O ódio de amar escrita por Jenny Lovegood


Capítulo 8
Precisando estar junto


Notas iniciais do capítulo

Enjoy like a pizza, muitas coisas boas estão pra acontecer daqui pra frente!

Trilha Sonora ao verem esse sinal *
http://www.youtube.com/watch?v=Ma9gLh44f10



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/456404/chapter/8

Seguiram cada um seu próprio caminho depois daquele acordo demasiado estranho. Luna resolveu voltar para a casa á beira mar e Draco optou por um mergulho.

Nada melhor do que esfriar a cabeça quando se passa minutos demais perto daquele paraíso. E com certeza sua mente não estava lembrando de Angra no momento em que esse pensamento lhe surgiu.

Não que Luna estivesse a fim de ficar trancafiada dentro de um quarto com uma maravilha toda daquela pra se aproveitar. Dessa vez era o lugar que lhe passara pela mente.

Mas, mesmo selando um acordo de paz com Draco, era arriscado demais ficar perto. Até porque ela sabia que o loiro não conseguiria cumprir aquele trato e a atormentaria a viagem toda. O jeito era esperar a boa vontade do doninha de voltar para dentro, para, aí sim, conseguir aproveitar o mar.

O que não demorou muito para acontecer. Ouviu passos por perto do cômodo e sabia que era ele, Narcisa estava ocupada demais pegando seu sagrado sol e Lúcio sabe-se lá onde estaria em sua aventureira andança pelo mar.

Suspirou, se levantou da cama e voltou a se olhar no espelho. Tinha ganhado umas curvinhas á mais nos últimos tempos. Gostou do que viu e sorriu. Pegou uma toalha por cima da mochila entreaberta sobre um pufe ao lado do guarda-roupa ainda vazio e saiu do quarto.

Torceu pra não encontrar ele. Só torceu.

– Priminha. - O loiro praticamente se materializou em frente a Luna. A loira suspirou, guardando sua paciência que ultimamente entrava em extinção.

– Draco, e o acordo hein? - Perguntou ela retoricamente, a voz irônica. - Nada de priminha. - Enfatizou a última palavra com sarcasmo. - Não sou nada sua.

– Nossa, pra que tanto mal humor gata? - Indagou Draco observando mais uma vez naquele dia o corpo chamativo de Luna. Ela bateu levemente o pé no chão, irritada.

– Dá pra sair da minha frente? - A loira viu que o garoto continuava a olhar seu corpo com uma encômoda atenção, e fez por si mesmo, passando pelo loiro e esbarrando em seu ombro. Sentiu seu braço ser segurado e bufou, sendo virada para ficar frente a frente com ele. - Pelo amor de..

– Pô loirinha, deixa de ser irritadinha assim. - Ele pediu com a voz mansa e decididamente sexy. Luna sentiu um arrepio percorrer sua espinha, mas não se intimidou.

– Quer me soltar? - Mandou já sem paciência, olhando indiritamente para seu braço preso pela mão dele.

– Tá, e se eu não quiser? - Draco provocou, se aproximando da loira.

– Eu chuto seu saco! - Ameçou a loira, fazendo Draco rir pelo nariz.

– E o nosso acordo? - Os olhos de Draco estavam vidrados no de Luna.

– Eu que te pergunto. - Revidou com ironia. - Prometeu que ia me deixar em paz.

– Não prometi, só aceitei. - Draco retrucou, puxando Luna mais para perto de si. A Luna fez menção de recuar, mas sentiu as pernas bambas demais para isso. Com certeza estaria, com Draco Malfoy só de sunga, todo molhado, os cabelos incrivelmente sedutores desgrenhados, a boca rosada com um sorriso maldoso presente, os olhos mais penetrantes que nunca.

– Por favor, Draco. - Foi definitivamente uma súplica, a voz da loira saiu fraca por tanta proximidade. Nada bom, nada bom.– Me deixa.

– Posso tirar um mergulho com você? - Perguntou o loiro, ignorando aquele pedido. A mão livre que tinha subiu involuntariamente e pousou nos cabelos de Luna, colocando uma madeixa loira cacheada delicadamente atrás da orelha da garota, mesmo contra a vontade dela.

– Não, você não pode! - Respondeu com irritação quando sentiu o braço solto. Virou as costas para o loiro, e recobrando as forças nas pernas, foi saindo da casa.
Mas a maldita doninha ainda estava atrás de si, ela pôde sentir.

– Vai pro inferno Draco! - Quase gritou, abrindo a porta do considerado chalé e vendo-o vir atrás de si.

– Estou indo com você. - Ele revidou, soltando uma risada mais gostosa do que ele, se Luna assim pôde imaginar, e se repreender internamente por isso.

– Não! Me deixa! - Mandou, suplicante e zangada, já fora da casa, o vento alcançando seu corpo no instante em que sentiu a areia afundar entre seus pés.

– Está sendo seguida! - Provocou o loiro entre risadas.

Narcisa tirara o óculos de sol e protegera o rosto de bastante protetor solar, pois estava novamente virada de corpo para cima e sua visão pairava no mar azul transparente. Pôde ouvir de longe algumas risadinhas que ela reconheceu bem ser a de seu filho e alguns murmurios contrariados que só podiam ser de Luna.

Esses dois.. Riu internamente.

Luna sentiu um choque momentâneo quando seu corpo encontrou a água gelada. Estava correndo, correndo de Draco, a fim de que qualquer nave alienígena pousasse sobre aquele lugar e abduzisse aquela doninha pra nunca mais vê-lo de novo. Sabia que ele não lhe daria paz, que não levaria aquele acordo á serio, mas precisava atormentá-la tão cedo desde o trato assim?

Logo seu corpo de pele branca se acostumou com a temperatura da água. Olhou em volta e percebeu que um certo loiro detestável também estava dentro do mar, mas um tanto afastado. Melhor assim.

Relaxou. Olhou para baixo, pôde vislumbrar suas pernas dentro da água, de tão cristalina que era. Sorriu, e prendendo a respiração, se afundou. Arriscou abrir os olhos lá em baixo, e era como se estivesse enxergando normalmente. Deu um mergulho leve, olhando atenta o mar e sorrindo fracamente. Se sentiu renovada, como há muito tempo não sentia.

Saiu de debaixo d'água quando precisou respirar e quase desequilibrou para trás quando visualizou uma doninha loira próxima exageradamente de seu corpo.

– Malfoy! - Arfou, assustada. Deu um passo para trás, vendo o loiro apenas sorrir e sorrir .. nada de deboche. Que é que esse garoto tem de errado?– Que foi dessa vez?

– Qual é, quero me divertir com você priminha. - Luna com certeza levou essa resposta para o lado pessoal.

– É mesmo? - Luna indagou irônica, levando as mãos na cintura. Draco acenou, ainda sorrindo. - Então por que você.. - A loira tirou rapidamente as mãos da cintura, enfiou-as na água, encheu as palmas e despejou com violência no rosto do loiro, que fechou os olhos e entreabriu a boca, sentindo as pupilas queimarem. -, não vai se ferrar? IDIOTA! - Gritou e se virou, caminhando rumo a sair da água, lentamente, por a correnteza impedir qualquer velocidade.

– Sua maluca! - O loiro riu quando sentiu aos poucos os olhos pararem de arder e ao abrí-los, visualizou uma Luna já distante pronta para voltar a se trancafiar no quarto. Negou com a cabeça, entre um sorriso maldoso e saiu correndo na água, na medida do possível. Com certeza estava perdendo o juízo por estar desejando a presença da insuportável, mas definitivamente não estava nem aí.

– O que diabos você tá.. - Tentou Luna protestar quando sentiu ser envolvida pela cintura, seu corpo molhado surrou no molhado de Draco. Arrepiou e desejou involuntariamente ser agarrada daquele jeito todas as vezes, por ele. Que merda de pensamentos.– Malfoy, filho da.. - Mediu as palavras ao gritar, pois sabia que tia Narcisa podia ouvir, mas um quase desespero lhe invadiu quando sentiu suas pernas perderem o contato com a água e seu corpo ser erguido no ar; Draco a virara, a pegara pela cintura e a colocara em seu ombro. - Seu idiota, me solta! - Se debateu nos braços do loiro, sem condições de conseguir se soltar. O loiro apenas ria e caminhava sem a mínima dificuldade - a não ser pela correnteza forte - pela água e burrifava água no rosto de Luna com uma das mãos soltas. - Draco, para! - Pediu quase suplicante, contendo uma risada quando sentiu água dentro de sua boca. Aquela cena estava ridiculamente hilária.

– Pimenta nos olhos dos outros é refresco, né? - Debochou Draco, intensificando a velocidade da água no rosto de Luna.

– Seu imbecíl! - Ralhava ela, mas quase não conseguia mais conter a risada. - Me põe na água! Ahhh! - Choramingou, recebendo mais água no rosto.

– Quer que eu te ponha na água é? - O loiro abaixou o corpo de Luna, segurando-a pela cintura e aproximando o rosto da garota da água, quase deixando-a de cabeça para baixo.

– Não, seu infeliz! - Se debateu, podia sentir a ponta do nariz roçando na água. - Draco, me ajuda! - Gritou entre uma risada desesperada. O riso dela se misturou com o dele.

O loiro, vendo o desespero divertido dela, obedeceu e a subiu, colocando-a finalmente com os pés na areia molhada. Luna respirou fundo, levou a mão no peito e tentou se recompor.

– Idiota! - Praguejou, entre um sorriso de sabe-se lá onde ela tinha tirado, justamente pra ele.

– Foi divertido. - Debochou ele, levando a mão até a água e jogando mais um pouco em Luna, que recuou e tratou de revidar.

– Divertido? Vou te afogar pra ver se é divertido. - Retrucou a loira, jogando água no loiro que foi acertado no rosto. Uma madeixa de cabeleira loira platinada pousou molhada sobre o olho de Draco e o mesmo tirou, bagunçando os cabelos para tirar o excesso de água. Luna observou a cena, em silêncio, o sorriso já tinha morrido, os olhos estavam vidrados nele.

Que droga que tinha acontecido entre eles? Primeiro, um beijo inconsequente. E agora, aquele momento de.. amigos?

Não, já era demais. Respirou fundo, tentando dar um compasso ao ar que inspirava e expirava pesadamente.

– Olha, você até que não é insuportável.. - O loiro a despertou de seus devaneios. Luna revirou os olhos.

– É, eu queria poder concordar. - Revidou, mesmo sua mente internamente contrapondo e dizendo "é, você também é legal Draco".

– Vai, confessa que você me acha demais. - Draco se gabou, fazendo Luna rir pelo nariz.

– Chato demais, ridículo demais, insuportável demais, com certeza. - Ela revidou e decidiu sair dali antes de se perder completamente naquele olhar azul acizentado.

– Ei. - Draco segurou-a pelo braço. Não teve que forçá-la a se virar e encará-lo, Luna o fez de bom grado imediatamente. Droga.– Não vai voltar pro mar?

– Mais tarde, talvez.. - Respondeu, hesitante. Desde quando devia satisfações?

– Então, a gente se vê. - O loiro soltou o braço de Luna, que acenou positivamente, quase arrancando o próprio pescoço em seguida por ter feito tal movimento.

– Eu não vou ter outra escolha. - Retrucou ela, achando uma resposta cabível para substituir aquela intensa troca de olhares. Draco sorriu, dessa vez com malícia, e viu Luna se virar, sair da água, pegar sua toalha sobre uma cadeira qualquer que havia deixado, e adentrar a casa instantes depois. Bagunçou os cabelos e voltou seu olhar para o mar.

O que estava acontecendo? Que merda de vontade de ficar perto dela, irritando-a, fazendo sorrir nem que por um milésimo de segundo, era aquela?

~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~

A noite já tinha caído em Angra dos Reis, o jantar apetitoso acabara á poucos minutos e Luna tomava um ar fora da casa. Narcisa aproveitava o momento silencioso para ler e Lúcio arrumava alguns papéis da empresa em um cômodo vago que encontrou dentro da casa, parecido adequadamente apropriado para negócios.

Draco estava inquieto. Já tinha recebido ligações de Astoria, mas ignorou todas. É claro que ele sabia que hora ou outra ia ligar, era como se ela tivesse obssessão por ele. Mas não estava nem aí pra morena.

O tédio lhe corroía. Não tinha assunto com a mãe, menos com o pai, e menos ainda com Luna que parecia estar evitando-o devidamente desde a cena de horas mais cedo no mar.

Ele também não entendera muito bem o que tinha acontecido. Eles se odiavam. Claro. Travavam uma guerra mortal. Mas deram uma trégua por alguns dias. Até aí tudo bem. Mas e a parte dos olhares? Do corpo dela erguido por ele? Daquelas risadas se misturando? Isso nunca estava em planos de acontecer.

Era paranóia de Draco, ou tudo aquilo foi uma aproximação?

Seu ego de "playboy pegador" lhe alertava a cada segundo, e cada segundo era uma martelada em sua cabeça. Se afaste, ela é problema, é sua inimiga.

Mas aquela parte, aquela parte que existia no fundo no fundo de Draco só sentia falta de tudo. Do beijo, do maldito beijo. Ele desejava de novo mais do que já desejou qualquer coisa na vida. Da risada, que era tão raro de ouvir. Até dos palavrões e ofensas, que para ele, soavam como elogio. Da presença.

Era ela quem tirava seu tédio, era ela que lhe fez broxar com Astoria tempos atrás, era sempre ela. Era ela o problema.

Ótimo, ou matava seu orgulho ou morreria de frustração. Arrastou rapidamente os pés para fora da cama, praticamente pulou, arrumou levemente o cabelo bagunçado pelo travesseiro e saiu do quarto.

Passou pela mãe e mesmo notando a estranheza no olhar da mulher ao perguntar pela quase prima adorada, seguiu o caminho que Cissa indicou com o dedo.

* Fechou a porta do chalé-mansão com cuidado e pôde ver a loira perto do mar, o vestido soltinho que ela usava voava com o vento forte daquela noite, os cabelos levemente cacheados estavam dançando ao ar livre e o olhar dela parecia distante ao fitar o mar. Se aproximou com um certo cuidado, de onde tirara ele não saberia dizer.

Enfiou as mãos nos bolsos e quando se deparou, já estava ao lado de Luna.

– Oi. - Ele chamou, percebendo a loira ignorar completamente a presença dele.

– O que você quer Draco? - A voz de Luna tinha uma certa insegurança que o loiro não conseguiu bem entender.

– O que tá fazendo aqui sozinha? - Perguntou, olhando o mar á vista.

– Sério? - Luna soltou uma risada sarcastica pelo nariz. - Preocupado comigo?

– Dá pra não ser irritante pelo menos uma vez? - Pediu o loiro, respirando fundo.

– Você que é bom nisso, não eu. - Luna o olhou de esguelha antes de se virar para tomar partido de volta a casa. Qualquer lugar era melhor do que ficar ao lado dele.

– Espera. - Draco pediu, segurando Luna, dessa vez pela mão, e a loira prendeu a respiração sem olhá-lo. Se virou quase em câmera lenta e encarou o olhar indecifrável de Malfoy. - O que acha de.. - Draco tomou uma certa coragem para falar. Quem olhasse para ele naquele momento, não diria que era Draco Malfoy o playboyzinho pegador. - Que acha de tentar nos darmos bem?

– Como? - Luna perguntou com incredibilidade. Piscou os olhos várias vezes para ter certeza de que a cena estava acontecendo e se deu conta que Draco ainda segurava suas mãos. Afastou-as lentamente, mas o loiro procurou-a novamente e segurou com leveza nos dedos da loira.

– Sermos amigos. - Ele propôs, a garganta estava seca, as ondas do mar agitadaas e o vento forte eram as únicas testemunhas daquele pedido definitivamente impulsivo.

– Estou mesmo falando com Draco ridículo Malfoy? - Luna tornou a piscar e ao abrir os olhos encontrou um sorriso torto nos lábios de Draco. Certo, ou abduziram ele, ou abduziram.

– Tô falando sério pela primeira vez na vida, então quer fazer o favor de responder? - Pressionou o loiro olhando-a nos olhos, o toque das mãos ainda era novidades para ambos.

– Amigos? - Luna pareceu pensativa e receosa. - Nos odiamos Draco.

– Mas eu só te odeio porque você é insuportável. E hoje vi que você não é tão insuportável então te odeio menos, entende? - Indagou o loiro, confuso com as próprias palavras, e Luna negou, tão confusa quanto. Draco tornou a sorrir, fazendo Luna soltar o primeiro sorriso pra ele na vida, e o loiro babou internamente naquela curva de lábios.

– Olha, não sei não, acho que isso não vai dar certo. Vou continuar te odiando. - Explicou Luna, sentindo os cabelos varrerem suas costas.

– Eu também vou. Mas vamos nos odiar como amigos, o que acha? - O loiro segurou ainda mais na mão dela, e Luna foi obrigada a ver a cena das mãos te tocando para perceber que aquele pedido absurdo era real. Voltou a olhar Draco, que tinha uma desconhecida expressão ansiosa no rosto. Luna suspirou, e mesmo com a mente a todo vapor lhe dizendo que aquele novo trato era loucura, acenou positivamente.

– Certo, sei que vou me arrepender disso mas tudo bem Draco. Vamos tentar.

E como se contassem os segundos para uma virada de ano novo, sorriram levemente no mesmo instante e apertaram as mãos.*


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, vamos de reviews? Vocês estão gostando?

Desculpem qualquer erro, eu revisei, mas sempre algo passa despercebido.

Aproximação dos dois nos próximos capítulos hein..