Nessie

— Ai, meu Deus! Fico com o coração na mão por ter que deixá-los por um fim de semana – falou Esme, toda chorosa, abraçando os filhos pela quinta vez.

Observei o bonitão revirar os olhos e virei o rosto, tentando rir discretamente. Nós estávamos nos despedindo de nossos parentes para seguir viagem.

— Mãe, amanhã a senhora vai com o senhor e a senhora Swan para a fazenda, então, fique tranquila – falou todo gentil, beijando a testa da mãe.

— Sabe como sua mãe é Edward. Não se assuste se ela te ligar dez vezes só hoje – avisou Carlisle com um sorriso no rosto – bonito igual ao dono. Esme apenas deu uma tapinha de leve no ombro do marido.

— Eu apenas me preocupo com as minhas crianças.

— Eu te entendo, Esme. Ainda mais com as três bênçãos que eu tenho. Se não ficar de olho, eles colocam uma casa abaixo – apertou a bochecha de Jazz. Ele fez uma careta.

— A senhora até me ofende falando assim. Os atentados aqui são a Nessie e o Jazz – resmungou minha prima, com um bico de menina mimada no rosto.

Dei língua para ela. Jazz apenas revirou os olhos.

— Atentada aqui é você, sua sem graça.

Ela apontou para mim como se dissesse ‘’tá vendo?’’. Cruzei os braços. Os Cullen riam da cena e tio Charlie suspirou.

— Vamos à lista de coisas proibidas – lá vem o tio Charlie... — Nada de sair para outras cidades, nem beber, nem fumar, nem ficar de saliência, nem tentar se perder na floresta e...

— TIO! O tio George vai estar lá – chamei pela sua atenção. Toda vez ele fazia o mesmo discurso.

Ele suspirou.

— Só tenham juízo, ok? Amanhã nos vamos para lá e esperamos encontrar tudo em pé. George dá liberdade demais a vocês.

Assentimos com a cabeça – e eu ainda revirei os olhos. Despedimos-nos definitivamente e fomos para o volvo do Cullen. Ele é que iria nos levar, já que não tinha mais a motorista – vulgo Bella – para nos levar. As malas já estavam postas dentro da grande mala do carro.

Jazz, Alice e eu entramos no banco de trás, sobrando apenas o lugar ao lado do Cullen para a Bells sentar. Ela suspirou, mas ficou quieta. Ela estava estranha desde que acordou.

— Algo me diz que esse fim de semana vai ser maravilhoso! – joguei as mãos para cima assim que o carro dobrou a esquina – E acho melhor começar por agora – como estava no meio, cutuquei o som do Cullen, atrás de uma música legal.

Coloquei em uma estação de rádio que tocava uma música da Britney Spears. Rapidamente me animei.

— Womanizer, woman-womanizer, you're a womanizer. Oh, womanizer, oh, you're a womanizer, baby — parei, quando uma coisa me ocorreu e comecei a rir que nem maluca.

Ao meu lado, Jasper olhou-me como se eu fosse um alien e eu – delicadamente, diga-se de passagem – dei-lhe o dedo médio, sem parar de rir. Ele abriu a boca, chocado.

— Quer parar de rir feito uma hiena, Renesmee? – pediu Bells, toda irritadinha.

Se eu contar o que pensei que ela vira bicho!

— Sabe, Bells? – comecei, depois do ataque de riso, olhando para as minhas unhas.

— O que foi? – perguntou inocentemente, olhando para mim.

— Essa música te lembra alguém? – ela franziu o cenho. Continuei – Certo cretino, chamado Dericu...

Ela tacou seus óculos de sol em mim, mas, ao invés de ficar irritada, acabei foi rindo outra vez.

— INFERNO! NINGUÉM MAIS OUVE MERDA NENHUMA AQUI! – a maluca gritou, apertando com força demasiada o botão do carro.

Edward – que olhava a confusão todo perdido, juntamente com Alice – abriu a boca, chocado, e foi checar se estava tudo bem com o botão do carro.

— Não agrida meu volvo! – resmungou.

— Cala a boca, Cullen – Bella rosnou.

— Bella fica toda sensível com esses assuntos, Edward. Não se importe – falou meu primo, com um sorriso sacana no rosto.

— Vá se foder, Jasper! – Bells grasnou para ele.

Jazz e eu rimos da sua irritação. Os Cullens apenas vagavam olhares perdidos para nós. Deviam está se perguntando com que tipo de gente foram se meter.

Bella

Olhei para a janela ao meu lado, observando a paisagem passar rapidamente diante dos meus olhos. Tudo que eu queria era ignorar as risadas idiotas dos meus parentes e do olhar do Cullen sobre mim. Ele parecia confuso – por não saber de quem Nessie falava – e irritado pela força que usei em seu ‘’bebezinho’’.

Suspirei quando algumas lembranças desconexas do sonho da última noite nublaram, mais uma vez, os meus pensamentos. Faz um tempo que assuntos direcionados aos meus exs namorados não me incomodavam, porém, ultimamente, a menção sobre o meu último ex tem me incomodado de uma forma estranha. Era como se eu sentisse que algo ruim estivesse por vim e isso era uma merda. Tudo que eu quero é que isso seja apenas neura da minha cabeça.

Fechei os olhos, revivendo as imagens do sonho mais uma vez.

Rodei no meu próprio lugar, quando me dei conta do local maravilhoso em que me encontrava. Era uma espécie de campo, claro e vasto. Existiam frondosas árvores espalhadas pelo local, acompanhadas de algumas franjas de samambaias. Escutei um som de água corrente e deduzi que havia algum córrego por perto.

Várias borboletas sobrevoaram-me, e eu sorri maravilhada. Elas tinham tantas formas, cores e luz que me encantaram. Na verdade, todo aquele local me encantou. Ele transmitia uma energia, uma paz, que tive vontade de permanecer ali para sempre.

Um vento frio soprou e abracei o meu corpo, levemente arrepiado, sentindo um longo tecido o cobrindo. Olhei-o, notando o enorme vestido branco de mangas caídas que usava. Apesar de possuir uma aparência antiga, não deixava de ser belo e eu sorri por isso. Estranhamente, eu gostei daquela peça em meu corpo.

— Bella? – uma voz rouca e ciciada preencheu meus ouvidos, fazendo com que eu levantasse a cabeça.

Olhei para cima e meu coração perdeu uma batida ao identificar o dono da voz. Era Dereck. O primeiro homem que conseguiu me prender de uma forma diferente. Uma forma que muitos chamam de amor. Ele trajava blusa e calça branca. Seus pés estavam descalços sobre a grama macia e foi aí que percebi que os meus estavam da mesma forma.

Todo o meu ser se retraiu ao revê-lo e a primeira coisa que me ocorreu foi fugir. Fugir das lembranças. Do cheiro. Da voz. Dos abraços. Do sentimento. Eu sentia que ele me seguia, mas não parei para vê-lo. Não queria que ele olhasse as lágrimas banharem o meu rosto.

Fui perdendo força quando percebi que, quanto mais eu corria, mais as lembranças alcançavam-me.

Enxuguei minhas lágrimas rapidamente, e finalmente parei, virando-me para ele. O sorriso ainda habitava o seu rosto. E eu me peguei admirando aquele sorriso e pensando quantas vezes ele fora dado para mim.

Dereck parecia tão bem enquanto eu parecia tão despedaçada! Era tão injusto!

— O que você quer? – falei por fim, tirando as palavras que estavam presas em minha garganta.

Antes que ele pudesse responder qualquer coisa, eu fui acordada por um som irritante ao fundo, que me trouxe para a realidade. Era o despertador.

Abri os olhos, sentindo uma lágrima escorrer lentamente pela minha bochecha, a qual, tratei logo de limpar.

— Bella? – o Cullen sussurrou para mim.

Coloquei minha melhor carranca na cara e o fitei.

— O que foi? – minha voz estava levemente rouca, fazendo com que eu pigarreasse.

— Nós já chegamos – apontou para a nossa frente.

Meus olhos foram atraídos pela direção ordenada, e então percebi que já estávamos na fazenda dos McCarty. Fiz menção em descer do carro, mas Edward rapidamente desceu do mesmo e deu a volta, para pegar-me no colo. Ainda sensível, eu não tive forças para brigar com ele, apenas aceitei a ajuda e escorei minha cabeça em seu ombro, fechando os olhos. Tinha que confessar que era confortável está ali, mas não assumiria isso em público nem morta.

— Oh, finalmente chegaram! – escutei a voz animada do tio George, avô do Emmett e dono da fazenda.

— Vovô! – o bobão do meu amigo gritou.

Abri os olhos só para confirmar que ele estava dando um abraço de urso no velho homem. George apenas riu do neto.

— Meu menino! Cada dia que te vejo está maior. Tem que parar com essa obsessão por academia, senão irá explodir!

Meu amigo ficou com cara de taxo, provavelmente pensando em si mesmo explodindo. Nós começamos a rir de sua expressão.

— Jacob, você não pode rir, porque está tomando o mesmo caminho – o vovô alertou para Jake que arregalou os olhos – Isso é para impressionar a ruivinha? Não sabia que Nessie gostava de músculos – George olhou maliciosamente de Nessie para Jake.

Jake e Nessie parecerem momentaneamente envergonhados e nós explodimos na gargalhada. George era um simpático senhor de setenta anos, cheio de alegria, disposição e que adorava curtir com a cara das pessoas. Ele sempre insinuava que algo rolava entre Nessie e Jake pelas trocas de farpas constantes, deixando-os constrangidos. Ele era o único que conseguia tal efeito.

— Tio G, já lhe falei que não temos nada. E eu não sou fã de muitos músculos, para começo de conversa – minha prima respondeu toda cheia de si.

— Tem certeza? E aquele carinha que você pegou na festa de natal da turma ano passado? Ele deveria ter uns 43 centímetros só de braço – queimou meu irmão – como sempre – fazendo Nessie rosnar.

Ela avançou para bater nele, mas meu irmão foi um fodido sortudo e se esquivou a tempo, correndo logo em seguida da fúria da ruiva. Renesmee não deixou por menos e foi atrás.

Eu balancei a cabeça tediosamente enquanto o restante ria da cena.

— Eles não mudam nunca – murmurou tio G, olhando para eles – Mas, bom... – voltou a olhar para nós, e os seus olhos caíram nos irmãos Cullen – Vocês são novos aqui. Emmett me contou que vinham. Como se chamam?

— Edward Cullen – falou com um sorriso.

— Alice Cullen – a baixinha respondeu com certo acanhamento.

George riu.

— Que moça adorável! – sorriu amorosamente para Alice, dando-lhe um abraço, que foi correspondido de pronto.

Assim que George se afastou da pequena garota, ele se aproximou de mim e Edward. Ele nos lançou um olhar malicioso antes de tocar no ombro do cretino.

— Bella parece muito confortável em seu colo, rapaz. Tem algo que eu precise saber, senhorita? – olhou diretamente para mim ao fazer a pergunta.

Emmett, Jake e Alice soltaram risadinhas idiotas e eu bufei. Remexi-me nos braços de Edward, em um sinal claro que eu queria sair deles. Ele deixou-me descer, com um sorrisinho tímido nos lábios.

Quem não te conhece que te compre!

— Eu não tenho nada com esse doido! Ele está me carregando por culpa, pois foi por causa dele que machuquei meu pé – apontei para o meu pé machucado.

Emm e Jake reviraram os olhos. A malícia do olhar do George expandiu-se para os seus lábios, mas ele ficou calado.

— Bom, crianças. Vamos entrando que o almoço hoje será do lado de fora e está quase pronto.

Emmett foi o primeiro a se animar. Ele correu para o lado do avô, passando um braço sobre os seus ombros.

— Como o senhor adivinhou que eu estava com fome? – questionou abobado.

— É mais fácil adivinhar quando você não está, Emm.

Emmett fez um biquinho enquanto Jake, os irmãos Cullen e eu riamos.

[...]

Abri a janela do quarto em que sempre ficava – juntamente com Nessie – quando vinha para aqui. Escorei-me nela, olhando maravilhosa para o vasto campo a minha frente. O avô do Emmett era um rico fazendeiro que sempre cuidou do lugar com muito amor. Nem com a morte da sua amada esposa ele deixou isso aqui de lado. George sempre falou que aquele lugar era um pedaço de sua esposa, dona Maggie, e não podia abandoná-lo.

Eu achava maravilhosa a história de amor dos avôs paternos do Emm. Era algo que desejei para mim em uma época da minha vida, até perceber que aquele tipo de amor, tão puro e genuíno, não era algo que ocorria todo dia. Era difícil e raro, por isso se tornava tão especial.

Inspirei o ar puro do campo e o soltei com uma força exagerada, sentindo-me entristecida por todos meus fatídicos casos amorosos. Fui tirada daquele momento, quando a porta do cômodo abriu-se com certa violência e de lá passou uma Renesmee toda descabelada e cheia de folha pelo cabelo.

— Por acaso estava tentando domar um touro? – perguntei com os olhos arregalados.

Ela bufou, jogando-se na cama em que ficava sempre que vinha aqui.

— O idiota do Jasper que nós fez rolar esse campo abaixo. Acredita que ele quase nos fez rolar em cima de um formigueiro? Imagina meu corpo branquinho da cor do pecado todo cheio de bolinha vermelha! – dramatizou, jogando os braços sobre o rosto.

— Não seria ‘’meu corpo moreno dá cor do pecado’’? – inquiri pensativa.

Ela se escorou em seus cotovelos, lançando-me um olhar tedioso antes de voltar para a posição de antes.

— Quer saber? Vou por um biquíni e ir curtir o sol. Almoço e vou curtir o sol na piscina... – começou a tagarelar empolgada.

Nessie saltou empolgada da cama e começou a vasculhar em sua mala. Revirei os olhos para a maluca e sentei-me na minha cama, observando o teto amadeirado. Eu não estava com a mínima vontade de fazer alguma coisa.

— BELLA! – gritou a maluca no meu ouvido, fazendo com que eu me afastasse bruscamente, quase indo ao chão.

— Que porra Nessie! O que foi? – resmunguei, massageando o ouvido.

— Posso saber o que merda está acontecendo com você hoje? Parece uma lesada olhando para o nada direto! – ergueu os braços, irritada.

Levantei-me da cama, dirigindo-me outra vez para a janela, mancando. Eu não estava com saco para muletas hoje.

— Não é nada – murmurei, observando algumas gaivotas sobrevoarem sobre as árvores.

Escutei o suspiro de Renesmee e os seus saltos batendo levemente no assoalho. Senti sua presença ao meu lado, porém não me virei para vê-la.

— Ok... Vamos recomeçar: o que aconteceu? Eu sinto que você não está legal – sua voz saiu serena.

Ela só usava aquele tom de voz quando sentia que era algo sério.

Suspirei, olhando para cima. Eu não queria encará-la ao falar aquilo.

— Eu sonhei com o Dereck.

— E como foi o sonho? – o seu tom de voz não se alterou.

— Nós estávamos em um campo, vestidos de branco. Ele tinha um sorriso no rosto e olhava para mim. Eu mantinha uma expressão assustada e tentei fugir dele. – omiti a parte das lágrimas. Não era algo que eu quisesse expor. — Até que desisti e me virei para trás, deparando-me com seu sorriso outra vez e seus olhos azuis. Eu perguntei o que ele queria, mas o alarme despertou-me do sonho – olhei para Nessie que já me olhava atentamente – Eu não sei o porquê do sonho, só sei que ele me deixou balançada. E isso é um saco – sorri sem humor.

Nessie cruzou os braços, fazendo uma linha rígida com os lábios.

— Eu pensei que você tivesse se libertado disso, mas vejo que ainda dói, não é? – abaixei os olhos, assentindo silenciosamente as palavras pronunciadas – Eu nem vou fazer aquele discurso de encontrar outras pessoas, porque você não me escuta, mas, esqueça isso esse fim de semana. Não deixe esse sonho/pesadelo te assombrar. Vamos apenas nos divertir, afinal, esse é motivo de estarmos aqui, sim? – sacudiu-me pelos ombros, fazendo com que eu levantasse a cabeça para olhá-la – SIM, SOLDADO? – berrou, fazendo-me pular de medo.

— Credo, sua louca! – coloquei a mão no coração.

— Eu não ouvi Isabella Swan – colocou a mão na cintura, batendo o pé.

— Nessie... – choraminguei.

— SIM, SOLDADO? – gritou de novo.

Ela não vai me deixar em paz enquanto eu não responder, fato.

— SIM, SOLDADO! – gritei.

Ela soltou um gritinho afrescalhado, pulando para me dá um abraço. Correspondi ao abraço, sentindo um pequeno sorriso brotar em meus lábios.

— Agora vem, vou te deixar maravilhosa! – bateu palminhas.

Edward

Após o almoço maravilhoso, o avô do Emmett nos deixou a vontade para aproveitar a piscina. Emmett e Jacob já estavam dentro da água, tirando brincadeira um com o outro. Jasper preferiu manter-se ao sol, junto com Renesmee, alegando que ‘’queria pegar alguma cor’’. Foi impossível não rir com o comentário maldoso que veio da sua irmã logo a seguir. Isabella alegou que ele ficaria igual a um frango frito.

Minha irmã estava deitada ao meu lado, apenas sorrindo enquanto olhava a paisagem através dos óculos escuros. Estávamos deitados em espreguiçadeiras na sombra, e assim como ela, eu apreciava a paisagem. Aquele lugar era magnífico, com todos aqueles campos verdes, animais, ar fresco e silêncio. Moraria fácil, fácil em um lugar assim.

— Sabe, Edward... – começou minha irmã em um sussurro. Automaticamente, me virei para ela.

— O que, Alice? – questionei curioso pela continuação.

— Faz tempo que eu não me sinto tão bem assim – olhou para mim com um sorriso brincando em seus lábios – Obrigada.

Franzi o cenho.

— Pelo o que?

— Por sempre ter me ajudado, por ter vindo para o Arizona por minha causa, por ser sempre bom para mim... Por tudo.

Balancei a cabeça com um sorriso em meus lábios. Peguei a sua mão e a entrelacei com a minha, dando um beijo logo em seguida.

— Você não tem que me agradecer por nada. E não adianta discutir sobre isso – pisquei e ela riu.

Um assobio nos tirou daquele momento ‘’melhores irmãos para sempre’’. Alice e eu olhamos em direção aos rapazes na piscina, que observavam com sorrisos gigantes algo à sua frente. Bem, na verdade esse ‘’algo’’ era alguém. Alguém que se chamava Isabella e que nesse exato momento, estava tirando o vestido branco que usava, revelando um biquíni preto de bolinhas brancas.

Se eu falar que não fiquei observando feito um idiota o corpo bem feito de Isabella, eu estaria mentindo. Sua pele branca como a neve, as curvas sinuosas em seus quadris, a barriga reta e os seios em tamanho ideal não era algo que alguém fechasse os olhos para não ver.

— Gata, né, Cullen? – escutei a voz divertida de Jacob questionar, e pisquei os olhos, percebendo que tinha entrando em uma espécie estranha de transe.

Bonito, Edward!

Renesmee e Alice soltaram risadinhas, enquanto os meninos na piscina gargalhavam para valer. Bella apenas revirou os olhos, mas ainda vi um sorrisinho querendo aparecer em seus lábios.

— Diria que Isabella é muito bonita. Por completo, se é que me entendem – olhei diretamente para ela, colocando meu sorriso mais safado no rosto, só para irritá-la.

Deu certo, pois a garota já me fuzilava com os olhos e diria que estava até um pouco vermelha.

— Seu pervertido! – acusou.

— É apenas charme – provoquei ainda mais, fazendo com que a doidinha lançasse-me o dedo e entrasse como uma bomba dentro da piscina.

Encostei-me melhor na cadeira, deliciado por tê-la irritado. Já comentei o quão interessante era irritá-la? Porém, a sensação logo se foi quando senti que algo me fuzilava. Olhei ao redor, encontrando o olhar raivoso de Jasper sobre mim. Acho que ele não gostou muito dos comentários.

— Tô de olho em você, Cullen – alertou, apontando dois dedos para os seus olhos e depois os apontando para mim.

Pigarreei, olhando para o lado oposto de Jasper. Renesmee se levantou do seu lugar e sentou-se ao pé da espreguiçadeira que eu estava. Ela sorria enquanto o sol pegava em seu cabelo, deixando o ruivo mais vivo ainda. Nessie também era uma garota bonita.

— Que tal um banho de piscina, bonitão?

Sorri sem jeito pelo apelido que ela inventara para mim.

— Acho que tem alguém com fogo por aqui – cantarolou Jacob, aparecendo atrás de Renesmee e jogando-lhe um copo de água na cabeça.

Arregalei os olhos, surpreso, enquanto Nessie fechava os dela com força e os abria logo em seguida, queimando em fúria.

— Eu. Te. MATOOOOOOOOOO – berrou, pulando do lugar.

Jacob começou a correr dela, mas a ruiva foi atrás, totalmente possessa.

— Eles não têm jeito – Emm comentou, balançando a cabeça. Ele estava na borda da piscina, com os dois braços sobre a mesma e a cabeça encostada neles.

Bella boiava tranquilamente, totalmente alheia a tudo. Cansado de ficar deitado, decidi me juntar aos dois dentro da piscina. Pulei na piscina com tudo e ainda escutei alguém falar porra. Ri internamente. Assim que submergi, encontrei o olhar irritado de Bella sobre mim. Sorri para ela que bufou.

Emmett se aproximou de nós, com um grande sorriso. Ele abriu a boca para falar alguma coisa, mas antes que algo saísse um ‘’tibuf’’ foi escutado, seguido por água espalhada para todo lado. Jacob e Nessie tinham acabado de cair ruidosamente dentro da piscina.

— SEU CRETINO! MEUS SAPATOS! MEU CHAPÉU! MEU CABELOOOOOOOOO – berrou Nessie quando voltou à superfície.

Jacob apenas gargalhou. Os olhos da ruiva ficaram vermelhos, desejando sangue, e antes que ela tivesse, Emmett nadou até ela, agarrando-lhe pela cintura.

— Bom, como eu estava dizendo... Que tal um vôlei na piscina? – sorriu, como se nada tivesse acontecido.

[...]

— PONTO PRO TIME B – gritou Emmett, apontando para o time formado por mim, Jake e Nessie.

— ISSO TA ERRADO! – Bella se indignou aos gritos, prendendo as mãos na rede – A BOLA SAIU DA PISCINA!

— Nós demarcamos uma linha fora da piscina até o limite que a bola poderia chegar, e ela foi dentro, Bells – Emmett sorriu, todo contente pela a sua pose de juiz.

— QUEM INVENTOU ESSA MERDA? – continuou a gritar.

— Euzinha, fofa – Nessie levantou o dedo – Acho que a piscina é ainda um pouco pequena para o jogo, então, decidi aumentar a nossa ‘’quadra’’.

Isabella cerrou os olhos para prima e bufou.

— Naja – escutei seu resmungo, antes de voltar para o seu lugar no ‘’campo’’.

O jogo correu ainda com muita briga, risadas e palhaçadas. Teve um momento que Alice e Jasper – cansados dos pontos que Renesmee marcava direto neles – ficaram papeando sobre algum assunto, deixando Bella extremamente irritada.

No fim, o meu time foi o campeão. Nessie pulou em minhas costas, completamente extasiada. Eu ri do seu entusiasmo, mas comemorei junto com ela. Jake trocou um toque de mão com nós dois e foi atrás de uma Bella chateada na borda da piscina.

Observei enquanto ambos conversavam e ela foi melhorando sua expressão, até que Jacob partiu para as cosquinhas, fazendo-a rir. Emmett se juntou a eles e começou o festival de cosquinhas na Swan. Sorri. Eles realmente eram muito unidos. Seria até estranho vê-los brigados um dia.

— Crianças! – chamou George, aparecendo em nosso campo de visão. Assim que ele conseguiu nossa atenção, continuou a falar – Quero apenas falar que mais tarde, nós vamos fazer uma fogueira, assar marshmallows e contar histórias. O que acham? – sorriu animado.

Jacob, Emmett, Bella, Jasper e Nessie gritaram um ‘’sim’’, fazendo George sorri e nós também.

— Algo me diz que isso vai ser fenômenal! – exclamou Renesmee, ainda agarrada as minhas costas.