O ódio de amar escrita por Jenny Lovegood


Capítulo 14
"Preciso pensar..."


Notas iniciais do capítulo

Estou aqui de volta, depois de séculos.. Gente, tá apertado pra mim, juro! Acho que só vou ter uma folga nas férias de junho/julho se querem saber.

Mas chega de blá blá blá e aproveitem:



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– Mãe! - O loiro engoliu em seco quando viu um sorriso maroto se formar nos lábios de Narcisa.

– Vejo que acordaram animados essa manhã. - Zombou a mulher, cruzando os braços e arqueando as sobrancelhas.

– É, na verdade eu, eu estava procurando pela Ginny e daí o Draco estava me explicando que não tinha visto ela desde que se levantou. - Apesar de boa em desculpas ás vezes, de longe essa fora a pior que Luna já invetara. Tinha que admitir isso até internamente.

– Aham.. eu vi ela lá fora. - Cissa continuou sorrindo marotamente. Luna assentiu um pouco nervosa e, um tanto desajeitada, rumou para sair da cozinha.

– Á propósito.. vocês não se odeiam? - Indagou Narcisa ao ver a sobrinha postiça passar ao seu lado. Luna correu os olhos por Draco, que tentava segurar uma risada que a loira considerava um tanto por infeliz. Risada infeliz de um loiro infeliz.

– Sim. Odeio ele. - Replicou Luna em uma falsa tentativa de ranger os dentes.

– Odeio ela. - O loiro retrucou, a voz sedutora que lhe escapou pelos lábios foi o suficiente para Luna sentir um arrepio na nuca e revirar os olhos, enquanto Narcisa deu uma piscadela enquanto ria. Quando Luna saiu da cozinha, a mulher olhou o filho, que enfiou as mãos nos bolsos e encolheu os ombros.

– Quer me explicar isso? - O sorriso da mulher se fundiu em uma expressão séria.

– Explicar o que? - Draco fingiu indiferença.

– Explicar o que? - Narcisa imitou a voz do loiro. - Você sabe muito bem o que.

– Olha, eu realmente odeio ela. Não tem o que explicar. - Draco tirou as mãos dos bolsos e deu as costas para Narcisa, que arqueou novamente as sobrancelhas.

– Draco, eu sou sua mãe. Você sabe que pode me contar tudo. - Incentivou a mulher.

– Não tem nada para contar. - Draco disse um tanto ríspido e voltou a se virar para Narcisa. - Eu odeio ela. É isso. - E passou pela mãe sem mais delongas. Narcisa suspirou e fez um muxoxo com a boca.

– Odeia.. Esse ódio não vai dar certo. - Comentou Narcisa pensativa.

Quando saiu do chalé, a primeira coisa que fez foi esconder o rosto entre as mãos. Bufou alto. Não sabia mais o que fazer, definitivamente. Luna estava perdida em seus próprios sentimentos. Tinha construido uma caverna á prova de Draco em seu peito e de repente a doninha albina resolveu invadir seu espaço.

A primeira coisa que precisava fazer era organizar seus sentimentos. Colocar em ordem aquela confusão, aquele turbilhão de sensações que a bagunçava por inteiro.

Tivesse ou não coragem de admitir, ela gostava dos beijos dele. Gostava do calor que o corpo dele lhe proporcionava. Queria sua pele em contanto com a dele, ah como queria.

O Draco que ela tinha descrito á seu coração, e o fechado para qualquer tipo de sentimento amigável em relação a ele era totalmente oposto do Draco que estava conhecendo. Sabia que ele nunca, ele nunca correria atrás de garota nenhuma. Ele as conseguia com um estalo de dedos. Então, porque ficava atrás dela? Ela negando ou tentando, ele insistindo e continuando..

Esse era um dos fatos que levou Luna á conclusão de que Draco nutria algo por ela á mais que ódio. Podia ser apenas desejo, óbvio. Se ela se entregasse, ele poderia apenas usar e jogar fora. Mas porque ele a olhava daquela maneira? Porque era tão intenso? Porque existiam tantos porques?

Quando se deu conta de que estava á minutos escorada na porta do chalé com o rosto tampado e os cabelos cobrindo suas mãos, os ombros da loira já se sacudiam em sinal de que alguém a chamava para a realidade. Esse alguém era Ginny. Quando descobriu o rosto, trouxe a ruiva para si em segundos e a abraçou forte. Um abraço confortante que tanto precisava. Um abraço de uma irmã que sabia pelo que ela estava passando.

– Ei, tá tudo bem? - Ginny indagou enquanto alisava os fios loiros, ainda abraçada com Luna.

– Não, não tá nada bem. - Luna choramingou, não de uma forma dramática, mas desesperada.

– Calma, eu tô aqui. - A ruivinha continuou a pentear os cachos loiros mal formados da amiga com a mão. - Shhi, eu tô aqui. - Tentou acalentá-la quando percebeu um soluço baixo escapando pelos lábios de Luna.

Ficaram abraçadas por minutos, o único som ouvido era das ondas que se formavam no mar.

– Seu cabelo tá enorme sabia? - Comentou Ginny minutos depois quando percebeu que Luna estava mais confortada. Sabia que tinha arrancado um mínimo sorriso que fosse da amiga naquele momento. Sempre fora um sonho de Luna ter os cabelos grandes e bonitos.

– O seu também. - Luna sussurrou fracamente, olhando os fios vermelhos da amiga. A diferença deles era apenas pela cor, e pelo fato dos de Ginny serem lisos ao extremo e os de Luna terem cachos desajeitados que combinavam perfeitamente com sua pele.

As duas se separaram e Ginny encarou silenciosamente o rosto da amiga naquele instante. Luna abaixou o olhar e fitou os próprios pés. A ruivinha sorriu torto e pegou na mão de Luna. Saiu caminhando com a garota até se aproximarem do mar. Se sentou na areia morna e viu Luna se sentar ao seu lado. Olhou a loira de esguelha.

– Sabe o que eu acho? - A ruiva começou e Luna encarou os olhos azuis de Ginny. - Acho que precisamos nos divertir. Acho que você.. - A ruiva apontou o dedo em direção á Luna. - precisa se divertir.

– Desculpe se está sendo as férias mais chatas da sua vida. - Luna pediu, desanimada e culpada.

– Não, eu estou contigo. - Ginny sorriu de uma forma reconfortante. - Mas.... - Luna contraiu as sobrancelhas ao perceber o tom maroto de Ginny ao falar a palavra "mas".

– O que você aprontou? - Indagou a loira marotamente.

– Chamei alguém legal pra passar uma noite com a gente. Quero dizer, contigo. - A malícia no tom de voz de Ginny fez Luna quase arregalar os olhos.

– Do que você tá falando? - Luna praticamente se levantou da areia com um pulo.

– Ah qual é, Luna. Você sabe do que eu tô falando. - Ginny se levantou e ficou frente a frente com a amiga, que cruzara os braços.

– Ginny, se tá falando do Nev.. - A loira começou e viu a ruivinha abrir um sorriso malicioso.

– Não só estou falando do Neville, estou falando de sexo com o Neville. - Argumentou de forma clara e viu um tom de vermelho vivo pintar as bochechas de Luna.

– Ginny, não acredito que chamou ele! - Luna repreendeu, mais corada que nunca.

– Fala sério, ele é um gostoso. - Ginny enfatizou a palavra final e viu Luna rir com vergonha.

– Ginny, eu não quero sexo com o Neville. - Retrucou a loira entre a risada.

– A é, esqueci que você tem preferência por doninhas albinas. - Debochou a ruiva recebendo um gesto obsceno do dedo do meio de Luna.

– Já tinha cortado esse tipo de relação com o Nev e você sabe! - A loira continuou, dessa vez séria.

– Pô Luninha.. nem um oral? - Propôs a ruiva, diminuindo a oferta.

– Quer ir no meu lugar? - Luna passou por Ginny esbarrando propositalmente no ombro da amiga, que riu maldosa.

– Se você me permite. - Retrucou com animação e pôde ouvir uma risada de deboche de Luna.

– Tem o Potter, sabia? - A loira provocou quando Ginny a alcançou, e as duas voltavam para o chalé.

– Vai se ferrar, lunática. - Ginny empurrou Luna enquanto retrucava e arrancava uma risada alta da loira.

Quando as amigas adentraram o chalé, se entreolharam de imediato. Ginny até poderia rir, mas sabia como Luna ficava, emocionalmente, perto do "loiro problema". Draco não parecia diferente em relação ao olhar que trocou com a loira. Ao mesmo tempo que Luna sentia vontade de colocar a confusão que lhe atormentava ás claras, ela queria fugir o máximo possível daquele garoto. E o destino nunca conspirava a seu favor.

– E então Luna, quer escolher sua roupa para sair com o Neville essa noite? - Indagou Ginny em uma proposital forma de tentar descobrir o que Draco era capaz de sentir pela amiga. Ciúmes? Seria possível?

O olhar do garoto semicerrou várias vezes e a atenção que Luna ganhou veio de ambas as partes, Draco e Harry. A loira olhou Ginny sem entender, mas a fuzilando internamente com o olhar.

– Quem é Neville? - Fora Draco quem perguntara fingindo não o conhecer. Ginny levou um dedo á boca e mordiscou sua unha, sua expressão de ingenuidade chegava a ser engraçada para Harry, que olhava de Luna para a ruiva, constantemente.

– Meu amigo, porque? - Não querendo ser grossa, mas já sendo. Esse era o tratamento bipolar que Luna tinha com Draco.

– Vai sair com seu amiguinho é? - Debochou o loiro, empurrando o jornal que pertencia ao seu pai para o canto do sofá.

– Você realmente não precisa saber da minha vida. - Luna retrucou entredentes e passou por Draco, que colocou a perna na frente da garota antes que ela o fizesse. Se levantou e ficou frente a frente com ela.

– Você é um saco de problemas sabia? - O loiro a fitou. - Em uma hora está tudo bem, fala aquelas coisas lá na cozinha pra mim, outra hora é uma idiota por completo como está sendo agora.

– Você pode sair e ficar com suas putinhas e eu não? - Debochou a loira cruzando os braços. Ginny e Harry observavam a cena e a ruiva pensava se Luna não se lembrava de que estava sendo observada.

– É totalmente diferente. - Retrucou Draco com raiva.

– Machista. - Luna cuspiu a palavra.

– Insuportável. - O loiro a segurou pelo braço. - Você é totalmente insuportável.

– Pelo amor de Deus. Vão pra um quarto. - Harry disse em um sarcasmo tedioso, e se levantando do sofá, passou por Ginny e saiu do chalé. A porta foi batida com certa força. Ginny negou com a cabeça e bufou, passando por Draco e Luna e adentrando a casa em direção ao quarto que estava hospedada.

O silêncio que pairou entre os loiros foi seguido por uma distância torturadora. Draco soltou o braço da loira, que se afastou e abraçou os braços em seguida. O loiro se virou de costas e bagunçou os cabelos. Fechou os olhos e respirou fundo.

– Espero que se divirta com seu amiguinho essa noite. - A voz de Draco soou arrastada e irritada.

– Pelo menos ele consegue me entender. - Retrucou a loira com uma mágoa clara.

– Se você me deixasse pelo menos. - Draco replicou se virando para a loira, que sentia seus olhos queimarem.

– Olha pra gente Draco. - Luna enfiou as mãos nos cabelos. - Não temos nada em comum. Nada.

– Claro que temos. - Retrucou o loiro.

– Nos odiamos. - A loira fingiu um riso. - E só.

– Não. Temos química, Luna. Você sabe que temos. - Draco deu um passo a frente e percebeu a loira estremecer.

– Não se aproxime tanto. - Ela pediu em uma súplica explícita.

– Você estremece quando eu me aproximo. - Constatou o loiro se aproximando mais.

– Draco. - Luna suspirou quando percebeu estar encostada na parede e o corpo do loiro estar próximo demais do seu.

– Olha aqui. - As mãos fortes de Draco que causavam arrepios constantes pelo corpo da loira a segurou pela cintura e os corpos se colaram. Os olhares se vidraram naquele instante. - Olha pra mim. Se quiser que eu te deixe em paz, eu deixo agora. Você só precisa dizer que não quer absolutamente nada comigo. - O loiro podia perceber que ela estava ofegante sem mesmo tâ-la feito ficar sem ar. - Olha o que eu estou fazendo. Acha que já fiz algo parecido com qualquer outra garota? Porque eu não fiz. - Luna involuntariamente levou as mãos aos cabelos platinados e arrancou um fraco e misterioso sorriso de Draco.

O loiro a puxou mais pela cintura, de forma com que apenas as costas da loira ficassem encostadas na parede, e seu quadril completamente encaixado no dele. A boca entreaberta de Luna soltava um ar quente e pesado que chegava até o rosto de Draco, tão próximo do dela.

– Não quer algo comigo? Porque eu quero contigo. Seu beijo, seu corpo, você. - As palavras do loiro saíram em um sussurro causador de arrepios por cada extensão do corpo de Luna. Ela novamente estremeceu nas mãos dele. - Se não quiser, te deixo em paz pra sempre. - O rosto de Draco tomou uma direção em trilha pelo pescoço de Luna, apenas sugando seu cheiro gostoso. A loira fechou os olhos e mordeu os lábios. Estariam eles se lembrando de que estavam em uma sala? - Mas se quiser, posso te fazer mudar seus conceitos sobre mim em questão de horas.

– Preciso pensar. - Ela sussurrou de volta, os olhos fechados, respiração ofegante, simplesmente entregue.

– Acho que com isso você pensa melhor. - A loira abriu os olhos simplesmente para se sentir envolvida pela nuca por uma das mãos que soltara sua cintura, e ser beijada. Beijada como nunca fora.

Nem hesitou, nem pensou em pestanejar. A língua de Draco invadiu a boca de Luna e a mesma correspondeu com ardor. Aquele choque que percorria seu corpo sempre que era beijava por ele fora muito mais intenso do que qualquer outro. Suas pernas perderam o equilíbrio e tinha certeza que se estava de pé era por estar sendo segurada por ele. Tinha certeza de que aquele era o melhor beijo que já ganhara na vida. Podia morrer beijando-o daquela maneira. A maneira como as línguas travavam uma guerra sensual, os corpos se roçavam em uma provocação intensa, as mãos delicadas dela puxavam os cabelos dele sem delicadez, as mãos dele provocavam a pele dela.

Mesmo não querendo parar aquele momento nunca, a loira o empurrou longe quando sentiu que poderia transar com aquele garoto até no sofá daquele cômodo se ele continuasse a beijá-la daquela forma. Levou as mãos aos lábios e acariciou-os com os dedos, enquanto olhava extasiada para o loiro que parecia tão ofegante quanto ela, mas sorria. Sorria vitorioso e com malícia. Filho da puta.

Céus, espero que ninguém tenha visto isso.


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Notas finais do capítulo

Sei não hein, sinto que Druna vai começar a se dar bem agora..

Alguém quer isso? Algum voluntário?

Xoxo, Jen