I miss him escrita por Choi Guilherme


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Bom, cá estou com mais uma história de KnB, desta vez MidoTaka (não AoKaga como todas as outras). Como sempre, o tema é obscuro envolvendo morte e muitos sentimentos. Eu juro pra vocês que eu chorei escrevendo essa fanfic pois me lembrou de experiências do passado. Enfim, espero que gostem. Midorima Point of View.



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Seria muito fácil dizer que ele simplesmente se foi.

Mas não, não foi simples assim.

Eu conheci ele no meu primeiro ano na Shutoku. Kazunari Takao. Estudávamos na mesma classe. Eu nunca prestei muita atenção nele nós meus primeiros meses, estava mais focado em minhas notas e, é claro, no basquete.

No começo ele era irritante. Fazia perguntas sobre meus tempos como parte da Geração dos Milagres, fazia piadinhas sobre meus itens da sorte escolhidos aleatoriamente pelo meu horóscopo diário. Ele sempre foi muito espontâneo, e essa característica presente nas pessoas sempre me fez odiá-las.

Com o tempo, a companhia insuportável daquele moreno com olhos de falcão passou a ser algo cotidiano. Ele estava sempre presente. Sempre esteve ao meu lado. Sempre.

De um colega irritante, ele se transformou em um amigo. Mas é claro que eu nunca disse isso à ele. Não até aquele dia.

Estávamos no ginásio. Eu estava treinando meus arremessos, como sempre fazia depois dos treinos. Takao estava comigo, assistindo meu treino. Ele começou a fazer algumas perguntas idiotas como se eu gostava de alguém, se já havia me apaixonado, e outras baboseiras às quais ignorei e não respondi. Terminei meu treino e fui para o vestiário, antes que aquelas perguntas tolas se tornassem algo pior. Ou antes que eu deixasse escapar algo. Não sei direito quando foi, mas passei a pensar mais sobre Takao. Sobre seus olhos, sua aparência, sua habilidade no basquete, sua personalidade. Além de pensar, passei a apreciar isso.

"Não.

Não, não, não.

Eu não estava apaixonado por ele. Eu não podia estar... Ou podia ? Eu sou um homem e ele também.. Nada contra homossexualismo, mas eu não podia estar apaixonado por ele."

Pensamentos tolos vindo de um tolo. Na época, estes eram meus pensamentos. Estúpido.

10 anos se passaram. Hoje, eu, Midorima Shintarou, me tornei um doutor. Este sempre foi o meu sonho. A ideia de salvar vidas me agradava.

10 anos se passaram e eu nunca me declarei para o rapaz que eu amava.

Onde ele estaria ? Eu não sei. Depois que nos formamos, perdemos contato. Ele parou de vir à minha casa, e eu parei de procurá-lo. Comecei a me focar mais do que nunca nos estudos, afinal, eu estava na faculdade agora. Tinha que seguir minha vida.

10 anos e eu nunca mais voltei na casa dele. Nunca mais o vi. Até alguns dias atrás.

Um paciente havia chega no hospital de madrugada. Ele foi diagnosticado com câncer terminal e não ia viver mais que uma semana. Todos os médicos do hospital foram avisados deste paciente. Eu passei a semana ocupado então não tive tempo de ver o paciente. Nem sabia quem era.

Finalmente, sábado, 2:30 da manhã, havia terminado meu plantão. Resolvi ver quem era o paciente que logo não estaria mais entre nós. Ele já estava no hospital há 8 dias, estava sendo forte, lutando contra a morte. Disseram que ele dizia "Eu não vou morrer até que o meu amado venha me ver". Eu estava com pena dele. Com um câncer terminal, ele aguardava a pessoa que ele amava, e que não veio até hoje e provavelmente não iria mais.

Em frente ao quarto do paciente, abri lentamente a porta. Entrei sem me preocupar muito, afinal, era noite, ele deveria estar dormindo. Sentei em uma cadeira próxima da cama dele e peguei seu prontuário para ler, quando ouvi o paciente falar algo.

"Finalmente... Você veio me ver, Shin-chan."

Senti minha pele se arrepiar ao ouvir aquela voz rouca e fraca dizendo aquele apelido idiota. Aquele apelido idiota que apenas ele me chamava.

Olhei para seu rosto. Ele estava sorrindo, ou pelo menos tentando. Seus batimentos cardíacos e sua respiração estava fraca, assim como seu sorriso.

Meus olhos leram o nome no prontuário e se encheram de lágrimas.

Kazunari Takao. 27 anos. Câncer cerebral. Estado terminal.

"T-Takao.." Foi só o que eu consegui falar naquele momento. Meu coração batia muito rápido, parecia que ia explodir. Minha respiração falhava. Meus olhos choravam como jamais choraram em minha vida.

"Eles disseram que você não ia vir, Shin-chan, mas eu sabia que você viria..." Ele disse com aquela voz fraca e sorriso quebrado.

Finalmente eu entendi. Takao era o paciente que estava a espera da pessoa que ele amava... Que era eu.

O homem que eu amava e o qual eu nunca me declarei, sempre me amou e agora estava morrendo.

"T-Takao, eu te amo! Eu sempre te amei!" Eu disse derramando minhas lágrimas sobre ele e o abraçando muito forte.

"Eu também te amo, Shin-chan. Por que nunca disse que me amava ?" Ele disse em meio à algumas tosses.

"Porque eu sou um idiota.." Comecei a esfregar meus olhos com força para parar as lágrimas. Sem sucesso.

Ele sorriu pra mim. Desde o momento em que eu entrei naquele quarto, ele não parou de sorrir pra mim.

"Não chore, Shin-chan.." Sua voz ficava mais fraca a cada frase que ele me dizia. A cada frase, meu coração batia mais rápido. A cada batimento mais lento do coração dele, uma parte do meu coração morria junto.

"Takao, não morra!" Apesar de dizer isso, eu sabia que era impossível. Era inevitável. Como médico, eu sabia que ele não podia se salvar de um câncer tão grave, mas como humano e como alguém que o amava, eu não queria acreditar nisso.

"Sinto muito, Shin-chan, mas eu vou ter que te desobedecer..."

Sua voz começou a falhar.

Seus olhos começaram a se fechar.

Logo, só o que se ouvia no quarto eram meus soluços de desespero.

Finalmente, seus batimentos pararam.

Aquilo foi muito difícil de se ver. Ver a pessoa que você ama morrer na sua frente. E o pior. Ele morreu sorrindo. Sorrindo porque a pessoa que ele amava foi ver ele antes que ele se fosse.

Apesar de eu sempre ter sido o primeiro na Shutoku, eu aprendi muito com Takao. Aprendi que há momentos na vida que não há problema em chorar. E há tempos que é necessário sorrir, mesmo não querendo. Aprendi que não dá pra ser espontâneo o tempo todo, mas dá para tentar. Aprendi que há pessoas lá fora esperando pra ver você cair, mas você só precisa de alguém para te levantar. Eu aprendi muito com ele.

Eu sinto a falta dele.


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso. Dedicado à minha Waifu Mai. Obrigado pela Leitura.



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