Querido Cúpido escrita por Sáskya


Capítulo 29
Capítulo: 28 - Zona de Perigo


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Um pouco mais de um mês depois estou de volta. Desculpem-me pela demora, mas me embolei com algumas coisas :|.
Boa leitura e até as notinhas finais!



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Alice

Mágico! Essa era a palavra perfeita para descrever como era beijar Jasper Swan. Confesso que tinha ficado surpresa – e um tanto nervosa – com o seu pedido, mas, interessantemente, era tão fácil aceitá-lo. E não teve arrependimento nenhum quando senti seu beijo. Sua boca era gentil na minha, sem pressa, sem segundas intenções. Jasper era doce comigo e era difícil não apreciar aquilo. Sentia que as coisas com ele eram de coração.

Quando som de palmas e assobios chegou aos meus ouvidos, eu desgrudei minha boca da dele, olhando para as pessoas ao nosso redor, interessadas demais na cena que ocorria. Em um átimo de vergonha, escondi meu rosto no peito de Jasper, sentindo meu rosto esquentar. Ele abraçou-me um pouco mais forte, seu corpo tremulando um pouco. Ele estava rindo?

— Relaxe. – sussurrou simplesmente.

— Não acredito no que os meus lindos olhos estão vendo! – a voz de Nessie estava próxima e eu virei a cabeça para vê-la.

A garota ruiva caminhava energicamente até nós, com Bella a sua cola. A segunda parecia um pouco perdida.

— Você está beijando a minha amiga! – exclamou Nessie, batendo na cabeça de Jasper e logo após olhando para mim – Você está bem, querida? Se quiser, posso dar-lhe uma boa lição.

Antes que eu pudesse falar alguma coisa, Jasper tomou a frente, esfregando a cabeça e olhando chateado para prima.

— Será que nessa sua cabeça louca não passou o fato de ela ter permitido o beijo?

Nessie semicerrou os olhos para ele.

— E porque ela faria isso? – cruzou os braços.

Eu sorri.

— Eu permiti que ele me beijasse, Nessie. – respondi a questão que me envolvia indiretamente, e olhei para o Jasper, sorrindo um pouco boba – Eu realmente gosto do seu primo.

Jasper sorriu da mesma forma para mim.

— Eu também gosto de você.

— Oh, parem com isso. Estou ficando com diabetes já. – Bella comentou, revirando os olhos e sorrindo um tanto desconfiada – Você é mesmo o meu irmão? Porque não está parecendo o mesmo cavalo de sempre. – cutucou-o na barriga.

Jazz bufou, revirando os olhos.

— Jasper, cara! Eu pensei que você fosse inclinado para as líderes, mas devo dizer que a escolha me agradou. – Jacob chegou comentando com um grande sorriso em seu rosto moreno.

Emmett e meu irmão vinham com ele. O primeiro carregava o mesmo sorriso do amigo, já Edward... Parecia está fora de órbita. Acho que a cabeça dele estava girando com a novidade.

— Ele tirou o bv com uma garota bonita, Jake. Jazz realmente está virando um homenzinho. – Emmett brincou, rindo juntamente com Jacob.

— Vocês são muito engraçados. – Jasper falou com azedume na voz – E eu não era bv!

— Depois daquele fiasco da semana passada, você voltou ao seu estágio de inocência. – falou Jacob com malicia, mexendo as sobrancelhas sugestivamente.

Nessie olhou desconfiada para ele. Confesso que eu também estava um tanto desconfiada. Será que eles falavam do dia que o encontramos no armário de vassouras?

— Que fiasco?

O loiro ao meu lado lançou olhares cortantes para o amigo, que apenas sorriu, batendo no ombro do Jazz.

— Coisas de garotos, Nessie. Nada que você deva saber. – piscou para ela, ganhando um bufar em troca.

— Gente, acho que o Edward está catatônico. – Bella comentou com o cenho franzido, estalando os dedos rentes a face do meu irmão.

Lancei um olhar preocupado para Edward, notando que meu irmão realmente estava parado demais.

— Edward? – chamei, separando-me de Jasper e ficando na frente do meu irmão.

— É mano. Você bugou o seu primeiro cunhado. – Emmett comentou despreocupadamente, fazendo-me corar até o último fio de cabelo.

Jasper e eu só trocamos um beijo! Não é como se estivéssemos namorando – não que eu não quisesse, quer dizer, é tudo muito novo e... Droga! Balancei a cabeça, para não perder o rumo dos meus pensamentos.

— Cale a boca, Emmett. – Bella mandou com a voz ranzinza.

— Uau. – meu irmão soltou finalmente, piscando os olhos rapidamente – Eu realmente não sei o que falar. – uniu as sobrancelhas.

— Eu colocaria um pouco de terror no Jasper. – sugeriu Jacob, olhando diabolicamente para o amigo.

— Sim. Umas ameaças sempre são boas. As pessoas que gostamos são sagradas. – Emmett apoiou.

Nessie bateu nos dois, arrancando-lhes resmungos de dor.

— Deixem de ser idiotas! Isto daqui só foi um beijo. – então ela parou, olhando de mim para Jasper – Não foi?

Jazz e eu nos entreolhamos. Não tínhamos nenhuma resposta específica para aquilo. Estava sendo tudo muito novo e nem tivemos tempo de conversar sobre, com todo esse bombardeio.

— Acho melhor deixá-los para uma conversa. – Bella colocou, olhando para os outros – Por mais insana que a situação pareça...— murmurou, mas todos escutaram.

— Bella! – reclamou Jasper.

— Tá, ta. – puxou Nessie pela mão – Não estamos mais aqui.

 E então eles se foram. Emmett, Jacob e Nessie ainda olharam para trás – os dois primeiros com malícia, Nessie em desconfiança e curiosidade.

Quando ficamos a sós, Jasper me puxou para fora, para a noite lindamente estrelada de Phoenix e longe da agitação do bar. Sentamo-nos em um dos bancos do lado de fora e ficamos em silêncio por segundos, sem saber o certo o que falar.

— Você estava falando sério quando disse que gosta de mim? – sussurrou ele, olhando timidamente para mim.

Eu sorri, achando-o fofo. Era tão difícil ver Jasper tímido!

— Claro que eu estava. Você é uma pessoa tão maravilhosa comigo, como não gostar de você? – minha voz saiu confortável e baixa.

Jasper sorriu amplamente para mim, fechando o pequeno espaço que nos distanciava e passando seu braço sobre meus ombros.

— Eu também estava falando sério. Você é doce, Alice, e liga para mim. Gosto disso.

Sorrimos novamente, olhando um para o outro de forma um tanto tímida, cercados pelo sentimento novo – ou pela emersão dele – acarretado pelo beijo.

Baixei meus olhos para minhas mãos, fitando as pulseiras douradas de adornavam o meu pulso.

— Como ficamos agora?

— Que tal apenas deixar isto ir? – sugeriu, apertando um pouco meu ombro – Isso tudo é novo para mim, e acho que depois das coisas que passou, deva querer ir com calma. Eu não quero de forma alguma pressionar você, Alice.

Olhei para cima, encantada com suas palavras e sua preocupação por mim.

— Obrigada por isso. E eu acho justa a sua ideia, mas... – mordi o lábio, sentindo meu rosto esquentar com o pedido que estava prestes a fazer – Que tal mais um beijo?

Os olhos de Jasper. Ele parecia apreciar bem a ideia.

— Quantos beijos você quiser.

Bella

Depois de deixamos Jasper e Alice a sós, Emmett acabou inventando de irmos para outra parte da pista dança, a fim de fazer uma dança grupal. No começo, ninguém parecia muito inclinado a ideia, mas logo foram se soltando e fazendo vários presepes, causando muitas risadas – principalmente minhas. E quando Alice e Jasper se juntaram a nós, as coisas ficaram ainda mais loucas – eu pensava que Alice ia explodir a qualquer momento de tão vermelha que ficava.

Eu estava rindo de uma dança ridícula que Jake fazia, quando senti Edward próximo demais de mim.

— Aqui já está bem perto de acabar. O que acha de irmos à frente? Quero meu prêmio da aposta. – falou em meu ouvido.

Eu revirei os olhos, mas assenti. Quanto mais cedo o Cullen fizesse suas perguntas, mais cedo eu me livraria delas. Avisei para Nessie que estava indo para casa com Edward, enquanto ele fazia o mesmo com sua irmã.

— Porque está indo agora? – questionou, olhando-me desconfiada – Vai dá um amasso no Cullen as escondidas? – sorriu ironicamente.

Revirei os olhos. Ela nunca esqueceria daquilo.

— Estou indo pagar uma aposta, Nessie. Depois conversarmos. – deixei um beijo em sua bochecha e sai me despedindo dos outros.

Quando estavam apenas Edward e eu no carro, senti uma ansiedade estranha na boca do estômago consumir-me. Que merda! Só jogaria um pouco de conversa fora com o Edward – um pedido bem estúpido para quem ganha aposta, em minha opinião.

— Para onde vamos? – questionei, antes de traçar um caminho.

— Para minha casa. Pensei em irmos para o telhado e degustar uma garrafa de vinho. O que acha? – sorriu com expectativas para mim.

Eu balancei a cabeça, sorrindo meio de lado.

— Acho que você é louco.

Edward riu baixo, fitando suas pernas.

— Talvez eu seja. – murmurou com a voz quente, voltando seus olhos para mim. Eles pareciam mais verdes do que nunca, e confesso que aquilo me desconcertou um pouco.

Com um pigarro, tratei de me concentrar na estrada a minha frente. Edward se remexeu em seu lugar, cutucando meu rádio, atrás de alguma estação de rádio boa. Não encontrando, ele apenas suspirou e voltou a manter sua concentração em um coração grudado no interior do para-brisa do carro.

Fizemos o caminho em silêncio, cada um preso em sua própria bolha. Quando chegamos a casa Cullen, tudo estava escuro e no mais absoluto silêncio. Quer dizer, a única luz acessa era as duas pequenas que continha na escada.

— Não vamos incomodar os seus pais? – perguntei, receosa em atrapalhar o sono dos Cullen mais velhos.

Edward sorriu para mim.

— Fique tranquila, Bella.

Edward pegou em minha mão e eu não me afastei. Deixei que ele me guiasse pela casa escura, afinal, do jeito que eu tinha uma boa sorte, era capaz de quebrar algo por aí.

Edward saiu pegando as coisas que ele achava necessário: uma garrafa de um vinho, duas taças, alguns edredons e travesseiros. Levamos isso pela pequena escada que nos dava acesso a uma parte muito interessante do telhado Cullen, pois ela nos dava uma bela vista do bairro.

Um pouco deslumbrada com a vista, acabei deixando que Edward fizesse todo o serviço de ligar a fraca luz que tinha ali, espalhar os edredons e abrir a garrafa de vinho.

— Sente-se aqui. – pediu, estendendo-me uma taça já cheia com o líquido. Peguei-a, tomando o lugar ao seu lado.

— O que você pretende com tudo isso, hein? Espero que não esteja querendo me embebedar para arrancar algo. – falei, bebericando a bebida gostosa.

Edward sorriu, revirando os olhos.

— Eu já disse que queria conversar Bella. Apenas curtir a noite e a companhia. – piscou um olho.

— Você falou algo sobre perguntas. – coloquei, recordando-me de suas palavras – O que deseja saber?

Edward deixou sua taça de vinho no chão, deitando-se no edredom e observando o céu com admiração. Eu fiquei ali, olhando um pouco perdida para ele, esperando alguma coisa sair de sua boca. E então a série de perguntas começou. A maioria delas era boba como: qual sua cor favorita? Azul-marinho. Gosta de animais? Claro. Comida preferida? Qualquer coisa que eu achasse gostoso. Algo de sua infância? Uma boneca de pano que ganhei da minha avó. Chegou um momento em que apenas ficamos deitados um do lado do outro, em silêncio, observando o céu acima de nós. A garrafa de vinho de estava vazia aos nossos pés e eu me sentia relaxada.

— Eu gosto. – murmurei simplesmente – Gosto da noite. É quieta e relaxa. – sorriu meio débil – É incrível.

Edward soltou uma risada baixa. Virei o rosto para o lado, a fim de captá-lo melhor. O garoto tinha um belo perfil.

— Eu também gosto. Lembro que minha mãe costumava dizer que quando as pessoas morriam, elas viravam estrelas no céu. – pausou por um minuto – Você sente falta de alguém?

— Pensei que tivéssemos parado com as perguntas. – brinquei, fazendo desenhos no espaço do edredom que nos separava.

Edward voltou os seus olhos para os meus. O verde estava quente e macio, e incrivelmente mandando-me uma sensação boa.

— Pode ser a última.

Fiz um muxoxo, mordendo o lábio inferior.

— Sinto falta da minha avó. Ela mora em uma cidadezinha fria lá para Washington, e nós só vamos visitá-la em algumas datas comemorativas. Vovó Swan faz os melhores bolinhos de chocolate que já comi. – gemi, lembrando-me da textura dos doces.

Edward começou a rir e eu o acompanhei, envergonhando-me da minha própria loucura.

— Interesseira. – fingiu uma acusação.

— Eu amo bolinhos de chocolate. Não posso fazer nada. – dei de ombros, observando-o sorrir e balançar a cabeça ao mesmo tempo – E você? – devolvi a pergunta, fazendo-o olhar para mim.

— Eu o que?

— Sente falta de Nova York? – fui mais específica.

— Pensei que eu tinha ganhado a aposta e faria as perguntas por aqui. – falou em um sério tom fingindo.

Revirei os olhos.

— Você disse que aquela era a última pergunta, então dei a nossa sessão como encerrada. – arqueei uma sobrancelha, mostrando que não ia desistir da minha pergunta.

Edward suspirou, mas um pequeno sorriso ainda dançava em seu rosto.

— Sim, eu sinto falta de Nova York. Minha vida toda eu vivi lá, era acostumado com a rotina que eu seguia, com o colégio que frenquentava e com as amizades que possuía. De início, eu não queria vim para aqui por causa disso, mas seria muito egoísta da minha parte negar isso a minha irmã. – franziu os lábios, parecendo pensar em algo, e logo seu rosto se abriu em um sorriso de novo – Acho que a única coisa boa dessa história toda que aconteceu com Alice – se é que posso chamar assim – é que pudemos vim para cá e acabamos por conhecer amigos bons... – seu sorriso se expandiu ainda mais, enquanto ele engatinhava para cima de mim.

Com um sorriso meio débil no rosto, eu deixei que ele ficasse sobre mim, com ele sustentando sua massa corpórea com os braços. Olho no olho, sorrisos nos rostos, Edward completou a frase anterior:

— E uma bela garota na qual eu posso beijar.

Soltei uma risada baixa, o que pareceu fascinar Edward. Ele aprofundou seu olhar no meu e subiu uma mão para o meu rosto, traçando uma linha reta e lenta pela lateral. Fechei os olhos para apreciar melhor o carinho. Ao chegar a meu queixo, seus dedos rastejaram por meus lábios, fazendo-os formigar ao seu toque. Era louca a forma que minha pele reagia a ele.

Abri os meus olhos, agora encontrando os orbes verdes queimando no mais puro desejo. Inebriada pela aquela névoa que nos envolvia, eu levei minhas mãos ao seu pescoço, puxando sua cabeça para baixo para que eu pudesse beijar os seus lábios. Eu quase delirei de satisfação quando nossas bocas entraram em um contato mais profundo, perdendo-se uma na outra.

Beijar Edward era uma coisa de outro mundo, apesar de viver em uma constante luta de sentimentos quando isso ocorria. Uma parte de mim queria beijá-lo com todas as forças, enquanto a outra queria correr disso. Entretanto, nesta noite, eu decidi mandar um grande foda-se para a parte do contra da minha cabeça. Eu só queria me perder nos lábios de Edward, no corpo de Edward e naquele sentimento que sempre nos cercava quando estávamos juntos. Era algo tão gostoso de ser sentido que eu só queria perder-me nele sem pensar em mais nada.

O beijo foi se tornando mais quente a cada segundo. As mãos de Edward passeavam livremente pelo meu corpo e as minhas tinham a mesma permissão para o seu. Atrevidamente, desci a minha mão direita para sua bunda, onde deixei um leve aperto. Sorrimos entre o beijo e o bom garoto aproveitou para infiltrar uma das mãos debaixo da minha blusa curta, raspando em meus seios, arrepiando a parte sensível no processo. Ela desceu até chegar a minha coxa, apertando-lhe a puxando para cima, deixando-me consciente sobre a situação do meu querido suposto namorado.

Uh! Estamos animados por aqui. Sentindo-me ousada, esfreguei sobre ele. Edward rosnou baixo e eu gemi com o som. Porra! Isso era quente pra cacete!

Então, do nada, ele se afastou de mim com a respiração ofegante. Escorei-me em meus cotovelos, olhando-o interrogativamente.

— O que foi? – questionei com a respiração falha.

— Acho que devemos parar por aqui. – franziu o cenho, passando a mão pelos cabelos.

— Por quê? Você não gostou? – perguntei, sentindo-me idiota. Que grande merda!

Seus olhos se arregalaram.

— Pode crer que foi muito pelo contrário, Isabella. – falou com a voz endurecida, deixando-me ainda mais excitada.

Foda-me!

— Então para que parar? – arqueei uma sobrancelha, engatinhando até ele. – Eu não sou uma garota boba, Edward. – ronronei, subindo em cima dele e o obrigando a deitar-se no chão. – E eu quero fazer isso. Você quer fazer isso também. Você não quer?

Ele suspirou, olhando-me de cima a baixo e gemendo no processo.

— Não dessa forma. – passou a mão pelos cabelos, seus olhos fugindo de mim – Não quero que as coisas sejam rápidas dessa forma.

O peso daquela última frase atingiu-me como uma foice, despertando-me para a realidade. Edward tinha razão. As coisas não podiam ser rápidas daquela forma. Da última vez que deixei envolver-me com tanta facilidade, as coisas não acabaram muito bem. E, por mais que eu soubesse que Edward não era Dereck, eu não poderia cometer o mesmo erro.

— Você tem razão. – sussurrei, o que pareceu ser depois de um longo tempo, distanciando-me dele – Não sei nem por que deixei as coisas chegarem nesse ponto. É melhor eu ir embora. – levantei-me apressadamente, cambaleando um pouco no processo.

Antes que eu pudesse correr, Edward segurou o meu braço, fazendo meu olhar voltar para o seu. Ele parecia angustiado.

— Não precisa sair correndo desse jeito.

Olhei para baixo, não querendo mais encarar os orbes verdes.

— Vai ser melhor se eu for embora agora. Fomos longe demais com isso. – murmurei, desvencilhando-me do seu aperto fraco.

Edward deixou que eu fosse sem dizer mais nenhuma palavra, e muito menos me seguiu, fato que agradeci em pensamento. Meus passos foram tão rápidos por todo percurso até a porta que eu só pude soltar uma respiração de verdade quando já estava no gramado da minha casa.

Olhei para a grande casa em tons claros, reparado que a maioria das luzes estava apagada, evidenciando que meus pais já dormiam e que meu irmão e minha prima não tinham chegado.

Um pouco trêmula e ofegante, permiti que o meu corpo encontrasse o caminho do chão, sendo amparado pela grama fofa e que pinicava a pele. Não me importei com o último fato, tudo que eu queria era que meu coração parasse de martelar de forma brutal em meu peito e que as lembranças dessa noite fossem apagadas.

Entretanto, não só a lembrança da última hora percorria minha cabeça, como também as lembranças dos outros beijos que Edward e eu trocamos, aquecendo o meu corpo e agitando o meu coração. O que era para ser apenas alguns beijos inocentes estava tomando um rumo perigoso, rumo pelo qual eu não sabia o certo se queria tomar outra vez. Eu já tinha experimentado muito da queda para acostumar-me, mas isso não queria dizer que eu era um tipo de masoquista.

Sentindo-me uma merda, permaneci ali, com a grama pinicando a minha pele e com os meus pensamentos a mil. No meio daquele cenário caótico, de alguma forma, consegui pegar no sono.

Estamos chegando perto da zona de perigo

Me mostre como me fale agora

Devo ficar ou devo ir

Pois estou dividida entre sim e não

Kisses Don’t Lie — Rihanna

Nessie

Depois que Bella e Edward foram embora, ainda dançamos duas músicas antes da sessão de karaokê começar. O nosso karaokê foi montado com músicas selecionadas por nós do TN e que iam passar no retroprojetor trazido por Jake.

Afobado, Emmett saiu empurrando todo mundo, avisando que ia ser o primeiro a cantar. Como no nosso pequeno jogo a música seria escolhida pelo aleatório, Emmett acabou ficando com Girls Just Want To Have Fun, o que o deixou mais animado ainda. Jasper gostou da escolha da música e tentou roubar o lugar de Emmett, mas foi empurrado para lá por um Emmett esfuziante e já cantando os primeiros versos da música – de uma forma bem desafinada, por sinal.

— Não é justo. – resmungou Jazz com um bico, aproximando-se de onde Alice, Jake e eu estávamos.

— Oh, vamos lá, Jazz. Você também terá sua vez. – Alice disse com uma voz macia, beijando o rosto do mané. Ele se derreteu na hora.

Jake olhou para eles desconfiado, enquanto eu tentava não vomitar com a meiguice de ambos. Pelo visto, Jasper vai ficar mais mané do que já era, mas pelo menos Alice era uma garota boa. Espero que eles dêem certo. De alguma forma esquisita.

Emmett terminou sua apresentação com muitos assobios e risadas. Jasper praticamente correu para onde Emmett estava a fim de cantar alguma música também. Deram o microfone para ele e colocaram no aleatório outra vez.

— Preparem seus ouvidos. – zombou Emmett, parando ao meu lado e cruzando os braços.

A música sorteada foi Careless Whisper, para o delírio do fanático por músicas antigas. Ao meu lado, Alice sorriu animada, batendo palmas. Percebendo três olhares curiosos sobre si, ela apenas sorriu timidamente. Jasper começou a cantar até de forma afinada, olhando e apontado para Alice sempre e arrancando muitos suspiros da minha amiga.

Os meninos se entreolharam por alguns segundos, também atentos a melosidade do suposto novo casal, e assentiram um para o outro. Estreitei os olhos para ambos, que não perceberam. O que esses idiotas estavam aprontando?

— THE WAY I DANCED WITH YOOOOU. – Jasper berrou desafinadamente no microfone, fazendo todo mundo se retrair, até mesmo Alice.

Para o bem da audição de todos nós a música logo chegou ao fim, dando a oportunidade para outras pessoas cantarem. Jasper voltou para perto de nós, com um sorriso de otário no rosto e se achando o tal.

— Jazz, isso foi você cantando ou uma foca parindo? – zombou Jake, fazendo com que Emmett e eu ríssemos da cara do loiro.

Jasper bufou para nós três.

— Vão à merda! – mandou irritado, indo para perto de Alice.

Outras músicas foram sendo cantadas, a maioria por gente bêbada, causando uma onde riso em todo mundo. Quando já estava chegando perto do fim, eu decidi soltar o gogó também, ganhando o apoio de geral. Eu não era a melhor cantora do mundo, mas até que mandava bem no vocal.

Jared, um dos jogadores do time e que estava comando o karokê está noite, apertou o botão aleatório, parando na música Part Of Me da Katy Perry. Animada, cantei e pulei a música todinha, desafinando em algumas partes, entretanto nem ai para nada.

Quando a sessão de karaokê chegou ao fim, voltando para os últimos suspiros da festa com o DJ, Alice, Jazz, Emm, Jake e eu fomos atrás de água. Assim que terminamos com a bebida, uma música com uma batida envolvente começou a tocar.

— Vamos dançar, Nessie? – chamou Jake animado.

Eu sorri, assentindo. Se existisse uma coisa que Jake e eu fazíamos sem brigar era dançar. Sempre acabávamos dançando alguma música em festa, pois Jake era um ótimo dançarino, e modéstia parte, eu também.

One Dance — Drake*

Jacob e eu paramos um em frente do outro, olhando-nos bem, antes de escorregarmos lentamente até o chão. Subimos com mais rapidez e juntamos nossos corpos, movimentando-os junto com a batida. Jacob me girou duas vezes e deitou meu corpo, de forma que minha perna ficasse presa em seu quadril. Ao me trazer para perto do seu rosto de novo, meus cabelos eram uma bagunça, o que nos fez rir, mas não parar com a nossa coreografia improvisada.

Ele me soltou na pista de dança, deixando-me fazer os meus próprios passos enquanto ele fazia os seus próprios. Abusei muito das minhas pernas, quadril e passadas de mão pelo corpo. Logo ele estava puxando-me pela mão de novo, fazendo-nos rebolar de uma forma bastante sensual.

Quando a voz feminina voltou outra vez com mais duração, eu me separei de Jake, levantando meus braços para cima e mexendo meus quadris sensualmente de um lado para o outro, descendo lentamente até o chão e subindo da mesma forma. Jacob deu um grande sorriso e agarrou-me outra vez pela cintura, fazendo nossos corpos se moverem juntos novamente, até o final da música.

E foi nesse momento que nossos olhares se encontraram efetivamente, e junto com áurea de sensualidade que nos envolvia, criou um clima estranho. Estávamos ofegantes, olhando um para o outro com felicidade inegável e eu senti meu corpo vibrar por esse contato tão próximo, como nunca havia sentido. Jacob tinha aqueles olhos negros tão vivos daquela forma mesmo e eu nunca tinha percebido? E o tom amadeirado da sua pele fazia um contraste incrível com seus dentes.

Ao que parece, Jacob pareceu sentir a mesma vibração – talvez até um pouco mais além – pois logo seus lábios se grudaram os meus, enviando uma corrente elétrica por todo o meu corpo, fazendo-me sobressaltar e desprender-me dele.

Com os olhos arregalados, fitei Jacob, percebendo que ele também mantinha os seus bem abertos.

— Jake...

— Nessie...

Abri a boca sem saber o que falar, enquanto Jacob franzia os lábios com muita força. Ficamos nos olhando por cerca de um minuto e meio, até eu conseguir formular algo coerente. Ou pelo menos um pouco coerente.

— Eu preciso de... Um ar. Eu preciso de um ar. – balbuciei, dando-lhe as costas e saindo a passos rápidos do bar.

A única coisa que piscava com letras neon na minha cabeça era: O porra foi essa?

Emmett

Estava bebendo uma cerveja tranquilamente, quando eu avistei uma cena MUITO LOUCA.

Não era louco do tipo ‘’ah, que loucura’’. Era do tipo ‘’QUE PORRA É ESSA, MUNDÃO?’’.

Embasbacado, esfreguei meus olhos com força, achando que a quantidade de bebida que eu tinha ingerido fora demais. Entretanto, para o meu desespero, a imagem não sumiu.

— PUTA MERDA! – berrei, cuspindo todo líquido em minha boca. Por sorte, não pegou em Jasper.

— O que foi, homem? – indagou o loiro, olhando-me assustado.

Sem conseguir pronunciar nada, apontei para Jake e Nessie. Ele e Alice ainda conseguiram capturar o momento mais insano que eu já tinha visto, antes que a ruivinha corresse desembestada.

Sem esperar por mais nada, Alice, Jazz e eu corremos até onde o moreno ficou. Ele estava estático.

— Que merda foi essa, Black? Pegando a Nessie? – inquiriu Jasper, franzindo o cenho no processo – Meu Deus! Eu nunca pensei que algo do tipo fosse sair da minha boca. – murmurou um tanto perdido.

— Cara, Nessie é amiga. Que coisa foi essa? Tipo, você deu um beijo na Nessie. Na Nessie, cara. Vocês estão bem? – coloquei a mão em sua testa, verificando que ela estava normal – Eu não sei nem o que dizer.

Jake saiu do seu estado de letargia ao passar a mão pelos cabelos

— Eu... Eu... Eu não sei. – gaguejou, franzindo o cenho – Eu preciso falar com a Nessie. – decidiu pronto para ir procurar a ruivinha.

Quando ele deu o primeiro passo, Rosalie Hale chegou, parando em sua frente. Ela parecia está bastante séria.

— Ela acabou de pegar um táxi. – informou – E acho que ela precisa de um tempo. Nessie parecia transtornada. – franziu o cenho, perdendo-se em seus pensamentos.

— Muitas pessoas viram? – questionou Jasper como quem não quer nada, olhando para os lados.

Olhei também, constatando que ninguém parecia interessado na pequena roda que formamos na pista de dança.

— Acho que não. Foi rápido e as pessoas estão bêbadas. Se alguém prestou atenção, provavelmente vai pensar que é alguma alucinação.

— E se tivessem visto não seria da conta de ninguém. – Alice fez questão de frisar, olhando enfaticamente para Jasper.

Ele arregalou os olhos.

— Eu não estou dizendo nada. Só quero informações. Você sabe que tenho um jornal. – defendeu-se o cabelo de miojo.

Temos. – corrigi-o, cruzando os braços – E a questão não é essa, Jazz.

— Eu preciso falar com a Nessie. – balbuciou Jacob, chamando a atenção dos presentes na rodinha.

— O que aconteceu com vocês? – perguntou Rosalie Hale com uma pontada de preocupação.

Jake a olhou, ainda parecendo perdido.

— Eu preciso falar com a Nessie. – falou outra vez.

Bufei, ficando impaciente com aquele papo.

— Acho que essa festa já deu por hoje. Minha cabeça está doendo e não é por culpa da bebida. – olhei de soslaio para o meu amigo beijador de ruiva – Amanhã eu quero você e a Nessie explicando isso aí, Jake. – alertei, recebendo apenas o olhar perdido do idiota do Black.

Com um sorriso no rosto, me virei para o pessoal, abrindo os braços.

— ACABOU A FESTA PESSOAL!

Um coro de vaias preencheu o local, e pedidos por mais tempo foram dados.

— Esses adolescentes de hoje em dia... – resmungou Jasper ao meu lado e eu logo tratei de lhe dá uma tapa na nuca.

— Cala a boca.

[...]

Quando o conversível vermelho de Rosalie Hale – é, eu meio que estou gostando de chamá-la assim – parou em frente a minha casa, percebi que a noite tinha chegado definitivamente ao fim. Depois de deixar Jazz, Alice e Jake em suas respectivas casas, Rosalie Hale decidiu vir para minha.

A pergunta que deve está sendo feito aos quatro ventos é: Porque diabos você pegou uma carona com Rosalie Hale? Meus caros colegas, eu não tive escolhas. Eu estava bêbado, tinha um casal (?) e um amigo idiota para levar em casa, então, muito gentilmente, Rosalie Hale ofereceu-se para nos levar. Eu nem retruquei, pois meu estado alcoólico não deixava – eu nem estava conseguindo ter alguma coerência em meus pensamentos, acho que por isso deixei o assunto ‘’Jakeness’’ para depois.

— Emmett! – alguém gritou para mim, tirando-me do meu monologo interno.

— Que? – olhei para o lado, encontrando olhos incrivelmente azuis mirados exatamente em mim.

Uau! Eles eram tão... Azuis! E lindos. Um azul celeste lindo. Tão lindos como os meus olhos lindos. Acho que coloquei muitos lindos em uma só sentença.

— Chegamos. – anunciou, apontando para a casa ao meu lado.

— Tá me expulsando, Rosalie Hale? – mandei na lata, olhando-a com os olhos semicerrados.

— Claro que não. Eu só achei que você não tinha percebido. – suspirou, olhando para os lados.

— Tá me chamando de lento? E como sabia onde era a minha casa, Rosalie Hale? – semicerrei ainda mais os olhos, quase os fechando.

Rosalie Hale olhou-me como se tivesse crescido uma segunda cabeça em meu pescoço. Que estranha, até parece que eu tinha perguntado alguma idiotice.

— Eu não estou te chamando de nada Emmett, e caso não se lembre, eu já vim aqui.

— Quantas vezes, Rosalie Hale?

Ela bufou, batendo o pé no chão do seu carro.

— Quer parar de chamar-me de Rosalie Hale?

Arqueei uma sobrancelha, sem entender.

— Não é o seu nome?

— É, mas não precisa falá-lo toda vez que se referir a mim!

— E eu vou te chamar de que? Psiu?

Eu não estava entendo mais nada. Aquela mulher era louca?

Ela soltou um suspiro profundo, arriando os ombros. Parecia cansada com alguma coisa. Deve ter sido a festa. Elas derrubam muita gente. Muita.

— Chame-me de Rosalie, ou de Rose, como gosto. Só não me trate com tanta formalidade. Eu sei que não gosta muito de mim...

Coloquei um dedo em sua boca, impedindo-a de continuar. Ela estava falando demais! Para que falar tanto?

Os olhos azuis estavam grudados em mim de novo, eles pareciam confusos e alguma coisa a mais, eu só não conseguir decifrar o que era.

— Para de falar. – pedi com a voz baixa. Ela franziu as sobrancelhas, mas eu não tirei o dedo da sua boca – Eu não odeio você, apesar de você ter literalmente fodido comigo, me descartado como um pedaço de papel sem nenhum valor estimado e ter começado a namorar um dos caras do meu time.

— Obrigada pela parte que me toca. – falou com ironia, suas palavras saindo um pouco estranhas por conta do meu dedo.

— Estou dizendo a verdade, querida.

Ela colocou a sua mão na minha, a fim de tirar o meu dedo de sua boca, todavia o contato gerou uma corrente elétrica, fazendo com que nós olhássemos assustados um para o outro. Eu quase podia sentir a sobriedade voltar para o meu corpo com aquele ‘’choque’’, mas graças a Deus ela foi rápida em desfazer o toque.

— Acho que é aqui que nos despedimos. – voltou o olhar para frente, os cabelos loiros fizeram uma cortina em seu rosto.

Sem saber o que falar, abri a porta do carro para poder sair do mesmo. Assim que bati a porta do veículo, após me retirar de lá, a loira deu partida, sem dizer mais nenhuma palavra.

— Boa noite, Rosalie Hale. – murmurei para o vento.

*no youtube não encontrei a versão original, mas quem tiver spotify - e quiser escutar - tem lá ;).


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Notas finais do capítulo

Ok, vamos por casal pessoal:

— Alisper: Jasper e Alice são um doce! E sempre acabo deixando-os o casal mais doce, mas às vezes não é nem intencional - na saga eu os acho uns amores, ai acaba meio refletindo. Entretanto, ainda faço ambos um casal safado (em alguma fic futura, quem sabe) kkkkk.

— Beward: Gente, eu sei que muitas vão querer me matar por Bella e Edward terem terminado assim, mas tentem entender, ok? Bella está assustada com a velocidade das coisas, e ela não quer que termine da mesma forma que foi com o Dereck. Edward entende isso, e por isso foi a ''cabeça pensante'', mas não vai desistir da Bella.

— Jakeness: Eles são amigos desde infância e NÃO nutriam sentimentos desde essa época, por isso eles tiveram essa reação ''esquisita''. ENTRETANTO, um deles sentiu algo diferente quando eles envelheceram um pouco mais (irei contar isso no próximo capítulo, se tudo sair como planejado - mas acho que vocês podem imaginar quem é). Agora, esse sentimento poderá vim à tona com esse beijo.

— Rosemm: Para ser sincera, ainda não sei bem como vou desenrolar com eles. Estou moldando-os e nesse capítulo é tipo um começo para o novo começo deles - se é que vocês me compreendem kk.
—_____
Depois dessas explicações todas, agora a bola é de vocês: o que acharam do capítulo? Bom? Ruim? Uma droga? Apaga isso pelo amor de Deus? kkkkk. Estou esperando para ler tudo o que vocês têm a escrever, não se sintam tímidos, por favor - de tímido aqui já basta eu kkkk.
Por hoje é só, queridos. Até a próxima - que espero que seja rápido - e super beijos!

P.s: Para quem gosta de um spoiler básico, aqui vai um: está chegando um certo personagem por ai. Façam suas apostas em quem é!
♥.