Tears of blood escrita por IS Maria


Capítulo 26
Ato II - Sentida




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Eu não sabia onde Caius estava desde a noite anterior. Tinhamos dançado a dança principal, em seguida me levara até a fonte e com um beijo na testa se despediu sumindo em seguida. Eu teria o seguido, eu deveria ter o feito, mas eu sabia que ele precisava fazer o que tivesse que fazer sozinho. Era impressionante como mesmo sendo gentil, ele ainda conseguia ser incrivelmente bruto. Tinha uma parte de seu coração que ninguém conhecia, uma parte que poucos compreendiam, parte que havia nascido por causa de Emma e que quase se foi... se ele ao menos soubesse o quanto fica bonito sobre a luz do luar, se ele ao menos soubesse o quanto meu coração sonha com o dele, se ele ao menos soubesse...

Eu não podia ficar sentada o esperando, aquilo apenas arruinaria a minha tentativa de o deixar, por isso tratei de procurar algo para fazer. Eu tinha me recolhido, mas sabia que ainda tinha festa, podia ouvir a música e a festança, eu não era necessária, então não foi o lugar que escolhi para me distrair. Nos fundos, pude ver Theo, observando tudo apenas esperando que alguém precisasse dele. Abri um sorriso, ele era diferente, me fazia lembrar dos Cullen, pois assim como eles, ele havia encontrado uma maneira de ser vampiro e humano ao mesmo tempo e diferentes deles, ainda vive de sangue humano e nem por isso é um monstro, uma verdadeira inspiração. Me notou e abriu um sorriso caloroso para me receber, havia algo nele que fazia com que me sentisse extremamente confortável nele . Lhe dei a mão e me puxou para um abraço, certamente por prever que era exatamente o que eu precisava, um pouco de carinho e aconchego, de alguém que eu já via como um amigo.

– Pensei que fosse se juntar aos outros em festa. - Disse observando que muitos dos vampiros que ficavam aos fundos, haviam se juntado aos outros vamoiros.

– Ao contrário deles, eu ainda não tenho o que festejar. - Disse abrindo um sorriso.

– O que o preocupa ?

– Os Volturi e suas atitudes monstruosas - Disse, em seguida apontando para uma parte escondida aonde eu pude observar uma pilha de cadáveres.

– Eu não...

– Não é culpa sua, aconteceria de qualquer maneira, como sempre acontece por aqui. - Completou adivinhando o que eu diria em seguida.

– Todas essas vidas...- Eu não poderia deixar de me sentir culpada.

– Se pudesse as trazer de volta... faria ? - Perguntou-me ainda fitando a pilha de corpos.

– Sem pensar duas vezes.

– Então venha. - Puxou-me para a sala onde os corpos se encontravam. O cheiro começava a ficar forte, o que indicava que boa parte deles havia sido morta a uns dois dias atrás.

– Não acredito que exista algo que possamos fazer... - Disse baixo, tentando compreender o que ele exatamente trazia em mente.

– Apenas um elemento... e pronto- Disse enquanto procurava por algo . Abriu um pequeno armário, voltou em seguida trazendo um pequeno vidro em mãos. Dentro havia sangue, eu sabia que era sangue, mas continuava sem compreender. - Acrescente isso em sua dança amanhã, no ritual, assim que suas mãos estiverem voltadas para a lua... e apenas permita que aconteça . - Disse, colocando o frasco em minhas mãos e em seguida me deixando sozinha.

Eu não estava certa sobre aquilo, não sabia se deveria fazer, não sabia o que aconteceria, sabia que deveria o procurar e arrancar dele tudo o que precisava para compreender aquilo, mas por uma das fresnas da sala, meus olhos bateram na entrada do palácio, onde próximo a fonte, cintilando a luz do dia, estava Daniel, junto aos Cullen. Seus olhos procurando por algo disfarçadamente, lindo, muito mais lindo do que antes. Meu coração tremeu, minhas pernas fraquejaram e desejei que já fosse noite para que pudesse correr em sua direção. Eu teria ido até ele naquele momento, mas não usava nada além de um robe de cetim e não poderia aparecer daquela maneira, não havia sido como planejei. Tive de esperar a lua cheia aparecer, para que eu fosse novamente escoltada por vampiras e então preparada, com um vestido ainda mais belo do que o do dia anterior. A dança daquele dia seria diferente da anterior, seria um tributo as energias, a evolução dos vampiros e aos nossos dons,mas não chegava nem perto do ritual de amanhã .

Desci as escadas e não olhei para nenhuma direção a não ser o piano, aquela seria a minha entrada. Eu não havia avisado ninguém que faria, pois não sabia que faria até me ver com medo de encarar Daniel. Eu não podia partir diretamente ao seu encontro... por não conseguir. Eu tinha vergonha de saber que todos me observariam, me ouviriam tocar, mas minha vergonha dele era ainda maior. Eu tinha o deixado, tinha o feito para o salvar, mas mesmo assim tinha o deixado e me sentia a pior das mulheres por isso. Eu adorava tocar, eu não sabia como o fazia e meus dedos apenas se mexiam como se conhecessem muito bem o instrumento e soubessem perfeitamente o que fazer. A orquestra aos poucos me acompanhou, eletrizando-me, eu não sabia aonde havia aprendido a canção, mas meu coração se aquecia quando a ouvia. Sorri assim que finalizei e agradeci pelas palmas calorosas que recebi, já era hora, já era hora.

– Senhorita. - Alice parecia feliz em me ver. A abracei e senti novamente meu peito vibrar, me senti novamente junto a minha família, minha bela família postiça.

– Eu estou tão feliz em vê-la . - A apertei forte mais uma vez antes de a soltar. - Eu não sabia se um dia tornaria a os ver, sabia que os perderia, mas não podia permitir que o sacrificassem...

– Nós sabemos, conhecemos a bondade em seu coração. - Disse Carlisle se aproximando. Também o abracei.

– Agradecemos por salvar nosso filho. - Esme estava linda, em seu vestido cobre, como eu sentia falta daquela família.

– Eu que agradeço por terem me ensinado em alguns dias, coisas que eu jamais aprenderia em uma eternidade com os Volturi. - Segurei suas mãos, a olhei nos olhos e contive minhas lágrimas. Eu não saberia os explicar o motivo de poder chorar.

– Foi injusto se condenar, encontraríamos uma maneira. - Bella, sempre desejando salvar todos que estavam a seu encontro. - Já tinhamos saído de situações impossíveis...

– Foi melhor, e eu ainda tenho algumas coisas a resolver aqui... mas, talvez eu não tenha me condenado por uma eternidade...

– Enquanto Aro viver...- Acrescentou Rosalie negativamente.

– Enquanto Aro viver - Repeti em um tom positivo, despertando curiosidade em seu olhar. - Onde ele está ? - Perguntei notando que em muito já não o via.

– Daniel...- Começou Reneesme, mas parou ao ser repreendida por Edward.

– Diga-me! Por favor... Diga-me. - Implorei sentindo meu peito se inflamar em medo.- Diga-me Edward ! Por amor ao seu irmão ... - O apressei uma vez que o vi indeciso sobre me contar ou não.

– Ele pretende se juntar aos Volturi, para se aproximar de você .- Entrei em completo desespero. Procurei por Aro e quando não o encontrei, me desesperei ainda mais. Sai correndo em direção ao escritório dele, o vestido em minhas mãos, os pés descalços, sem me preocupar com o cabelo.

– Não! - Exclamei quando o vi junto a Aro.

– Makena... - Ele disse, sua voz profunda, seus olhos cheios de sentimento...

– Não Daniel ! - Fui firme.

– Makena- Aro repreendeu-me, provavelmente por já saber dos dons surpreendentes de Daniel. Eu não permitiria.

– Se ele ficar, irei embora, considere por quebrado o nosso acordo.- Disse pisando firme.

– Makena! - Daniel disse enfurecido.

– Se for, eu o matarei!- Ele jurava possuir todas as cartas em sua mão, mas felizmente eu havia apreendido como lidar com ele.

– Faça isso ...- Aproximei-me da mesa e com um jeito o outro o olhei nos olhos. Era a primeira vez que fazia um contato visual daquele. Aplicando um pouco de influência, fiz com que continuasse vidrado a mim, dessa maneira amolecendo e me revelando um pouco do que conhecia, do que sabia, do que eu não deveria saber, do que ninguém sabia, apenas o suficiente para o ter em minhas mãos. - E seu irmão saberá que és o responsável pela morte de sua irmã.- Abri um sorriso, mesmo que aquilo me chocasse e desse o peito. - Agora venha. - Disse enquanto o deixada sem palavras e levava Daniel comigo.

– Não tinha o direito. - Disse tentando reagir a mim.

– Você que não tem o direito, de deixar tudo o que tem apenas por mim. - Parei antes da entrada do salão. - Não sabe o quanto daria apenas por mais um dia ao lado de sua família e simplesmente decide os trocar ? Sabe o que receberia aqui, meu caro ? Maldade pela manhã, fúria ao meio dia, violência ao entardecer e uma profunda amargura quando a noite cair.

– Mas, eu...

– Amará novamente, se apaixonará ... por uma vampira livre que possua um coração para lhe dar em troca. - Eu sabia que estava sendo amarga, mas a verdade é que meu coração já não mais me pertencia. - Eu não posso o amar, não posso amar a ninguém... Aro retem minha liberdade e essa enquanto estiver vivo, jamais me concederá. - Disse por fim entrando no salão.

A música começou, as pessoas se afastaram e fiz exatamente como havia me preparado. As mãos ao alto em movimentos delicados, saudando a energia, um novo movimento representando a evolução e por fim, fui cercada de vampiros, que dançaram junto a mim. Eu podia sentir o poder fluir sobre meu corpo, mas não sabia se era real, ou apenas empolgação. Senti uma vibração em minha pele enquanto dançava e me arrepiei... eu era observada, por um ser muito poderoso ... e aquilo me deixou, simplesmente apavorada.


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