Meu Mundo É Você escrita por Isabelle Masen


Capítulo 9
C.9 - Proposta, Emprego e Professor Aloprado




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*JENJANG: Caral**

*Amkae: filho da p***





O que será que ele quer, afinal? Resolver o nosso problema ou piorá-lo? Pedir desculpas por alguma coisa? Dizer que não quer mais me ver? A dúvida me corrói enquanto eu ando pelos corredores - agora vazios - da escola. Engolindo todas as minhas perguntas e pré conceitos, parei diante da porta do armário de vassouras. Suspirei e me virei para o corredor, esperando por Edward.

A porta se abriu abruptamente atrás de mim e eu fui puxada por um braço forte. Ameacei gritar, mas ele tapou minha boca e fechou a porta novamente enquanto eu estava caída em uma pilha de papel higiênico.

–-- Bom dia, Bella - Edward sorriu me ajudando a levantar, educado. Tossi os cabelos que havia engolido e uni as sobrancelhas raivosamente pra ele.

–-- Bom dia? Que história é essa? Por q… - quando ia terminar de falar, ele me pressionou contra a parede e me envolveu em um beijo faminto, que me deixou sem reação, mas eu não conseguia parar pra tirar sua boca da minha. Sentia minhas pernas bambearem mas me mantive em pé, até que sua língua se enroscou na minha e eu comecei a retribuir. Ele me segurou quando percebeu que eu não tinha mais forças pra ficar de pé. Agarrei seu pescoço enquanto ele chocava seu corpo contra o meu em um rítmo delicioso.

Então o maldito fôlego passou a se manifestar e desgrudamos nossas bocas, mas ele não parou de me beijar e desceu os beijos pelo meu pescoço. Quando ele passou a acariciar minha barriga indo para a região proibida…

–-- Pare com isso! - o empurrei abruptamente e ele me olhou, assustado.

–-- O que foi? - seus lábios estavam vermelhos e inchados, sinais da voracidade do beijo de agora há pouco. Meu coração batia tão forte que poderia ser ouvido do lado de fora da porta.

–-- Edward, eu vim aqui achando que você queria resolver o nosso problema.

–-- Problema? - coçou a nuca, confuso.

–-- Isso que acabou de acontecer, e… - sacudi a cabeça, confusa, pois nem mesmo eu sabia que diabos era aquilo - Edward, o que é isso?

–-- Nós? - ele perguntou, parecendo ainda mais confuso que eu.

–-- É, eu e você, esses beijos todos, toda hora, esse armário, a T… - arregalei os olhos e ergui a cabeça pra ele - oh meu Deus! - levei as mãos aos lábios. Eu, que julgava tanto as populares por serem vadias, estou agindo como uma delas.

Ele se apressou em negar e tocou meus ombros, na tentativa de me acalmar.

Não funcionou. Pelo contrário, estou ainda mais confusa.

–-- Não Bella, você não entendeu… Eu vim aqui para te pedir uma coisa… - ele pediu, sorrindo enquanto me puxava pela cintura. Afastei suas mãos abruptamente, minha cabeça gritando para que eu corresse dali.

–-- Você não entende! Se eu quase fui espancada por fazer um comentário na hora errada, imagine quando eu a ameaço na frente de todo mundo e roubo o namorado dela?

–-- Bella…

–-- Isso é… - emaranhei meus dedos no meio dos cabelos, procurando a palavra certa. Corri os olhos por Edward; os sapatos desamarrados, a blusa amassada pelas minhas mãos, a expressão sexy e confusa de sempre, a linha das bochechas visível quando ele falava, o nariz ereto com a pontinha torta de um jeito charmoso e os cabelos sempre eletrocutados… - você é louco! - falei simplesmente e abri a porta, pronta para sair, mas ele me puxou pela cintura novamente e me jogou no bolo de papel higiênico e se atirou em cima de mim. Fechei os olhos com o contato de suas mãos com os meus pulsos acima da minha cabeça.

–-- Isso está se tornando um hábito - murmurei aind de olhos fechados, mas sentia que ele estava sorrindo.

–-- E que hábito… - riu e tomou meus lábios novamente, me fazendo perder a linha de raciocínio,pensando apenas em: vai fundo, garota!

Me entreguei ao beijo, rendida por suas mãos fortes que começavam a contornar minha cintura. Entrelacei meus dedos em seus cabelos e o puxei pra mim, sentindo um espasmo quente em meu ventre que, se eu não estivesse deitada, iria ao chão.

Com uma habilidade ‘inexperiente’, girei por cima dele e o coloquei em baixo de mim. Ele se surpreendeu e eu sorri pra mim mesma, afinal não era eu quem controlava os meus atos naquele momento. Suguei seus lábios com os meus e passei uma perna pra cada lado de seus quadris, sentindo-o tremer diante de mim. Ele gemeu contra meus lábios e me puxou pela cintura, chocando nossos corpos. Aquela batalha quente de sedução logo me levaria à fazer uma coisa errada, eu sei disso.

QUE SE FODA!

Olhei em seus olhos enquanto começava a tirar sua blusa. Ele ofegou e apertou ainda mais minha cintura, me fazendo ter ainda mais curiosidade sobre o que ele escondia ali em baixo. Sorri perversa pra ele, e isso foi o suficiente para ele apertar a minha bunda com força e alcançar a barra da minha camiseta. Quando eu ergui os braços, ouvimos um barulho.

–--... e esses jovens não sabem que não se pode colocar papel de bala no chão? Deveriam voltar é pro maternal, isso sim! JENJANG*! Isso é amkae* com os pobres trabalhadores! Isso é bullying contra os japoneses por acaso? - ouvimos uma voz e nos olhamos rapidamente, o choque passando por nossos olhos. Eu levaria a primeira advertência da minha vida!



Edward pensou rápido e me puxou, me colocando atrás do armário de produtos de limpeza. Ficamos espremidos ali quando escutamos as chaves se chocando contra a fechadura da porta. Meu queixo estava em seu peito desnudo, e suas mãos em minha cintura enquanto eu mantinha as minhas juntas, quase trêmulas de nervosismo.

–-- Edward, nós vamos ser pegos aqui e eu vou estar ferrada!

–-- Não vamos ser pegos, fica tranquila - ele sussurrou de volta, numa calma incrível.

–-- Como tem tanta certeza disso? - ele fez uma careta maliciosa e alisou meu rosto.

–-- Melhor você não saber - uni as sobrancelhas e enxerguei algo além de seu ombro, e quando percebi que a peça vermelha com uma renda fina era um sutiã, minha cabeça explodiu.

–-- Que sacanagem é essa? O que isso significa, Edward? Quer dizer que você atrai garotas pra cá? - gritei me afastando dele e daquele armário apertado. Senti os olhos do faxineiro, mas estava pouco me lixando. Esperei uma explicação de braços cruzados, enquanto Edward parecia sem reação comigo.

Meu peito parecia ter sido atingido por uma chuva de meteoros.

–-- Bella, não é nada disso que…

–-- O QUE ESTÁ ACONTECENDO? - o faxineiro berrou. Ignorei-o.

–-- Ah, muito engraçado! - levei as mãos a barriga e fingi rir - não me diga que o faxineiro trouxe uma mulher pra cá! Conta outra, Edward - virei as costas e quase arrombei a porta do armário de vassouras. Ele tentou me segurar pelo braço.

–-- Não me toque!

–-- Mas eu posso te explicar, é sério! - Edward pediu, risonho. Mas por que diabos ele continua tão tranquilo? Está havendo a terceira guerra mundial na minha cabeça e esse panaca fica com essa cara como se eu estivesse agindo como uma retardada!

–-- Por que eu não poderia pegar uma yeoseong de sutiã vermelho? - o faxineiro coçou a nuca.

–-- Pois vá atrás de Tanya e explique para ela, aproveite e leve esse sutiã nojento com você! - apontei o dedo em seu rosto e saí batendo o pé no chão do corredor, desejando profundamente bater em algo.

Sei que minha atitude fora infantil, pois não sou nada dele para ter uma reação como essas à uma coisa que eu já deveria esperar, já que ele tem uma namorada. Mas por que eu simplesmente não consegui ignorar? Por que minhas pernas não conseguem ouvir meus comandos quando estou em seus braços? Essa rendição instantânea me deixava assustada, quase em pânico.

E quando eu cheguei em frente à sala da minha próxima aula, o aviso veio em minha mente como letreiros em neon: “você ainda precisa arranjar um emprego”

Ótimo.



(...)




Enquanto eu ia pra casa, fui assaltada. Iliteralmente, pois o assaltante é conhecido pelo nome “Alice”.

Ela alegou que, depois de muito “conversar” com Jasper, lembrou de que eu mencionei que arrumaria um emprego, e se dispôs a me ajudar. O motivo? Eu simplesmente não sei, mas quem sou eu para negar algo à ela? Então ela me puxou para sua casa e fez questão de me arrumar.

–-- De jeito nenhum! Eu vou pedir um emprego, e não dizer que sou uma princesa perdida da Rússia! - cruzei os braços enquanto ela penteava meus cabelos. Ela me obrigou a vestir um vestido tomara que caia verde azulado, uma jaqueta jeans clara e uma sandália rasteira de tiras dourada. E, como se o visual de “Penélope Charmosa” não fosse o suficiente, ela me emprestou uma bolsa caríssima.

–-- Você é tão bonita, Bella! As garotas da escola morreriam se você soltasse o cabelo de vez em quando. Tanya seria rebaixada à um cachorro desgarrado da Paris Hilton! - ela ria enquanto me paparicava. Me sentia uma boneca fragilissíssema em suas mãos pequenas.

–-- Você está me ouvindo? - a questionei.

–-- É sério, você deveria sair mais. Se arrumar, colocar pra fora o que você vive guardando naqueles moletons horrorosos!

–-- Meus moletons não são horrorosos! - protestei.

–-- Se eu ao menos tivesse um desses moletons, será que o Jasper andaria mais comigo como ele anda com você?

–-- Eu não vou para porcaria de lugar nenhum com esse… Espera! O que disse? - falei me virando para trás, encontrando o rosto corado de Alice. Ela sentou na cama e eu vi lágrimas nos seus olhos - Alice, o que foi?

–-- Eu não aguento mais! - ela gritou, me assustando - eu não aguento mais todos os dias ir pra escola, estar na mesma sala, olhar pra cara dele todos os dias e ele ficar se escondendo de mim! Eu mando sinais, eu sento com ele nos intervalos, sento perto dele nas aulas, fico sorrindo que nem um jumento mas nem assim ele ao menos fala um bom dia pra mim sem que esteja com você ou alguém! Eu te imploro, Bella - ela se ajoelhou aos meus pés - me ajude a ficar com ele!

Não consegui reagir. Eu tenho tantos problemas, tantos assuntos pendentes, tantas coisas pra resolver, inclusive juntar ele com ela, o Emmett e a Rosalie, tentar juntar a mim e ao… Ei, isso não!

Enfim, se Jasper quase me obrigou, uma Alice chorando é muito mais comovente.

–-- Tudo bem, Alice - suspirei - não precisa chorar por iss…

–-- AH! - ela se jogou pra cima de mim e caímos as duas na cama.

Enquanto ela me agradecia e me elogiava de todos os nomes, eu só pensava:

Ótimo.



(...)



Depois da cena de amor, amizade e companheirismo na casa de Alice, eu rumei para a rua pensando unicamente no meu novo emprego - seja lá ele qual for - e não lembrei de colocar nenhum moletom. Mas dane-se, não vou andar 18 quadras só para colocar um casaco!

Parei na frente de um starbucks e vi em uma placa minha chance de arranjar um emprego. Sorri e adentrei ao monótono lugar.

Coloquei os cotovelos no balcão e apertei o botão de chamar o atendente, um tanto nervosa.

–-- JÁ VAI! - uma voz esbravejou, nervosa. Dei de ombros e olhei em volta, estudando as pessoas acomodadas ali. Garotos de mais ou menos a minha idade nos computadores, mulheres conversando em algumas mesas, alguns casais em outras e, no segundo andar, pessoas mais velhas lendo o jornal. Legal, um lugar comum. Chega de tanta loucura na minha vida!

–-- O QUE É QUE VOCÊ QUER MINHA FILHA? ESTAMOS OCUPADOS, VÁ PROCURAR UMA MESA! - o berro da atendente ruiva e descabelada rasgou o silêncio. Sorri, tentando ser simpática, enquanto limpava disfarçadamente as gotículas de saliva que ela cuspira em mim.

–-- Eu to atrás de um emprego, eu trouxe… - quando eu ia pegar meu “currículo” escolar na bolsa, senti meu braço ser fortemente puxado.

–-- ENTÃO POR QUE NÃO DISSE ANTES? VENHA COMIGO! - ela me arrastou pra uma portinha que ficava ao lado de um lugar com um cheiro doce de pão quente, que deduzi ser a cozinha. Ela me jogou no vestiário e me atirou uma cesta de roupas - VEJA QUAL SERVE EM VOCÊ E SE APRESENTE AO SERVIÇO!

–-- Espera, o q… - ela bateu a porta com tudo, me deixando ali sozinha.

–-- Não liga, hoje é um dia difícil pra ela - ouvi uma voz angelical e me virei para a garota sorridente atrás de mim.

–-- Difícil? Se ela soubesse a metade do que estou passando... - revirei os olhos. O que pode ser pior que ter um bode faminto em casa, ter de juntar dois casais desesperados, arranjar dinheiro e ao mesmo tempo manter uma sanidade mental intacta quando passo pela tentação em pessoa que se denomina por Edward Cullen? Argh! Então eu deveria explodir!

A garota sorriu para mim e estendeu sua mão.

–-- Sou Angela Weber, trabalho como barman no segundo piso - retribuí o cumprimento.

–-- Isabella Swan, Bella e...ham… Nova aqui - ela riu e tomou minha cesta de roupas, avaliando meu corpo e as peças certas.

–-- A julgar pelas roupas, modelito e pelo seu tipo físico… Vai ser uma garçonete - ela disse com uma expressão de pavor enquanto me atirava a roupa certa - nossa, Victoria perdeu mesmo a cabeça.

–-- Por que? - falei enquanto me dirigia para uma cabine ao lado dos armários dos funcionários.

–-- Não se deixe levar pela aparência calma do lugar, Bella -ela riu - boa sorte, qualquer coisa estou lá em cima.

–-- Ok - uni as sobrancelhas enquanto vestia a blusa e bufei ao ouvi-la batendo a porta. Será que eu nunca vou conseguir viver em um lugar normal, onde tudo seja o que parece ser?



Depois de vestir a roupa, fiquei frustrada novamente. Tudo bem que a blusa regata com o símbolo deixa meus ombros nús, isso é suportável, mas a saia é o cúmulo da sem vergonhice! Peguei um casaco cinza de moletom que fazia parte do uniforme auxiliar e prendi os cabelos em um rabo de cavalo mais alto. Guardei minhas roupas na mochila da escola e a coloquei dentro de um dos armários abertos e livres e saí, esperando encontrar alguma balbúrdia como a garota descrevera.

Nada. Todos assustadoramente silenciosos.

Dei de ombros e fui para o caixa, quase rindo das descrições de Angela.

(...)

Até que é bem fácil ser garçonete: apenas preciso pegar comida em uma janela e servir pra mesa certa. Nada de complicações. Em uma semana, terei setecentos dólares se trabalhar cinco horas em cada dia, então vou ficar com o emprego.

Estava servindo um café expresso em uma mesa quando ouvi:

–-- Mas eu preciso jogar na máquina sete!

–-- Senhor, aguarde na fila!

–-- Mas eu ressucitei o Rick! Você não entende, é apenas uma caixa idiota! - a voz disse, entredentes.

Me aproximei um pouco da sala de fliperama e meus olhos não creram no que vi.

–-- P-professor Black?

Ele virou o rosto em minha direção, a expressão tão chocada quanto a minha.

–-- I-i-i… Isabella?

–-- Mas oque você está fazendo aqui? - sentia como se estivesse fazendo algo de muito errado, quase como naqueles filmes em que o marido pega a esposa impura na cama com outro.

Ele tentou cobrir a máquina de fliperama com seu corpo grande.


–-- Não é nada disso que você está pensando - ou o noivo é que está traindo a noiva.


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Notas finais do capítulo

devendo dois capítulos, eu sei. não posso escrever notas longas, esse cap ta curtíssimo... gente eu esclareço tudo na terça, ok? não deixem de postar seus reviews, é isso aí...



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