Surviving the love. escrita por Vitória F


Capítulo 35
Capítulo 35: A morte de um monstro.


Notas iniciais do capítulo

Hello, tudo bem com vocês? Bom, com os dias em que o Nyah ficou off, eu não tive nenhuma inspiração e não foi nada fácil escrever esse capítulo. O bom é que tive tempo para pensar melhor na história, e pensar na minha próxima história, uma fanfic entre Rick/OC.
Enfim, o capítulo é bem aguardado diante de vocês, daqui para frente teremos mais brigas e brigas. Obrigada pelos comentários, continue comentando por favor e como sempre, boa leitura.



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Carol achou melhor que eu ficasse em casa por um longo tempo, ela me achou agressiva demais ontem à noite e por isso, acha que devo me afastar de todos. Ela queria esconder o monstro que tinha dentro de casa, não queria mostra-lo a ninguém, isso é a verdade.

Ontem antes de realmente deitar-me, fui ao quarto de Mika para ter uma conversa entre irmãs com ela, mas não funcionou direito, Mika ainda é uma criança e sua ingenuidade me estressou fazendo-me avançar sobre ela. Eu não metia forças, ela gritou ate que chamou atenção de Carol – para minha surpresa, não me colocou de castigo apenas me mandou para o quarto.

Eu estava sentada, entredita numa revista velha sobre os melhores lugares para se morar em Novas Orleãs, nos melhores apartamentos da cidade quando ouvi Carol entrar pela porta da cozinha.

– Eu tenho grandes novidades. Consegui arrumar algumas coisas para enfeitarmos seu quarto, acho que você vai gostar. – Ela comentou apressada deixando uma sacola encima da mesa.

Joguei a revista sob a mesinha da sala e caminhei em passos lerdos ate a cozinha. Encima da mesa havia alguns tecidos, tesouras e algumas coisas bastante brilhantes.

– O que iremos fazer com isso? – Eu perguntei, afastando a cadeira para me sentar.

– Vamos decorar seu quarto, estou achando-o tão caído. Precisamos colocar cores e brilho. – Ela também puxou uma cadeira.

Peguei um pedaço de tecido e comecei a corta-lo. Eu fingi não perceber o modo curioso como Carol me olhava, eu mantinha meu olhar baixo fingindo estar interessada na minha aula de corte e costura.

– Sabe; eu tinha uma filha, Sophia, ela adorava essas coisas. Passava horas, se pudesse, cortando e decorando todos os cantos da casa. – Levantei meu olhar, Carol estava sorrindo pensativa e certamente, estava pensando na filha.

– Você nunca me contou sobre ela, não muitas coisas... Como ela era?

– Ela era angelical! – Carol suspirou orgulhosa. – A melhor garota do mundo, pena que seu pai não notava isso. Sophia podia alegrar seu dia em dois segundos, só o sorriso dela mudava seu dia. – Carol me olhou firme - Ela não merecia ter um final trágico como o nosso.

A porta abriu e Daryl apareceu, era estranho porque há muito tempo ele não chegava a casa tão cedo. Ele passou por Carol e deixou um beijo em sua bochecha e depois passou por mim e me abraçou forte, àquele abraço pela primeira vez em um mês me fez sentir-me amada.

– Minha mãe também era angelical. – Eu terminei de cortar um coração. Daryl pegou uma garrafa d’água e nos encarou. – Ela alegrava seu dia com um simples beijo, ela tinha o melhor beijo do mundo além do melhor perfume!

– E você, como uma boa filha, fazia a maior bagunça.

– Nem tanto... – Daryl me encarou divertido - Mais ou menos... Está certo; eu fazia a maior bagunça do mundo. – Acabamos rindo nós três. – Eu gostava de vê-la brava e irritada, ela ficava tão bonitinha.

– O que? Isso era a pior coisa do mundo. Lola se irritava por tudo, um dia ela quase me matou por ter deixado vários brinquedos de Emma jogados no chão. – Daryl falou brincando com uma maça.

Continuamos uma conversa sobre mamãe e Sophia, descobri que Sophia era uma garota também arteira, mas não tanto quanto eu, aliás, como Daryl mesmo disse, não existia nenhuma menina tão arteira como eu – mesmo ele não convivendo muito comigo, pode perceber isso.

Daryl foi embora logo após ouvir o chamado de Glenn no seu transmissor, nós somos tão modernos que temos transmissores para nos comunicarmos.

E quando realmente notei, eu não estava sombria, não estava com medo, não estava escondendo nada de ninguém, estava apenas conversando como uma pessoa normal. Era aquilo que eu queria e agora, eu estava decidida a fazer isso, queria voltar a ser feliz, a poder ter uma conversa interessante com minha família.

–... E depois ela gritou ‘’Eu não tenho nada, querida!’’ e nós começamos a rir. – Carol nos contava sobre o episodio divertido que teve com Sophia quando ela caiu da árvore e não queria mostrar os machucados, a cena projetada em minha cabeça me fez rir. – Eu gosto de ver você assim, sorrindo. Eu queria tanto minha Emma de volta!

Parecia que tudo ficou em silêncio, me encarando, eu estava tão desconfortada com aquele pedido, sentia uma dor terrível no meu coração que a única coisa que fiz, foi sentir os olhos se enchendo d’água e logo derramando todas.

Levantei e parei ao lado de Carol, por um momento bastante inusitado, eu a abracei. Eu e Carol nunca fomos de nos abraçar, nós apenas convivíamos e hoje, eu posso falar que estamos tendo uma relação.

– Pode chorar querida, não é um erro, é uma necessidade. Você precisa colocar pra fora toda a dor que lhe mata. – Ela falou acariciando-me.

– Carol... Eu sinto tanto medo. – Pronunciei entre soluços e sentei no colo de Carol. Ela, gentilmente, me confortou em seu colo.

– Você não precisa ter medo, nós estamos aqui! – Ela tirou meus cabelos sob minha face.

– Você não entende! Vocês não vão ajuda. – Eu falei depois de engolir o choro. – Nós nunca iremos ajudar ninguém, podemos dar um apoio moral, mas ajudar de ajudar mesmo, nós sempre vamos fracassar.

– De onde você tira isso?

– Sei lá! Às vezes eu penso sabe.

– Ótimo! Agora, vá brincar lá fora, eu arrumo essa sua bagunça.

Era incrível me sentir feliz novamente, me sentir forte, mas todo minuto me fazia lembrar aquelas cenas horríveis que passo com Jaimes. Foram apenas duas vezes que sofri na mão dele, mas foram as piores cenas da minha vida. Eu não desejo isso a ninguém, nem mesmo a Isabelle.

Fui caminhando sem pressa ate alguma rua bastante simples, com uma praça minúscula no final. Tínhamos uma enorme área e a cada dia aumentávamos mais, Carol tentava falar com Daryl sobre criarmos algumas coisas comunitárias além da horta e do posto de emergência. Quando sentei em um dos únicos brancos da praça notei que duas crianças estavam discutindo sobre um brinquedo e a conversa acabou distraindo-me.

– Você finalmente veio me ver. – Patrick falou depois de me dar um belo susto. – O que arrancou você da sua adorável casa?

– Estou voltando a ser eu. – Eu peguei em sua mão. – E to a fim de encontrar em algum lugar nós dois.

Patrick entendeu bem meu recado e me beijou. Eu estava com saudades dele, e ate entendia o fato de estarmos afastados um do outro, eu não estava favorecendo nada. Eu ainda amo muito ele e pretendo pelo menos ficar um bom tempo com ele.

– Eu gosto tanto de te ver assim, você fica bem mais bonita. – Senti minhas bochechas corarem. – Por que você não volta a ser essa menina? Por que você não esquece aquela fase sombria e volta a ser você?

– Eu tenho medo de voltar a ser o que eu era e depois me ferrar novamente. – Cruzei minhas pernas e encarei Patrick.

– Sabe o que você faz com seu medo? Você passa por cima dele, você o enfrenta. Viva, mas viva sem medo!

– Ate parece fácil você passar por cima do medo, existe medos maiores que montanhas.

– E coragens maiores que essas tais montanhas.

A forma como Patrick me encorajava me deixava tão feliz, agora eu sentia que precisava realmente voltar a ser quem eu era, mas antes disso, existia meu medo e no caso ele não era tão fácil como Patrick pensava.

Quando nós saímos, eu vi Jaimes do outro lado da rua, ate tentei me esconder, fingir que não o vi, mas foi quase impossível. Jaimes ficou me encarando ate eu dobrar a esquina – não sei se ele continuou a encarar, eu já não tinha mais visão dele.

– Eu odeio esse Jaimes. – Ele comentou para mim, arrancando-me dos pensamentos. – Por mim; ele não fazia nenhuma falta.

– Eu podia matar ele. – Meu olhar foi ao horizonte, eu não estava falando aquilo por pura brincadeira, eu podia sim, matar ele.

– Tudo bem, não sonhe tão alto.

– Não estou sonhando, só estou dando alguma sugestão.

. . .

Era de noite, o nosso grupo de antigamente havia jantado aqui em casa, eu já estava em minha cama esperando o sono me pegar, mas o modo como pensei em matar Jaimes não saia da minha mente. Era como se eu realmente precisava fazer aquilo, mas eu não tinha forças para tal crueldade.

Ainda dava para ouvir as pessoas conversando lá embaixo, era conversa de adulto e nenhuma criança – como eu e Mika – precisávamos saber. Deslizei meus pés ate o chão e fui ate a escada para saber qual era o nível de descontração que todos estavam.

Por sorte, ninguém notou minha presença assim que desci a escada e fui para os fundos. Peguei o taco de basebol com arames enrolado na ponta, que Daryl tem guardado e saí pela lateral. A noite estava linda; o céu bem estrelado e a lua intensa. Um diz, não me lembro onde, li numa revista que com a lua cheia, temos mais coragem.

A casa de Jaimes estava escura, ele não estava em sua poltrona nojenta e nem fumando seu cigarro idiota, ele estava em seu quintal, mexendo com fogo. Ele não notou minha presença enquanto eu caminhava no escuro, sem fazer nenhum barulho. Jaimes estava de costas e bastante distraído cantando uma música imbecil, assim como ele.

Caminhei com cuidado, sem pressa, arrastando o taco no chão. Eu estava tão próxima de Jaimes, e sem pensar duas vezes, o acertei com o taco na cabeça. Eu estava com tanta raiva, que gerei uma força inacreditável. Jaimes caiu no chão com o impacto, ele gemia de dor, tentou levantar, mas não conseguiu.

– Vagabunda... – Ele pronunciou tão baixo.

– Você vai sentir tudo o que eu sinto por você. Ódio! – Eu gritei antes de acerta-lo novamente com o taco.

Eu não tinha direção, apenas descontada minha raiva. O sangue espirrava sob minha face, minha camiseta branca e sob minha pele, mas mesmo assim, eu continuava. Boa parte do seu corpo e cabeça estava destruída. Quando Jaimes caiu, ele acabou derrubando alguma coisa que continha fogo e enquanto eu o matava, as chamas ganharam forças e agora, faziam grande fumaça.

Larguei o taco no chão e olhei extasiada para o fogo brilhando nos meus olhos. Jaimes estava morto, eu não iria sofrer mais, não iria mais chorar a noite. Mas de repente, tudo que parecia perfeito, se transformou em olhares espantados e incrédulos de todos. Todo o conselho – incluindo Alex e Isabelle – estava na casa do Jaimes, me olhando impressionados.

– Emma; você matou um homem? – Daryl deu um passo à frente. Seu tom de voz era enfurecido. – Você teve coragem de matar um homem inocente?

Agora, eu sentia raiva e foi tanta raiva, que só conseguia chorar. Daryl falava alto comigo e os outros tentavam apagar o fogo. Eu estava sendo acusada por nada, eu tinha que fazer isso. Eu não matei um homem, eu matei um monstro.


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Notas finais do capítulo

Enfim, o que acharam? RIP JAIMES *-*. Uma morte bem aguardada para vocês e não foi fácil escrevê-la. Quero comentários, até o próximo. Beijos!



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