PET - 3ª Temporada - Combate nas Sombras escrita por Kevin


Capítulo 3
Capítulo 03 - Algo ruim na Escuridão


Notas iniciais do capítulo

Salve salve queridos leitores.

Sei que no domingo passado falhei na postagem, mas acredito que passarei a usar o sistema agendamento isso vai ajudar bastante, né? hauhauahau

Então vamos que vamos!

Acredito que este episódio será o melhor da terceira Temporada, até agora.



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Capítulo 03 - Algo ruim na Escuridão

<><><><> Reunião da Sociedade Secreta - Meses atrás <><><><>

A penumbra do lugar deixava o clima ainda mais pesado após a crise familiar dos Maerds. Sabrina apenas observou tudo aquilo com certa curiosidade. Havia sido uma revelação que mexeria com qualquer pessoa, ela admitia que ela estava mexida com aquilo. Kevin Maerd, o pesquisador, não era exatamente a pessoa da família Maerd que ela teve mais contato ou tinha mais afeição, mas tinha vontade sondar mente dele para entender o que o fez fazer tudo aquilo.

– Vinte pessoas. - O Caçador das Sombras disse. - Vinte pessoas morreram até agora, pelas mãos dos demônios, na tentativa de pará-los. Pelo menos, vinte que de alguma forma estavam ligadas a essa sociedade. -

Estavam todos calados apenas escutando. Cada reunião, ordinária ou extraordinária, começava lembrando das pessoas que haviam morrido.

– Quando um cai, outro deve tomar o seu lugar. A posições importantes que não devem ser deixadas sem alguém ocupando, pois assim funcionamos. - O Caçador por alguns instantes. - Tudo isso começou séculos atrás, antes dos homens existirem. Os pokemons evoluíam quando alcançavam um determinado nível de energia ou quando era chegada a hora das reuniões das espécies em seus locais secretos de evolução. -

– No entanto, pokemons podem não querer evoluir. Se evoluem, se sentem desgostosos com o ocorrido, em especial se tiverem sido forçados. - Comentou a enfermeira Joy. - Um pokemon desgostoso podem agir com muita agressividade. Tanta agressividade que pode simplesmente atacar a tudo e a todos, sem ter um motivo claro. -

– Ocorreu que alguns pokemons furiosos com essa situação começaram uma rebelião. Não muitos, poucos. Mas, aos poucos um grupo de cada espécie, que não estava satisfeito com a evolução imposta levantou-se. Uma luta ocorreu entre esse grupo e aqueles pokemons que guardavam os locais de evolução. Os guardiões vieram a vencer e perceberam que talvez ninguém fosse obrigado a evoluir. Quem quisesse evoluir evoluiria, quem não, simplesmente não. Alguns ainda viraram locais de treinamento, como o Vale Charizifico. A luta dos Rebeldes teria tido resultado não fosse os pokemons fantasmas e psíquicos. - Comentou o Caçador das Sombras. - Eles não possuíam locais de evolução e queriam a destruição dos demais, acreditavam que cada um tinha que evoluir sozinho. O simples fato deles ainda poderem da existência dos centros de evolução poderia dar margem há algum dia os pokemons voltarem a ser forçados a evoluir. Então, reuniram os derrotados, quase mortos, e uniram suas almas, forças, formas e sentimentos. -

– O resultado são os demônios. - Comentou Joy. - Os sentimentos negativos reunidos dão a eles as manchas negras. As forças reunidas e mantidas por séculos dão a eles essa força e resistência descomunal. Eles atacam tudo que encontraram devido a furia, suas mentes são as dos pokemons de séculos atrás, não compreendem nada além luta. Acham que ainda devem continuar lutando para por fim a todos os centros, como foi era o desejo dos fantasmas e psíquicos da época. -

– Que coisa louca. - Balbuciou Julia.

– De certa forma é até entendível o comportamento. Eles atacam os não evoluídos por achar que eles são inimigos em busca dos centros de evolução, já que normalmente eles encontram pokemons ligados a parceiros humanos, o que eles desconhecem completamente. E por instinto lutam com os mais evoluídos, por pensarem que são os guardiões. Ao mesmo tempo os pokemons de hoje, veem neles algo que deve ser parado, ao menos os mais evoluídos. - Poken analisava bem o que estava sendo falado.

– Por serem pokemons com uma biologia muito antiga e totalmente mutante, pela união dos vários pokemons em um, as pokebolas de hoje não conseguem capturá-los. - Disse Kurt.

– Mas, alguém conseguiu criar uma forma de aprisionar essas coisas. - Kevin deixou a mostra a piramide que estava em seu pescoço.

O grupo parou diante a possibilidade de dar um fim naquilo tudo, no entanto a esperança não pareceu animá-los.

– A questão é o tempo que temos para isso. - Diz O Caçador das Sombras. - Em seis meses a Quest liga ocorrerá nas proximidades do nicho onde a maioria deles está lacrado. -

– Quando a Liga começar, o mundo será tomado pela escuridão. - Comentou Agatha referindo-se ao momento em que o mundo seria atacado pelas criaturas.

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A falta de iluminação naquela área, durante a noite, inibia qualquer viajante. Algumas vezes, se a lua estivesse aparecendo, ela poderia até iluminar quem estivesse na estrada. Caso não, eles contavam apenas com uma pequena orientação do potente holofote do Centro Pokemon. O que não aconteceria naquela noite já que a depredação do centro foi da pichção, passando pelo saque e indo a depredação de antenas e postes de iluminação externos.

Só mesmos os pokemons noturnos que estavam na floresta conseguiriam caminhar, sem grandes problemas, mesmo mata fechada e escura. Qualquer outro procuraria se refugiar durante a noite para não acabar sendo emboscado por algum predador.

Mas, para quem estava na floresta sobrevivência também significava manter-se longe do mausoléu que estava no meio dela. Uma construção antiga, mas imponente, chegando a ter três andares contando o sótão. Uma verdadeira casa abandonada, em meio a uma clareia, que normalmente abrigaria diversos tipos de pokemons, ou pelo menos um que fosse forte o suficiente para tomar para si o lugar. Mas, nenhum pokemon habita aquele local, ou mesmo chega perto.

– O que acha que que tem lá? -

Joy fez com a cabeça que não sabia. Logo após olhou para a estrada escura. Estava ficando cada vez mais ansiosa e preocupada. Nada naquele dia estava lhe parecendo normal e sentia que algo muito estranho estava acontecendo naquela área.

Primeiro o Centro pokemon é saqueado e não havia pistas de quem fizera aquilo. O grande problema naquilo tudo seria a área ser completamente deserta. Quase ninguém passava por aquela área desde que os Ataques da Estilo de Poder começaram. Ela nunca sentira medo, mesmo estando frequentemente, sozinha naquela área. Mas, naquele dia ela já não podia mais dizer aquilo.

Não bastasse o ar de insegurança que o Centro Pokemon passou a apresentar, ainda havia a presença de Kevin Maerd Júnior. Ela estava feliz em ver o garoto que a irmã mais nova, dela, gostava. No entanto, ele parecia tão diferente do que todos mencionavam. Um ar amargurado e frio o rondava, quase como se a vida lhe tivesse sido arrancada. Era tortuoso vê-lo naquele estado e estar próximo a ele causava arrepios, parecia que a qualquer momento ele iria fazer algo estranho e inconsequente.

Mas, nada daquilo se completava aos gemidos que preencheram a noite. Era pouco mais de meia noite. Os dois treinadores que esperavam para abrigar-se no centro pokemon já dormiam. Joy e Jane conversavam na recepção tentado organizar alguns dos papeis que os vândalos espalharam e Kevin estava sentado a porta olhando para a escuridão. Em um dado momento Kevin se levantou, como se tivesse visto algo.

Com o holofote do centro quebrado, eles não podiam ver mais do que 50 metros a frente no meio da penumbra. Depois daqueles 50 metros era tudo escuridão. No entanto, Kevin parecia ter percebido algo que o fez levantar-se e mudar um pouco sua expressão vazia para uma mais alerta. Jane e Joy se aproximaram com cuidado e puderam ouvir. Um gemido, não muito distante.

Os três sabiam tratar-se de um gemido de pokemon. Ele parecia ferido e bem enfraquecido o trio se olhou e muito passou pela cabeça dos três, sem que nenhum deles compartilhasse nada. Mas, seus olhos demonstravam que temiam o motivo dos gemidos. Um Centro de Pokemon não era vandalizado daquela forma, muito menos em uma área deserta onde o único ponto de refúgio para aquele.

Jane libertou Arcanine para tentar identificar a direção do gemido e apoiar em um possível socorro. O cachorro de fogo surgiu um tanto sonolento, olhou em volta e todos puderem perceber que seus pelos alaranjados, com manchas brancas e pretas ouriçaram-se. Suas orelhas moveram-se rapidamente e logo ele olhou para a sua treinadora. Ele esperava que ela confirmasse o que ela já sabia, deveria indicar a direção do pokemon. Seu olhar não era de pronto para ação, mas sim de apreensão, até os pokemons estavam sentindo algo estranho no ar.

Jane fez algumas recomendações a Kevin e Joy e partiu. Cerca de 15 minutos e não tinham sinal de Jane, mas os gemidos ainda não tinham parado. Joy tentou manter um diálogo com Kevin, para tentar se distrair e livrar-se daquela sensação estranha, mas o jovem parecia não querer conversar muito, até que ela comentou sobre a casa da floresta.

–Eu não sei. - Respondeu a enfermeira. - Eu não entrei ou me aproximei. Minha Chansey ficava arrepiada só de estar a 200 metros de distancia e os pokemons de lá nos interceptaram. Pareciam tentar convencer a Chansey de que ir lá não era boa ideia. -

Uma área, no meio da floresta que nenhum pokemon ousava se aproximar. Um local que dava arrepios a quem olhasse e parecia estar completamente abandonada. Era como um convite a um local de problemas. Aquilo despertaria a curiosidade de muitos, mesmo em uma época onde Uma organização criminosa estava aterrorizando o mundo.

Joy percebia que Kevin pareceu ficar pensativo. Diferente do restante do dia, agora ele parecia interessado em algo. Ela poderia até dizer que ele estava cogitando visitar aquela casa em algum momento em que estivesse naquela área.

– Desculpe-me a pergunta, mas o que você veio... -

Joy parou a pergunta quando ambos escutaram um gemido seguido de uma espécie de latido. A dupla rapidamente olhou na direção em que Jane havia ido. Já enxergavam a oficial voltando, ao lado de Arcanine e carregando algo em seus braços.

– Turtwig? - Kevin identificou rapidamente o pokemon.

A enfermeira Joy ao ver o estado dele correu até a oficial. Turtwig era um pokemon planta terra. No estilo tartaruga tinha seus casco feito de terra e um pequeno galho saindo da cabeça com cerca de duas folhas. O galho parecia quebrado, seu corpo estava todo machucado, principalmente o casco. Um pata parecia bem ferida, pois pingava sangue dela o tempo todo.

– Meu Deus! - Joy analisava-o sem pegá-lo dos braços de Jane. - Eu nunca vi tantos ferimentos assim em um pokemon. Com certeza não é de uma batalha. Talvez um bando de pokemons selvagens, mas não parecem marcas de nenhum dos pokemons das redondezas. -

Jane entrou no centro pokemon com ele, seguida do grupo. Jane sabia que não havia medicamentos para tantos ferimentos. O que sobrou de material medico era o pouco que caiu pelos cantos durante o saque. Não sabia como Joy poderia ajudar aquele pokemon.

– Não é o indicado, mas usarei o Sino de Cura. - Joy apertou um botão na recepção fazendo surgir um painel com luz vermelha.

Não demorou muito para que Chansei chegasse correndo empurrando uma maca. A maca era algo pesado para ter sido roubado, o que não incluía os lençóis. As enfermeiras após Jane depositar o pokemon na maca partiram para a sala de operação.

– Sino de Cura? - Kevin franziu o cenho. - Minha pokedex fala apenas que é uma técnica curativa. Não entendo porque não seria indicada. -

Jane olhou para o rapaz sem saber o que dizer. Ela também não sabia muito da técnica, mas não conhecia contra indicações para o uso da mesma. Ao final, nenhum dos dois poderia esperar que aquela Chansey tivesse dificuldades para usar a técnica. Após usá-la ela desmaiaria ficando debilitada por algumas horas. Além disso, era necessário cuidar dos ferimentos sérios primeiro para que não houvesse uma restauração mau sucedida.

Sino da cura iria eliminar toxinas, restaurar a força e outros. Era uma aceleração do processo de cura. No entanto, já havia sido provado que a aceleração se dava a nível celular, como se novas células fossem crescendo para substituir as danificadas. Mas, devido a velocidade da criação das células, elas nem sempre nasciam corretamente. Algumas vezes ossos quebrados que não foram colocados no lugar eram restaurados no lugar errado, ou quando o número de ossos era maios, fragmentos podiam ser unir com pedaços errados. Músculos rompidos poderiam se ligar de forma errada, ou em lugares errados.

Além de todo esse problema, o Sino de Cura fazia toda uma restauração do pokemon, mas não lhe dava as vitaminas, proteínas e outros necessários para uma boa saúde. Era necessário um exame para saber o que o pokemon precisaria receber para se recuperar corretamente. O Exemplo mais claroq ue existia eram os ossos quebrados. Precisariam de alguns nutrientes para que após remendados se fortificassem. O Sino de Cura resolvia grande parte, mas não inseria tais nutrientes. Se o exame fosse feito posterior ao uso da técnica, o resultado poderia ser camuflado deixando ossos remendados frágeis e possíveis de um novo acidente.

O Sino de Cura era indicado após os primeiros socorros terem sido feitos e o diagnóstico confirmar os tipos de danos que o paciente possuía. Também muito utilizado no meio de batalhas em caso de esgotamentos e outros. Mas, em casos de acidentes mais sérios, ele deveria ser manuseado com cuidado.

– Acho que sem saber exatamente o que aconteceu o Sino de Cura pode não ser tão eficaz. - Comentou Jane.

– Neste caso me de a lanterna. - Kevin estendeu a mão. - Tenho quase certeza que aquele Turtwig é de um treinador que conheço. Mas, ferido daquele jeito, não posso confirmar. Mas, se for, ele está em algum lugar nessa escuridão. -

– Isso pode ser verdade. - Jane pareceu pensar um pouco. - Esse tipo de pokemon não é nativo daqui. Então poderia estar tentando pedir ajuda para seu treinador. - Jane sorriu. - Vou procurá-lo. Não se preocupe que se ele estiver por aqui devo encontrá-lo. -

Jane preparou-se para sair junto com Arcanine, mas Kevin posicionou-se na frente da dupla impedindo-os. Jane franziu o cenho observando o jovem. Por alguns instantes até mesmo Arcanine rosnou para Kevin.

– Sei que vai parecer estranho, mas gostaria de eu mesmo procurá-lo. - Disse Kevin olhando nos olhos de Jane. - Algo muito estranho está acontecendo lá fora nesta noite. Se você sair eu imagino que o Centro não ficará seguro. Posso dar umas voltas, ir até o senhor Carmelo e seguir o rastro feito pelo Turtwig sem me expor muito. -

Jane saltou um suspiro e fez sinal para Kevin segui-la até o lado de fora do centro. Ele olhou em volta e o fez. Era evidente que Jane sabia de algo que não queria que mais ninguém soubesse. Apesar dos treinadores estarem dormindo, ao que parecia, poderiam acordar de repente e escutar aquilo.

Do lado de fora começava um vento gelado. A noite já mostrava que seguiria com um clima estranho na escuridão que se fazia. Jane esticou a lanterna para Kevin e olhou Arcanine.

– Escute. Vou deixá-lo ir, só por você ser quem você é. - Disse Jane. - Mas, você realmente está certo. Algo estranho está acontecendo nessa área nessa noite. A três dias estamos recebendo notificações de pequenos furtos e coisas desaparecendo das cidades que rodeiam essa área. Também identificamos pessoas muito estranhas vindo para cá. - Ela parou por alguns instantes. - Enquanto você dava uma volta por aqui o Senhor Carmelo veio e falou que enquanto se despedia das crianças, viu um grupo de pokemons da floresta fugindo, de forma assustada. Ele resolveu também seguir com as crianças, para a cidade próxima, por segurança. -

Kevin balançou a cabeça dizendo que entendia. Estava acontecendo algo naquela área. As pessoas foram assustadas na intenção de deixarem aquela área ou ao menos evitarem-na. Alguém queria que a área ficasse vazia.

– Mas, como assim só por eu ser eu? - Questionou Kevin.

– Copa Equipe. - Jane riu. - Eu estava no prédio quando você foi nomeado protetor do presidente. - Ela deu um tempo para Kevin pensar e identificá-la. - Eu sei que você sabe se cuidar, por isso vou deixá-lo ir. - A oficial parou por alguns instantes. - Mas, em qualquer sinal de perigo volte imediatamente. Se não conseguir, mande um pokemon. Apenas dele aparecer aqui saberei que está com problemas. -

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Era uma gritaria grande. O ambiente até era bem iluminado com as várias tochas e a grande fogueira. As pessoas ali estavam todas agitadas e entusiasmadas, talvez houvessem duzentas pessoas ali. Pessoas com os mais variados estilos e todos acompanhando uma batalha que seguia de forma estranha.

Dois pokemons se enfrentavam na clareira, tendo a casa abandonada ao fundo. Tratava-se de um Machoke, um pokemon esverdeado de forma humanoide com aparência fisiculturista. Era um lutador e tanto. Ele estava perdendo a batalha para um Mister Mine, um pokemon também humanoide com propriedades psíquicas. No entanto, Miste Mine usava um corrente para tentar enforcar Machoke.

A luta já havia começado a mais de 10 minutos e só naquele momento começava a pender para um dos lados. Após um troca intensa de golpes, Mister mine pegou a corrente que estava enrolada em sua cintura, teleportou-se para trás de Machoke e passou a corrente pelo seu pescoço começando o enforcamento.

Machocke alternava-se em afrouxar o nó que a corrente fez em seu pescoço, para conseguir um pouco mais de ar, e fazer algo que o libertasse de vez daquela situação. Os gritos eram intensos e as pessoas pediam a queda de Machoke. Mister Mine forçava cada vez mais seus braços, para apertar o nó da corrente e por fim a batalha. Ele já tinha vários hematomas pelo rosto e corpo, mas estava convicto de que sairia vitorioso.

– Soco de fogo! - Berrou O treinador de Machoke.

A mão esquerda de Machoke se inflamou e ele atacou a corrente. A corrente se partiu no mesmo instante e Mister mine saltou para longe enquanto Machoke que arfava, procurando recuperar o fôlego. Machocke tateava o chão procurando por algo, mas Mister Mine não lhe deu tempo. Enviou um Raio Psíquico Contra o pokemon que conseguiu desviar rolando pelo chão.

O pokemon lutador se levantou agora com um pedaço da corrente enrolado em seu punho direito. Ele correu contra o pokemon psíquico que teleportou-se, fugindo a poucos instantes. Mister Mine apareceu nas costas de Machocke, mas o treinador parecia esperar tal movimento e ordenou ao pokemon esverdeado um giro com soco que acertou-o assim que ele aparecia.

Não perdendo a oportunidade Machocke saltou sobre o pokemon psíquico começando a socar sua face agora com a mão enrolada no que restou da corrente. Cada soco espirrava mais sangue de Mister Mine até que o treinador gritou que desistia.

A plateia nesse momento gritou enlouquecida e começaram a repetir o nome Machocke em brados que talvez todos na área poderiam escutar não fosse a densa floresta que abafava o som. O brado durou não mais que dois minutos, tempo dos pokemons saírem da arena e uma nova dupla entrar. Um Cubone com uma barra de metal, no lugar do osso, e um Spearow com algo de metal preso nos bicos e garras.

– Que loucura é essa? -

Kevin balbuciou espantado. Oculto a uma distancia segura, a distancia que Ratata não queria ultrapassar, devido ao medo que parecia ter da casa e não do evento que ocorria a frente dela, os dois assistiam o que parecia ser uma luta sem regras. Ele não entendia o que falavam antes de cada luta, ou conseguia enxergar o rosto de ninguém devido a penumbra e distancia, mas podia ver muito bem a luta.

– Não pode ir ainda Turtle. -

A voz foi forte e assustou a dupla oculta que apenas se abaixaram, puxando um pouco de folhas para ocultarem-se ainda mais. Eles conseguiram perceber que tratava-se de um homem cheio de músculos e vestido com um tenro preto. Ele usava um radio na cintura do lado esquerdo e segurava um cassetete na mão direita. Fora ele quem interceptara Lucas Turtle por algum motivo.

– Tenho que achar Turtwig. - Disse Lucas Turtwig. O jovem moreno que Kevin havia ajudado mais cedo e que fugira assim que Kevin se revelou. - Perdi a luta, não tenho mais o que fazer aqui. -

– Se não ficar até o final não receberá pelo evento de hoje e nem saberá o local do próximo. - Disse o brutamontes. - Você já fez merda duas vezes e o preço foi bem salgado. Não queira tentar a sorte pela terceira vez. -

Lucas simplesmente virou-se e começou a caminhar floresta a dentro, enquanto escutava os resmungos do brutamonte. Foram questão de dez segundos e sentiu uma pancada forte na nuca fazendo desmaiar.

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A cabeça doía. Tentou se mover, mas sentiu que seu corpo estava preso. Abriu os olhos, tentando recobrar a memória e os sentidos. Estava dentro de uma casa, empoeirada e com bastante umidade. Piscou algumas vezes tentando vencer a escuridão do local. Podia escutar as vozes a gritar, significava que não estava longe do evento.

Preparou-se para gritar, mas acabou desistindo. Duas possibilidades existiam para que Lucas Turtle estivesse amarrado dentro da casa abandonada. Ou o segurança do evento resolveu que ele estava fora de controle e precisava ser contido. Mas, o cara que ele deixou amarrado na entrada da floresta quando encontrou Kevin, poderia também estar fazendo sua vingança.

De toda a forma, gritar, além de inútil, poderia lhe causar ainda mais complicações. Não sabia o que havia dentro da cada e certamente que o colocou ali, ou viria retirá-lo ou o deixaria ali. Teria de esperar até o final do evento, quando todos fossem embora, para poder tomar uma ação para sair dali, se fosse o caso.

– Você é mais pesado do que parece. -

A voz fez Lucas se apavorar. Olhou ao redor no meio da escuridão, procurando o dono. Ele até reconhecia bem a voz, mas não tinha ideia de como poderia ele estar ali. Como ele poderia ter se tornado prisioneiro dele? Ele não era tão idiota.

Lucas acalmou-se por alguns instantes e sentiu que alguém se aproximou. Apenas ficou ali próximo, sem dizer ou falar nada. Parecia ter sentado-se próximo e simplesmente esperava.

– Kevin? -

Lucas arriscou uma fala.

– Está mesmo afim de conversar agora? - Kevin o respondeu secamente. - Estamos no segundo andar da casa em um dos aposentos mais internos. Por isso a luz da fogueira não chega aqui e eles não poderiam nos ouvir. Mas, como ouviriam do jeito que eles gritam. - Kevin parou por alguns instantes. - Ainda assim, você quer mesmo arriscar? -

Lucas pensou durante alguns instantes. Ele não sabia que Kevin o espreitava e rapidamente o nocauteou com o rabo de ferro do Ratata. Que ele conseguiria o carregar contornando a clareira e entrando na casa, pelos fundos, sem ser notado. O amarrando com os tecidos velhos da casa.

– Me solte! - Disse Lucas. - Preciso procurar meu pokemon. -

– Está no Centro Pokemon. - Disse Kevin. - Seguí a trilha de sangue dele até aqui. Apaguei-a, é claro, para que a Oficial Jane não a seguísse quando eu demorasse para voltar. -

– O que? - Lucas pareceu gelar. - Ele... Ele foi para … - Um pouco transtornado Lucas lutou para se libertar, mas não conseguiu. - Eu estou morto. Estou morto. Me solte para que eu tenha pelo menos algumas horas de vantagem. -

Kevin não disse nada, mesmo com Lucas reclamando por horas. Lucas nada explicava, apenas continuava tentando se libertar, até o momento que percebeu que as vozes diminuiam. Aos poucos o local começou a clarear.

A pequena Saleta tratava-se de um closet cheio de roupas antigas. A porta aberta dava para um quarto por onde um pouco de claridade entrava. Talvez, se a floresta não fosse tão densa, entrasse mais luz do sol.

Lucas finalmente conseguiu ver Kevin. Olhos sem vida, olhando para o nada. Ele definitivamente emanava um ar estranho e completamente contrário ao jovem sorridente. Ele estava sentado no chão, na única saída do Closet. Ao lado dele estava um Ratata, parado olhando atento o quarto.

– Por Deus Kevin, me solte! - Dizia ele. - Você não sabe com o que está se metendo. -

Kevin não disse nada. Pegou a pokeagenda, consultando a hora. três horas que o evento havia terminado e o último som fora escutado. Ele levantou-se fazendo um gesto para Ratata. Ratata passeou pelo quarto e desapareceu ganhando os corredores.

Kevin então abaixou-se e amordaçou Lucas que gritava alto e logo após, não muito alto. Fechou a porta do Closet fazendo o jovem Turtle voltar para a escuridão.

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– Cara, você está um lixo. - Comentou um treinador com Kevin.

Kevin havia chegado ao Centro Pokemon a pouco mais de dez minutos e sentou-se direto a mesa do café. Uma nova dupla de oficiais Janes haviam chegado com alguns suprimentos pela manhã e isso animou aos dois treinadores que pernoitaram no local.

– Cai. - Disse Kevin.

O menino estava todo sujo de terra, mas não pareceu querer tomar um banho primeiro, preferia comer antes de se limpar. Os dois treinadores que dividiam a mesa com ele até entendiam a fome do rapaz, mas não a sujeira.

– Então, estamos de saída assim que terminarmos o café. - Disse o outro. - Gostaria de nos acompanhar? Pelo que ouvimos, talvez não seja seguro andar sozinho por essa área. -

Kevin piscou algumas vezes. Vgirou a cabeça olhando para trás e viu três Oficiais Janes conversando, inclusive a que havia liberado-o para seguir a trilha na noite anterior.

– Agradeço o convite, mas acho que vou ficar aqui mais um dia. - Disse Kevin. - Mas, acho que se pedirem carona para as oficiais elas ficarão felizes em ajudar. -

Eles se olharam e sorriram levantando-se rápido para irem tentar uma carona. A caminha para fora daquela área levaria um dia inteiro se eles fossem rápido, caso contrário, iriam passar a noite no meio da estrada.

Foi apenas um piscar de olhos e no lugar dos dois treinadores estavam Joy e Jane. Elas encaravam Kevin com um olhar sério. Não pareciam nada satisfeitas com o sumiço de Kevin na noite passada. Ele não desviou o olhar o que fez as mesmas desviarem. O olhar vago e amargurado continuava.

– Desculpem só voltar pela manhã. - Disse Kevin. - Eu encontrei o treinador de Turtwig, mas... -

– Pare de Falar Kevin. - Disse Jane. - Duas para três horas as cidades próximas receberam a chegada de um número anormal de pessoas. - Jane parou por alguns instantes. - Não foram abordadas ou mesmo presas, porque não temos nada contra elas, mas tenho certeza que elas partiram desta área. -

– O que veio fazer aqui? - Questionou Joy voltando a encará-lo. - Tenho certeza que não foi você que vandalizou o Centro Pokemon, mas algo me diz que não estava de passagem. -

Kevin suspirou um pouco e tomou mais um gole do suco. Estava quase no fim da refeição.

– O que encontrou durante a noite? - Questionou Jane. - Diga a verdade. -

Kevin as olhou com seu olhar vago e aos poucos o olhar foi se tornado algo estranho. Um misto de confiança e fúria que começou a assustar as duas. As duas mãos estavam em cima da mesa e elas começaram a se fechar, sendo apertadas demonstrando o quanto ele estava nervoso.

– Eles mataram meus amigos. - Disse Kevin. - A única coisa que eu pude fazer foi olhar e chorar, implorando para os céus para não ser o próximo. - Kevin levou a mão direita para dentro do casaco. - Não bastasse isso eu fico sabendo que meu pai e minha mãe não morreram como me disseram quando mais novos. - Ele retirou de dentro do casaco uma espécie de caderno negro. - O que acham que estou fazendo aqui? - Ele colocou o livro em cima da mesa. - O que acham que eu deveria fazer a respeito da Estilo de Poder e todo o resto? -

Kevin parecia bem transtornado. Respirava de forma alterada e também falava. Joy já tinha feito menção em se levantar e afastar-se, mas Jane continuava a encará-lo. Aquilo era um sentimento reprimido muito forte. Talvez Kevin estivesse realmente fazendo algo perigoso.

Era claro que o que ele foi fazer ali, tinha algo a ver com uma possível vingança contra aqueles que mataram Détrio, Doko e Marcos. Mas o que havia naquela área que faria ele andar em meio a escuridão? O que aconteceu naquela área para que qualquer pessoa pudesse sentir o clima ruim no ar?

– O que fez a noite passada? - Questionou Jane incisiva.

– O que falei que ia fazer, procurar o treinador de Turwig. - Disse Kevin. - E também fazer o que vim fazer aqui. -

Joy se olhou para Kevin e esticou a mão tocando na mão dele, na tentativa de acalmá-lo. Mas, sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao tocá-lo. Ela recolheu a mão ainda mais assustada.

– O que veio fazer aqui? - Questionou Jane.

Kevin apontou para o livro negro que estava sob a mesa.

Jane olhou para Kevin por alguns instantes. Joy pegou o livro, abrindo-o e começando a foliá-lo. Tratava-se de um diário. Um diário aparentemente antigo. Ela esticou para Jane mostrando o nome que estava nas primeiras folhas. Tobias.

– Tobias foi um treinador de pokemons raros, ou melhor dizendo, lendários. O primeiro que se teve noticiais a conseguir ter em seu time mais do que dois lendários. - Kevin parou por alguns instantes. Começou a respirar fundo, ele próprio já sabia que estava alterado. - Ele morreu em sua própria residência, sem que ninguém chegasse a saber disso por muitos anos. - Ele estendeu a mão para pegar o livro de volta, deixou-a esticada por algum tempo até que Jane fez sinal para que Joy devolve-se o livro a Kevin. - A casa dele ficava nessa floresta. O refúgio perfeito para alguém precisava de privacidade. -

Jane e Joy ficaram surpresas com aquilo. A casa era desconhecida por muitos e só vieram a saber da existência da casa a pouco mais de 6 meses quando a enfermeira veio para o local. As enfermeiras anteriores não se aventuravam na floresta, muito menos os viajantes.

– Vim atrás deste diário. Anotações do próprio Tobias. - Kevin parou de falar.

Não precisava mais explicar o que ele veio fazer naquele local. Dali em diante, qualquer pessoa poderia entender. Ele queria vingança contra a Estilo de Poder. Também queria vingança contra o Caçador das Sombras por levar seu Pidgeot. Se ele tivesse as anotações de Tobias, um treinador de pokemons lendários, talvez pudesse se tornar alguém com nível para enfrentá-los.

Claro que Joy gostaria de saber o porque dos pokemons não quererem chegar perto da casa. Mas, Kevin não poderia dizer que Tobias morreu pelas mãos de um demônio e que ali existia sangue de demônio espalhado por todo o local, fazendo os pokemons selvagens temerem o local.

O sangue derramado do demônio ali assustava aos pokemons locais, que não tinham muito nível ou poder. Por isso Ratata relutou constantemente de entrar na clareira, apenas seguindo seu treinador, que carregara Lucas, após um período de muita hesitação. O mesmo aconteceu com a Chansey da enfermeira Joy, que não tinha coragem de se aproximar do local.

Os pokemons daqueles que estavam no estranho evento presenciado por Kevin, ao que parecia, não tinham problemas em entrar no local, devido ao nível que possuíam. Talvez o fato do sangue repelir os pokemons não era o mais surpreendente, mas sim o fato de Tobias de ter conseguido fazer o demônio sangrar.

– O que aconteceu durante a noite? - Questionou Jane. - Não minta. -

Kevin voltou a ter os olhos vagos e com amargura. Joy tocou a mão dele naquele momento, certa de que agora não sentiria algo ruim vindo do menino.

– Eu não sei. Algo acontecia, eu vi. Mas não sei o que era. - Disse Kevin. - Mas, não acho que vá voltar a acontecer. - Mentiu Kevin lembrando-se das palavras do brutamontes sobre onde aconteceria o próximo. - A única coisa que posso dizer é que o treinador do Turtwig estava envolvido e já está muito longe daqui. -

Joy e Jane se olharam. Deveriam confiar em Kevin ou não?

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Após umas três horas se esfregando no chão, Lucas conseguia se soltar, gastando os panos que o amarravam. Achou suas coisas, mochila antiga cama. Muniu-se rapido com tudo e encaminhou-se para fora da casa.

– Me perguntava quanto tempo você ia levar. -

Do lado de fora, sentado em uma pedra próximo a floresta, Lucas viu Kevin sentado.

O jovem Turtle fez um cara de incredulidade e olhou para trás. A casa possuía duas para três saídas. Como Kevin sabia em qual ele iria sair ele não tinha ideia. Lucas jamais saberia que as outras saídas estavam na trancadas e que se ele quisesse sair sem fazer esforço, só sairia por aquela porta.

– Qual é seu problema? - Gritou Lucas.

– Ninguém morre enquanto eu estiver em ação. - Disse Kevin.

Lucas se lembrava da morte de Détrio e os demais devido a terem tentado salvar os pokemons de Kevin. Aquilo era algo que visivelmente havia mexido com o jovem. Não sabia exatamente o que ele estava querendo, mas também já não sabia bem o que fazer naquela situação.

– O jogo é seguinte Turtle. - Kevin levantou-se e estendeu a pokebola. - Aqui está seu Turtwig. Ele vai ficar bem, mas esta fora de ação por pelo menos 3 semanas se quiser que ele se recupere direito. - Kevin então guardou a pokebola e estendeu uma outra, agora como um desafio. - Derrote-me e eu entrego seu pokemon perdido a você. Perca e terá que contar o que foi aquele evento da noite passada e como você está metido nisso. -

– Está louco? - Gritou Lucas. - Você não sabe no que está se metendo. Fique fora disso e devolva meu pokemon. -

Kevin nada disse. Apenas encarou o rapaz moreno. Lucas estava bem contrariado com tudo aquilo, mas sacou um pokebola.

– Será um contra um e não reclame quando seu pokemon estiver no chão agonizando. - Disse o jovem moreno. - Se arrependerá de se meter com um membro da Liga das Sombras. -


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Notas finais do capítulo

E então? É o melhor episódio até agora, ou não?



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