Pesadelo | Amor Imortal 01 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 36
Capítulo 37




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Maximus segurou Ellylan por sua cintura com uma de suas mãos, a usando para levar o corpo dela para próximo do seu até onde o seu vestido permitia. Naquele momento, ela odiou aquela bela produção de Niffie, pois se estivesse vestindo o mesmo modelo de vestido que a maioria das mulheres usavam, o único obstaculo que a impediria de sentir a pele de Maximus era a fina camada de tecido que ambos vestiam. Mas em seu caso, existiam muitos tules no caminho que imterrompiam a junção de seu corpos.

Ellylan não era tola, muito menos havia se esquecido da posição que um casal se colocava quando estavam prestes a dançar. Além do mais, existiam muitas outras pessoas presentes que ela poderia copiar os movimentos e posições. Então quando o arcanjo, que a segurava próxima dele,k pegou sua mão, ela levantou seu braço até a altura de seus ombros sem que ele precisavasse guiá-la até essa posição.

Os olhos azuis de Maximus encontraram com os dela no momento em que percebeu que ele estava esperando isso. Claro, um casal sempre mantinha os olhos fixos um no outro quando dançavam, mas naquele momento, fazer isso parecia ser muito dificil.

Intimidador, mas não em um sentido ruim, apenas de uma maneira que fazia o estomago de Ellylan se agitar de um modo que fazia sua mente gritar “não”, “isso é impossivel”.

Maximus deu o primeiro passo para iniciar a dança, se movimentando para o lado em um pequeno passo. Ellylan o acompanhou e quando percebeu que eles não sairiam desse movimento de um lado para o outro e algumas vezes um giro no lugar, ela pode voltar a pensar para poder falar.

— Eu acredito que isso seja a fase 1 para pessoas que não sabem dançar.—
— Se você olhar para os outros casais, perceberá que todos estão dançando dessa maneira.—
Ela não precisava olhar para saber, principalmente quando viu que Katherine e Morgan estavam se movimentando dessa maneira também. E Elly tinha uma boa noção que ambos sabiam dançar, não apenas se movimentar para os lados.— Por que isso acontece?—
— Nós não estamos em um concurso de dança para mostrar quem realmente é o melhor.— Maximus falou, seus olhos eram tão vazios quantos o tom de sua voz, mas ela sabia que se naquele momento só existissem os dois nesse salão, ele não agiria dessa forma.— Ninguém realmente quer dançar quando o real motivo para se estar em uma pista é olhar para sua parceira e observar cada detalhe de seu rosto. E se a musica parasse de tocar, muitos continuariam dançando.—
— Não é assim para todos.—
— Não.— Ele concordou.— Dimitrius e alguns dos meus tenentes apenas estão interessados no que vai acontecer depois do baile.—
— Você não está interessado nisso também, Maximus?— Ellylan não resistiu a essa pergunta
— Eu estou apenas aproveitando o momento.— O arcanjo deu de ombros.— Nunca pensei que algum dia seria possível dançar com uma humana.—
— Você está mentindo.— Elly falou sem nenhuma duvida, o encarando quando arqueou sua sobrancelha
— Sim, eu estou.— O arcanjo sorriu sarcasticamente.— Mas tentei ser educado.—

Ellylan sorriu para Maximus sem nenhuma dificuldade, se esquecendo totalmente das pessoas que os cercavam. E ela poderia concordar com o anjo loiro naquele momento, pois se a musica deixasse de ser tocada, Elly jamais se afastaria de Maximus.

Estar em seus braços era agradável demais para que se afastasse só pelo único motivo de não existir mais musica para dançar.

— Não sorria.— Maximus avisou, se movimentando para que ambos pudessem dar um lento giro.— É tentador demais.—

Ellylan o encarou, aqueles olhos ainda estavam vazios mesmo quando suas palavras eram suaves e roucas.— Eu gostaria de ver o que realmente sente nesse momento.— Ela foi sincera, pois se não fosse por pequenas mordidas em sua bochecha, tinha certeza de que estaria toda sorrisos. E o motivo para isso era só porque estava dançando com Maximus. Ellylan, realmente, gostaria de saber se era assim para esse anjo.
— Eu sou um arcanjo.—
— Isso não significa nada para mim.— Ellylan cuspiu as palavras, sabendo que o arcanjo do inferno poderia se ofender com isso, mas ela realmente estava sendo verdadeira. Afinal, essa posição que era de extrema importância, não tinha qualquer valor a ela.
— Essa frase significa tudo.— Maximus explicou.— Você entenderia se tivesse crescido no meu mundo.—
— Eu não gosto muito da ideia de ter que curvar minha cabeça para você ou seus irmãos.— Ellylan falou.— Então, imagino que assim é melhor.—
— Talvez.— Maximus disse calmamente e quando Ellylan o olhou interrogativamente, o arcanjo completou sua frase.— Você não é imortal.—

Como uma facada em seu coração. Foi exatamente isso que Elly sentiu.

Ellylan não imaginava que Maximus desejava que ela tivesse feito parte de seu mundo para ser uma imortal como qualquer outra pessoa que estava presente nesse salão, esse detalhe apenas a fez se lembrar do quão longe ambos estavam para ficarem próximos. E Ellylan não queria ser imortal, por mais que estar com esse anjo fosse algo realmente bom, ela não desejava fazer parte de um mundo em que a morte era tratada como uma brincadeira.

Além do mais, ela possuia uma vida fora do inferno. Uma desconhecida, mas ainda assim, era sua verdadeira realidade. E Elly duvidava que Maximus se senteria tão interessado nela se fosse como essas mulheres tão sem graças que estavam nesse salão, sua atração por ela era obvia pelo motivo de Ellylan ser uma novidade para um arcanjo tão velho como Maximus.

Ele jamais se sentiria da mesma maneira que ela se sentia a seu respeito e parecia ridículo esperar isso de um arcanjo que governava o inferno. No entanto, sua mente parecia ignorar que ela seria a única peça quebrada no final de tudo isso, sua mente, sua maior inimiga, dizia que Elly tinha que continuar a responder todas as provocações de Maximus.

Sua parte iludida, acabaria a matando sem nenhuma piedade e sua mente ajudaria a dar todas as facadas finais necessarias com o aviso da realidade de que um arcanjo nunca seria dela.

— Eu...— Ellylan estava pronta para mudar de assunto, mas fechou sua boca no momento em que viu Patrick pela primeira vez naquele salão.

Ela teve que desviar seus olhos dos de Maximus e até mesmo se movimentou quando as asas brancas do arcanjo faziam um ótimo trabalho em tampar sua visão, o que resultou em ambos fora daquela posição de dança clasica entre os casais, mas a mão de Maximus ainda segurava a sua com força. Elly poderia ter feito um enorme relatório do quão satisfeita estava com aquela sensação, mas Patrick havia chamado sua atenção.

O tenente ruivo, que deveria ser a pessoa mais animada desse baile, estava sentado em uma cadeira antiga que estava próxima da única parede daquele local que não possuia janelas. Ele estava em uma posição relaxada com seus braços cruzados sobre seu peito, porém, emburrado.

Era uma imagem perfeita que podia ser comparada com uma criança que havia levado sermão de seus pais quando fez algo realmente errado. E desde que seu pai estava muito ocupado com Katherine, não era por esse motivo que Patrick estava fazendo bico.

Ellylan olhou para a outra pessoa que estava sentada naquele local, com uma cadeira a separando de Patrick. Ela estava olhando atentamente para as pessoas que dançavam em sua frente, acompanhando com seus olhos azuis claros cada movimentos que eles faziam. Essa mulher estava sentada em uma posição mais refinada, suas costas totalmente retas em quanto suas mãos palidas descansavam em seus joelhos.

E o mais surpreendente, era que quando Elly olhou para essa estranha, tudo o que pode pensar foi em um dia de neve, pois aquela mulher estava vestida de branco dos pés a cabeça. E isso inclua os seus cabelos também.

A única cor existente nela era a de seus olhos azuis já que até mesmo sua pele era de um tom pálido que lembrava a porcelana. Na verdade, essa estranha, lembrava completamente uma boneca de porcelana, principalmente por usar rendas e cabelos soltos em cachos grandes e perfeitos.

Ellylan gostou dela, mesmo sem conhecê-la, pois ela era a única que estava com seus cabelos soltos em uma festa que aparentemente era uma regra predê-los. Marie havia falado isso e feito Ellylan prender os seus, então essa estranha havia recebido sua aprovação pela atitude de quebrar uma regra entre os imortais.

— Quem é ela?— Elly perguntou para Maximus quando sua verdadeira pergunta envolvia saber o motivo de Patrick estar emburrado ao invés de levar essa imortal linda para a pista de dança. O pouco que ela conhecia desse tenente, ele deveria estar muito feliz por estar tão próximo de uma mulher tão bonita.
— Você se lembra sobre os olhos e ouvidos dos anciões que mencionei antes?— Maximus disse ao acompanhar o olhar de Elly até aquela estranha.— É ela.—
Ela?!— Ellylan quase gritou pela surpresa, mas não havia perdido o controle de sua voz.— Como alguém com uma aparencia tão amavel pode ser algo tão ameaçador para arcanjos?—

Sim, Ellylan não conseguia acreditar que aquela mulher que se vestia completamente de branco e que se parecia com uma boneca podia ser justamente a pessoa que fazia três arcanjos se comportarem.

Ela nem ao menos tinha uma expressão de autoridade!

— Você está falando sério?— Ellylan olhou para Maximus com seriedade, pois o arcanjo já havia criado diversas mentiras para assustá-la ou apenas por provocação.
— Seu nome é Gaia,— O anjo loiro disse com seus olhos fixos nessa ameaça que não aparentava ter coragem para quebrar um pequeno galho de uma arvore.— Um nome forte para alguém tão grande quanto o significado dele.—
— Eu não acredito em você.— Mesmo sem saber o que significava esse nome estranho, Ellylan não acreditava no arcanjo.

Maximus olhou para Ellylan e um pequeno sorriso surgiu em seus lábios, tão pequeno que se não estivesse estudando cada movimento do arcanjo, ela jamais teria o notado.

— Gaia é conhecida como filha dos cinco elementos, Elly, ninguém sabe muito sobre ela, mas os arcanjos sabem o suficiente para temê-la.— Ele explicou.— Dizem que ela foi gerada pelos elementos da Terra e por esse motivo carrega o nome de Gaia.—
— Então ela sabe se os anciões existem ou não.—
— Sim, imagino que sim.— Maximus disse.— Algumas vezes seus olhos se tornam completamente brancos e é como se ela entrasse em um sono profundo. Não existe hora ou lugar, isso apenas acontece. Todos os arcanjos foram ensinados de que quando isso ocorre, é o momento em que ela se comunica com aqueles que estão acima de nós. E também é por esse motivo que ela precisa de proteção.—
— Eu acredito que alguém que é chamada de filha dos elementos pode se defender sozinha.—
— E pode, você não imagina o quanto pode, mas nos momentos em que ela entra em transe, Gaia se torna tão humana quanto você e isso explica o por que de Patrick estar sentado ao lado dela em vez de se divertir.—
— Ele foi o escolhido para ficar de guarda.— Ellylan deduziu o obvio.— Isso é cruel.—
— Gaia se sente confortavel apenas comigo e meus irmãos, pois sabe que nós morreriamos para salvá-la, mas como estamos ocupados cuidando do castelo essa noite, elegi aquele que deveria ser o mais gentil.—
— E falhou.—
— Isso é tão obvio?— Maximus disse com certa ironia.— No entanto, acredito que seja a melhor opção ainda, pois nenhum dos meus tenentes conseguiria deixar Gaia tão confortável quanto Patrick.—
— Eu não consigo vê-la confortável nesse momento.—
— Você conviveu com todos os meus tenentes, Elly,— O arcanjo do inferno a lembrou.— Me diga qual deles seria o melhor para lidar com essa situação.—
— Morgan.— Ellylan falou sem nenhuma duvida e ela nem ao menos precisava pensar sobre sua resposta. O escolhido sempre seria Morgan. No entanto, Maximus não aprovou muito sua resposta e sua única reação foi arquear sua sobrancelha que era escondida por seus cabelos loiros.— Tudo bem, ele tem esse jeito que faz qualquer pessoa tirar a conclusão de que é psicopata, mas Morgan é... Ok, Patrick é a melhor opção.— Ela resmungou sua ultima frase ao perceber que Maximus tinha razão, pois por mais que gostasse de Morgan, ele conseguia ser assustador apenas com um olhar.— Patrick deveria chamá-la para dançar.— Elly mudou de assunto, dizendo algo obvio.
— Gaia nunca irá confiar em alguém que a trata como algo detestável.— Maximus disse calmamente.— E aqueles que são leias a mim e meus irmãos a odeiam apenas por saberem que seu papel é nos denunciar. Patrick provavelmente receberia um não como resposta se por algum milagre a convidasse para dançar.—
— Ela parece ser solitária.— Ellylan murmurio e ela nem precisou olhar diretamente nos olhos azuis dessa mulher chamada Gaia para ter certeza, isso ficava obvio quando era visivel a falta de pessoas perto daquele lugar onde estava sentada. O único corajoso o suficiente para estar la era Patrick, mas ele não contava, pois estava sendo obrigado a isso.
— Aqueles que possuem um grande poder sempre são.—

Sim, Maximus tinha razão, e Elly não podia negar isso de maneira nenhuma, pois desde que passou a participar desse mundo tão diferente, ela não viu o anjo loiro ou seus irmãos serem tratados como pessoas comuns. Todos abaixavam a cabeça para eles, todos ficavam em silencio quando eles falavam e todos obdeciam.

Ellylan sabia muito bem que por ser diferente dessas pessoas, acabou se destacando e chamando a atenção do arcanjo do inferno. Ela era a única que fazia tudo diferente do que Maximus era acostumado.

— Você e seus irmãos demonstram não se importarem com esse fato.— Ellylan comentou.— Mas parece que ela apenas quer ser... normal.—
— Gaia nasceu para ser o que é.— Maximus disse.— Ela é velha demais para possuir esses desejos.—
— Você não sabe, Maximus.— Ela rebateu com velocidade.— Há poucos dias você nem ao menos sabia o que fazer quando eu começava chorar. Na verdade, ainda não sabe e por esse motivo irei ignorar suas palavras.—
— Uau.— O arcanjo disse sem nenhuma emoção, o que fez com que Ellylan o fuzilasse com seus olhos.— Eu estava errado, Patrick não era minha melhor opção para cuidar de Gaia, acredito que os injustiçados são sempre os mais adequados para estarem juntos.—

Ellylan estava pronta para rebater o que o anjo havia falado com uma resposta muito boa, mesmo sabendo que não era uma boa ideia falar de maneira grosseira com Maximus na frente de tantas pessoas, mas antes que tivesse a chance de projetar as palavras para fora de sua boca, Elly sentiu uma mecha de seu cabelo cair sobre o seu ombro. E nos segundos seguintes, seu coque que estava próximo da perfeição, estava caindo sobre o seu ombro com vários grampos presos em suas mechas que não permitiu que seus cabelos caissem como uma cascata em suas costas.

Foi automatico Ellylan movimentar a mão que Maximus segurava contra a dele para que pudesse arrumar aquela bagunça, e ela teria arrumado se o arcanjo tivesse a soltado. Elly realmente tentou se soltar, mas o anjo loiro apenas a segurou mais forte.

— Vamos,— Ele disse calmamente, encontrando os olhos dela.— Eu irei levá-la até um espelho.—

Naquele momento, a vontade de Ellylan foi sorrir, mas se manteve séria, pois a ideia de ficar feliz apenas com a menção de ver um espelho parecia ser ridículo. Ela já era considerada como algo anormal por todos nesse lugar e se existia algo que desejava, era não dar motivos que concordassem com isso.

— Você me dirá por que sua alma se iluminou nesse momento?— Maximus voltou a falar, seus olhos presos nela mesmo quando eles começaram a caminhar em direção das escadas que desceram a um tempo.
— Não.— Elly disse ao mesmo tempo que negava com sua cabeça.— Tente descobrir, isso será muito mais interessante.—
— Não é dificil saber o que está pensando, Ellylan.— O anjo disse calmamente.— Posso não ter acesso a sua mente, mas você não consegue esconder por muito tempo o que pensa.—
— Se você soubesse o que estou pensando, saberia o motivo da minha alma ter se iluminado.— Elly retrucou com mal humor ao mesmo tempo que se sentia orgulhosa pela resposta que havia dado.

Maximus não a respondeu, o arcanjo do inferno apenas esqueceu que em suas costas existiam diversas pessoas e sorriu em quanto subia os degraus daquela enorme escada que Ellylan pensou que nunca conseguiria descer. E em questão de minutos eles estavam no corredor que Elly quase beijou o anjo loiro se não fosse seu irmão mais novo atrapalhar e com esse pensamento, essa pequena lembrança, ela deveria ter começado a se sentir constragida por estar sozinha com ele, mas apenas se sentiu aliviada.

Estar sozinha com Maximus a fazia se sentir muito mais protegida do que diante de tantas pessoas que nunca havia visto antes. Pessoas que a viam como algo muito ruim e que se consideravam superiores e melhores que humanos.

Talvez isso pudesse ser verdade, mas Ellylan não trocaria todos os seus sentimentos que a transformavam em uma humana para se transformar nessas pessoas geladas que matavam sem nenhuma preocupação.

Maximus é uma delas, sua mente gritou em lembrete.

No entanto, Ellylan ignorou essa mensagem, pois por mais que o arcanjo do inferno se encaixasse perfeitamente bem nessa descrição, ele jamais seria alguém tão sem sentimentos quanto Meridius. Alias, nem mesmo Meridius conseguia ser um monstro por completo. Ele podia ser aquele que menos demonstrava suas emoções boas, mas possuía uma fraqueza...

Niffie.

Ela era capaz de trazer um pouco de humanidade para sua alma e Ellylan acreditava fielmente nisso, mesmo que ouvisse apenas coisas ruins sobre o relacionamento deles. Mas se fosse tão ruim como diziam os boatos, Meridius jamais correria na direção dela para protegê-la quando pregos estavam indo em sua direção para machucá-la.

Com Maximus e o que viu de seu irmão mais velho, Ellylan pode concluir que quando imortais estão dipostos a cuidar de alguém, eles fariam tudo o possível para nunca ver a cor vermelha sendo derramada para encontrar o chão. Elly considerava isso muito humano, mesmo quando os imortais se consideravam seres sem sentimentos.

E por esse motivo, ela sempre se sentiria segura perto desse arcanjo que era tão temido por humanos.

***

Ellylan se virou para Maximus no momento em que ouviu a porta do quarto que eles haviam entrado se fechar. Ela nunca havia estado nesse comodo e nem ao menos estava surpresa por saber que ele existia, pois esse lugar que ela estava vivendo, era um castelo com diversos quartos e outros lugares que Elly provavelmente nunca chegaria a entrar.

E ela estava pronta para fazer um comentário afiado sobre esse quarto ser especialmente para anjos, já que a cama em suas costas era igual a de Maximus, mas o arcanjo do inferno nunca deu qualquer chance para seu cérebro processar qualquer frase.

Em um único segundo, Maximus estava próximo da porta daquele quarto, mas no outro, ele estava em sua frente com apenas centimetros os seperando. O anjo loiro levou suas mãos em direção de seu pescoço e em quanto ela descansava em sua nuca, a outra fazia um ótimo trabalho em se livrar dos grampos que estavam presos em seus cabelos.

— Você não precisa prender seus cabelos apenas por que disseram que isso é o correto.— Maximus disse calmamente e Ellylan tentou encontrar seus olhos, mas aqueles azuis maravilhosos estavam fixos em suas mechas negras para que não corresse nenhum risco de machucá-la ao puxar algum fio. E ela não podia negar que ele estava fazendo um ótimo trabalho, pois sua vontade era de ronronar com esse toque em seus cabelos.— Eu pensei que era uma regra sua não seguir normas do meu mundo.—
— Eu...— Ellylan resmungou ao abrir sua boca, mas Maximus parecia estar ciente de que ela não gostou muito da ideia de ter que fazer um penteado, então não havia motivos para dizer que aquilo não tinha significado a ela.— Você falou para eu não criar problemas essa noite.— Acabou murmuriando.

— Correto.— Maximus encontrou os olhos de Ellylan no momento que soltou um dos ultimos grampos de seu cabelo e permitiu que eles caissem em uma cascata negra nas suas costas.— Mas eu estava pedindo algo impossivel.—
— Hey!— Ela usou seu dedo para cutucá-lo em seu abdomen.— Isso é uma mentira. Eu estava me comportando.—
— Nós temos concepções totalmente diferentes do que significa problemas, Elly.— Maximus tocou seu rosto com seus dedos quentes e usou sua mão apoiada em sua nuca para trazê-la pra perto. Tão perto que Ellylan era capaz de sentir a respiração calma do arcanjo em seu rosto.

Maximus iria beijá-la, isso estava obvio. E era exatamente o que Ellylan desejava, principalmente depois de ter Dimitrius atrapalhando o momento em que isso teria acontecido mais cedo. No entanto, o arcanjo do inferno estava a provocando com suas brincadeiras e ele provavelmente estava acostumado a ter tudo o que desejava. Elly não podia ser tão fácil assim.

— Nós não podemos fazer isso.— Ela disse, desviando seu rosto para o lado.— Não somos um casal.—

Maximus a encarou com curiosidade quando ela voltou a olhá-lo, seus olhos azuis demonstravam uma explosão de sentimentos que antes não existia ali. E naquele momento, Ellylan tinha uma enorme vontade de se socar pelo o que havia falado, por vários motivos, pois sua intenção era de se fazer de dificil, não de idiota a ponto de trazer um assunto constrangedor a tona.


— Nós temos que ser um casal para nos beijar?— Maximus perguntou de forma tranquila, seu tom demonstrava que ele havia entendido que era uma tentativa de brincadeira.
— Sim!— Ellylan o respondeu sem constrangimento, pois levaria essa brincadeira até o fim agora que sabia que Maximua havia a entendido.— É isso o que as pessoas fazem.—
— É isso que os huamnos fazem.— Ele a corrigiu.
— Eu sou humana... É o que eu faço.—
— Então é isso o que nós iremos fazer.—
— O quê?— As pernas dela tremeram sob seu peso. Afinal, o tom de brincadeira que existiu na voz do anjo loiro sumiu no momento em que ele falou.
— Por que não?— Ele soava sério, muito sério. — Eu não preciso que você me evite nos próximos dias por esse motivo.—
— Mas...— Onde estavam seus argumentos?! — Eu estava brincando! Além do mais, sou uma mortal e você...—
— A menos que você esteja planejando morrer nos próximos dias, Elly, não há motivos para criar problemas.—
— Isso não parece certo.—
— Um arcanjo esta se rendendo a uma humana,— Ele disse ironicamente, com um sorriso que combinava perfeitamente com seu tom.— Não é correto, é poético.—

Maximus levou suas mãos até a cintura de Ellylan, seus dedos grandes e quentes se moldaram contra ela para que o anjo pudesse puxar seu corpo contra o dele até onde aquele vestido maravilhoso permitia, Elly segurou seus braços para que mantasse seu equilibrio quando ele a puxou. Seus olhos azuis, tão azuis, diziam a cada segundo o que o arcanjo do inferno realmente desejava fazer naquele momento.

— Ellylan,— Ele disse seu nome, mas não em um tom de repreensão como deveria ter sido.— Beije-me agora ou se afaste.—
— Se eu bei...— Maximus cobriu a boca de Ellylan com a sua antes que ela tivesse qualquer chance de terminar sua frase, seus lábios eram quentes como fogo contra os seus e toda a maciez que existia naquela região fez com que ela esquecesse qualquer coisa constragedora sobre o assunto de casais.

O arcanjo do inferno se afastou antes que aprofundasse aquele beijo que mal poderia ser chamado dessa maneira, mas Maximus não se distanciou de Ellylan, ele encostou sua testa contra a dela e abriu seus olhos. E tudo o que Elly podia ver naquele momento era o azul de seus olhos, aquele lindo e maravilhoso azul piscina.

— Por que você está fazendo isso comigo?— Ellylan sussurrou, pois ela sabia melhor do que ninguém que seria a única que saíria quebrada de toda essa situação. Elly não podia negar que gostava de tudo isso, mas os resultados finais eram obvios e a sensação que possuía era de que estava correndo em direção de um assassino que esmagaria seu coração.
— Eu irei cuidar de você, Ellylan.— Ele falou ao mesmo tom dela, uma resposta que parecia dizer que esse anjo compreendia todas as suas preocupações.— Até mesmo quando não estiver mais ao meu lado.—

Ellylan não o respondeu dessa vez, pois era a primeira vez depois de tanto tempo que Maximus estava a lembrando que o inferno não era a sua casa. Se lembrar disso era algo comum vindo dela, mas não desse arcanjo que parecia ter esquecido completamente que ela era uma peça guardada em um jogo errado.


Como sua única resposta ao que o anjo loiro disse, ela o abraçou sem pensar no que aquilo poderia significar. E mesmo tendo certa dificuldade em achar uma posição para seus braços, já que as asas de Maximus estavam fechadas, Elly se sentiu confortável ao fazer isso.

O arcanjo do inferno movimentou suas asas brancas para abri-las um pouco quando ele passou seus braços ao redor da cintura dela. Ellylan descansou sua bochecha sobre o peito de Maximus naquele momento e viu o quão lenta era a respiração dele. Era quase como se não existisse nenhum movimento, como se ela não sentisse nada a baixo de sua pele se não estivesse tão atenta.

Ellylan estava pronta para dizer o nome dele e recomeçar o assunto sobre a parte em que eles virariam um casal, mas qualquer coisa que existia em sua mente acabou indo embora no momento em que as luzes se apagaram. Com medo da enorme escuridão que passou a existir dentro do castelo, ela se agarrou com ainda mais força contra Maximus quando ele tentou se afastar.

Seu colar fazia um ótimo trabalho em iluminar o lugar com aquela luz azul que se mantinha forte devido Maximus estar ao seu lado, mas ainda assim existia muita pouca luz.

O mais assustador de toda essa situação era de que no momento em que as luzes apagaram, não houve gritos como deveriam ter existido, tudo o que Elly ouvia era o silencio e as batidas do coração do arcanjo que ela segurava com força.

— Eu preciso ir, Elly.— Ele disse calmamente quando qualquer outra pessoa teria saido correndo para saber o que estava acontecendo.— Meu castelo está sendo invadido por demônios.—

Ellylan o soltou por um momento devido ao pensamento de quão grande era o atrevimento desses demonios para invadir um local que vivia o imperador do inferno e foi nesse momento que Maximus aproveitou para se afastar dela.

— Você irá me deixar fechada aqui?— Ela perguntou o que estava obvio, demonstrando sua infelicidade.
— Eu não permitirei que vá até um salão cheio de imortais em meio de uma chachina, Ellylan.— O anjo agiu como o verdadeiro imperador que era, sua voz cheia de arrogancia que dizia que isso era uma ordem para não ser questionada.
— Não há gritos.—

Como uma chachina poderia estar acontecendo se tudo estava tão silencioso?

— Imortais nunca gritam, pois não possuem medo da morte.— Maximus aproximou seu rosto do de Ellylan, se curvando para que seus olhos ficassem na mesma direção dos dela.— Então... Fique aqui.—

O arcanjo se afastou dela novamente e Ellylan vacilou por um momemnto, ignorando sua ordem completamente quando deu um passo para frente. A última vez que havia estado em meio de tanta escuridão, esse mesmo anjo que a beijou segundos atrás tentou matá-la... Assim como outra criatura horrivel que parecia um cachorro.

— Maximus...— Sua voz saiu mais chorosa do que já pensou ser possível, mas Ellylan ignorou esse detalhe desde que conseguiu chamar a atenção do anjo loiro que se virou em sua direção.
— Você está com medo do escuro, Elly?— Ele perguntou ao mesmo tempo que um sorriso arrogante crescia em seus lábios.— Eu pensei que você não fosse mais uma criança.—
— Isso não é justo.— Ela resmungou.— Ficar sozinha e fechada em um quarto no escuro é muito mais apavorante do que esse baile cheio de pessoas que não fazem nada além de me encarar.—

Maximus não teve a chance de responder Ellylan, pois nos segundos que se passaram em quanto ele se manteve em silencio para pensar em algo para dizer, o silencio deixou de existir no lado de fora. O som de vidros sendo quebrados invadiu o castelo como uma explosão e logo em seguida o som de gritos femininos começaram a fazer ecos por todo o castelo.

— Fique aqui.— Ele ordenou, começando a andar em direção da porta.— Eu manderei algum dos meus tenentes para ficar com você.—
— Eu...—
— Você estara segura aqui dentro.— Maximus avisou.
— Tudo bem.— Elly sussurrou para ela mesma, pois Maximus já havia saído do quarto muito antes dela dizer qualquer palavra.


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