PET - 3ª Temporada - Combate nas Sombras escrita por Kevin


Capítulo 47
Capítulo 47 - Circuito




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– Eu te mato! -

O grito de Kevin ecoava por todo o local de chegada da fase do circuito. O mundo podia ver o jovem Rogério caído enquanto Kevin gritava com ele a plenos pulmões.

– Você não é treinador! - Gritou Kevin. - Você não é um treinador! -

Pokemon Estilo de Treinador
3ª Temporada - Combate nas Sombras
Capítulo 47
Circuito

Poken lia as perguntas que chegaram dos espectadores da Quest Liga. Eram perguntas e comentários dos mais diversificados, mas não havia dado seis da manhã ainda e isso fazia Poken saber que o número durante o dia tendia a aumentar.

– A Jaula dos Deuses terminou à uma hora da manhã. E a próxima etapa da primeira fase, o Circuito, começa às seis da manhã! - Poken bocejou. - Então fique acordo! -

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– Sexagésimo primeiro e segundo. - Dream coçava a cabeça. - Uma hora a menos no circuito. Tecnicamente o que muitos acreditavam ser uma boa posição. -

O homem estava completamente perdido em como desfazer a tensão que havia se armado no quarto dos irmãos Maerds. Era difícil conseguir intervir em uma discussão de irmãos, ainda mais quando você como pai não tinha o respeito de nenhum deles.

– Não precisava ter tirado Vaporeon. - Disse Kevin. - Você poderia ter aguentado muito mais lá. -

– Equipe. - Disse Julia. - O plano para o circuito funciona com nós dois trabalhando em equipe. -

Em condições normais uma lancha levaria uma hora e meia para ir até a ilha e o mesmo tempo para voltar. Restariam 21 horas para fazer o que precisavam na ilha, tempo que muitos julgavam ser suficiente. Os irmãos Maerd teriam uma hora a menos e não pareciam muito satisfeitos. Na verdade, Kevin não estava satisfeito pela irmã ter menos tempo apenas por ter resolvido retirar seu pokémon quando o dele caiu na Jaula dos Deuses.

– Sexagésimo primeiro não é uma boa posição para você! Sua melhor chance era sobreviver mais do que alguns deles. - Kevin parecia aborrecido. - Não era para abandonar a prova para me acompanhar. -

Julia parou alguns instantes. Ela suspirou e percebeu que Dream havia se calado, mas não saído. Já era difícil a situação em si, ainda tinha que ter a plateia não desejada do pai que fingia estar morto.

– Está se sentindo culpado? - Questionou Julia.

Era uma pergunta idiota para ser feita. Kevin por mais de cinco anos lutou para não ficar a sombra da irmã e nem atrapalha-la em nenhum de seus planos de alcançar seus sonhos, quando ela abriu mão de seguir em frente na Jaula dos Deuses para manter o irmão próximo e continuarem com o plano para o circuito ativo, ela não imaginou que o irmão se sentiria menosprezado. Talvez ela pudesse ter simplesmente esperado ele poder partir para a ilha.

– Seu sonho é ser Mestra Pokémon, certo? - Questionou Kevin.

Julia apenas balançou a cabeça. Ela já tinha um muitas habilidades, pokémon e um estilo próprio. Talvez pudesse ter se tornado a Mestra mais jovem de Kanto, mas tinha uma responsabilidade para com o irmão que era muito maior que o seu sonho.

– Eu não tenho um sonho e nem sei o que quero fazer ainda. - Comentou Kevin. - Não pode atrasar o seu sonho pelo meu que não existe. - Kevin pegou as mãos da irmã. - Prometa-me que dá próxima vez que eu correr o risco de atrasá-la, você vai me deixar para trás. -

– Só se estiver falando da competição. - A irmão o abraçou. - Somos só nos dois contra o mundo. -

Dream desejou não estar presenciando aquela cena. Ter os filhos tão perto, precisando do conselho deles, e ao mesmo tempo eles pareciam tão longe. A filha guardava magoas dele e pelo visto não o veria com o mesmo carinho que tinha anos atrás. O filho por outro lado tinha ainda uma pequena chance. Estava ainda descobrindo seus próprios caminhos e talvez pudesse estar lá quando ele descobrisse, ou mesmo ajudá-lo a descobrir.

– Acho que cabeças vão rolar. - A voz de Dexter ressoava pelo quarto, ainda da porta de entrada.

O grupo se virou para dar atenção ao assistente da equipe.

– Então voarão em Pidgeot até a ilha, usaram Jynx para caçar a placa de ambos usando o poder psíquico dela. Levando outro voador e um aquático grande para caso de tempestades inusitadas. - Dexter entrava no quarto sem a menor cerimônia. - Os mestres vão fazer coisas semelhantes, os Psíquicos estão com a melhor estratégia. Mas, prepara-se para ter desclassificações. Alguns não conseguirão cumprir o prazo, serão umas quatro ou cinco lanchas ou balões. - Ele deu um sorriso sombrio. - Mas o legal será quando descobrirem que não haverá pokémon para todo mundo. -

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– Será que não tem um pokémon nessa maldita ilha? -

O jovem mais novo da competição. De estatura baixa, de cabelos pretos e um olhar bobo. Rogério era o tipo de criança teimosa que nunca entendia o que os outros falavam. Chegou atrasado para a distribuição mensal de pokémon e saiu de mãos abanando pela terceira vez consecutiva, no entanto, uma pokebola caiu do céu, direto em sua cabeça. Sem entender o que havia acontecido, por não haver ninguém perto dele para ter tacado algo nele e nada parecia haver nos céus, ele ficou com a pokebola até ter curiosidade de saber o que havia nela se é que havia algo.

Elekid apareceu irritado e atacando-o. Foi uma correria por pelo menos quatro horas, até que Lekid resolveu dar um tempo para o jovem, percebendo que fora ele quem o libertou da pokebola. Acabou que o pokémon tornou-se seu primeiro pokémon e eles foram juntos para a jornada onde acabaram entrando, com menos de 5 meses de jornada, na competição de pokémon elétricos.

– Isso porque você não passa de um iniciante com um pokémon além de sua capacidade. - Uma voz assustou o jovem que caiu sentado, ao dar passos para trás.

Todos o tratavam com o respeito que um competidor da Quest Liga merecia, no entanto existia três deles que insistiam que ele não sabia o que estava fazendo.

– Cale-se Surge! - Rogério bradou olhando para a direção que acreditava estar o General.

– São quatro horas da tarde. Você está nessa competição a 10 horas, não comeu ou dormiu desde que a cerimônia de abertura teve inicio. - Surge estava sentado em uma árvore. Ele tinha uma mochila nas costas e um Raichu no colo. - Está caçando pokémons sem nem ter achado sua placa ainda. Aposto que vai perder a condução de volta. -

Rogério odiava aquele homem. Dois meses após ter saído em jornada, junto a Elekid ele começou a ser perseguido, não por ladrões, mas por policiais e agentes das forças armadas. Inicialmente eles nada faziam, apenas o enchiam de perguntas. Logo, o General Surge querendo levar seu pokémon.

– E você por acaso está fazendo o que ai em cima dessa árvore? Não vai parar de me perseguir? -

Rogério questionou irritado. Ele não negava que era difícil estar com Elekid. Ele por vezes era desobediente. Usava mais força que o necessário nos pokémons muito mais fracos que ele. E já tinha sido abordado duas vezes pela Estilo de Poder. Ele realmente chegou a pensar em entregar o pequeno parceiro, mas havia se apegado ao pokémon e de alguma forma sabia que o pokémon também estava apegado a ele.

– Vurge me trouxe para a ilha. Estou esperando-o terminar sua busca para podermos ir embora. - Comentou Surge suspirando. - De qualquer forma, estou parado aqui desde o meio dia. Não estou o perseguindo, você que está invadindo o sossego do meu espaço. -

– O Grande Surge precisa de ajuda para sair da ilha? - Rogério debochou, mas percebeu que por algum motivo estranho Surge já não estava no galho de árvore.

Foram apenas segundos entre uma piscada e um olhar para o lado e o militar havia desaparecido. Aquilo era frustrante, mas agradecia por não ter mais a companhia indesejada dele dizendo que ele era incapaz.

– Mas, se ele está atoa desde o meio dia, significa que levou apenas seis horas para fazer tudo o que precisava e eu ainda não tive pista nem da minha placa. Ou sequer vi algum pokémon para contar história. - Rogério sentou-se desanimado. Abriu a mochila e pôs-se a comer um sanduíche.

Ele havia partido com uma hora e quarenta e cinco minutos de atraso. Os barcos saíram quase todos juntos e levaram praticamente o mesmo tempo para chegar ao local, mais uma hora e quarenta e cinco minutos. Todos os capitães não zarparam antes do último que o contratara chegar, o que fez 40 competidores atrasarem três horas e meia para chegarem a ilha. Sairiam da ilha faltando duas horas e meia para o término da competição.

Cada competidor recebeu uma pulseira que mostrava sua localização. Nela existia também um leitor no qual deveria passar o código de barras de sua placa. Assim a sua posição e hora seria registrada e a pokebola da placa seria destravada.

Rogério sabia exatamente a ordem das coisas, primeiro a placa depois pokémons, mas após oito horas de prova, começou a perceber que não encontrara nenhum pokémon na ilha o que o preocupou. Via alguns competidores passando com suas placas e por isso sabia que estava na ilha certa e o capitão não havia os enganado, mas pokémon mesmo, nenhum.

– Está tudo bem? -

Uma voz feminina assustou a Rogério. Olhou em volta e viu uma garota com o uniforme da Tecpokémon. Ele reconhecia Lirian facilmente por ter visto algumas batalhas dela na televisão.

– Sim. - Disse surpreso por estar diante dela. - Estou apenas pegando um pouco de folego e energia. - Ele parou mostrando o sanduiche. - Aceita? Tenho mais alguns aqui. -

Lirian sorriu balançando a cabeça devagar e educadamente. E passou por ele. Já estava a cerca de 20 passos dele, quando Rogério suspirou.

– Espera! -

Rogério levantou-se correndo até ela. Lirian parou olhando-o curiosa.

– Por que acha que eu não estava bem? - Ele parou envergonhado. - Quero dizer... Está tão na cara assim que estou meio perdido? -

– Você está sentado na parte da ilha mais deserta. - Comentou Lirian. - Sei que ainda não conseguiu sua placa e por consequência não pegou um pokémon ainda. Está com marcas de arranhões por causa dos arbustos, olheiras de quem não dormiu, e os lábios estão ressecados, indicando que ficou muito tempo exposto ao sol. -

Rogério ficou parado perplexo com a menina. Ela realmente era uma treinadora de alto nível. Talvez Surge tivesse reparado na mesma coisa e por isso havia dito que ele não sabia o que estava fazendo. Ele possivelmente estava passando essa imagem a todos que cruzavam com ele na ilha.

Mas, algo o incomodou. Sua aparência indicava todo o resto, mas não podia indicar que ele não havia capturado pokémon ou muito menos que ele não havia encontrado a placa.

– Como sabe que não encontrei minha placa ou pokémon? -

– Você veio de barco. Se tivesse os encontrado estaria descansando próximo ao ponto de encontro e não aqui. - Lirian respondeu meio incerta e viu que ele ficou olhando desconfiado como quem não acredita. - Está bem! - Ela suspirou. - Acho que não faz mal dizer que passei pela sua placa faz uns 10 minutos. -

– Onde? - Rogério olhava para a direção que ela veio tentando imaginar como chegaria até ele.

– Acho que você não entendeu essa prova ainda, não é? - Disse Lirian indo até uma árvore encostando-se. - Você entendeu que essa prova é para eliminar quem não possui ainda as habilidades básicas de jornada? -

Rogério balançou a cabeça negativamente. Ele entendia o que deveria fazer e que tudo vinha das habilidades de um treinador, mas não via como isso estava avaliando-o de forma a eliminá-lo além de não fazer as coisas dentro do tempo.

– Vamos começar pelos pokémons, pois se começar pelas placas, você vai esquecer. - Disse Lirian. – Quarenta pessoas chegaram em cinco barcos, todos de uma vez próximo, das 10 horas da manhã. Se você visse quarenta criaturas barulhentas chegando próximo de sua casa, correndo de baixo do sol quente, o que você iria fazer? -

– Ter um ataque. - Comentou Rogério. - Mas, então os pokémons se esconderam com medo? –

– Exato! - Disse Lirian. - A maioria está escondida e duvido muito que saiam. Fora os noturnos que já estavam escondidos. Desta forma a maioria está apelando por pegar pokémon aquáticos em pescarias ou entrando no mar para tentar atrair algo interessante. -

– Mas, como assim? - Rogério não entendia. - O pokémon tem de estar na ilha para ser capturado. –

Lirian fez com os ombros que não sabia se isso era permitido ou não.

– 200 metros para dentro do mar, a partir da areia é a ilha, ainda. - A voz de Surge soou pelo local assustando aos dois. - Além disso, Lirian disse que eles estão atraindo o pokémon, significa que alguns ao invés de capturarem na água o trazem para areia, fazendo a captura de um pokémon “na ilha” -

Surge surgiu perto deles pulando do galho. Rogério olhou irritado para ele, mas voltou sua atenção para Lirian.

– Então achar um pokémon e ler nas entrelinhas das regras é o sistema de eliminação. – Entendeu Rogério. - E as placas? -

– Você está procurando por algo com seu nome que está na ilha. - Lirian pegou sua placa e mostrou-a. - Algo metálico com seu nome escrito em vermelho. Mas, quem disse que ela está assim antes de ser encontrada? -

– Ela está camuflada? - Rogério coçou a cabeça. - Mas, então como é que vou encontrar isso? Que tipo de habilidade de treinador eu deveria usar? -

– Você quer que eu pegue a placa para você? - Questionou Lirian. - Dou dá uma dica, o melhor caminho é confiar nos seus pokémon. -

– Obrigado! - Rogério corria pelo caminho que Lirian havia feito. - Vou achar, custe o que custar! -

Surge e Lirian olharam o jovem desaparecer em meio as arvores da ilha. Surge já estava dirigindo-se ao ponto de encontro. Vurge já havia capturado o pokémon que desejava e agora nada mais os prendia ali.

– Quer carona? - Questionou o General.

– Estou apenas pegando um folego para voltar. Meu Kingdra às vezes faz alguns mergulhos muito longos para me assustar. - Disse a menina. - Mas, obrigado pela oferta. Serão apenas 10 minutos para descansar. As 16:30 eu parto e devo chegar com um pouco de luz. -

Surge começou a caminhar. Vurge estava em alguma parte daquela praia, junto a Murge, esperando-o. Viu a dele rodeando a ilha, aquele era o aviso.

– Não vai perguntar o porquê eu quis ajuda-lo? -

– Com todo respeito benzinho... - Surge continuou caminhar sem virar-se para ela. - Tudo o que fez foi tornar a queda dele muito maior. -

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– Eu sou Trainen! - Reporter sorriu. - Mas isso você já sabe. -

Ele estava no estúdio na presença de Wallace o Campeão da Elite dos 4 de Hoenn. Dez competidores já estavam descansando, sendo que o primeiro competidor a completar a tarefa levou apenas 1 hora. No entanto, não quis dar entrevistas, então Wallace acabou sendo o escolhido para falar um pouco como estava sendo a competição.

– É um prazer apresentar para vocês nosso entrevistado da vez, Mestre Wallace. - Disse Trainen. - Comece falando sobre o que achou da Jaula dos Deuses e inegável vitória de Meilin na etapa. -

– Foi uma etapa interessante, revelando as características e índole de muito dos competidores. Para quem prestou atenção, pode analisar bem os adversários e saber do que cada um é capaz. Sobre a Meilin eu não diria que ela teve uma vitória, não havia um vitorioso de fato na etapa já que era meramente classificatória. - Wallace levantou uma mão pedindo calma. - Mas, diria que ela mostrou-se superior a qualquer competidor. Uma treinadora habilidosa e criativa, o tipo que com um pouco mais de experiência se tornaria uma incrível Mestra. -

– Você acha que mesmo sendo deficiente auditiva e vocal ela poderia tornar-se uma mestra? - Trainen parecia querer manter o assunto Meilin.

– O último campeão da Quest Liga foi o Mestre Thor. Totalmente cego. Então é possível que ela supere sim suas limitações e algum dia torne-se mestre. - Disse Wallace.

– Como acha que ela está se saindo nessa etapa do circuito? -

– Ela está em pé de igualdade com a maioria dos competidores. Suas limitações apenas a põem em risco caso ela se acidente. Então não poderá pedir ajuda. - Comentou Wallace. - Creio que ela passará pelo circuito sem grandes dificuldades. -

– Vamos falar então sobre o circuito, respeitando seu pedido de não falarmos sobre quem você acha que vai ganhar a Liga ou mesmo sobre suas pretensões sobre a mesma. - Trainen encontrou a oportunidade de deixar claro a quem assistia que o mestre deixou restrições a respeito das perguntas que seriam feitas. - Você foi um dos dez primeiros a retornar, qual é o nível de dificuldade desta etapa? Conte-nos o que é preciso para que o competidor consiga superar este desafio. -

– Médio. - Disse Wallace sem cerimônias. - Acho interessante você referir-se ao circuito como um desafio, no momento em que ninguém fala dele assim. - Um sorriso de Wallace pode ser visto. – O circuito é exatamente isso, um desafio. Este desafio em questão já teve seu passo a passo dado desde o inicio da abertura da Quest liga. –

– Sério? - Trainen animou-se. - Conte para nós! Ajude-nos a entender o passo a passo. -

– Não seria algo inteligente da minha parte. Eu estaria desvalorizando aqueles que perceberam por si só. - Disse Wallace com delicadeza.

– Bem... A Upi está interessada em fazer algumas perguntas... - Trainen sorriu maliciosamente.

– Mas, acho que posso apenas dar o caminho das pedras, sem revelar nenhuma informação vital. - Visivelmente desconfortável com o nome de Upi Wallace ajeitava-se na cadeira, pronto para responder as perguntas. - Deixe Upi cobrindo o namoro de Marjori e Kevin. -

– Safadinho! - Trainen caiu na risada. - Também está interessado nesse casal! -

Wallace tentou, mas não conseguiu segurar as risadas. Aqueles dois tinham uma química estranha, ninguém poderia negar.

– Foi falado na abertura sobre o que é preciso para ser um mestre. Na verdade, foi questionado o que era preciso para se tornar um mestre, bem como foi questionado o que era preciso para ser reconhecido. - Wallace parou por alguns instantes. - Reconhecer suas próprias habilidades e a dos adversários é uma das habilidades dos mestres. Se o competidor, mesmo o mais despreparado, aprender a reconhecer, ele superará esse desafio. -

Trainen ficou contemplando a resposta de Wallace perguntando-se o quanto daquilo era verdade. Não conhecia todas as respostas para vencerem aquela etapa, mas duvidava que a maioria estivesse ciente de como poderiam vencer.

– Um momento. - Trainen colocou a mão na orelha, escutando algo que lhe era falado para seu ponto eletrônico. - Noticias quentes vindas da ilha. - Ele sorriu. - Uma batalha está começando em uma ponta da ilha e na outra os pokémon estão meio ouriçados. -

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– Corre garoto! -

Kevin gritava para Rogério enquanto afastava-se dele, em meio à mata. Os irmãos Maerds, assim como alguns competidores, esperavam as quatro e meia da tarde para partirem da ilha. Era uma questão de sobrevivência.

Chegaram cedo à ilha, mas não conseguiram sair antes das 10 horas. O céu estava limpo e sem nuvens e o calor era grande. Navegar ou voar exposto ao calor das 10 as 16 da tarde era um risco a saúde, dos humanos e pokémon. Não custava esperar um pouco, repondo as energias, observando como ia os outros treinadores e até mesmo selecionando um pokémon interessante para realizar sua captura.

– Solta Aipom! Solta! - Rogério estava agarrado a calda de um pokémon que havia encontrado. Era o primeiro que ele havia visto e não queria correr o risco de perdê-lo. Além disso, aquele parecia promissor. Nunca virá um daquele e parecia bem ágil, pois se esquivou de todos os raios de Elekid. - Elekid! Ajude-me! Temos que sair daqui agora! -

Elekid usando suas descargas elétricas em vários pokémon que se aproximavam. Eles estavam completamente irritados e iniciando um ataque contra a dupla. O ataque iniciava exatamente quando os irmãos passavam e tiveram que correr, pois estavam virando alvos também.

– Elekid! Esquece os pokémon e me traz a placa! - Rogério gritava enquanto sentia a ilha tremer. – Depressa! -

Era uma confusão grande que se formou. Assim que deixou Lirian e Surge para trás ele começou a procurar em todos o locais por placas e pokémon. Resolveu tirar Elekid da pokebola para que ele o ajudasse, mas o pokémon não parecia nada satisfeito com aquilo, o resultado foi uma tentativa de choque do trovão contra o próprio treinador e quando isso aconteceu um dos raios acertou uma arvore fazendo um barulho estranho.

Quando Rogério foi conferir viu que o raio havia acertado uma placa. Não era a sua, mas ele havia descoberto o que fazer para encontrar a sua. Deveria usar os choques elétricos de seu pokémon para encontra-la.

Reconhecer suas habilidades e a de seus pokémon. O pokémon poderia rastrear a placa dependendo do tipo de habilidade que tivesse. Sonares, ondas psíquicas, ondas magnéticas, olfato apurado e outros. Existiam muitas habilidades para se identificar placas de metal no meio de uma floresta. Mas, as placas eram de um metal especial que atraiam os pokémon. Mesmo que o treinador não reconhecesse bem as habilidade de seus pokémon, bastaria observar outros que já tivessem a encontrado, ou que estivesse a procura, para perceber que seu pokémon iria para próximo da placa.

Da mesma forma aconteceria para a captura. Os pokémon da ilha estavam sendo atraídos para ficarem ao redor das placas. Aqueles que estavam muito assustados, com a invasão de pessoas que havia chegado à pacata ilha, estavam bem escondidos. Mas, os demais estavam redor da placa, achando-a curiosa.

Todo o desafio limitava-se a reconhecer as habilidades que o pokémon possuía para encontrar a placa e por consequência os demais pokémon. No entanto, o que Rogério fez foi sair disparando descargas elétricas para todos os cantos, o que irritou aos pokémon escondidos que começaram a se rebelar, sendo o primeiro o Aipom. No meio de toda a confusão ele encontrou sua placa, mas não queria largar o pokémon que encontrara para pegar a placa e a pokebola. Enquanto isso vários pokémon iam revoltando-se ao redor de Elekid sem que ele percebesse.

Kevin e Julia estavam caminhando para a praia quando passaram pela confusão e passaram a se tornar alvo. Correram, falando para o jovem fazer o mesmo.

– Ju, libera o pidgeot agora! - Gritava Julia chegando à praia.

Foi um movimento rápido de pokebola e saltar da dupla de irmãos. Eles já estavam nas costas da ave começando a levantar voo quando viram Rogério sair gritando, desesperado, sendo seguido por seus Elekid e por um grupo de pokémon enfurecidos.

– Será que devemos... - Kevin ia sugerir algo, mas uma forte explosão foi escutada do outro lado da ilha.

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– Meu barco! -

O Capitão gritou desesperado. Ele por muito pouco não estaria dentro do barco quando ele explodiu. O outro lado da ilha havia se tornado muito mais perigosa que o lado onde Rogério estava.

Muitos levantaram a hipótese de não haver pokémon para todos na ilha e a questão estava certa. A ilha não era grande e com isso abrigava pouco menos de 50 pokémon. Muitos resolveram, por isso atrair pokémon aquáticos para a praia e assim captura-los. A iniciativa era valida, o treinador precisava ser criativo e se virar com o que possuía.

No entanto, ninguém esperava atrair um raro sharkpedo esverdeado. Alguns treinadores começaram a se enfrentar para ver quem ficaria com ele. Ele foi capturado antes e faziam um pequeno torneio rápido para decidir quem ficaria com ele, mas as batalhas começaram a perturbar o lado da ilha que não estava sofrendo com os ataques elétricos do Elekid de Rogério. Agora ambos os lados começavam a atacar os treinadores que ali estavam. Um pokémon evoluiu e aprendendo o hiper raio, com a evolução, acertou uma das embarcações, criando desespero e caos a todos.

Enquanto o caos começava dentro da ilha aqueles treinadores que apenas esperavam um horário onde o sol fosse castigar menos partiram da ilha antes que as coisas piorassem. Três que vieram com os barcos, diante a situação, resolveram partir com suas próprias forças.

– É longe demais. Tem certeza que não é melhor esperarmos para ver o que vai acontecer? - Questionou Barreira usando um salva-vidas dentro de um bate chamuscado que era puxado por um Golduck.

– Temos uma embarcação a menos e todas vieram extremamente lotadas, por isso vieram mais devagar que o previsto. - Cowboy estava confiante de que ou partiam naquele momento, como podiam, ou ficariam presos na ilha com todos, sendo desclassificados. - Aqueles que vieram de balão também estão com problemas, pois os pokémon voadores da ilha o perfuraram. Logo, são pessoas demais para embarcações de menos.-

Barreira concordou com aquela visão, mas não estava convencido de que seria necessário arriscarem-se tanto. O bote era de uma das embarcações que explodira e parecia com condições de ser usado, apesar de estar visivelmente chamuscado.

– Como o incidente foi causado pelos próprios competidores não vai haver ajuda da organização. A regra foi clara, era para nos virarmos. Agora são 17:00 da tarde, serão um pouco mais de 12 horas para fazer o percurso. - Trevor estava liderando a tentativa de ir a nado, com o apoio dos pokémon aquáticos. - Nós três juntos damos conta. -

A ideia era usar os dois pokémon aquáticos que possuíam para dar a poio a ida e depois a ave noturna, recém capturada, para ajuda-los a guiá-los pela noite enquanto remavam. A orientação diurna ficava por conta dos poderes psíquicos de Golduck.

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– Placa e Pokémon de Kevin Maerd Junior. -

Kevin e sua irmã haviam chegado de volta à Quest Liga. Foi uma voo veloz e com muita gritaria por parte de Rogério que estava preso as garras do Pidgeot.

Os irmãos Maerds não tiveram a coragem necessária para deixar o jovem em apuros para trás, em especial por perceber que por toda a ilha os pokémon estavam se revoltando. Pidgeot fez um rasante afastando os pokémon selvagens de Lucas e tentou agarrá-lo com as garras, para retirá-lo da ilha, mas Elekid descarregou um raio do trovão contra eles.

O raio acertou Pidgeot, os irmãos Maerd, Rogério e Aipom, que ainda era arrastado pela calda, lutando para se livrar de Rogério. O jovem treinador caiu na areia levantando-se rápido, já estava acostumado a ser eletrocutado pelo parceiro, agarrando aplaca de metal que estava com Elekid e passando-a pelo leitor. Assim que foi permitido pegou a pokebola presa na placa e a lançou em Aipom que ainda estava atordoa pela eletricidade.

A captura foi rápida. Ele correu para pegar a pokebola de Aimpom enquanto recolhia Elekid. Os pokémon da ilha já estavam sobre ele. Sentiu-se içado e viu que os irmãos Maerds não desistiram dele. Mas, ele foi levado para a Ilha da Quest Liga pendurado na garra, como se fosse a comida da ave gigante.

– Você está legal, Ju? -

Kevin olhava para Julia para ter certeza que a irmã estava vem. Ela pareceu estar meio aérea depois do raio do trovão tê-los acertado.

– Um pouco fadigada. - Comentou Julia pronta para entregar sua placa e pokebola. - Vamos terminar aqui e levar Pidgeot e os dois capturados no Centro Pokémon. -

Kevin assentiu e deixou que a irmã fosse aos organizadores registrar sua chegada. Dois segundos se passaram e Kevin saiu correndo na direção da linha de largada e chegada, local onde fizeram Pidgeot deixar Rogério.

O garoto ainda se refazia da pequena queda, de pouco mais de dois metros. Estava para se levantar quando se assustou com Kevin chegando rápido para cima dele.

– Eu te mato! -

O grito de Kevin ecoava por todo o local de chegada da fase do circuito. O mundo podia ver o jovem Rogério caído enquanto Kevin gritava com ele a plenos pulmões.

– Você não é treinador! - Gritou Kevin. - Você não é um treinador! -

Com os olhos arregalados Rogério arrastava-se para trás, sentado, temendo que Kevin saísse das palavras para a ação. Os olhos dele estavam revoltados e parecia ser o escandaloso treinador que ele escutava dizer ser cheio de energia.

– Acalme-se! - Bradom apareceu na frente de Kevin. - Lembre-se das regras. -

– Esse patife fez uma bagunça na ilha e ainda descarregou um raio do trovão em meu pokémon enquanto estávamos montando-o. - Gritou Kevin para Brandom. - Que falar de regras? Ele quebrou a regra de não atacar fisicamente outro treinador. Se ele não for punido reze para ele não cruzar comigo nas chaves, pois na batalha ele vai descobrir pagar por isso! - Kevin berrava. - Treinador nenhum age daquela forma. - Kevin apontou para Rogério. - Você não é treinador. Você não é um treinador! Moleque! -

Kevin sentiu seu ombro ser tocado. O toque leve e suave ele conhecia bem suspirou interrompendo sua gritaria. Tentava acalmar-se antes de virar-se para dar atenção a irmã.

– O pokémon dele apenas estava defendendo-se, fizemos um rasante que o deixou ameaçado. - Disse Julia. - De qualquer forma, você já está na mesma chave que ele. E na minha também. –

Kevin virou-se aturdido olhando para irmã e depois em volta. Havia um telão que mostrava a ordem de encontro das placas. Kevin havia foi o vigésimo a encontrar a placa e Julia a Quinquagésima quinta, por isso todos ficavam na chave 5. Rogério foi o último a encontrar a placa, ou pelo menos a registrá-la. Por isso era o nonagésimo, e estava na mesma chave que os irmãos Maerds.

Estar na mesma chave que Rogério significava que eles se enfrentariam na próxima chave. Mas, estar na mesma chave que Julia significava que eles teriam de se enfrentar, coisa que nunca aconteceu ou passou pela cabeça de Kevin que um dia viria a acontecer sem ser para treinamentos.

– Eu sinto muito! - Disse Rogério levantando-se cheio de vergonha. - Eu não queria ataca-los ou causar confusão. Agradeço por terem visto que eu precisava de ajuda e esquecido e deixado de lado a... – Rogério parou quando Kevin lhe deu as costas e começou a se afastar.

– Desculpas aceitas. - Disse Julia que por alguns instantes ficou olhando o irmão se afastar. - Mas, não muda a confusão que causou. Agir daquela forma que agiu na mata com Aipom e os demais não são coisa de treinador merecedor da Quest Liga. Você pode ter feito com que outros não consigam sair da ilha a tempo ou com condições de continuar a competição. -

Rogério baixou a cabeça tentando não chorar. Deu alguns passos passando por Julia e ameaçou nem registrar sua chegada, mas estava ali. Havia chegado. Seu sonho era ser mestre Pokémon e duvidava que alguém não fosse conseguir sair da ilha apenas por causa da confusão que ele fizera.

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– Eu sou Poken falando com vocês nessa incrível madrugada. - Ele parecia mais animado que o normal. - Vocês devem se perguntar como esse incrível repórter pode aguentar ficar acordado tanto tempo. Eu respondo... Muito café e energético. - Ele sorriu sacudindo a garrafinha de café. – Eu falaria as marcas que tomo, mas não sou garoto propaganda e a Quest Liga não me permite. Então se você é dono de uma marca e quer que eu diga o seu nome aqui, patrocine a Liga! -

Poken teve a tela divida mostrando que o relógio marcava 3 minutos para as seis, o prazo final do desafio do Circuito.

– Hoje tivemos um desafio e tanto. O melhor da rodada foi Sabrina que fez tudo teleportando-se em tempo recorde. - A foto da líder aparecia. - Mas, acho que ninguém chamou mais atenção do que Rogério. Os pokémon que ele enfureceu correram para o outro lado da ilha e juntaram-se aos demais revoltados. A ilha se tornou um pequeno palco de guerra. Os competidores que dependiam da embarcação tiveram que tirar na sorte para ver quem partiria imediatamente para que os capitães tentassem ir e voltar no prazo de 12 horas que possuíam. -

A ida era a mais acertada. Se a viagem durava uma hora e quarenta e cinco, daria tempo de serem feitas mais de uma viagem. Mas, os pokémon da ilha pareciam inteligentes o suficiente para avariar a maioria dos barcos prendendo 26 participantes lá.

Conseguiram chegar a ilha, até a meia noite cerca de 46 competidores e faltando seis horas, treze competidores ainda tentavam alcançar a linha de chegada aventurando-se pelo mar em plena escuridão.

– Infelizmente não temos imagens do que ocorre com os competidores quando estão no mar, mas podemos garantir que estão vivos, esforçando-se. - Disse Trainen mostrando uma pulseira de competidor. - Essas pulseiras que eles usavam indicavam como a pessoa estava e se por algum motivo a vida deles começasse a correr risco à equipe de resgate seria teleportada para junto deles em menos de 1 minuto. -

Muitos telespectadores presenciaram a tentativa desesperada dos 18 competidores em alto mar, saindo da ilha em botes destruídos ou jangadas improvisadas. Muitas mensagens questionando a segurança de todos foram feitas, e ali estava a prova de que eles estariam bem.

– Imagens urgentes da chegada! Parece que avistaram alguns competidores que estão chegando. Será que dá tempo? -

A imagem ficou toda voltada para o mar, onde uma jangada e um bote chamuscado estavam aproximando-se da praia.

– Remem! -

Na jangada 4 competidores remavam com remos improvisados, enquanto todos podiam ver um exausto pokémon voados a bater suas asas para impulsionar a jangada por uma vela improvisada com as roupas e agasalhos dos quatro participantes.

– Falta pouco! -

O bote chamuscado estava sendo impulsionado apenas pelos remos. A um determinado momento todos pularam na água deixando tudo o que podiam deixar na jangada ou bote e começaram a nadar. Viam que restava apenas um minuto e restava apenas pouco mais de 20 metros de água. Alguns até conseguiam ficar de pé.

Os sete corriam ou nadavam, pulando desesperados para alcançar a linha. Havia um grande cronometro marcando o tempo restante, a contagem regressiva os pressionava. Os holofotes cegavam-nos, mas agradeciam por eles estarem ali, pois as luzes deram um folego a mais para eles na fase final.

– Placa e pokémon capturado! - Alguém gritou da linha de chegada. - Tem que colocar na mesa! –

Era um aviso para ajuda-los. Uma multidão gritava os apoiando. Queriam entrar e ajuda-los, mas o que poderiam fazer naquele momento?

Os três do bote conseguiram chegar. Foram mais rápidos. Trevor colocou as coisas em cima da mesa e olhou para os lados. Barreira colocava tudo na mesa e caia para trás, exausto. Tossia e parecia estar realmente a ponto de ter um ataque. Cowboy após colocar tudo na mesa abaixou-se apoiando as mãos nas pernas começando a retirar a roupa molhada.

Trevor olhou para o relógio. Dez segundos. Procurou os quatro e lá estavam eles saindo da água.

Um apoiando o outro. Parecia que alguém não conseguia mais andar os outros tentavam carrega-lo.

Trevor iniciou um movimento para correr até eles, mas caiu. Estava fadigado demais para ajudar.

NOVE SEGUNDOS.

– Bruno! Você consegue correr ainda! Vai! - Maria Paula era a menina sendo carregada. Na jangada teve o pé imprensado e agora ele doía bastante para ela conseguir correr, podia apenas dar pequenos passos. - Pela gente! -

OITO SEGUNDOS.

– Todos ou nada! - Gritava Bruno esforçando-se para ir mais rápido na tentativa de carregar a menina que pedia para ser deixada.

Gustav já estava caído atrás deles, tossindo devido a ao frio. Ele possuía sinusite, asma e alguns outros problemas respiratórios. Seu bracelete já havia iniciado o alarme de resgate, mas viam-no tão perto da marca que tentar que apenas o observavam de perto dizendo que se ele se acalma-se ele poderia. Ou precisava dizer que não conseguia.

SETE SEGUNDOS.

– Não... Não... – Ele fazia sinal de que não conseguia respirar direito. Também havia bebido água quando pulou para iniciar a corrida da jangada até a a linha de chegada.

Bruno viu o amigo começar a ser atendido pelos paramédicos. Ele já não podia mais cumprir a prova.

SEIS SEGUNDOS.

– Força Celia! - Gritou Bruno.

A menina tremia enquanto tentava carregar à amiga. Todo o corpo doía das remadas e forças para se manter na jangada que sacudiu bastante em alguns pontos.

CINCO SEGUNDOS.

– Vai Bruno! - Disse Celia parando de andar. Não conseguia mais.

– Não! - Berrou o garoto de imediato.

QUATRO SEGUNDOS.

– Vai Buno! - Maria Paula gritou junto com Cela. Agorta a menina carregada se jogava para cima da amiga que não aguentava mais, tentando sair de cima dos braços de bruno.

TRÊS SEGUNDOS.

– Bruno... - O gemido de Gustav pode ser escutado por Bruno.

DOIS SEGUNDOS.

Bruno saiu correndo com a placa e a pokebola na mão. Suas pernas estavam bambas e ele sabia, não tinha como. Não ia conseguir.

UM SEGUNDO.

– Placa e pokémon capturado! - Ele saltou e arremessou os dois objetos na direção da mesa.

Ele caiu no chão e escutou o apito que anunciava o fim da prova, bem como os primeiros raios de sol que banhavam a praia onde estavam. Ofegante e chorando ele não conseguia conter as lagrimas. Faltou tão pouco. Se tivessem sido mais rápidos em decidir fazer a jangada, ou se tivessem um pokémon aquático que servisse para viajar nele.

Os aplausos começaram e Bruno suspirou começando a enxugar as lagrimas. Até ele aplaudiria todo o esforço que fizera. Mas, aqueles quatro amigos tinham ido o mais longe que podiam e realmente mereciam os aplausos ele levantou-se se virando para seus amigos que recebiam cuidados médicos.

– Você precisa de cuidados? - Questionou um paramédico aproximando-se dele e já o examinando sem que ele pudesse dizer algo. - Foi o melhor lançamento que já vi. Deveria jogar basquete. -

Bruno franziu o cenho e virou-se para a mesa, atrapalhando exame do paramédico. Lá estavam pokebola e placa que ele havia lançado. Em cima da mesa. A placa totalmente na mesa e a pokebola, que rodou pela mesa, mas foi parada por Trevor.

– Não vá nos envergonhar! - Gritou Maria Paula sendo levada para a ambulância. - Durma bastante e chegue derrote um competidor por cada um de nós. -

Bruno ainda estava chocado com o lançamento que havia feito. Via os amigos sendo levados e tentava compreender como aquilo poderia ter acontecido.

– Parece que temos então 50 competidores para a fase de chaves. - Poken voltava a falar animado. – A primeira batalha das chaves será ainda hoje, as 18 horas. Então, não saia daí porque temos muito mais da Quest Liga para você! -

<><><><><>

O refeitório ainda estava silencioso. A maioria dos competidores que conseguiram chegar estava dormindo, ou no hospital. Rogério esteve ali durante toda a noite, assistindo sozinho desenrolar dramático do final da tarefa do circuito.

– Sente-se culpado? -

A voz assustou Rogério. Ele virou-se e viu a velha Mestra Agatha aproximando-se dele. Ela trazia consigo uma bandeja.

– Por que está aqui tão cedo? - Questionou ele.

– Velhos tem hábitos madrugadores. - Comentou a velha ajeitando suas coisas para o café da manhã. - Espero que não acredite que todos estão dormindo. Estão em seus quartos fazendo o que você fez daqui, acompanhando o resultado da prova. - A velha bebericou o café. - A pergunta é porque você fez isso daqui. -

Rogério balançou a cabeça entendendo. Olhou e percebeu que o café estava servido. Levantou-se, mas foi parado pela Mestra que segurou sua mão.

– Se ficou aqui a noite pensando em acompanhar o desenrolar, as pessoas que dizem que você não é um treinador tem razão. - Disse a Mestra. - Um treinador ficaria em seu quarto descansando ou se a culpa o corroesse ficaria na chegada torcendo por quem supostamente atrapalhou. -

– Fiquei aqui porque não queria dormir antes de tomar uma decisão. - Disse Rogério. – No quarto eu dormiria, certamente. -

A mestra o olhou durante algum tempo e voltou ao seu café.

– Existe pokémon maléficos? - Perguntou Rogério percebendo a surpresa de Agatha que olhava.

A mestra nada disse por alguns instantes. A resposta era sim. Existia pokémon milenares como os legionários. Existia pokémon com instintos tão aflorados que atacava qualquer coisa que fosse diferente dele. Existia aqueles que passaram por traumas e assim como humano tornavam-se destrutivos. Sim, pokémon maléfico existia.

– Não. - A resposta de Mestra era uma mentira. - Ninguém nasce bom ou mau. Cada ser tem seu instinto de fazer algo e as vezes sugerem que ele faça algo, as vezes esse algo pode ser mau. - Ela parou por alguns instantes. - Mas, não existem pokémon maléficos. Pelo menos, não permanentes. -

– O que isso quer dizer com não é permanente? - Questionou Rogério.

– Significa que se o seu pokémon age de forma maléfica, você pode mudá-lo. - Disse Surge aparecendo. - Só não sei se você consegue mudar um pokémon que foi da Estilo de Poder. -


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando... estou preparando uma surpresa de Natal para vocês!



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