Tourette escrita por B Mar
Cap 4
Katniss PDV:
Terminei a transferência com a diretora e, assim que saí, a professora veio me confrontar.
– Você... Qual é o seu problema? - Ela me olhou.
– Não sei do que está falando. – Devolvi o olhar. – Nós nos conhecemos?
– Você acabou de me agredir no meio do corredor. – Ela gritou.
– Bem, você chamou o meu filho de cachorro. – Rebati. – E deu em cima do meu marido.
Ela se calou.
– Se é só isso, com licença.
Segui de volta para o carro e parei no meio do caminho, avistando uma figura loira masculina e mancando à minha frente.
– Peeta? – Chamei. – Peeta Mellark?
Meu melhor amigo de infância se virou.
– Katniss?
Sorri boquiaberta e corri até ele.
– Pelo céu... Peeta, o que você está fazendo aqui?
– Eu trabalho aqui. Achei que tivesse se mudado.
– Eu me mudei, voltei para Panem há pouco tempo. – Sorri.
– O que veio fazer na escola? Já temos uma psicóloga.
– Vim buscar o meu filho.
Ele arregalou os olhos.
– Espera, você tem um filho?
– 10 anos, relativamente alto, cabelos castanhos, olhos aos, relativamente alto, cabelos castanhos, olhos aos, relativamente alto, cabelos castanhos, olhos acinzentados, relativamente alto, cabelos castanhos, olhos acinzentados...
Peeta franziu as sobrancelhas.
– Espera. Você tem 26 anos. – Lembrou. – Um filho de 10... Eu não me lembro de você estar grávida no colegial.
– Porque eu não estava. – Expliquei. – Peter é adotado.
Ele pareceu compreender.
– Meu marido não pode ter filhos. Quer conhecer os dois?
– Tudo bem.
Fomos andando.
– Então, como a Garota em Chamas acabou casada?
– Há anos ninguém me chama de Garota em Chamas. – Lembrei. – Acho que alguém conseguiu um extintor.
Chegava a ser irônico, já que Gale – hoje – era bombeiro.
Seguimos lentamente pelo estacionamento.
– O que houve com você?
– Fui para a guerra e perdi a perna. – Explicou.
O mesmo que houve com o amigo de Gale.
Seguimos andando até o carro, onde Gale e Peter já me esperavam.
– Peeta? – Meu marido saltou do banco do motorista. – Ei.
– Gale. – Ele sorriu.
– Espera, vocês dois se conhecem?
Gale sorriu e veio para meu lado.
– Amor, Peeta é o amigo que eu fui visitar. - Explicou - E vocês dois?
– Ela nunca falou de mim? – Peeta estranhou. – Eu pus fogo nela no colegial.
Gale e Peter gargalharam e fiz o mesmo.
– Foi ele, Catnip?
– Pelo menos ela se casou com um bombeiro. – Piscou. - Eu nunca imaginaria que você seriam casados. Minha nossa... E são pais. Isso é incrível.
Peter olhou Peeta pela janela do carro e nosso amigo se aproximou.
– Então... Você é o famoso filho.
– Peter Hawthorne. – Ele se apresentou.
– Peeta Mellark. É um prazer conhecê-lo.
Meu filho sorriu.
– O senhor realmente pós fogo no vestido da mamãe?
– Não precisa me chamar de senhor. – Ele avisou. – E sim. Foi na feira de ciências, nós fizemos um experimento que... Bem, talvez não tenha dado muito certo?
– Talvez? – Rebati. Se não fosse o sobretudo do Cato, eu ficaria pelada no meio da feira de ciências.
– Isso não seria uma coisa legal. – Gale opinou.
– Bom, nós conseguimos provar que não existe tecido resistente ao fogo. – Peeta concluiu.
– Qual era a experiência?
– Alguma coisa com solda, não foi? – Ele me olhou. – Eu queimei o dedo sem querer e soltei o trequinho que soltava fogo, ele foi direto no vestido da Katniss. Ela começou a pegar fogo e nem percebeu.
– Foi quando eu comecei a sentir um calor estranho e o fogo foi para a parte da frente do vestido.
– Eu entrei em desespero. – Meu amigo continuou narrando. – A Katniss começou a gritar e todo mundo entrou em pânico, a pia estava sem água e o extintor correto mais próximo era o da sala do diretor.
– E o que vocês “Wolf” fizeram?
– Era um vestido muito grosso. – Ele explicou. – Então eu corri até a sala do diretor e peguei o extintor de incêndio certo. No fim da situação, o vestido estava praticamente destruído, mas a Kat só havia perdido um pouco de cabelo.
– Um pouco? – Lhe interrompi de novo. – Peeta, meu cabelo era na cintura, ele foi parar nos meus ombros.
– Você conseguiu fazer um corte legal.
– Consegui mesmo. –Dei de ombros.
Os três gargalharam.
– Minha nossa, é ótimo ver vocês. – Meu amigo de infância confessou. – É ótimo saber que estão em Panem e que estão juntos, vocês realmente parecem felizes.
Sorri e abracei Peeta.
– Vamos ficar por aqui. – Prometi. – Peter logo será seu aluno.
– Grande como ele, aposto que sim. – Sorriu. – Gosta de basquete?
– Nunca joguei. – Ele deu de ombros.
– Gale, eu não acredito. – O loiro encarou meu marido. – O que houve com você?
Gale deu de ombros.
– Nós precisamos mascar um basquete.
– Podemos fazer isso no fim de semana, eu chamo os meus irmãos e nós fazemos um time.
– Onde vocês estão morando?
Trocamos endereços e telefone, então Peeta se despediu, explicando que precisava almoçar.
Entramos no carro e seguimos para casa.
– Peter. – Gale avisou quando chegamos. – Hoje nós vamos visitar a sua avó, tudo bem?
– A “Ah, ah” minha “wolf” avó? – Hesitou, seu tique destacando bem o nervosismo que sentia.
Eu me lembrava bem da visita dele à minha mãe.
– Minha mãe. – Ele explicou rapidamente.
Ele segurou a própria perna enquanto ela tremia incontrolavelmente.
– E se ela “ah, ah, ah” não “ah” gostar de mim? – Seu rosto se contorceu.
– Ela vai te amar. – Ele afirmou. – Ela teve quatro filhos, está preparada para tudo quê você imagina. Uma vez, ela pegou o meu irmão Vick se...
Ele se interrompeu rapidamente, percebendo que não era algo a se dizer para uma crianças.
– Se... – Incentivou.
– Não sei. Acho que esqueci. – Franziu as sobrancelhas.
Peter deu de ombros e seu rosto se contorceu por alguns segundos.
Espirros incontroláveis.
Aquilo me lembrou de que eu precisava conversar com Prim sobre a professora. Eu havia conseguido os dados dela na diretoria.
Subi as escadas e liguei para minha irmã, ouvindo os sons de meu filho no andar de baixo.
– Alô, Prim?
– Kit Kat. – Ela pareceu sorrir. – Você já chegou, está tudo bem? Como vai o Peter? E o Gale?
– Calma, calma. A primeira resposta é sim, e está tudo bem. Eu queria falar com você sobre um processo contra preconceito, será que você pode me ajudar?
– O que houve dessa vez?
– Uma das professoras do Peter. – Expliquei. – Na verdade, ex-professora.
Ela murmurou algo em confirmação.
– Você me dá um minuto? Eu tenho um amigo que trabalha nessa área, aí mesmo em Panem. Quer o telefone?
– Eu adoraria.
Continua...
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~Esse capítulo foi agendado no dia 03/01/2014~
~Capítulo revisado em 27/01/2015~