O carro sacudia bastante. Gostaria de reclamar, mas as dores dos últimos golpes levados ainda estavam presentes pelo corpo. Era melhor não ter tentado resistir desde o começo, afinal lutar contra dez agentes da Equipe Rocket não tinha o menor sentido. Especialmente quando sabia o que eles queriam.

Mas, se você está dormindo e alguém arromba a porta do seu quarto, você bate e corre primeiro, vai identificar quem são os malucos, bem depois. Se pudesse ter identificado à roupa negra com o R vermelho reluzente no peito, não pensaria que era a Estilo de Poder, e assim não teria se rendido de imediato. Agora tinha um saco preto na cabeça, mãos amarradas nas costas e sendo levado num veículo fedorento que sacudia.

Há semanas que bons treinadores eram surpreendidos por agentes da Equipe Rocket. A turma era levada para estádios improvisados onde eram forçados a fazer uma batalha total que era transmitida pela internet. Era como se estivessem fazendo um programa onde o desafiante desses treinadores sequestrados estivesse interessado em mostrar todas as suas habilidades.

– Você terá 3 minutos para pegar seus melhores pokemons. - O furgão havia parado e algumas instruções começaram enquanto o grupo saia deixando. - Trevor Gutmor, você foi escolhido para enfrentar um treinador em busca de seus sonhos. Ele agora se encontra na fase de pegar Campeões de Ligas. - A voz fez uma pausa enquanto retirava as cordas das mãos de Trevor. - Bem vindo a Operação Mestre por Popularidade. -

Trevor sabia bem daquilo. A primeira vez que escutou aquilo foi de sua irmã, Amanda Gutmor, temendo ser a próxima vítima dos Rocket e a operação Mestre por Popularidade. Uma operação audaciosa, mas muito inteligente. Pegar um treinador e fazê-lo enfrentar diante de todos, via internet, os maiores treinadores do conjunto da Quest Liga. Não existe prova maior de que alguém é melhor que alguém que os fazendo enfrentar-se.

Amanda temia ser aproxima, pois foram cinco treinadores do nível dela sendo sequestrados para a luta. Ela conhecia alguns como Meilin, Juliana e Arentilmar. Nos vídeos esses foram classificados como treinadores medianos. Outros cinco foram intimados a lutar, agora líderes de ginásio. Dante Kombat, Erika, Juan, Norman e Jasmine tiveram seus ginásios invadidos e foram derrotados.

Trevor começou a acompanhar as batalhas forçadas quando os treinadores classificados como em ascensão. Barreira, Cowbroy, Choc e Lirian eram os que ele conhecia. Muitos esperavam ver Marjori, Julia ou Kevin, mas ao que parecia eles estavam desaparecidos. Trevor preocupou-se quando o nível dos treinadores novamente subiu. Agora eram os Campeões.

O primeiro a ser enfrentado foi Music, campeão da Copa Equipe. O que gerou especulações se Kevin e Marjori não seriam enfrentados naquele momento e quando Lubia iria dar o ar da graça. Mas, o segundo convocado acabou sendo Trevor, o campeão inegável de Jotho.

– Eu não esperava ser o próximo. Mas, felizmente já estou com meus pokemons para essa batalha ridícula. -

Trevor retirou o capuz e viu como o veículo era mal cuidado. Parecia ter disso retirada de um lixão ou ferro velho. Encarou o Rocket mascado que certamente era uma mulher e olhou para a saída. Tinha certeza de já ter escutado aquela voz antes, mas ainda havia uma modificação básica feita pelo material da mascara que abafava e deixava a voz meio rouca. No entanto, pendurado com muito cuidado e protegido por um plástico, sua roupa de jornada. O lenço laranja para a cabeça, suas calças, camisa e jaqueta para pendurar pokebolas, interna e externamente.

– Receberá os calçados quando for sair. - Disse a voz feminina sentada encarando-o. - Gaste o tempo que quiser, estamos com bastante tempo até a transmissão. -

Trevor inclinou-se para a roupa e olhou para a mulher vestida de negro com a face escondida pela mascara. Ficou a olha-la por alguns instantes e depois olhou para as roupas. Sorriu de forma debochada e tirou rapidamente a calça de seu pijama, com cueca e tudo.

– Se você pretendia me deixar sem graça ou me fazer sair daqui não conseguiu. - Disse a mulher sem mover a cabeça. - Já vi maiores e melhores, mesmo no frio e no medo. Sua classificação não ficaria como a de campeão comparado a outros que já tive que trazer. –

Trevor resmungou qualquer coisa vestindo-se rapidamente. Depois daquela tentativa frustrada, percebera que os agentes não fariam nada com ele que pudesse impedi-lo de lutar com tudo o que tinha e claramente não permitiriam que ele fugisse. Ele teria que lutar e por algum motivo que ele mesmo desconhecia, ele queria lutar.

Trevor tinha o sonho de ser Mestre Pokemon e estava a poucos meses de ir a Quest Liga e consagrar-se Mestre Pokemon. Mas, a vida havia apresentado uma forma mais rápida. Os Rockets queriam criar um Mestre por aclamação popular e ele poderia se valer disso derrotando o queridinho dos Rockets. Se ele vencesse ele seria o melhor. Claro que ele entendia que ainda falta um pouco para que seu adversário viesse a ser aclamado como mestre, mas a luta de hoje faria um dos dois ser reconhecido como aspirante a mestre com certeza.

Trevor acabou de vestir-se e saiu, recebendo de imediato os calçados que eram bem diferentes do que ele esperava. Algo acolchoado e tecnológico. Certamente um coletor de dados para a batalha. Ele lembrava-se de ter dados como pressão sanguínea, batimentos cardíacos e outras coisas médicas que ele não entendia de onde saíram.

– Bem... Vocês realmente são ousados. - Comentava Trevor olhando ao seu redor. - O estádio da cidade de Condor em Jotho como palco para esse evento é algo realmente interessante.

Condor era uma cidade de Jotho sem tradição no mundo pokemon e uma das poucas que não sofreram ataques da Estilo de Poder. Justamente por isso acabou tornando-se uma cidade importante e próspera para a região. Chegando a ter quase 2 milhão de habitantes. A cidade sempre possuiu um estádio esportivo que abrigava os mais diversos tipos de eventos, poucas vezes batalhas pokemons aconteceram ali, mas parecia que hoje a cidade adormecida seria palco de uma de titans.

Era três da manhã e isso era a única coisa que incomodava a Trevor. Ele foi capturado a meia noite o que significava que eles tinham viajado por quase três horas, o que seria muito em qualquer situação. Mas, ao olhar as condições do veículo que os levou e pensando que ele estava nas proximidades de Newbark, ele realmente começava a se perguntar se o tempo todo esteve acordado ou se foi apenas aquele furgão que os levou até lá.

– Aqui! - A mulher jogou para ele uma sacola com frutas, sanduíches e bebidas. - Está há muito tempo sem comer. Caminhe pelo corredor, pare no meio, alimente-se e siga para a arena. Tem 10 minutos. -

Trevor encarou-a com deboche. Ele jamais comeria aquela comida, mesmo estando faminto. Viu o depoimento da maioria dos treinadores que foram capturados e sabia que tirando o medo, ninguém teve seus sentidos adulterados ou algo desse gênero. Mas, ainda assim ele não havia tornando-se campeão confiando em criminosos.

Ele jogou a sacola de comida de volta para a mulher e tentou caminhar-se para o corredor, mas uma voz o intercalou.

– Se eu comer, você come? -

Trevor virou-se de imediato para encarar o dono daquela voz abatida e amarga. Ele via as imagens nos vídeos das lutas, mas não acreditava que ele pudesse estar tão acabado pessoalmente. Careca, olheiras profundas, corpo com pele manchada e com os ossos querendo despontar. Talvez a única coisa que mostrasse que ele ainda estava vivo era o movimento continuo de seu peito subindo e descendo a cada respirar e o olhar intenso que possuía.

– Wins! - Trevor ficou sem dizer nada por algum tempo. - Então você era um membro da Equipe Rocket. -

O jovem careca nada disse. Manteve seus olhos azuis a encará-lo intensidade. Esticou a mão em direção a sacola de comida que lhe foi rapidamente entregue. Ele abriu-a, sem desviar o olhar de Trevor. A sua outra mão foi até o saco e retirou uma maça que ele mordeu sem sequer olhar o que era. Deu algumas mastigadas e depois colocou a maça mordida na sacola.

– Posso fazer isso com tudo que estiver aqui dentro, mas acho que fica deselegante oferecer alimentos mordidos a um convidado. - Diz Wins a meia voz. - Agradeço por estar aqui e sinto pelos métodos. - Ele estendeu a sacola para Trevor. - Estou ansioso para enfrenta-lo, campeão. –

– Só depois quer responder a duas perguntas. - Trevor ficou parado recusando-se a pegar a sacola.

– Faça-as. - Disse Wins. - Mas, talvez eu não saiba responder ou você não goste da resposta. -

– Pergunta um. -Trevor olhou os agentes por alguns instantes antes de perguntar. - Quando vai revelar o motivo para a Equipe Rocket ajudá-lo? -

– Quando eu estiver na fase de enfrentar os Mestres. - Diz Wins. - Acho que antes disso não tem motivo. Mas, entendo a curiosidade. - Wins fez uma pausa. Parecia cansado e exausto. - Qual a segunda pergunta? -

Trevor de um sorriso aberto e convencido.

– Está pronto para perder? -

Wins sorriu de volta diante do desafio. Trevor era o primeiro que entrava no clima do desafio, não encarando aquilo tudo como uma luta forçada.

Pokemon Estilo de Treinador
3ª Temporada - Combate nas Sombras
Capítulo 31

Um Sonho de ser Mestre Pokemon

– Dolphan está fora de combate e Mr Mine estão fora de combate. -

A voz robótica anunciou um empate entre os dois pokemons que estavam na arena.

– Cinco a cinco. Não... - Uma pausa longa tossindo tanto quanto poderia. - Não acreditava que eu lhe daria muito trabalho, não é? -

– Confesso que me arrependo de fazer uma mescla do primeiro e com o segundo time. Dolphan, Golduck e Jumpluff são pokemons para vencer Kevin. Um segundo time formidável. Junto a Ursaring e Tyranitar sera uma equipe para ser totalmente forte. - Trevor o encarava um pouco tenso, acreditava que três deles dariam cabo de todo o time de Wins, mas ele era muito mais forte do que esperava-se.

Wins era o filho de Giovanni que ninguém conhecia. Quando decidiu tornar-se o líder de uma organização criminosa ele certamente não esperava que suas escapadas gerassem um filho que iria sonhar em ser mestre pokemon e o repudiar todo o seu trabalho. No entanto, talvez a maior surpresa da vida daquela família era o criminoso querer ser um pai dedicado e o filho ter uma doença rara.

Mesmo a Equipe Rocket não conseguiu uma cura. Pokemons raros, experiencias cruzando pokemons com humanos como ocorreu com Price de Mahogany e muitos outros não resultaram em nada que pudesse salvar Wins. Sabendo que o fim do filho se aproximava, muito mais rápido que o seu, Giovani decidiu construir o que ele acreditava ser o plano para fazer uma pessoa um mestre pokemon, em menos tempo que o necessário.

Permitir que seu filho realiza-se seu sonho antes de morrer. Antes que a doença acabasse com ele. Se ele enfrentasse os maiores treinadores e saísse vitorioso, ninguém poderia dizer que ele não era um mestre. Se o mundo o aclamasse como mestre, o que era um misero título dado por uma organização?

Ao leito de morte a tarefa foi dada a Misty. Enquanto os demais tentariam vingar Giovanni, ela e alguns poucos agentes, fariam o sonho do filho de Giovanni se realizar. Misty tinha o que era preciso, não apenas as habilidades da equipe Rocket, mas o conhecimento artístico para transformar a tarefa em um show.

O único problema que Misty tinha era o tempo. Wins já estava para morrer e os remédios e toxinas colocavam-no de pé por algumas horas, mas diminuindo seu raciocínio e habilidades. Infelizmente o planejamento de Giovanni não poderia ser diminuído ou poderia falhar. As pessoas precisavam torcer pelo Wins, precisavam acreditar no potencial dele e ignorar que ele estava sendo guiado por criminosos.

Tenho que vencê-lo em 10 minutos. O efeito das toxinas acabaram e eu vou sentir tanta dor que não poderei mais lutar. Não achei que ele fosse segurar Três horas de luta . Preciso me apressar. Respirando com dificuldades e já sentindo que seu tempo naquela luta estava no fim Wins começava a se preocupar com o ritmo da luta. Ele não poderia tomar os remédios ou qualquer outra coisa durante a luta. Assim eram as regras oficiais da Liga Pokemon e ele queria segui-las a risca, mesmo aquela não sendo uma batalha oficial.

– Starmie, vai!. - Gritou Trevor.

– Salamance! - Convocou Wins.

Os dois pokemons se encararam. A diferença de tamanho era gritante, mas parecia não haver grandes preocupações quanto a poder. O nível de ambos era grande, e talvez Starmie fosse mais forte.

Starmie começou a girando e ganhando o ar. Disparava jatos de águas fortes e tentava impedir que seu adversário levanta-se voo. Salamance não se intimidou com os golpes que estava levando, impedido de voar seguiu o comando de seu treinador, fúria do dragão. Uma forte rajada de fogo. Starmie escapou facilmente, iniciando um hidrobomba.

Girando e disparando água por todas as pontas Salamance começava a ser enxarcado.

– Eu sei o que quer e não vai acontecer! - Wins gritou.

Trevor olhou para. Ele estava agachado no chão como se tentasse não se contorcer, ele não entendia o motivo, mas não iria ligar para aquilo. Era impossível que ele soubesse seus planos.

Eu vou morrer antes dessa luta acabar. Tenho que terminar tudo em um golpe. Ele está molhando Salamance e o local para congelar tudo em um único movimento. Wins já havia entendido a estrategia, podia ver por trás do plano de seu adversário com muita facilidade. Os golpes era fortes, mas não estavam sendo tão efetivos para Trevor estar tão tranquilo. Ele estava montando um ataque aos poucos e Wins não permitiria.

– Meteoro do Dragão. - Berrou o Wins em um misto de dor e convicção.

– Tempestade de Gelo. - Gritou Trevor.

Uma grande bola de energia subiu, saindo da boca de Salamence enquanto Neve caia para todos os lados. A bola de energia subiu e explodiu como de fosse fogos de artificio e seus fragmentos foram todos em direção a Starmie. A pokemon de água tentou evadir e defender-se, mas os fragmentos explodiam o impacto fazia ela ir na direção dos próximos até que um atingiu-a encheio. Fazendo parar de se mover.

Trevor olhou irritado, mas percebeu que seu ataque fora feito com sucesso. O pokemon adversário estava completamente preso no gelo, ao mensos as partes mais importantes, e era nítido que havia ficado muito enfraquecido tendo levado um golpe tão efetivo e ainda estando em contato daquela forma.

O pokemon de Trevor precisava apenas girar contra o corpo de Salamance que estava exausto e sem forças. O dragão voador tinhas as asas e as quatro patas ligadas. Não conseguiria usar a calda para defender-se ou usar um grande ataque.

Starmie tentou sair de seu lugar, mas caiu sem conseguir sair do lugar. O rugido de Salamance ecoou exigindo a declaração de sua vitória. Trevor caminhou pela arena, não querendo aceitar qualquer opinião dos agentes Rocket. Chegou perto e sem tocar em sua pokemon percebeu que ela estava inconsciente. Suspirando admitiu que ela tinha sido nocauteada de alguma forma. Era impossível, já que ela só havia levado um único golpe.

Virou-a rapidamente, para poder retorná-la após verificar o dano na frente, já que atrás ela não tinha um único arranhão e então viu, o cristal central completamente destroçado. O restante do corpo não possuía um único arranhão, o que indicava que Ataque de Meteoro do Dragão colidiu somente no cristal, o que o levou ao nocaute. Era um golpe devastador, mas não tinha como ser tão preciso.

– Como pode ter sido tão preciso? - Trevor estava em choque. Tremendo diante da descoberta não acreditava que um de seus pokemons mais fortes caíra daquela forma, por um golpe certeiro.

Wins já tossia desesperadamente, e fazia caretas de dor, tentando não gemer diante as câmeras, olhou para trás apenas para ver a Agente que estava a todo tempo protegendo-o, Misty. Ela era a resposta. Treinou diversas vezes contra a Starmie da ex-líder de ginásio, Salamance sabia como abater aquele pokemon, só precisava esperar o momento certo.

– Eu vou admitir que... - Trevor recolhia seu pokemon e preparava-se para admitir que havia sido derrotado brilhantemente, mas o que viu foi um oponente a tossir sangue já a espernear de dor em frente as cameras. - WINS! -

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Era manhã em Hoeen e a operação para desmantelar a Liga das Sombras havia sido efetuada com sucesso. Com exceção de 11 participantes que conseguiram fugir, todos os envolvidos da noite haviam sido presos e com isso tudo tinha chegado ao fim. Eles ainda não haviam conseguido identificar todos os fujões e provavelmente seria difícil rastreá-los já que para fugir de um cerco policial como o feito a noite passada eles tinham habilidades bem distintas.

– Pelo que pudemos analisar os que escaparam foram Claudius, Peter, Nivek que na verdade é Kevin, Murilo e mais sete que estavam próximos de vocês quando identificaram a Cintia na torre. - A Oficial Jane estava com Lucas e Elisa em uma campina. - Acredito que aqueles sete por algum motivo possuíam uma boa rota de fuga e planos para sumir de vista. -

Elisa ainda sorria, mesmo estando algemada, o contrário de Lucas que não estava algemado mas estava com uma expressão perturbada. Elisa não sabia da emboscada até que fora surpreendida pela policia, tudo fez parte da preocupação de Nivek e Lucas. No final seus clientes estavam livres e apenas ela seria presa, somente se fizessem algo muito idiota eles seriam identificados pela policia.

– Aquele Murilo já tem uma lista corrida bem grande por agressões, roubos e picaretagens, sempre esbarra com a policia de algum lugar e acaba sendo preso, mas era considerado alguém de pouca periculosidade. - Ela deu uma risada. - O que significava que todos os policiais eram massacrados por ele antes que eles se dessem conta de com quem estavam lidando. Agora, temos a verdadeira extensão dos poderes dele. -

A maioria levava um vida de delitos e e obscuridade, independente da Liga das Sombras. Poucos eram aqueles que estavam envolvidos e tinham uma casa, uma família e um futuro que acabaram em um momento de desespero abandonando em nome de uma aventura que claramente daria errado.

– Bom... - A Oficial Jane retirou as algemas de Elisa deixando-a perplexa. - Vou soltá-la apenas porque Lucas precisa de ajuda. - Ela fez uma pausa entregando uma carta a cada um. - A juíza permitiu que todos os que estivessem junto com Lucas que não tivessem cometido crimes de roubo, morte, ou algo contra o bem estar publico, apenas vive-se na ilegalidade, poderia receber uma pena branda. - Ela ponderou com o dedo. - Os que não estiverem junto com Lucas, mas estiverem na mesma situação terão o mesmo treinamento, mas terão de ser fichados e farão trabalhos comunitários. - A Oficial estendeu documentos aos dois. - Caso tenham algum problema são documentos que provam que foram liberados devido a cooperação, já tendo pago por seus crimes. Não podem atuar como treinadores, coordenadores, ou qualquer outra profissão que atue usando pokemons em competições, por 3 anos. Mas, aconselho a nunca voltarem para o mundo das competições ou fazerem nada que os exponham. Alguns dos que foram presos são vingativos e perigosos, um dia eles podem sair, ou talvez até fugirem. Nada liga vocês a tudo isso, mas acredito que vocês possam ter feito grandes inimigos que possam querer vingar-se 10 ou 15 anos depois. Ou quem sabe eles podem identificá-los e achar alguém que compre a história de que um dia vocês estiveram a margem da lei e as coisas fiquem sem controle para vocês. - A oficial suspirou. - E o agravante é que um organizador morreu, outros dois estão presos, mas o desgraçado do Claudius está livre e não será preso. -

Elisa parou de sorrir e olhou para Lucas que estava tão confuso quanto ela. Não havia motivos para Claudius não ser preso. Por que eles continuariam livres?

– Claudius esteve aqui! - Disse Lucas. - Eu vi, todos viram. Ele foi a arena. - Dizia Lucas. -

– Bem... vimos alguém, igual a ele e que atendia pelo nome dele. - A oficial Jane caminhou um pouco. - Temos certeza que era ele devido a ele ter liberado Cintia no passado. - Ela parou balançando a cabeça. - Mas, ele esteve a noite toda nua festa acompanhado por prefeitos, chefes de policia e outras figuras importantes. - A oficial Jane cerrou os punhos. - Temos certeza de que Claudius, Peter e Kevin não saíram da arena pelas portas, voando ou debaixo da terra. Sobra teleporte psíquico. Ele não será preso e se qualquer policial chegar perto dele, vamos ter nossa ação essa noite contestada. -

Duas pessoas não estariam em dois lugares ao mesmo tempo. O halibi era incontestável, mas Elisa sabia que não era alguém que fingia ser Claudius Maux, ela viu telefonemas, e-mails e muitas provas d que era ele mesmo. Chegou um dia a ter que ficar em seu quarto durante um final de semana inteiro porque a família de Claudius estava ali. Mas, seu tstemunho não ajudaria, já que seria uma criminosa contra uma milionária família protegida por políticos e a elite da policia.

– Mas, e Kevin? - Questionou Lucas. - Se eles foram teleportados juntos, Kevin vai saber o que aconteceu. Como ele fez essa jogada. -

– O problema é achar Kevin. - Comentou Jane. - Provavelmente Peter ou Claudius perceberam a situação critica e resolveram fugir e acabaram levando Kevin consigo, afinal todos estavam no mesmo barco. - Jane fez sinal com a cabeça. - Está ficando tarde. Sigam suas vidas e boa sorte. -

Luas e Elisa despediram-se de Jane e seguiram em direção contrária ao primeiro ponto de encontro. Eles acreditavam que estariam sendo vigiados pela policia nos próximos dias pra que pudessem capturar os clientes de Elisa. Tinham que seguir somente com seus pokemons, sem nenhum centavo no bolso e ninguém além deles mesmos.

A dúvida que ficaria por um tempo era de como Claudius esteve nos dois lugares ao mesmo tempo. Talvez ninguém nunca fosse descobrir que Peter que tinha os poderes psíquicos conseguiu fazer todos acreditarem que Claudius esteve lá todo o tempo e não apenas alguns momentos antes e depois da Taça.