadura negra. A rainha vestia um traje negro com detalhes dourados e em sua mão estava uma grande lança adornada. Os bispos eram homens aparentemente semelhantes aos soldados, à única coisa que mudava em seus rostos eram as grandes máscaras pontudas e em meio ao vão dos olhos estava uma espécie de camada de vidro escuro, dotando aqueles homens com uma aura macabra. Os cavalos eram dois alazões negros de guerra, nas patas eram notadas uma camada espeça de pelagem negra, e a crina era lisa indo até a junção do pescoço. As torres, representadas por grandes cavaleiros, usavam armadura completa e elmo de batalha fechado. Levavam um escudo com brasão de dragão, e enormes espadas longas. Era um xadrez no mínimo parecido com um campo de batalha.

– Sua vez, caro Roahn!

– Espero que você realmente honre a sua palavra...

– Não sou digna de confiança mas... tens a minha palavra.

Analisei friamente a situação. Precisava achar uma abertura nas jogadas de Âmbar, portanto, esperar a próxima jogada, talvez fosse o diferencial. Eu precisava de uma boa estratégia.

– Soldado da segunda fileira casa D.

– Sim, mylord – Tal soldado se voltou pra mim, ajoelhando e com ambas as mãos esticadas me oferecia sua espada.

– Uma casa a frente por favor...

– Não há favores aqui, mylord... minha espada é sua espada.

E numa marcha de poucos passos o soldado caminhou até o próximo quadrado a sua frente, que era tão branco quanto a sua armadura leitosa. Embainhou a espada, e tornou-se imóvel novamente.

– E lá se vai a sua primeira jogada, caro Roahn...

– Não serão muitas, garanto-lhe.

– Para o seu bem....tomara que não seja.

Dez anos haviam se passando num único movimento, e minha única preocupação era com Carmelin e meu filho.

Roahn Pov off

–-----x------

–Como aquela mulherzinha poderia estar na liderança do conselho? ISSO É INADIMISSIVEL.

– SILÊNCIO TODOS...- As vozes que ressoavam por todo o salão real num grande alvoroço, sessaram-se de imediato. Afinal, quem é aquele que se colocaria contra as vontades da rainha? - Não admito tamanho desrespeito... Milborn vá fazer seus trabalhos, sua competência como contador ainda tem utilidade... Mas, sua língua afiada ainda há de te prejudicar um dia. Quem pensa que és para questionar minhas escolhas?

– Ninguém, Vossa Majestade. Só, não entendo por que essa mulher... e por que no lugar do mestre... Ele nunca concordaria com isso.

–Roahna deixou em seu lugar quando partiu... Não acho que seria por casualidade. E será assim até que ela queira permanecer nele. Ou até que ele retorne.

– Mas vossa Majestade... Já fazem 11 anos que Roahn partiu...

– E que façam 300 anos que ele tenha partido... Segundo Rose, ele ainda permanece vivo.

– O que? Vivo? Roahn vivo? – Todos no salão real permaneceram num grande estardalhaço novamente. As vozes incrédulas de que Roahn tivesse sobrevivido a sua ultima missão vacilavam a partir daquelas palavras de Helena.

– Sim... senhores ... VIVO... com todas as letras. – Uma mulher de feições não tão joviais,sai por de trás do trono. – E para você Milborn... sou apenas uma conselheira... Não almejo seu cargo.

– De-de-desculpe... Conselheira Rose. Não tive... – Foi subitamente interrompido pela mulher.

– Poupe-me de suas palavras torpes Milborn. Sua hipocrisia me enoja... – Virou para Hellena, olhou no fundo de seus olhos Carmesins, depositando uma confiança a mais naquele trocar de olhares – Me permite... majestade?

– Com toda a certeza...

– Senhores... – Elevou o tom de voz para que todos os burocratas presentes tomassem conhecimento do que iria falar. – Roahn, esta vivo... e tenho como provar qualquer falácia. Nós, e quando digo nós, falo da corte e aqueles que juraram proteger Hellis, sabemos da tamanha importância que Roahn tem para nossas vidas e para o nosso reino. Então... Eis aqui a prova.

Rose tirou do pescoço uma corrente, e nela estava um anel de ouro pendurado.

– Esse anel tem um feitiço que eu mesma desenvolvi... ExoriLumus... Pra quem conhece de magia, sabe que as inscrições de Runas foram amplamente difundidas pelos ensinamentos dos antigos, contudo... todas muito separadas em vários livros de diversos autores. Antes de Roahn partir, tive acesso a um exemplar de um de seus livros, o nome é “A arte da Magia”. E nele senhores, contem o sincretismo, a junção, de todas as práticas em harmonia. – Parou para dar uma pequena risada, como se recordasse de alguma coisa do passado. – Ele era... um gênio... Todos sabem... Tinha uma família, esposa e filho. Era muito reservado, poucos aqui presentes sabem disso. Então senhores... Acreditem... ele esta vivo por causa deste anel.

– E o que tem esse anel de tão importante, Rose...? – Milborn pareceu afiar suas palavras novamente.

– Desenvolvi inscrições... meu caro amigo que senta numa escrivaninha... Acho que esse seu rabo de ouro não deve saber muito bem o que é uma runa, ou o que ela faz... Mas para quem conhece, ou, suspeita... ExoriLumus me permite ter uma conexão com a pessoa... Quando esse anel perder a cor... ou estiver perdendo a cor... ele estará morto, podem ter certeza.

–Basta... – Disse Helena – Tenho esperanças que tudo volte ao normal... E irá voltar.

–A última divindade está na mão de Urgean... Yuslan tem que ser selado.

A alguns bons quilômetros de distância do palácio. No cume de um monte, em frente a um pequeno casebre, um homem com túnicas alaranjadas, um grande cabelo negro e uma barba por fazer, estava sentado. Seu cajado era mantido sobre seu colo, em uma de suas extremidades, longe da parte que frequentemente está em atrito do solo, estava um orbital avermelhado que flutuava entre dos vãos na madeira.

– Aonde você está mestre? Sei que você está ai... Estou te esperando.

Urgean era um dos poucos que não tinham perdido a fé em Roahn. A justiça reinaria em algum momento. Já se passara 11 anos, e, naquela época do ano, próximo da metade do ciclo anual, pupilo e mestre haviam embarcado na ultima missão juntos.

– Sei que ainda está ai... Vamos... volte.

–-----x------

Roahn Pov on

–Dez...

– Não senti... esses dez anos.

– Já expliquei... Você não...

– Eu sei... – Interrompi – Não precisa explicar novamente. Ainda assim me parece incapaz de serem dez anos.

– Quer provas?

– Provas? Como assim? Como pode me provar?

–HAHAHA... – Aquela risada de deboche dava-me vontade de socá-la. – Humanos... Assim como um dia já fui... Venha.

– Ir para onde? Não te vejo Âmbar, só te ouço.

– Nem verá... Olhe para traz, Roahn...

No meio da escuridão surgiu uma porta. Aparentemente feita de carvalho desgastado, suas dobradiças eram de metal pintado com tinta óleo, e sua maçaneta era uma grande argola. Era uma porta bem comum, e o mais estranho, idêntica com a da saída da minha casa.

– Mais um truque? Não caio... Vamos prosseguir o jogo.

– Não é um truque... Manterei minha promessa, já disse. Apenas quero te dar um pouco de esperanças... Afinal, se ficar por aqui, será capaz de fazer o mesmo, embora não poderá interferir.

– O que quer dizer?

– Venha, e verá...

Dei de ombros e fui até a porta que estava erguida em meio a todo aquele breu. Antes que eu pudesse tocar sobre a maçaneta, a porta se abriu levemente num grande clarão. Fiquei alguns segundos parado em frente ao portal um pouco hesitante.

– Vá logo homem, não quero teu mal... Afinal, aqui jaz apenas a tua mente. Nenhuma dor será sentida, não física.

– Assim espero... Bruxa.

– Acho que isso foi um elogio...

– Ou não...

Dei alguns passos até que a luz consumiu todo o meu corpo num clarão incessante. Atravessei o portal, e o cheiro era muito familiar. Uma mistura de alecrim e grama molhada pela manha. Era um ar muito comum, um ar muito familiar. Abri meus olhos, não consegui enxergar direito as coisas a minha frente, me ardia as vistas. Olhei ao meu redor, e não pude acreditar, estava na porta da minha antiga casa.

– HAHAHA... Vem Radàel, quero ver você me pegar...

– Me espera Luzene... Já estou chegando.

– Radàel? Meu filho... – Fiquei pasmo em poder ver aquele por mais uma vez. E, ao seu encalço estava uma jovem menina de não mais que treze anos. Meu filho estava crescido... Ele tinha o sorriso de Carmelin.

– RADÀEL... Meu filho... – Clamei por seu nome, e foi então que eu percebi, ele passou por mim sem sequer me notar.

– Âmbar, o que é isso? Me dê explicações. – Tire tudo de um homem, menos a sua família. Ouvi aquilo algumas vezes durante toda a minha vida, e pela primeira vez, o ditado se fazia real.

– Isso, Roahn é o que te espera... Parte de uma onipresença. Posso estar em diversos lugares, testemunhando milhares de coisas ao mesmo tempo. Seja, aqui, seja no palácio, ou até dentro da sua própria casa... Mas, me foi dada uma maldição junto a esse dom e o templo do ócio. Não tenho a permissão de interferir. Apenas olhar, ser uma eterna observadora.

– Você quer dizer que... Aquele é mesmo Radàel? Aquele é meu filho.

– Sim, estamos no meio do ciclo anual... Esta perto do decimo quarto aniversário de Radàel... E aquela, aparentemente é uma garota que gosta dele. Não sei muito, mas, se chama Luzene.

– Pode me levar a Urgean?

– Claro...

Tudo começou a se distanciar, e num novo piscar de olhos toda aquela pradaria e os enormes campos das terras de Roahn foram substituídos por um terreno arenoso. Mais a frente estava um casebre bem simples, bem separado, ao longe, perto de um grande precipício. E, sentado na ponta de uma pedra, estava um homem com roupas trabalhas em seda. Um grande cajado, e uma barba por fazer.

– É ele?

– Sim... Este atualmente é Urgean, Roahn...

– Me leve até... – Fui acometido por um solavanco, tudo se movimentou e antes que eu pudesse perceber já estava face a face com meu discípulo.

– Mestre... Estou te esperando...

– Urgean... Estou aqui...

– Sei que esta ai... Vamos... volte logo.

– Mesmo depois desses anos, ele não perdeu a fé... Não perdeu a fé em mim...

– Não Roahn... Foram poucos que acreditaram que você não abandonou Helis, ou, não se juntou a Aryon. Um deles é Urgean...

A porta do casebre se abriu numa grande batida. Um menino sai de lá de dentro correndo. Suas mãos estavam em chamas, e aglomerando tais chamas umas sobre as outras, lançou-as em direção a Urgean, numa bola de fogo. O homem sentado sobre a rocha permaneceu sentado, o impacto era iminente, e o garoto gritou.

– FINALMENTE TE PEGUEI MESTRE!

– Mestre? – Pensei comigo mesmo. – Então quer dizer que aquele menino é discípulo de Urgean?

O impacto da bola de fogo sobre Urgean fizera um grande estrondo e uma leve aglomeração de fumaça e poeira.

– Você esta ficando mais forte... sabia ,Teodorian?

A poeira se abaixou pouco a pouco, revelando a figura de um novo homem. O meu jovem pupilo estava agora sendo chamado de mestre. Era no mínimo uma grande felicidade para mim.

Urgean permanecera parado e de onde houvera o disparo da bola de fogo do jovem Teodorian, estava uma pequena parede de rochas. E nela, um pequeno buraco na altura da parte onde protegia a cabeça do homem que estava sobre a pedra.

– Conseguiu até desfazer essa barreira... Em breve vai ficar mais forte que eu.

– HAHAHA... Claro que vou mestre... Essas histórias sobre você ser um demônio, o sucessor de Yuslan, e blablabla é tudo mentira... Não passa de um homem!

– Claro Teodorian, Claro... Vamos... entre, vamos fazer o almoço

– VAMOS! Eu estou com fome... Muita fome...

– Um mago tem que estar bem alimentado, sabia?

– Sim mestre... eu sei...

Ambos deram de costas e entraram na pequena casa. Não pude conter a lágrima que escorre pelo canto do olho. Quanto tempo eu havia ficado fora? Minha Carmelin, como estava? O conselho. Tudo estava mudado. Eu tinha que terminar com aquele jogo.

– Vamos, Âmbar...

– Por que a pressa?

– Por que preciso sair logo de lá...

– Você ainda acha que vai sair?

– Eu tenho certeza.

A montanha,o reino, Urgean, Radàel, todos sumiram, dando espaço novamente a mesma escuridão de instantes antes.

– Jogue Âmbar... é a sua vez...

– Cavalo, G-8... Vá para a casa G-6.

– Cheque-Mate...

– O que? O que você esta dizendo Roahn?

– Observe você mesma... Rainha 1-E... Vá para casa A-5...Encurrale o Rei...

– Não... espere... ROAHN... como você venceu?

– Não foi por estratégia... Foi sorte... E isso, é uma coisa que nem você pode contar ao seu favor...

– NÃO... VOCÊ NÃO SAIRA DAQUI!

– EU SAIREI! VOCÊ NÃO IRÁ ME IMPEDIR ÂMBAR!

– ENTÃO TENTE POR SI SÓ... HAHAHAHA!

A voz que ecoava ao fundo parou de ressoar após alguns instantes e a escuridão se fez presente em todos os aspectos. Eu não precisava mais me segurar, a promessa fora quebrada naquele instante. Passando alguns momentos, um pequeno feche de luz se aumentou nitidamente, tomando forma e voluptuosidade. A luz parecia ser tangível e com consistência. Ela se aumentava, aumentava e aumentava pouco a pouco. Até que em um movimentar de mãos.

– Atbrut Sanas... Ar Gasma’ul.

Entoei tal cântico a muito esquecido, era um feitiço que revertia o fluxo mágico, e revertendo o fluxo mágico, o controle da mente seria quebrado pela incompatibilidade entre os mesmos, sendo Âmbar, totalmente desbancada em seu próprio átrio. A ilusão se desfez em seguida, me vi em meio ao seu templo.

Meio atordoado dei um impulso para correr até o trono onde jazia uma ossada, a ossada da própria Âmbar. Mas, minhas pernas falharam. Olhei minhas mãos e elas estavam enrugadas, minha barba tangia abaixo da cintura, lisa e grisalha. E em minha cabeça, não havia mais cabelos. Minhas túnicas estavam intocadas e meu cajado bem colocado ao meu lado. Eu não podia acreditar, estava velho. Muito velho.

Arrastei-me aos passos pela falta de costume de manejar meu próprio corpo. Não tinha mais a mesma dicção nem coordenação, troquei as pernas por vezes até chegar ao corpo da Bruxa do Ócio. E pronunciei algumas palavras a ela.

– Saiba, que diferente de ti... tenho palavra... – Minha voz era falha e rouca, e jovialidade havia acabado nada era mais como antigamente. – Eram apenas quatro jogadas... Mas pelo visto, me deixou aqui preso por mais tempo. A magia ainda não me falta, e o ímpeto também não. Mas saiba, levarei comigo o seu poder, mulher.

E em frente aos restos mortais da divindade do conhecimento, a mulher que detinha informações essenciais sobre tudo que já caminho sobre a face da terra desde Óris, e toquei em uma pulseira que estava sobre seu pulso. Desencaixei-a com tamanha dificuldade, afinal, era notado que me faltava o costume.

– E depois de ti, faltará só mais uma... – Levantei a pulseira que mais se assemelhava a um bracelete- E com esse bracelete, levo comigo a sabedoria e perspicácia de Âmbar, a Senhora do Templo do Ócio. Juro por tudo que é mais sagrado, pela minha vida, e pelo reino, que este objeto será usado para o bem enquanto eu viver.

Uma grande energia espiritual começou a envolver o bracelete, e de todo o templo começou a emanar uma aura esverdeada. Desde as colunas de mármore gasto, até as chamas que crepitavam nas tochas. E em seguida, faltava apenas selar o poder para sempre naquele objeto.

– ZimogsSeitGubridIzklaides dieviete… Acis ÂMBAR!

E um clarão se fez presente, e de repente o corpo de Âmbar começou a se tornar pó.

– Acabou... Âmbar.

Aos poucos fui saindo do templo. Estava escuro, mas, como toda noite, a luz da lua não me iluminava. Olhei para os céus e vi com clareza um grande eclipse. Era o dia de Yuslan, ainda não havia acabado. O demônio do fogo havia renascido, e com toda a força. Olhei para a direção reino de cima da grande escadaria do Templo do Ócio. Estava em chamas, precisava chegar lá o mais rápido possível.

Roahn Pov off

–-----x------

A cidade estava em chamas, o pandemônio de corpos carbonizados, um cheiro forte de sangue e um grande tumulto tomava conta das vielas do reino. Tudo pendia em fogo, e sobre a montanha estava o principal problema, o colossal demônio do fogo, Yuslan.

– Mestre Urgean, A cidade...

– Sim, vamos para lá, Teodorian... Vamos acabar com isso nós mesmos... Ele é o ultimo, o ultimo desde Âmbar.

– Mas mestre, Roahn não...

– Roahn está morto... Teodorian... Ele está morto. Já faz muito tempo... Eu já não tenho a mesma paciência para isso... Chega desse assunto, por favor... Deixe o passado no passado.

– Hum... Como quiser mestre...

Ambos saíram do centro da capital e foram em direção a causa de todo aquele pavor. Era a primeira vez em anos que o reino de Hellena sofrera tamanha calamidade sobre suas fronteiras, e o pupilo de Roahn, e o pupilo de seu pupilo, iriam terminar os passos de seu mestre anterior. Tinham de findar a jogo das divindades, e Yuslan, sem duvida, não iria hesitar em tentar dominar o mundo dos homens.

Dentro do palácio Real, Hellena permanecia em seu trono acalmando toda a sua comitiva real.

– Senhores... Por favor, peço calma. O problema será resolvido em breve... Rose...

– Sim, rainha...

– Sei que a idade já lhe pesa os ombros, mas, como minha antiga conselheira, peço-lhe, vá até os montes e auxilie Urgean... Por favor...

– Como quiser majestade... Mas, não sei se... – Foi abruptamente interrompida

– Sem especulações, vá... E volte com vida...

– Era sobre isso que iria falar... Não sei se poderei cumprir a ultima parte... HEHEHE ... – Ela olhou para os olhos de Hellena, e assumiu um tom sério, como uma vez a muitos anos atrás – Voltarei em breve... E depois, irei me aposentar desse bafafá todo... Meu coração já não aguenta essas coisas.

– Como queira, Rose...

– Sim... Minha Majestade.

– Acabem com isso, por favor...

– Tentarei... Com todas as minhas forças.

–-----x------

Roahn Pov on

O cheiro de fumaça ficava cada vez mais forte ao me aproximar das fronteiras do reino. Ficar em Âmbar durante todos esses anos permitiu-me obter energia o suficiente para chegar lá em instantes, mas, como? A resposta era óbvia. O acumulo de energia de muitos anos subseguidos todos retidos no mesmo receptáculo, no caso, eu. Permitiu-me alcançar e tanger um nível que eu jamais contemplei em minha magia.

– Preciso chegar o mais rápido possível.

O som do vento sobre meus ouvidos era ensurdecedor, e o motivo, era o feitiço do elemento ar que eu havia conjurado para me locomover de Âmbar até as fronteiras do Reino. O encanto consistia em formar uma cúpula de ar e usar como propulsor os pés liberando uma enorme quantidade de energia para, literalmente, voar. Porem, devido a quantidade de energia que ainda me sobrava, logo, foquei todas as minhas forças totalmente naquele feitiço para que pudesse chegar o mais rápido possível.

E passado alguns instantes, observei aqui e acolá rastros da destruição do demônio do fogo. A alguns quilômetros de distância da própria muralha real, rastros de lava e um cheiro absurdo de enxofre eram perceptíveis. Corpos carbonizados, casas totalmente queimadas, as plantações, o gato, tudo ardia em um vermelho alaranjado. Num misto de carmesim e cinzas. Era realmente assustador.

– LeanusEmporion Trento

Aos passar por essas regiões e ver tais calamidades, deixa-las sem ajuda seria fora de cogitação. E, já que eu estava envolto num manto de energia elementar do vento, desprender essa energia para varias direções exalando certo calor e condensando água que também decidi liberar, pude criar nuvens. E tais nuvens, me permitiram em alguns segundos impor uma mudança climática sobre os campos por onde passei. Após instantes estava chovendo, e chovendo bastante.

– Bem melhor.

A chuva que pendia dos céus se quer puderam me tocar. O turbilhão de vento criado pela velocidade que eu estava impedia qualquer gota de tocar sobre minhas roupas já maltrapilhas e gastas. Ao longe, pude observar o palácio no centro do reino, a capital, o coração de Hellis. Mas, o problema estava a sua frente, ou melhor, a minha frente, as montanhas que cercavam o reino estava lá o enorme demônio. Pude sentir a pressão de toda a sua energia espiritual, sua magia tangia ao incompreensível, afinal, era uma divindade.

– Hellena poderá me ver depois...

Meu caminho foi instantaneamente alterado. Fiz uma pequena curva, dando agora prioridade realmente a aquele que merecia minha preocupação, o implacável Yuslan.

Já estava próximo, as pessoas abaixo notavam algo que cortava os céus numa velocidade inimaginável. E sim, era eu, o lendário Roahn retornando ao seu reino.

Roahn Pov off

–-----x------

Imponente a bons cinquenta metros de altura estava a grande divindade do fogo, também conhecida como Yuslan. Era um enorme monstro composto por lava e rocha derretida. Tinha grandes chifres e andava sob quatro enormes membros inferiores, enquanto seu tronco era ligado a uma das extremidades tomando forma de um humanoide. Tinha braços, que portavam mãos com apenas três dedos, e ao topo da cabeça, entre os chifres, uma chama negra ardia.

– VOCÊ IRÁ MORRER... DEMÔNIO! – Disse com tamanha convicção aquele que alguns tempos atrás era apenas um pupilo. – SINTA A IRA DE SEU PRÓPRIO FILHO!

– Filho? Mas, como assim, mestre? - Disse Teodorian surpreso. – Você é filho de Yuslan?

– UOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOORRRRRG –Rugiu a enorme fera que encarava o pequeno mago. O deslocamento de ar provocado por aquele rugido era minimamente estrondoso.

A besta então se posicionou e sobre a dupla de magos despejou uma enorme quantidade lava que saÍa de sua boca. Urgean permaneceu imóvel, como se quisesse ser atingido por tal ataque. Já Teodorian começara a correr, embora soubesse que o impacto seria iminente, ele seria carbonizado num instante.

– Precisando de uma ajuda, pequenino? – Falou um homem que já não tinha mais cabelos, e uma enorme barba grisalha. Em sua mão direita estava um anel de ouro com runas do reino, e um cajado. Suas roupas eram maltrapilhas e sujas, era um eremita?

– POR FAVOR! – Teodorian vislumbrou a lava que já estava perto de tocar tanto ele como o velho, e as únicas palavras que alcançaram seus pulmões fora aquele pedido de socorro.

– haha – O velho desprendeu uma leve risada. E num movimentar de cajado, a lava se bifurcou em duas partes,e o grande rio que saia da boca do demônio, pelo menos a parte que ia em direção ao velho e a Teodorian, estava sendo totalmente inutilizado.

– Quem é você? – disse o garoto um pouco descrente.

– Apenas um velho amigo... –

Olhou para o lado e ficou perplexo a ver uma sombra negra se formar dentro das chamas do demônio.

– Droga... URGEAN! PARE! – Clamou o senhor que ali estava. Ele parecia deveras preocupado com o resultado daquilo, parecia não mais confiar plenamente em seus poderes, ou, temia pela vida daquele jovem.

– HAHAHAHAHA! DEMOROU, NÃO É... MESTRE? – A chamas foram se dissipando pouco a pouco, e a lava que atingia o corpo do tal Urgean ia cessando, revelando algo inimaginável.

– Nunca é tarde... filho... – Disse o senhor, se achegando ao seu pupilo perante as chamas.

– Não posso chamar-lhe de pai, não enfrente ao meu, mas... sabes que te considero um... mestre. – No lugar de carne e túnicas, o homem que ali estava se tornou um só com a lava. Seu corpo era escamado e dotado por uma cada de fogo e um cheiro absurdo de enxofre.

– Quando foi que você descobriu? Pensei ter... – Roahn fora interrompido pelo jovem

– Quando não importa... o que importa é que esta vivo... E precisamos lidar com esse ai... ainda aguenta?

– Sim, Urgean...

– Claro Mest ... – Urgean fora interrompido pelo seu mestre.

– Não sou mais teu mestre, és autossuficiente agora, sou apenas Roahn... por favor.

– Claro... Roahn...

– Você se lembra sobre o que eu te disse alguns anos atrás?

– Depende, mestre, sempre diz tantas coisas...

– Que você seria o único que conseguiria terminar isso? E sem você não daria certo... ?

– Sim... mas isso tem a ver com aquilo?

– Sim... tem... sabe usar?

– Terminei meus estudos de Runas a alguns anos... Sem dúvida...

– Ótimo... distraia-o, irei tirar seu pupilo daqui...

– Certo...

– Não precisa se preocupar – Disse uma senhora um tanto quanto arcada e atingida pela idade – Irei poupar ambos de tal trabalho, deixa que eu cuido de Teodorian... Cunhadinho.

– Rose? É você...

– Não é hora de alegria.... Salve o mundo mais uma vez ... Você quase estragou tudo. E você, garoto, vem comigo...

Quando Teodorian tocou a mão de Rose, ambos desaparecerem.

– É a nossa chance, Urgean...

– Sim, mestre...

Ambos correram em direções opostas e logo entrarem em voo. Roahn, utilizando um feitiço do elemento ar, e Urgean, utilizando sua maestria em fogo. Ambos rodearam o monstro até que pudessem estar em um perímetro. Sendo o monstro o seu centro, e ambos em duas extremidades opostas.

– Agora URGEAN!

– SIM ... !

Começaram a entoar um cântico, e tal cântico era conhecido como o ultimo pedido. Um poderoso feitiço de selamento, capaz de conter qualquer adversidade, qualquer um. Porém, ele tinha um único efeito colateral. Por necessitar de duas pessoas para a sua execução, uma dessas pessoas iria perder a vida ,mas a escolha da pessoa fica ao acaso. Ou seja, um dos dois iria morrer... Independentemente do resultado.

– TaadtasbutugribatÓris, Unta sir musupedejedaispieprasjiunun! – Ambos entoaram ao mesmo tempo. E uma grande luz tomou conta de toda a montanha, e a sua intensidade era de grandes proporções.

O clarão implodiu e o que era um grande demônio do fogo deu espaço a um colar de contas, um colar de contas laranja. E em seguida, pupilo e mestre caíram inertes. Era o fim... os jogos das divindades acabara ali. A humanidade venceu.

Roahn estava sem forças, e Urgean do outro lado também não se mexia... Ele não conseguiria alcançar o pupilo, suas energias estavam esgotadas, no limite. Infelizmente em breve também morreria.

O bracelete em seu braço começou a brilhar, seus olhos já estavam se fechando, e quando de repente...

– Roahn?

– Ahn... onde estou?

Roahn estava sobre uma escrivaninha com uma pena e um grande livro em sua frente.

– Está quase morto...

– Âmbar?

– Eu mesma... Tenho-lhe uma proposta

Roahn não aguentou o peso sobre seu corpo e caiu com a cabeça sobre o livro, estava inerte, quase sem vida.

– Habite esse receptáculo comigo... E sua sabedoria será perpetuada a sua própria geração.

– Que... assi...assim... seja...

– Ótimo...

O corpo do mago já estava sem vida, e morte tinha-lhe beijado os lábios. Era o fim, da história de Roahn.


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Notas finais do capítulo

Estou com um pouco de pressa ,por isso não vou escrever muito nas notas , mas espero que tenham gostado do capítulo!
Ainda não sei dizer se vou começar a escrever uma vez por semana , como eu disse acima , estou muito doente ultimamente , então prefiro não prometer algo q talvez eu não possa cumprir ...
E caso estejam curiosos com o nome da jogada que Roahn fez , o nome é cheque-pastor.
Bom galera , por favor comentem o que acharam , quero muito saber a opinião de vocês! E no próximo capítulo já voltaremos a história principal!
Beijinhos , até o próximo!



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