Pesadelo | Amor Imortal 01 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 5
Capítulo 5




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No dia seguinte a prisioneira foi acordada com o som de portas sendo abertas. Feliz por ter conseguido dormir mais um pouco naquela noite, ela nem ao menos ficou de mau humor quando viu que era Marie entrando em seu quarto com uma bandeja de café da manhã em mãos. A empregada sempre sorridente colocou sua comida diante da prisioneira na cama e depois puxou uma tesoura de dentro da bandeja, ela sabia exatamente para que servia aquilo e suspirou. Infelizmente, a prisioneira teria de lidar com o fato de cortar todos os vestidos longos que fosse vestir nesse lugar.

Marie não disse mais nada do que palavras educadas como “bom dia” e antes de sair do quarto, avisou que Maximus estaria a esperando daqui uma hora e alguém viria até seu quarto para levá-la até ele. A prisioneira achou que a empregada estava muito quieta naquela manhã, mas a ideia de que estava a comparando com Diane a atingiu e deixou isso de lado, pois a irmã de Maximus falava mais do que qualquer pessoa nesse lugar. Fazendo o mesmo com sua comida, ela colocou a bandeja em cima de uma mesa de vidro com duas cadeiras e foi direto para o guarda roupa de madeira clara com desenhos esculpidos que lembrava a flores.

A prisioneira abriu as portas daquele móvel para encarar um monte de vestidos coloridos e todos longos. Aparentemente, usar vestidos de festas era uma regra nesse castelo e algo que ela não dava a minima, pois não iria vestir um vestido que não se sentia confortável.

Ontem quando ela encontrou Diane, mesmo que a irmã de Maximus estivesse usando uma capa negra e brilhante por cima de seus ombros, a prisioneira viu que ela usava um vestido longo que era quase colado inteiramente ao seu corpo. Negar que não ficou perplexa ao ver que Diane caminhava normalmente com aquela roupa de múmia era uma mentira completa.

Ela escolheu um vestido azul claro daquele guarda roupa cheio de longos e depois de cortar o tecido um pouco acima de seus joelhos, ela o vestiu. A prisioneira penteou seus cabelos e após vestir suas sapatilhas negras ela estava caminhando em direção de seu café da manhã para ver o que existia de bom naquela bandeja para comer, mas antes mesmo que seus dedos tocassem um pedaço de pão fatiado, alguém bateu em sua porta.

Sem ao menos ter um relógio, ela não sabia se já havia passado uma hora, mas desde que alguém estava batendo em sua porta, essa deveria ser a única explicação. Deixando seu café da manhã para trás, a prisioneira foi até a porta para abri-la e encontrar um par de olhos marrons.

O homem em sua frente vestia aquelas roupas de soldados, o que aparentemente deveria ser uma norma para aqueles que trabalhavam para Maximus, e ela conhecia aquele rosto jovem, pois ele esteve presente naquela meia lua em seu julgamento. Seus cabelos castanhos claros e um rosto jovem de um garoto adolescente lhe davam um ar do típico menino de 18 anos que gostava de curtir a vida com meninas, mas essa impressão não era real e provavelmente nunca seria. Afinal, esse homem parado na frente dela estava naquela meia lua onde outros não estiveram, ele deveria ser tão perigoso quanto os gêmeos que a tiraram da cela.

— Bom dia, milady.— Ele se curvou em uma reverencia.— Está pronta para um passeio divertido pelos corredores do castelo?— Um sotaque leve se ressaltou em sua voz, ela não era a melhor pessoa para dizer isso já que todos nesse lugar tinham um grande sotaque completamente diferente do dela, mas esse soldado em sua frente não soava como Maximus ou qualquer outro que já falará com ela.

— É você que me levará até Maximus?—

O soldado sorriu para mostrar todos os seus dentes perfeitos.— Sou Gate, o seu guia dessa manhã, milady.—

— Não me chame de milady.— A prisioneira falou.— Não sou uma dama.—

— Prefere que a chame como todos a chamam nesse lugar?— Gate cruzou seus braços sobre o peito com aquela camisa preta agarrada e que mostrava um pouco de suas curvas.— De humana?—

— Não.—

— Já que não se lembra de seu nome... Podemos ir, Milady?— A provocação na palavra “milady” era clara e a vontade da prisioneira de bater a porta na cara desse menino que aparentava ter sido um cafajeste em sua juventude foi grande, mas Maximus estava a esperando e a ideia dele próprio vindo a buscar era pior do que aturar Gate, que já demonstrou ser um pé no saco. Ela também cogitou a ideia de mandá-lo para o inferno, mas se lembrou de que isso séria uma ofensa ridícula e não daria motivos para ele fazer piadinhas. E Gate era o tipico de pessoa que adorava uma, pois seu sorriso dizia isso e mais um pouco.

Saindo de seu quarto e fechando a porta em suas costas, a prisioneira permitiu que Gate fosse o seu guia por esse lugar que parecia um labirinto. E durante o caminho eles não trocaram nenhuma palavra, principalmente quando o soldado viu que ela não iria conversar com ele. Tudo o que Gate fez foi caminhar alguns passos a frente dela e começar assobiar uma melodia que já estava lhe dando nos nervos.

A prisioneira quase colidiu seu corpo contra o dele quando o soldado parou de caminhar e se virou para uma porta de vidro que levava para o lado de fora do castelo. Ela viu que no lado de fora existia uma mesa de vime com várias cadeiras e logo em seguida, depois que o chão de uma grama totalmente verde acabava, se encontrava um oceano sem nenhuma onda lá em baixo. Não existia nenhuma grade de segurança naquele lugar para impossibilitar uma queda e isso fez com que seu estomago se agitasse completamente.

O teto, no entanto, era a coisa mais bonita que viu desde que acordou no inferno. Ele era feito de ferro e entre seus espaços cresciam plantas e flores coloridas para oferecer sobra a quem sentava naquela mesa. Pelo menos aquelas flores tampavam a vista do céu vermelho o quanto podia e isso a deixou tranquila, pois observar aquele céu lhe fazia ficar desesperada e dar corda para seu medo.

Maximus estava parado a baixo daquele teto surreal que nem mesmo uma estufa deveria ter a sorte de tê-lo dentro dela. O anjo estava de costas para eles e observava aquele oceano que não demonstrava nenhum movimento com muita atenção, suas asas estavam fechadas em suas costas e as penas que agora estavam completamente brancas se movimentavam conforme uma leve brisa se debatia contra elas, assim como acontecia com seus cabelos dourados.

Gate se movimentou ao lado da prisioneira para abrir aquela porta de vidro e isso fez com que ela parasse de observar o anjo loiro. O soldado fez um movimento com sua cabeça para que ela entrasse naquele jardim quase mortal e após obedecê-lo, ele fechou a porta e Maximus se virou para encontrar seus olhos que nem ao menos sabia de que cor eram.

A prisioneira deu um passo para que não ficasse tão colada à porta de vidro que acabará de passar e Maximus fez o resto por eles, ficando a uma certa distancia dela depois de quebrar todo o grande espaço que existia entre eles.

— Sua pele está mais pálida que o normal.— O anjo falou.— Está se sentindo bem?—

Considerando o fato de que ela não possuía um espelho em seu quarto e que não podia apreciar sua imagem ou saber a cor de seus olhos e pele, ela ficou um pouco surpresa. Só não sabia se era por Maximus ter reparado ou por seu tom ser de quem não se importava se ela realmente estava bem.

— Estou.— Disse emburrada.

— Ótimo.— Suas asas fizeram um leve movimento e chamou a atenção dela por um momento.— Eu não gosto de imprevistos.—

Oh! Ele veria o que era um belo imprevisto depois que ela chutasse seu traseiro em direção daquele oceano lá em baixo.

— O que quer que eu faça?— Ela perguntou, desejando terminar logo com isso para voltar ao seu quarto.

— Não existe confiança quando a pressa está envolvida, humana.—

— Você espera que eu fique o dia inteiro em pé olhando em sua direção?— Ela soltou a pergunta com indignação e irritada por ter sido chamada de humana como se fosse algo de pouco valor.

— Não.— Os olhos azuis do anjo brilharam em algo.— Você pode se sentar, se desejar.—

A prisioneira entreabriu seus lábios para dizer algo bem ofensivo ao anjo loiro, mas parou antes mesmo de dizer uma palavra.— Você está brincando comigo?— Perguntou com duvida.

— Sim.— Maximus falou tranquilamente e aquele algo de seus olhos sumiu.— De certa forma, sim.—

— De certa forma?— Ela arqueou sua sobrancelha.

— Eu preciso trabalhar com sua mente e para que isso aconteça você terá que se manter sentada ou em pé, como preferir.— Ele foi sincero dessa vez.— Você pode me fazer perguntas para que me conheça melhor e permita que sua mente seja mais acessível conforme veja que sou confiável.—

— Isso é uma troca bem justa.— A prisioneira falou pensativa, tentando se lembrar das varias perguntas que desejava respostas.

— Sim.— Maximus concordou.— Pelo menos não será mais necessário perguntar a minha irmã se sou adotado.—

Ela abaixou seus olhos, um pouco constrangida por isso ter chegado até ele. Não foi educado perguntar aquilo a Diane e agora a prisioneira estava arrependida por ter se esquecido de que a fofoca rolava solta nesse castelo.— Desculpa.—

— Não importa, apenas tome cuidado quando sair sozinha durante a noite pelo castelo.— Ele a alertou.— Existem coisas aqui dentro que você pode desejar não ver.—

Um leve arrepio percorreu por toda sua coluna devido ao tom da voz que o anjo usou. E isso fez ela ter certeza de que, definitivamente, não desejava ver o que quer que fosse que Maximus estivesse mencionando.

— Suas asas estão brancas novamente.— A prisioneira falou a primeira coisa que veio a sua mente para fugir daquele assunto antes que ele lhe desse mais detalhes, pois estava ciente que o arcanjo amava detalhes.

Maximus abriu uma de suas asas somente um pouquinho para que pudesse ver o que ela estava observando, mas logo a fechou para voltar seu olhar ao dela.— Você me causou grandes problemas.—

Ela quis sorrir novamente, mas seu desejo não foi maior a ponto dela ceder.— Então... Podemos começar?—

Maximus movimentou sua cabeça em um leve acenar e se movimentou para puxar uma cadeira de vime com estofado branco para ficar em sua frente.— Por favor.— Ele disse, ainda segurando aquela cadeira para que ela pudesse sentar.

A prisioneira caminhou para acabar com o espaço entre ela e a cadeira, se aproximando do anjo loiro a ponto de ter apenas aquele móvel os separando. Uma brisa forte se debateu contra eles e fez com que os cabelos negros e lisos da prisioneira se moverem, uma mecha rebelde voou em direção de seus olhos, atrapalhando sua visão. Ela levou uma de suas mãos até seu rosto para colocar aquela mecha atrás de sua orelha, mas antes que pudesse tocar em seu cabelo, Maximus agarrou seu pulso e o puxou em sua direção.

Ela ficou assustado com o ato, principalmente quando o anjo não mediu sua força e a segurou de modo que a machucou, mas logo em seguida seu aperto se suavizou. Maximus estava olhando para seu pulso e seu cenho estava franzido. A prisioneira olhou para a mesma direção que ele olhava, procurando o que o deixou tão surpreso e acabou se surpreendendo também.

Em seu pulso existia uma cicatriz do tamanho de seu dedo mindinho, ela não era muito chamativa, apenas se ressaltava no restante de sua pele do seu braço e isso explicava por que nunca havia reparado nela. Maximus segurou o seu outro pulso para que pudesse esticar seu braço exatamente como fez com aquele que já segurava. Havia outra cicatriz e não havia nenhuma diferença da outra.

— Duas cicatrizes em vertical nos pulsos.— Ele disse o obvio.— Você sabe o que isso significa?—

— Não.— Sussurrou, encarando aquelas marcas que se ressaltavam em sua pele.

— Alguém tentou matá-la ou você fez isso a si mesma.—

— Por que eu tentaria me matar?—

Maximus encontrou seus olhos.— Quem pode garantir que sua vida antes de acordar aqui era melhor?—

A prisioneira suspirou quando encontrou dificuldade para respirar. Seu coração passou a bater rápido e seus olhos arderam com a exigência de que lágrimas fossem derrubadas. Ela não desejava chorar, não na frente de Maximus ou de qualquer outra pessoa. Ela se sentia tão miserável sem nem ao menos poder se lembrar de quem era que sabia que ao permitir que seu choro viesse à tona não haveria mais salvação. Mas ver cicatrizes em seus braços de um modo que foram feitas para causar uma morte era algo horrível e não saber se foi suas mãos que causaram aquilo doía ainda mais.

Tudo que ela desejava era saber seu nome, a cor de seus olhos e quem realmente era. A prisioneira não se importava de ainda estar no inferno, mas ela apenas queria saber tudo sobre si mesma. Pois nesse momento, tudo que sentia sobre ela era o nada.

Lágrimas quentes escorram por seu rosto quando segurá-las estava fora de cogitação. Ela tentou normalizar sua respiração para não ter uma crise, mas quando abriu sua boca para soltar o ar que havia puxado pelo nariz, tudo desabou. E o pior, Maximus ainda estava em sua frente.

Caramba! Ela provavelmente havia tentado se matar, quem se importava se um anjo cretino estava em sua frente?!

O anjo vacilou por um momento e seus olhos azuis ficaram desesperados.

— Por favor, não chore.— Ele pediu com certa... agonia.

— Eu sou uma aberração!— Ela exclamou com as lagrimas a afogando juntamente com seus soluços. Maximus ainda segurava seus pulsos e isso a impossibilitou de tampar seu rosto.

— O que?— O anjo perguntou aflito.— O que aconteceu com seu orgulho?—

O arcanjo em sua frente estava desesperado, ela pode reparar, que mesmo que fosse alguém que estava acima de qualquer tipo de poder, ele não sabia lidar com uma garota chorando. E isso era ridículo, pois ele possuía uma irmã. Ela também adicionaria Katherine nessa lista, mas aquela mulher provavelmente era uma máquina sem emoções.

Bom Deus, que provavelmente a odiava por tê-la jogada nesse lugar, ela estava rodeada de pessoas sem emoções!

As lágrimas aumentaram ainda mais por causa de seu pensamento infeliz e seus soluços estavam a sufocando a ponto de não deixá-la respirar. A humilhação de se encontrar chorando feito uma criança na frente de Maximus era ainda maior.

— Eu nem ao menos tenho um nome!— Ela quase gritou aquilo, mas o choro e o desespero não permitiRam que sua voz se elevasse.— Como posso ter qualquer tipo de orgulho?—

— Nós podemos escolher um nome para você...— Maximus falou apressadamente.— Eu posso dar qualquer coisa para você... Apenas pare de chorar, por favor.—

Ela fungou e olhou para o anjo em sua frente, congelado de modo que parecia que qualquer movimento que ele fizesse iria fazê-la chorar ainda mais.— Por que você está tão desesperado?—

— Não sou bom em lidar com garotas chorando.— Ele disse com uma pequena ruga se formando em sua testa.— Diane sempre recorre a Meridius quando... precisa.—

— Você provavelmente matou milhares de pessoas, como pode dizer algo como isso?— Pequenos soluços estavam presos em sua garganta, fazendo seu peito saltitar. E mais lágrimas rolaram em direção do chão quando seus pensamentos insistiram em dizer que ela estava convivendo com monstros.

Maximus soltou seus pulsos que ainda segurava em suas mãos quentes e grandes, mas o anjo segurou suas mãos para confortá-la da maneira que ele sabia. O anjo estava falhando de uma maneira horrível, pois segurar suas mãos nunca iria deixá-la em paz.

— Eu irei recuperar suas memorias e levá-la para casa.— Falou ele com seus olhos presos aos dela, ela não o via direito pois sua vista estava completamente embaçada por causa das lágrimas que já se formavam para substituir aquelas que encontraram o chão.— Eu prometo.—

— Eu não irei sobreviver a isso!— A prisioneira disse algo que estava preso em sua garganta desde que acordou naquele pântano.— Nem ao menos sei a cor dos meus olhos!—

— Olha, você está tendo uma crise pós...—

— Não me diga que estou tendo uma crise!— Sua voz se elevou um pouco e fez com que Maximus fechasse sua boca. O anjo estava realmente desesperado.

— Ok, isso não é uma crise.—

— Por que está concordando comigo?!— A prisioneira sentiu a raiva crescer dentro dela, mesmo entre as lágrimas.

— Porque...— Maximus ficou em silencio antes mesmo que pudesse completar sua frase ao ver que a crise de choro da prisioneira estava apenas aumentando.— azuis.—

— O que?— Ela deu atenção ao anjo em sua frente, sua curiosidade por causa daquela única palavra fez com que seus soluços parassem e apenas as lágrimas escorriam de seus olhos agora, que as poucos diminuíam.

— Seus olhos são azuis.— Ele disse.— Tão azuis quanto um oceano calmo.—

A prisioneira soltou suas mãos das de Maximus para levá-la até seu rosto, como se seus próprios dedos estivessem com olhos nas pontas deles. Ela aproveitou para limpar as lágrimas de seu rosto quando percebeu que aquele ato era tão falho quanto tentar encontrar suas memorias.

E o pensamento que ela havia chorado na frente de Maximus feito uma louca a atingiu como uma pedra logo em seguida. Se perguntar o que havia acontecido para que tivesse permitido tal coisa foi algo que ela não fez, pois desde que acordou nesse lugar ela se sentia completamente frágil e no momento que viu aquelas cicatrizes em seus pulsos, a prisioneira perdeu as rédeas de tudo.

Ela respirou fundo, fechando seus olhos por um momento para encontrar a calma que já estava dominando seu corpo juntamente com o constrangimento. Depois que ela os abriu, Maximus ainda estava parado em sua frente como uma estatua, provavelmente com medo de até mesmo respirar para que não causasse outra crise de choro nela. Mas isso não aconteceria, não na frente dele pelo menos.

— Estou bem.— A prisioneira falou como se nada daquilo tivesse acontecido em nenhum momento e ela viu que o anjo loiro soltou o ar que estava preso em seus pulmões em grande alivio. Ele estava completamente apavorado e a prisioneira desejou muito rir, mas Maximus pensaria que ela sofria de algum tipo de bipolaridade e seu orgulho que havia se transformado em milhares de cacos estava se reconstruído a ponto de não permitir que o anjo pensasse dessa maneira.

— Nós podemos continuar em outro momento, s...—

— Não.— Ela o cortou com autoridade e se sentou naquela cadeira de vime em frente dele, deixando o anjo logo atrás de suas costas. A prisioneira não sabia se estava realmente livre de sua pequena crise de choro por causa da possibilidade de ter tentado se matar, mas Maximus disse que alguém podia ter tentado matá-la e desejava saber se essa era a verdade, pois ela não via o porque de se matar, mesmo estando nesse lugar tão temível.

— Quando eu tentar destruir seus escudos, é possível que você sinta alguma dor. Se isso acontecer, me avise.— Ele avisou com seu tom vazio.— Eu não tenho nenhum desejo de machucá-la.—

— Tudo bem.—

— Agora apenas feche seus olhos e se distraía.— A prisioneira escutou o farfalhar de suas asas logo depois que fechou seus olhos, mas se conteve para não abri-los para ver o que o anjo estava fazendo.— Você pode fazer suas perguntas, se desejar.—

— Quero que me explique como funciona essa coisa de dimensão e níveis.— Ela não perdeu tempo e pediu aquilo que mais a deixava louca de curiosidade, pois todos falavam e falavam de sua dimensão, mas nunca explicavam.

— Isso não é exatamente uma pergunta.—

— Mas é o que eu quero saber.—

Ela ouviu um ruído de desaprovação sair da garganta de Maximus e ficou feliz por ver o anjo demonstrando alguma emoção novamente. Aos poucos, aquela casca que o tornava como uma pedra estava se rachando e por algum motivo, ela desejava conhecer a pessoa que falava que iria protegê-la. Isso era mais do que justo quando o arcanjo pedia confiança.

— O mundo é dividido em cinco dimensões, tendo eu e meus irmãos cuidando de três delas, e de certo modo, essas são as três principais dimensões. Nosso dever é cuidar do nosso reino e das almas que residem nele.— Maximus explicou.— A primeira dimensão é onde dizem que Deus e Lúcifer vivem, eu não tenho certeza sobre isso, pois nossa fé é como a dos humanos quando se trata deles. Nós podemos escolher se acreditamos ou não nos criadores do mundo. A segunda dimensão é onde os anciões estão, eles são os antigos arcanjos que estiveram no meu lugar e dos meus irmãos. De certa forma, eles ainda tem o poder de decidir aquelas coisas que não somos capazes de lidar e se um dia acontecer de nós entrarmos em guerra, são eles que irão nos parar. Os anciões mandam em tudo que sentirem vontade e se algum deles dizer que é certo matá-la, eu teria que fazer isso. Meus pais e tios que antes estavam no lugar dos meus irmãos e eu também estão nessa dimensão. E quando eu deixar de ser um arcanjo, também virarei um ancião.—

Certo. E ele ainda pedia confiança quando a família toda dele podia causar a morte dela.

— As outras três dimensões é aquelas que não são uma novidade.— Ele continuou.— Meredius é imperador da terceira, conhecida como o paraíso e Dimitrius é responsável por seu mundo, o mundo dos humanos, a quarta dimensão. Geralmente são nessas duas dimensões onde os anjos moram, já que são orgulhosos demais para viverem com demônios. E bem, o inferno é a quinta dimensão e eu sou o imperador.—

— E o que são níveis?—

— Nossas dimensões são separadas entre dois níveis e a única explicação razoável, no inferno, é que as almas que não possuem salvação e vão passar a eternidade no inferno se encontram no nível 2, aquele em que encontrei você. Mas no nível 1 estão aqueles que podem conseguir ir para o paraíso depois de cumprirem seus anos de penalidades.— Maximus disse.— Dimitrius também divide as almas em níveis antes dos humanos morrerem, ele é quem faz o julgamento de quem vai para o inferno ou o paraíso. Se a alma vem para o inferno, eu decido a que nível pertence, assim como Meridius. No paraíso, não existe nada diferente, a única diferença é que o nível 2 pertence à pessoas que podem vir a residir no inferno.—

A prisioneira ficou curiosa por um momento para saber como Dimitrius a julgaria, se quando morresse ela iria para o paraíso ou inferno. Afinal, mesmo que não soubesse simplesmente nada sobre ela mesma, se descobrisse onde sua alma viria a se encontrar, isso seria uma chave de um baú cheio de mistérios que todos desejavam abrir. A prisioneira saberia se era uma boa pessoa ou ruim e isso significava muito na situação que ela se encontrava.

— Você pode abrir seus olhos agora.— O anjo voltou a falar novamente, sua voz era baixa e a prisioneira pode sentir que ele estava bem próximo dela. Ela abriu seus olhos com cautela e ficou surpresa ao ver que Maximus estava realmente perto dela. O arcanjo estava sentado em uma cadeira igual a dela, seus cotovelos apoiados nos braços da pequena poltrona e seu corpo estava ligeiramente inclinado para frente, em sua direção.

— Já acabou?— Ela perguntou ao se espremer contra aquela cadeira o máximo que podia para manter um espaço daquele monstro com asas.

— Nós estamos aqui já faz duas horas.— Ele decidiu avisá-la já que a prisioneira demonstrou certa surpresa por tudo ter sido muito rápido.

Ela piscou.

— Pro inferno!— Ela se levantou de modo brusco que levou sua cadeira ao chão, sua voz era cheia de indignação.— O que você fez com minha mente?!—

Maximus continuou sentado naquela cadeira, observando a reação da prisioneira como se ela estivesse agindo feito uma louca. O único movimento dele foi se encostar, pelo menos até onde suas asas permitiam, e observá-la sem nenhuma emoção.— Eu avisei que tentaria quebrar seus escudos.—

— Mas não avisou que eu não perceberia nada!— Ela disse fechando suas mãos em punhos para não esganar o anjo sentado em sua frente.— E minhas perguntas?—

— Você as fez e eu as respondi, como disse que faria.—

— Eu não me lembro de ter feito!—

— Bem,— Uma sobrancelha do anjo se arqueou perfeitamente, seus olhos brilharam em ironia pura.— Não é nenhum segredo que você tem problemas com suas memorias.—

A prisioneira abriu sua boca para mandá-lo direto à um lugar nada agradável, mas antes de ter sucesso com suas palavras, aquele soldado que Maximus chamou de Derek no dia anterior quando eles ficaram sozinhos no salão apareceu do outro lado da porta de vidro. O soldado tinha olhos azuis tão claros que se destacavam em sua pele bronzeada, seus cabelos eram negros que estavam arrepiados no topo, no geral eram curtos. Suas bochechas chamaram sua atenção, pois mesmo que o soldado tivesse vários músculos para serem admirados, elas eram grandes do tipo que quem as pegassem para apertar estaria satisfeito.

Mas ele não estava sozinho.

Quando a prisioneira vacilou, dando um passo para trás por causa da pessoa que o acompanhava, Maximus ficou de pé e se colocou em frente a ela, deixando que seus olhos ficassem fixos com suas asas grandes e brancas.

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A prisioneira se manteve atrás de Maximus, muito ciente de que demonstrou que ficou com medo do homem que acompanhava Derek, mas ela também sabia que não estava louca a ponto de não temer um homem com laminas em suas mãos, que aparentemente eram substitutas de seus dedos que estavam logo a baixo daquelas coisas afiadas em sua mão direita. Ele usava uma luva de couro e na metade de seus dedos as laminas surgiam como se fossem garras. No total eram quatro laminas, sendo o dedão o único infeliz sem uma proteção assassina.

Colocando seu medo dentro de uma caixa bem fechada para que não a fizesse demonstrar que ficou assustada por causa daquilo, ela deu um pequeno passo para o lado, com a intenção de voltar observar aquele homem desconhecido e totalmente medonho. A prisioneira ficou atrás de uma das asas de Maximus, não dando mais nenhum passo para que não ficasse desprotegida.

O homem com laminas nos dedos, apesar de sustentar uma arma em sua mão que dizia com todas as letras que não possuía nenhuma piedade, era muito bonito. Ele tinha uma beleza exótica com seus cabelos compridos até um pouco acima de seus ombros e olhos verdes escuros, seu cabelo era de um castanho escuro e mesmo que o homem o jogasse para trás, vários fios insistiam em cair em volta de seu rosto, até quando existia um chapéu negro em sua cabeça para segurá-los.

A prisioneira não pode deixar de notar também que em seu pescoço, antes da pele ser escondida por um casaco longo que ia até seus joelhos, existia uma cicatriz de um tamanho médio, para ser exata, parecia mais uma queimadura do que um corte profundo.

— Imperatore.— Derek disse em respeito ao homem que estava na frente dela assim que abriu aquela porta de vidro.

Maximus movimentou sua cabeça em um leve acenar, foi o suficiente para que Derek se retirasse, os deixando sozinho com aquele homem com laminas nas mãos. O homem deu um passo a frente para entrar naquele jardim e assim que fez isso, ele estendeu seus braços como se estivesse esperando um abraço. O tilintar das laminas uma contra a outra fez a prisioneira perder o ar quando ele se moveu.

— Max!— Ele disse em falsa felicidade com seus braços estendidos.— Por que você não da um abraço em seu velho amigo?—

— Não precisa me bajular, Krueger.— O anjo disse com o mesmo tom de sempre, vazio e frio.— Você não fez nada de errado para ser chamado até aqui, pelo menos eu acredito que não.—

— Então isso é apenas saudades?— Um meio sorriso cortou o rosto do homem que aparentemente se chamava Krueger.— Ainda não negarei um abraço se esse for o motivo, meu amigo.—

— Eu não abraço meus escravos.— Maximus murmurio arrogantemente e foi o suficiente para que o homem com laminas nos dedos fechasse seus braços com uma expressão decepcionada.

— Bem, não custava tentar.— Ele deu de ombros.— De qualquer maneira... O que é esse coelhinho que você esta escondendo de mim?—

Krueger estava olhando para a prisioneira agora e não fez nenhuma questão de esconder que estava a chamando de coelhinho. Ela não gostou disso. O homem deu um passo para que ficasse mais proxima dela, se movendo para o lado até que o anjo loiro não estivesse na frente dele e ter uma visão melhor dela, porém, Maximus se moveu junto com Krueger, a mantendo atrás dele.

— Não a assuste.— Aquilo foi uma ordem cruel e mesmo que aquele ser a assustasse em apenas olhá-lo, a prisioneira desejou chutar Maximus por defendê-la. Ela não era uma dama indefesa, ela podia ter dedos sem laminas, mas ainda assim, tinha grandes chances de quebrar o nariz desse anjo arrogante e do outro homem.

— Me sinto ofendido por tal calunia, Max.— Disse Krueger.— Como eu poderia assustar uma linda dama que pertence a você?—

Maximus não disse mais nenhuma palavra e após segundos encarando seu amigo ou seja lá o que Krueger significasse para o anjo, ele se moveu da frente da prisioneira para que permitisse que ela ficasse cara a cara com aquele homem com laminas em seus dedos. E para a total surpresa dela, o homem riu.

— Bom Deus!— Ele disse como se houvesse encontrado um tesouro.— Ela é uma humana! No inferno! E viva!—

A prisioneira estava olhando para as laminas em sua mão direita, ela tentava fixar seus olhos naquele olhar verde escuro, mas não conseguia encontrar a concentração para isso quando em sua mente ela se perguntava quão louco era uma pessoa a ponto de usar uma luva com laminas que provavelmente eram usadas como garras com a intenção de matar.

— Eu preciso experimentar o sangue dela.—

O que?!

Antes mesmo que a prisioneira pudesse pensar em algo para fazer, Krueger avançou para cima dela até que ela estivesse contra uma pilastra que pertencia ao teto de flores, suas costas esmagando todas as plantas que estava entre ela e o metal. O homem colocou uma de suas mãos ao lado da cabeça dela na pilastra e uma das laminas daquela luva estava fazendo um caminho em torno de sua bochecha. A prisioneira olhou para Maximus, imaginando que aquele momento seria a hora ideal para ele lembrar sobre sua ordem de não assustá-la, mas o anjo idiota não moveu nenhum músculo.

— O que você está fazendo aqui?— Krueger sussurrou, olhando para ela de uma maneira como se apenas em fazer isso fosse o suficiente para responder aquela pergunta que nem mesmo o imperador do inferno sabia a resposta.

— Krueger.— Era Maximus dizendo o nome dele em um tom sério. Provavelmente aquilo era como um aviso para seu amigo se afastar, mas já era tarde demais. O coração da prisioneira parecia uma bomba mal feita que explodia aos pouco de tão apavorada que estava em ter aquele homem tão próximo e encostando aquela lamina nela.

— Não se preocupe, Max, eu não irei infartar sua nova amante.—

— Ela não é minha amante.— O anjo voltou a falar sem nenhuma emoção.

— Meu amigo, não se envergonhe.— Ele sorriu.— Essa humana é muito bonita mesmo que não faça seu tipo e seja muito branquela...—

A mente da prisioneira ficou em branco por um momento, ela não podia acreditar que estava sendo ofendida por alguém que a prendia contra uma pilastra e não estava fazendo nada contra isso. Os perigos de tentar lutar com esse homem eram muitos, principalmente quando ele usava uma luva com laminas, mas quando sua mente voltou para o presente, já era tarde demais.

Ela havia fechado uma de suas mãos em punho e antes que Krueger pudesse ler os seus movimentos rápidos, a prisioneira o socou no rosto com a intenção de acertar seu nariz e teve sucesso com isso, já que ele não esperava por aquilo. Infelizmente o barulho do nariz sendo quebrado não foi ouvido, mas o sangue manchou os dedos livres daquelas laminas quando Krueger os levou até seu rosto.

Em um piscar de olhos Maximus estava perto dela novamente, com um braço em volta de seu abdômen para segurá-la contra ele e não permitir que ela voltasse a atacar o homem, que aparentemente era seu amigo, quando a prisioneira tentou avançar na direção dele sem se importar mais com aquelas laminas.

— Você pode ir para o inferno...— Não! Ela automaticamente se xingou, não mande as pessoas para o inferno quando eles estão nele! — Seu idiota!—

— Essa mulher é louca!— Krueger a acusou com sua mão ainda em seu nariz, deixando sua voz abafada.

— Você provocou isso, Krueger.— O anjo deu de ombros, uma de suas asas tocaram levemente as costas da prisioneira. Ela olhou para ele.

— Eu quero ir para meu quarto.—

— Se acha que eu sou responsável por trazer essa mulher insana para o inferno, você está completamente enganado.— Krueger endireitou sua postura após limpar o restante do sangue que escorreu de seu nariz não quebrado, a prisioneira o fuzilou com o olhar quando ele interrompeu a resposta de Maximus sobre ela ir para seu quarto, mas por outro lado, Krueger estava falando com um tom sem brincadeiras.— Mesmo que isso possua meu nome assinado em baixo por ser muito interessante uma humana viver no inferno, dessa vez sou inocente.—

— Ótimo.— Falou Maximus.— Eu nunca duvidei disso.—

— Então por que estou aqui?—

— Porque eu estou sem resposta.— Ele foi sincero.— E você é o único que transita pelas dimensões com humanos.—

— O momento em que trago humanos para o meu mundo é quando eles estão prestes a morrer, não é diferente da transição de almas. Ela também é uma novidade para mim.—

Maximus olhou para a prisioneira, encontrou os olhos dela por um breve momento e a fez ver que novamente ele havia volta para a estaca zero.

— Os demônios do nível 2 são cruéis, mas não espertos.— O anjo voltou a falar.— Não vejo como eles podem ter algum envolvimento nisso.—

— Não é segredo que eles desejam o seu lugar, Maximus, e ela realmente pode ter algum envolvimento nisso para distraí-lo de algo importante, mas nada se encaixa em trazer uma humana para o inferno. Isso apenas o deixaria com mais cede de sangue caso uma guerra acontecesse.—

— Eu não sou um peão de jogo!— A prisioneira exclamou, não gostando do rumo daquela conversa.

— Você pode levá-la de volta para a dimensão dos humanos?—

Ela foi ignorada por ambos.

— Eu preciso provar seu sangue.—

A prisioneira cravou suas pequenas unhas no braço de Maximus que ainda estava ao redor dela por causa do que Krueger acabará de falar. Ela, definitivamente, não estava gostando daquela conversa.

— Tudo bem.— O anjo falou para ela, a assegurando que nada de ruim aconteceria.— Apenas estique sua mão.—

Depois de tirar seus olhos do arcanjo e observar Krueger por um momento, ela fez como o anjo havia pedido, sem ter outra escolha, pois sabia que Maximus a obrigaria fazer aquilo se negasse. A prisioneira esticou sua mão em direção do amigo do anjo e manteve o aperto de suas unhas no braço dele, como se aquilo fosse realmente protegê-la se Krueger tentasse matá-la.

— Se você fazer um corte maior que dois centímetros, eu irei matá-lo dessa vez.— Maximus disse em um tom mortal, olhando fixamente para os olhos verdes escuros de Krueger.

Seu amigo se aproximou dela novamente sem mostrar nenhuma intimidação com a ameaça dita e em um de seus dedos finos e brancos colocou a ponta de uma de suas laminas para que pudesse forçar até que uma pequena gota de sangue surgisse e sujasse aquela única garra que era muito mortal. Krueger levou a lamina suja até sua boca e passou sua língua pela gota de sangue até que aquele vermelho escuro deixasse de existir naquela arma.

— Hmmm.— Ele murmurio com seus olhos fechados, apreciando o gosto de seu sangue.— Ela é tão humana que seu sangue grita essa palavra a cada segundo.—

— Isso é tão nojento.— A prisioneira não conseguiu ficar quieta diante disso.

— Bem, eu não posso ajudá-lo, Max.— Krueger abriu seus olhos verdes.— Essa humana está tão fraca que se eu transitasse com seu corpo para sua dimensão, provavelmente iria se partir em milhões de pedaços.—

— Ela está limpa da magia de demônios?— Maximus perguntou como se apenas aquilo importasse.

— Sim.— Krueger respondeu.— Mas há algo de errado em seu sangue. Normalmente o sangue dos humanos tem o gosto de doce ou salgado dependendo do que eles comem, o sangue dela apenas tem um gosto amargo. Eu nunca vi algo como isso.—

— Você tem certeza de que não é magia?—

— O que é essa magia?— A prisioneira perguntou antes que Krueger voltasse a falar, pois Maximus perguntava aquilo como se realmente fosse importante.

— A magia que os demônios praticam não é perfeita, é uma copia barata daquela que está ao alcance dos arcanjos, e de certa forma, ela sempre acaba resultando em morte. Seja depois ou no momento em que é usada.— Krueger explicou.— Você está limpa dessa magia, mas ainda assim, há algo errado.—

— Tudo está errado.— A prisioneira murmurio e abaixou sua cabeça quando sentiu os olhos azuis de Maximus nela.

O anjo que ainda não havia se afastado dela tirou seu braço em volta de sua barriga para se colocar ao lado da prisioneira, ela ficou ciente que uma das suas asas estava a centímetros de suas costas, tomando cuidado para não cometer um segundo erro de esbarrar nela. Porém, depois de tirar o braço que estava ao redor dela, Maximus colocou uma mão no topo de sua cabeça e bagunçou seus cabelos negros.

Ela percebeu que o anjo não sabia lidar com mulheres e sim com irmãs. Provavelmente esse era o maior motivo por ter sido um fiasco total quando tentou consolá-la e agora estava falhando novamente, pois Maximus a fez se perguntar se em sua vida antes de acordar no inferno existia alguém que realmente desejava ajudá-la quando estava prestes chorar ou um irmão, pois mesmo que o anjo estivesse tentando, a prisioneira sabia que ele não se importava com ela.

— Ela está parecendo uma criança assustada com esses olhos grandes e seus cabelos jogados em frente de seu rosto.— Krueger falou e mesmo que não fosse sua intenção, ela se sentiu pequena diante do comentário.

— Essa criança assustada quase quebrou seu nariz, não a provoque.— Maximus lembrou seu amigo do pequeno acontecido.

— Ok, se todo mundo irá ficar contra mim, estou indo embora.— O homem com laminas em seus dedos se virou e caminhou em direção daquela porta de vidro para sair.

— Frederick,— Maximus chamou Krueger que já havia dado suas costas para o anjo. Ele não se virou para eles, mas parou de caminhar.— Você sabe que minha proposta sempre estará de pé para que deixe o nível 2.—

— Esqueça-a.— Seu amigo riu.— Não desejo a vida tediosa que essa proposta me dará em troca. E você, meu amigo, já possuí muitos tenentes para que eu entre nessa lista.—

— Fique fora de problemas, Krueger.— O anjo ordenou quando Krueger voltou a caminhar e abriu a porta de vidro.

— Não peça o impossível, mas de qualquer forma, se eu ouvir alguma coisa sobre sua humana no nível 2, entrarei em contato.— Dizendo isso, o estranho amigo de Maximus fechou a porta e foi embora.

Novamente, a prisioneira estava sozinha com o monstro de asas.


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