Pesadelo | Amor Imortal 01 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 34
Capítulo 35




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O dia passou muito rápido e antes que se desse conta a tão esperada noite do baile de Diane havia chegado. Como Maximus havia dito, eles não se viram em nenhum momento desde que a escuridão da noite passada deu lugar para o céu vermelho com um sol fraco. E as únicas noticias que ela teve sobre o arcanjo do inferno, foi que ele e seus tenentes estavam ocupados organizando os ultimos detalhes do baile.

Ellylan também ouviu sussurros dos empregados e soldados que passavam pelo corredor de seu quarto, a maioria deles diziam sobre o quão infelizes estavam os tenentes de Maximus que ao invés de estarem carregando suas armas, estavam carregando cadeiras, mesas e luzes. Mas os burburicos que ela mais ouviu, foi sobre o quão prontos estavam Gate e Patrick para se jogarem de uma janela quando eles foram mandados para a cozinha para ajudar as conzinheiras.

Elly não pode evitar o seu riso quando Marie entrou em seu quarto para lhe fazer companhia e contar detalhadamente como era os dois tenentes de Maximus vestidos em aventais brancos e toucas para evidar queda de cabelos nas comidas.

Ela faria qualquer coisa para vê-los nesse estado, principalmente se levassem sermões de uma cozinheira assustadora que não aceitava imperfeição em seus pratos.

No entanto, naquele momento, Ellylan estava enrolada em uma toalha grande, tendo acabado de sair do seu banho para que pudesse começar a se arrumar e esperar por Maximus até que ele fosse buscá-la para encarar um baile que muitas pessoas estavam curiosas para conhecê-la.

Quando Marie preparou tudo para que Ellylan fosse tomar banho, ela ainda usou sua desculpa que não possuía um vestido, pois mesmo que soubesse que Maximus jamais a deixaria de lado nesse baile, Elly ainda estava apavorada com a ideia de tantas pessoas a observando. E essa desculpa foi tão inútil quando foi usada com o arcanjo do inferno, pois Marie apenas sorriu e disse que estaria cuidando desse problema em quanto ela estivesse no banho.

E Ellylan viu, depois que abriu a porta de seu banheiro, que a empregada daquele castelo realmente tinha cuidado desse assunto.

A primeira palavra que veio na mente de Elly quando viu um vestido grande e azul em cima da sua cama foi “Princesa”, pois aquele traje havia sido tirado de algum livro infantil que contava historias sobre esse tema. Ele era realmente muito lindo e do estilo que combinava com dragões, principes e princesas.

O vestido possuía dois tons de azuis, no corpete tomara que caia que não possuia nenhum detalhe chamativo e memoravél era um pouco mais claro que a sua longa saia. E foi exatamente ali, naquela parte do vestido, que fez Ellylan ficar impressionada. Mesmo o considerando grande, já que foi usado tule para armá-lo até que seu formato se tornasse uma pequena oca, o tom mais escuro de um azul marinho era o mesmo de um céu claro em uma noite de verão e o que não podia faltar nessa escuridão, eram estrelas.

E, naquele vestido, elas não foram esquecidas.

Uma camada fina de uma renda do mesmo tom foi colocado por cima tecido azul, ela era tão fina que quase não poderia ser vista se não fosse pelas pregas na barra do vesitdo que a denunciava, mas nessa renda existiam pequenas pedras brancas que brilhavam e tudo que Ellylan podia pensar, era no céu noturno do seu mundo.

Era maravilhoso.

— Uau.— Foi tudo o que Ellylan conseguiu dizer quando se deu conta que Marie esperava por alguma reação dela.
— Impressionante, certo?— Marie sorriu, se balançando em seus calcanhares em quantos nivelava seu olhar entre Elly e o vestido.— Foi Niffie quem o desenhou e fez questão de costurar ela mesma já que Maximus pediu que criasse um vestido para você.—
— Niffie fez esse vestido?—

Elly estava chocada, pois não esperava que a imperatriz do paraíso fosse capaz de fazer algo tão... perfeito.

— Niffie é muito famosa em nosso mundo por causa do seu trabalho.— Marie a respondeu.— Algumas pessoas até mesmo dizem que ela se tornou tão profissional quando se tratava desse assunto para que pudesse chamar a atenção de Meridius.—
— Isso é verdade?—
— Não...— A empregada daquele castelo fez uma careta.— Por que Meridius se interessaria por vestidos?—
Ellylan não pode evitar de soltar um pequeno riso, pois aquilo fazia muito sentido. Meridius não era do tipo que perdia seu tempo com roupas ou desenhos. — Ela é realmente boa nisso, Meridius deve se sentir orgulhoso.—
— Sim, eu imagino que deve.— Marie olhou para Ellylan.— Já faz muito tempo que ela não desenhava algo para outra pessoa além dela.—
— Por que?— Elly perguntou.— Niffie não gosta de compartilhar seu trabalho?—
— Não, de maneira alguma!— Marie caminhou até sua cama para pegar o vestido em quanto falava.— Niffie fazia vestidos para qualquer pessoa que a procurasse, mas no passado, em uma briga entre ela e Meridius, ele destruiu seu estudio e de alguma forma Niffie se fechou completamente para esse seu dom. Atualmente ela desenha apenas para si mesma.—

Marie caminhou até Ellylan e entregou o vestido em suas mãos e ela só pode se continuar perguntando como Niffie ainda era capaz de estar junto com Meridius e amá-lo mais do que qualquer coisa.

O amor era algo realmente estranho.

Deixando esse assunto de lado, pois era realmente dificil compreender o que se passava na mente de Meridius e Niffie, Ellylan começou se arrumar para o tão esperado baile de aniversario de Diane. Marie a ajudou em cada detalhe importante, principalmente quando o assunto foi maquiagem. Elly nem ao menos sabia o que era cada produto que estava em cima de sua penteadeira e sua única opção foi ficar sentada em quanto a empregada do castelo fazia aquele trabalho.

Depois que Marie terminou, ela pegou um espelho de mão e entregou para Ellylan se observar. Foi bom ver seu reflexo, já que Maximus ainda a considerava uma suicida, ele não permitiu que os esplhos existissem nesse novo quarto também. No entanto, esse reflexo estava completamente diferente do que ela estava acostumada a ver.

Marie não havia exagerado na maquiagem, pois a única coisa que se destavaca em seu rosto era o lapis negro que havia sido usado para contornar seus olhos. O batom que foi usada era da mesma cor da sua boca e isso apenas resultou em um brilho extra em seus lábios. A sombra em suas palpebras eram de um tom cinza que quase não se destava, mas qualquer pessoa que deixasse seus olhos cairem naquela região de seu rosto para observar o risco negro que havia sido feito com delineador, seria capaz de ver aquela cor quase transparente.

Estava magnifico e isso fez com que Ellylan se sentivesse bonita.

— Eu nunca imaginei que empregadas eram maquiadoras profissionais também.— Elly brincou com Marie que estava ajeitando as sapatilhas negras para que ela as vestisse, o que a deixou completamente feliz por não terem a obrigado a ter que usar saltos.
— Eu já fui humana uma vez.— Marie falou gentilmente.— Agora se levante para que eu possa fechar seu vestido em quanto coloca suas sapatilhas.—

Ellylan fez como a empregada ordenou e quando ela se colocou atrás dela para fechar os diversos botões de seu vestido, Elly levantou seu cabelo para que não a atrapalhasse.

— Nós precisamos prender seu cabelo.— Marie voltou a falar em quanto terminava com seu vestido.— É uma festa de gala e damas nunca usam seus cabelos soltos.—
Ellylan se virou para Marie assim que terminou, encontrando os olhos escuros dela.— Você deve ter muitas coisas para fazer e não quero prendê-la aqui.— Ela disse.— Não se preocupe com o meu cabelo.—
— Você tem certeza?— A empregada perguntou, não questionando a decisão de Ellylan quando outra pessoa teria a obrigado ficar quieta em quanto fazia seu penteado.
— Sim.— Elly a respondeu com um sorriso gentil.— Eu sei o que preciso fazer.—

Isso era uma mentira descarada, pois Ellylan nem ao menos sabia o que podia fazer em seu cabelo que era tão escorregadio quanto sabão, mas qualquer coisa era melhor do que ter alguém mexendo em seu cabelo. Por algum motivo, ela não gostava dessa ideia.

Marie concordou rapidamente com Elly, o que mostrou que ela realmente tinha coisas para fazer depois de deixá-la pronta. E mesmo que ela tivesse mentido para Marie, não se sentiu culpada. Afinal, Elly apenas estava atrasando a empregada do castelo.

Pegando aquele espelho de mão que Marie havia deixado para trás, Elly o colocou em cima de sua penteadeira para que ficasse em pé sozinho já que ela teria que se virar com aquele pequeno pedaço de espelho para fazer um penteado. Ela também juntou os grampos e o pequeno laço de cabelo que estavam espalhados juntos com as maquiagens ao mesmo tempo que considerava todas as opções do que podia fazer.

Não tendo muito o que fazer, o que não era uma grande novidade, Ellylan fez um coque baixo na diagonal da sua cabeça, separando sua franja para jogá-la do mesmo lado dele. Ela usou seu pente para puxar diversos fios para fora dele com a intenção de não deixá-lo tão arrumado. Elly gostaria de poder usar algum enfeite nesse penteado tão simples, mas seu vestido já era o suficiente chamativo para que colocasse algo brilhante em seu cabelo.

E agora que ela havia terminado completamente de se arrumar, Ellylan desejou ter um espelho que mostrasse todo o seu corpo para poder ver como realmente havia ficado, mas isso estava fora de suas opções. Só lhe restava acreditar que o vestido de Niffie e a maquiagem de Marie a tinham deixado realmente bonita para que as mulheres imortais que estariam nessa festa não a humilhassem completamente com suas belezas divinas.

Sem ter mais o que fazer, ela só fez o que lhe restava.

Aguardou por Maximus.

Ellylan esperou durante um tempo até que ouviu um leve som de musica e com isso pode deduzir que o baile já havia começado. Por um momento jurou que Maximus esqueceu dela, então teve que suspirar diversas vezes quando a ideia de sair para procurá-lo invadiu sua mente.

Seu maior medo era encontrar alguém que havia sido convidado para esse evento, alguém que não gostasse de humanos. Era melhor ficar no seu quarto e esperar por qualquer coisa, mas Ellylan iria ter um ataque nervoso se continuasse parada ali sem poder sentar direito por causa de seu vestido enorme. Então, ela fez sua decisão de sair.

Abrindo somente uma fresta da sua porta, ela espiou o pouco do corredor que podia ver para conferir se não existia ninguém andando por ali. Ellylan ficaria completamente grata se algum dos tenentes de Maximus estivesse ali para lhe dizer o que estava acontecendo, mas o corredor estava completamente vazio.

Elly abriu a porta do seu quarto por completo, tomando coragem quando se certificou que ninguém estava vindo, ela saiu para o corredor e soltou a maçaneta dourada que segurava com força assim que se virou para caminhar e encontrou o arcanjo do inferno no final daquele caminho que ela estava pronta para fazer.

Ela quase ficou de boca aberta assim que seus olhos encontraram um Maximus todo elegante conversando com um dos soldados que geralmente pareciam estatuas congeladas por todo o castelo. O arcanjo estava usando um smoking preto e branco comum, tendo sua gravata borboleta negra bem posta ao redor de seu pescoço, igualmente a faixa em sua cintura. Suas asas incrivelmente brancas em suas costas apenas o deixou ainda mais perfeito usando aquela roupa tão formal.

Maximus parou de conversar com o seu soldado no momento que percebeu que existia outra presença no corredor, olhando em direção de Ellylan que continuava congelada, o arcanjo do inferno até mesmo mudou sua posição quando seus olhos encontraram ela.

Aqueles azuis piscina tão incumuns desceram e subiram pelo corpo de Elly diversas vezes depois que o soldado que estava conversando com Maximus foi deixado de lado e dispensado, o arcanjo conferiu a imagem dela diversas vezes antes que seu olhar encontrasse o de Ellylan novamente para que um sorriso se formasse nos lábios do arcanjo do inferno, um sorriso que disse diversas coisas sobre como havia gostado do que via.

Ela sentiu todos os pelos de seu braço se arrepiaram por causa da forma que o anjo loiro a olhava, pois em seus olhos, parecia que Maximus estava olhando para algo único, como se Ellylan fosse realmente bonita. Elly gostou dessa sensação, de se sentir bonita quando os olhos de Maximus gritavam isso a ela.

Não conseguindo evitar, Ellylan retribuiu o arcanjo com outro sorriso que não durou muito já que pela primeira vez ela estava se sentindo constrangida diante do olhar do anjo no outro lado do corredor. Ela abaixou seus olhos em direção do chão quando sentiu todo o seu interior esquentar, as borboletas que se agitavam em seu estomago correram um grande risco de morrerem queimadas.

Maximus caminhou até ela quando se cansou de observá-la e Ellylan já não pode mais encarar o chão devido a aproximação do arcanjo após ele parar diante dela, com apenas alguns passos separando seus corpos.

— Você está realmente bonito, Maximus.— Elly foi a primeira a falar mesmo quando Maximus movimentou sua boca para dizer algo. No entanto, seu nervosismo não deixou que ela ouvisse as palavras que ele tinha para dizer. Ellylan se sentia constrangida demais para deixar o silencio cair.

Maximus riu, o som era tão puro e sincero que ninguém acreditaria que esse homem que liderava todo o inferno podia rir.— Supostamente,— Ele disse encontrando os olhos de Elly, ainda sorrindo.— Eu deveria ser o primeiro a dizer isso.—
— Supostamente.— Elly concordou.— Mas você não foi rápido o suficiente.—
— De qualquer maneira,— O anjo começou a falar, colocando suas mãos dentro dos bolsos de suas calças, fazendo com que Ellylan o considerasse ainda mais bonito nessa posição.— Too eder zaude.—
— O que isso significa?— Elly perguntou quando Maximus disse essas palavras que não faziam nenhum sentido, seu sotaque tão forte que ela nem ao menos poderia reconhecer sua voz se ele sempre falasse dessa maneira.
— Significa “Você está linda” em meu idioma de nascença.— O anjo a respondeu e Elly se recordou das poucas vezes que as pessoas haviam falado em uma língua que ela não entendia nada, mas que agora mal a escutava já que todos foram obrigados a falar em um idioma que ela compreendia, pelo menos quando estava por perto. — Está pronta para encarar diversos imortais?— Maximus perguntou, não dando nenhuma chance a Elly para agradecer seu elogio.
— Eu tenho uma escolha sobre esse assunto, Maximus?—
— Na verdade, não.— Maximus sorriu.— Mas todos meus tenentes estarão com um olho em você, até mesmo meus irmãos.—
— Eu não acho que Meridius faça parte do time dos imortais que gostam de humanos.—
— Nem eu.— Maximus murmurio, desviando seus olhos por um momento.— De qualquer maneira, eu tenho algo para você, Elly.—
— Um presente?— Maximus concordou com sua cabeça para respondê-la, fazendo com que Ellylan arqueasse uma de suas sobrancelhas.— Você já fez muito ao pedir a Niffie para fazer esse vestido, arcanjo.—
— O vestido foi um presente de Niffie, não meu, humana.— Ela sorriu no momento que o anjo em sua frente disse a ultima palavra de sua frase, pois o arcanjo do inferno estava brincando da mesma maneira que Elly estava. E isso apenas mostrou que Maximus estava em um bom humor radiante, por esse motivo, Ellylan fez uma nota mental para não fazer nada de errado que estragasse sua noite.
— Então mostre-me.— Ela pediu quando sua curiosidade emergiu dentro dela.

Maximus tirou suas mãos de dentro de seus bolsos e após fazer isso estendeu uma delas em direção de Ellylan. Em sua palma, existia um fino cordão de couro negro com um pingente de tamanho médio do formado de uma gota, exatamente como crianças desenhavam em pápeis para mostrar um dia chuvoso, seus contornos eram de prata pura. Dentro dessa gota, havia um brilho azul não muito forte que a preenchia completamente, era como se Maximus tivesse colocado alguma alma daquelas bolhas flutuantes ali dentro.

— O que é isso?— Ellylan perguntou completamente hipnotizada, pois sabia que aquilo não era uma alma, principalmente quando seu brilho era menor e o tom de azul era mais fosco. Além do mais, Maximus não era louco o suficiente para colocar uma alma dentro de um pingente e dá-lo como presente.
— Isso é um pequeno truque que as angelicais usam quando seus bebês anjos estão aprendendo a voar,— Maximus começou a explicar.— Como elas não podem voar para segui-los e garantir que estarão seguros, usam essa luz para saber se seus filhos estão próximos. Quando não estão, a luz se apaga completamente.—
— Oh... Isso é incrivel!— Elly disse apaixonada com o seu presente, pois era realmente inteligente que angelicais usassem isso para monitorar seus filhos quando as mesmas não possuiam asas para acompanhá-los.— Então... Quando você estiver próximo de mim essa gota sempre estará brilhando?—
— Sim.— O arcanjo disse, seus olhos claros presos aos dela como se nada mais existisse ao redor deles.— Quando a luz se apagar, ela não será nada mais do que um cilindro vazio.—
— Eu gosto dela assim.— Elly falou, apontando para o pingente na palma do arcanjo, não gostando muito da ideia de ter que vê-la sem essa luz bonita.
— Então nós daremos nosso melhor para que ela nunca se apague, certo?—
— Certo.—

Ellylan sentiu que aquilo não era um simples acordo entre eles, mas sim uma grande promesa. Ela poderia ter ficado apavorada por causa da gigante onde de sentimentos que estava se formando entre eles, no entanto, Elly apenas se sentia segura.

Maximus se aproximou dela para que pudesse colocar aquele colar em volta de seu pescoço, o anjo levantou seus braços até que estivessem a cima de seus ombros e tomou todo cuidado possível para não esbarrar no penteado de Elly. Depois que o anjo fechou o colar, ele se afastou para observá-la novamente.

— Obrigada, Maximus.— Elly falou, realmente agradecida por aquele presente, pois ele não era algo que ela realmente precisasse como esse lindo vestido, era apenas algo que Maximus fez quando se lembrou dela.
— Oh, vamos lá, Elly, não me olhe com esse brilho nos olhos.— Maximus disse calmamente ao mesmo tempo que um sorriso crescia em seus lábios, não desviando seu olhar dela em nenhum momento.— É assustador.—
— Você deveria tratar melhor sua acompanhante, Maximus.— Ellylan falou, passando seu braço pelo o do arcanjo quando ele se colocou ao lado dela e o ofereceu.— Principalmente quando minha maior vontade é ficar em meu quarto.—
— É tarde demais para pensar nisso.—


***

Maximus levou Ellylan por um caminho que ela desconhecia totalmente, mesmo que seu conhecimento pelo castelo fosse pequeno, ela sabia que nunca havia andando por esses corredores. E cada vez mais o som de uma musica tocada por instrumentos suaves se tornavam ainda mais altos conforme os passos deles.

A asa do arcanjo rossava em seu vestido a cada movimento deles, ambos eram muito grandes para estarem tão próximos, mas como Maximus não pareceu se importar com algo tocando sua asa, Ellylan não fez questão de tornar isso um problema. Principalmente quando sua maior vontade era se segurar fortemente contra o anjo loiro para que ele não a deixasse sozinha em nenhum momento.

Ela estava tão nervosa, com o desespero formado em sua garganta, que nem ao menos se deu conta que estava esmagando o braço de Maximus. Claro que ela nem ao menos devia se preocupar com isso, pois ele era um arcanjo, mas em algum momento, Elly fez algo errado que fez Maximus silvar.

— Desculpe.— Ellylan sussurrou, encarando o chão ou pelo menos o que o seu vestido permitia.
— Para uma humana, você é incrivelmente forte.— Ele disse e Ellylan se perguntou se isso poderia ser considerado algo normal ou se sua lista estaria crescendo. No entanto, Elly não precisava pensar sobre isso justamente agora. Ela estava nervosa demais para lembrar daquela pequena lista, não tão pequena, que a tornava uma aberração.— Elly.— Maximus disse seu nome quando não respondeu sua provocação, ela nem ao menos havia deixado de esmagar o braço dele que agora segurava com suas duas mãos.

O arcanjo parou de caminhar quando eles estavam no meio de um corredor, a música que antes era apenas um sussurro no ar agora estava muito mais alta. Maximus se virou para que pudesse encontrar seus olhos e a única opção de Ellylan foi fazer o mesmo que ele quando a segurou por seu braço.

— Você não estará em perigo.— O anjo disse calmamente.— Confie em mim.—
— Eu confio em você, Maximus, mas não deixa de ser assustador estar em uma festa cheia de imortais ainda mais assustadores.— Ela foi sincera.— Talvez a pessoa que fez isso comigo até esteja lá, fingindo ser um convidado.—
— Eu não tinha pensado nisso.— Maximus franziu o cenho para que logo em seguida um sorriso começasse a crescer em seus lábios.— Isso é genial, Elly, nós podemos usá-la como uma isca para...— O anjo parou de falar quando Ellylan lançou seu melhor olhar fuzilador.— Nós não iremos usá-la como uma isca essa noite.—
— Obrigada.— Ela disse gentilmente ao mesmo que sorria como agradecimento.
— De qualquer maneira,— Maximus deixou sua mão escorregar por todo o caminho do braço de Ellylan antes de se afastar com apenas um passo. Seu toque era como um aviso de que tudo o que ela estava vivendo era real, mas que poderia se tornar facilmente como um sonho.— Você ficará bem.—

Elly acreditava nele, acreditava mais do que poderia e ela sabia exatamente o por que dessa confiança que não existia nada em troca além de um sentimento mútuo. Ellylan sorriu para Maximus para demonstrar esse seu sentimento, os olhos azuis do arcanjo brilharam com a imagem dela sorrindo e tudo que ela pode pensar era que o anjo gostava quando sorria somente para ele.

Naquele momento, Elly desejou beijar Maximus. O arcanjo do inferno estava muito bonito para que ela não tirasse nenhum proveito disso e Maximus ficava ainda mais radiante quando deixava que seus sentimentos aparecessem em seus olhos azuis como a cor de uma piscina em um dia de verão. Além do mais, lidar com o pensamento de que havia beijado um arcanjo era melhor do que estar apavorada com a ideia de estar em um baile cheio de imortais.

Isso era uma desculpa ridícula, mas funcionou muito bem para não fazê-la desistir de sua vontade.

Era uma droga ser mais baixa que Maximus, pois ela não podia simplesmente beijá-lo como desejava. Ellylan sempre teria que esperar que o anjo loiro se curvasse para encostar seus lábios nos seus para beijá-la e agora que Maximus não demonstrava que iria roubar um beijo dela, Elly não sabia exatamente o que fazer para que iniciasse isso. Parecia errado ter que pedir, então ela se manteve em silencio e fez a única que veio a sua mente.

Ellylan deu um passo para frente, aquele que o anjo havia dado pouco tempo atrás para se afastar dela. Ela usou suas mãos para colocá-las nos ombros de Maximus, seus dedos estavam trêmulos por causa desse movimento ousado, mas Elly se lembrou que havia feito coisa muito pior na primeira vez que se beijaram. Seu último movimento foi erguer seu queijo para que pudesse encontrar o olhar do anjo em sua frente e esperar que Maximus entendesse o que ela desejava que ele fizesse.

— Oh,— Maximus disse suavemente, sua voz em um tom rouco que fez as borboletas de seu estomago ficarem ainda mais agitadas. Suas mãos foram em direção de sua cintura no momento que ele compreendeu exatamente o que Ellylan queria. Seu pequeno aperto contra a lateral de seu corpo quase fez com que os joelhos dela vacilassem completamente, mas ele a seguraria se isso acontecesse. Ela nunca duvidaria disso.— Olha para quem quer me beijar agora.—
— Eu tenho certeza que esse alguém não sou eu.— Outra voz invadiu aquele momento, uma voz que não pertencia a Maximus ou Ellylan.

Ellylan sentiu seu coração congelar, assim como o restante de seus musculos, e no momento seguinte sentiu sua bochecha explodir em um calor que poderia ser comparada a uma queimadura que doeria muito conforme os minutos passavam. Ela se afastou de Maximus o mais rápido que pode e isso quase a fez se debater contra a parede atrás dela se não fosse ao grande vestido que usava para salvá-la.

Sua vontade era de se enterrar, de fugir para longe desse corredor... Ela não podia acreditar que o irmão mais novo de Maximus havia visto toda aquela cena.

— Timing perfeito, Dimitrius.— Maximus disse, se virando em direção de seu irmão quando deixou de olhá-la depois de ter a certeza de que Elly não se mataria.

Ellylan olhou para o chão e levou uma de suas mãos até sua bochecha para ver o quão quente estava. Ela provavelmente estava se tornando roxa naquele momento e essa quase certeza só a fez se sentir humilhada.

Com tantas pessoas que haviam sido convidas para esse baile... Por que Dimitrius?


— Eu senti o cheiro do pecado humano nesse corredor.— O outro arcanjo falou de maneira despreocupada, com suas mãos dentro dos bolsos do smoking que era examente igual ao de Maximus.— É mais forte do que eu querer decidir qual será o julgamento final dessa alma.—

Maximus riu, o som de sua risada não fez que Ellylan deixasse de encarar o chão para ver essa ocassião tão rara.

— Vá para a festa, Dimitrius.— Maximus disse em um tom divertido.
— É claro. E vocês deveriam fazer o mesmo, muitas pessoas estão esperando para conhecer a humana que reside no inferno.— O anjo falou em quanto caminhava para passar por eles e quando Ellylan teve certeza de que Dimitrius estava de costas para eles, ela arriscou olhar para cima em direção dele para ver suas asas brancas.— Vocês podem terminar isso depois do baile.— Ele adicionou em um murmurio alto, caminhando para longe.

Elly se afastou da parade no momento em que seus olhos não podiam mais ver o arcanjo que julgava as almas que iriam para o inferno ou paraiso. Suas bochechas ainda estavam pegando fogo e todas as borboletas que se animavam toda vez que ela via Maximus, já estavam mortas. Somente naquele momento ela conseguiu respirar normalmente, sem precisar se lembrar que isso era algo necessário.

— Isso foi muito constrangedor.— Ela sussurrou antes de olhar para Maximus.
— Dimitrius já foi pego fazendo coisas piores.— Foi sua única resposta ao mesmo tempo que curvava seu braço para que Ellylan passasse o seu por ele novamente. Ela não negou o gesto mesmo que sua vontade fosse de morrer.
— Coisas que não desejo saber.— Elly não precisava ficar ainda mais constrangida.
— Mas Dimitrius tem razão sobre algo.— Maximus falou quando começou a caminhar, seus olhos fixos no caminho que estava fazendo.— Nós iremos terminar depois do baile.— Era uma afirmação. Uma que fez o coração de Ellylan explodir em batidas rápidas que significavam tudo, menos medo.

Ótimo.

Agora ela tinha algo para pensar em quanto estivesse em meio de tantos imortais.


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