Destroyers escrita por Livia Dias


Capítulo 61
Capítulo 56


Notas iniciais do capítulo

HELLO GUYS! Tudo bom?

Não, eu não morri. Sei que era para ter postado na semana passada, mas infelizmente as coisas não seguiram como o esperado e uma bomba de falta de inspiração explodiu bem em cima de mim! Apenas de ontem para hoje consegui terminar o capítulo :P Peço que me perdoem sinceramente.

Obrigada pelo carinho de todos!

Boa Leitura!



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Ashley

— É uma péssima ideia James — digo, logo que estamos sozinhos do lado de fora do quarto.

O restante do grupo adormeceu, e permanecemos de guarda para o caso de um ataque. São seis e meia da manhã agora e sinto uma dor de cabeça terrível.

— Ele vai nos ajudar. Roleta vai demorar para acordar, mas soube que o cara está aqui em Vegas atrás da nave...

— James — sussurro em tom de repreensão, bufando. — Ele odeia você! Deus sabe o que pode fazer.

— Você tem que parar de invadir minha mente sem eu notar, porra — James diz em tom de brincadeira e reviro os olhos. — Estou orgulhoso de você. Andou treinando. Logo vai me superar. Vai poder até me substituir...

— É por isso que você está se arriscando? — empurro-o irritada. James diz em tom de brincadeira e reviro os olhos. — Eu não vou deixar você morrer!

— Eu não tenho roubado mentes há semanas! Meses! Sinto a morte me consumir lentamente e Aurora é a única que pode me salvar! Mas eu não posso pegar a mente dela! Eu não consigo!

— Você a ama — completo e James assente. Suspiro. — Vamos dar um jeito James.

Ele fecha os olhos por um segundo recostando-se na parede. Posso sentir sua falta de confiança em minhas palavras, e sinceramente admito minha falta de esperanças. James precisa da mente da Aurora. Não existe outra maneira de cura.

Seguro suas mãos com firmeza, e o puxo para um abraço, encostando a cabeça em seu peito e respirando fundo.

— Não vou deixar que você morra — digo com suavidade, a voz embargada pelas lágrimas que insistem em molhar minha face.

James permanece quieto por um segundo, antes de conseguir retribuir o abraço com a mesma intensidade.

— Admiro sua determinação, Ash — ele diz, sorrindo minimamente ao me afastar. — Mas não é uma escolha sua.

Abro e fecho a boca por alguns segundos, tentando reformular algo que contradissesse seu argumento, mas é em vão. James tem razão. Não é uma escolha minha. Ele vai salvar Aurora, e para isso vai se sacrificar.

— Mas eu posso ao menos ser sua irmã não? Dizer que tudo vai ficar bem? — ironizo, forçando um sorriso que por sinal surge triste com todas as lágrimas contornando-o.

James meramente dá de ombros, mexendo em meus cabelos antes de se afastar pelo corredor.

— Vamos. Quero te levar para um lugar — Ele fala enfiando as mãos nos bolsos de sua capa preta. — Se eu estiver certo, uma ajuda está há exatos dez minutos daqui e preciso da sua ajuda.

Franzo o cenho para ele, que meramente vira o corredor sem me esperar. Meneio a cabeça e o sigo, curiosa e ao mesmo tempo duvidando de que James tenha um plano bom. Afinal, ajuda e eu na mesma frase não combinam muito com o vocabulário do meu querido irmão.

(...)

 

Las Vegas nunca pareceu tão sombria em menos de 24 horas. Aos meus olhos a “cidade dos sete pecados” ou “cidade sem lei” esconde uma áurea de mistérios que podem acarretar uma destruição em massa a qualquer instante.

Um conjunto de segredos perigosos, não de insanidades ocasionadas pelo excesso de álcool, drogas ou sexo.

O céu adquire tons azulados e róseos conforme amanhece. O sol desponta no horizonte com um ar de esperança para mais um dia. Eu apenas posso temer o que virá.

— Qual é o seu plano? — questiono James conforme o sigo apressadamente pela calçada de uma avenida.

— Encontrar um velho amigo. Na verdade não esperava que ele estivesse por aqui, mas como as coisas andam terrivelmente estranhas parece que ele resolveu dar uma conferida no circo de horrores. — James atravessa e continuo tentando acompanhar suas passadas agilmente.

— E por que precisa de mim? Você costuma resolver bem os seus problemas.

— Primeiro que você está em um nível alto, maninha — James me encara de soslaio, um sorrisinho se formando em seu rosto. — E segundo que você pode acalmar a fera com suas palavras gentis. E por ser uma mulher, claro.

Continuo confusa, mas minhas dúvidas parecem perto de serem respondidas quando James estaca diante de um barzinho chique.

Meus saltos quinze atingem o piso do ambiente de maneira soturna. Os bêbados já devem ter ido para seus hotéis caríssimos ou se largado em algum beco por aí, enquanto o barman meramente passa um pano no balcão principal e outros funcionários arrumam as mesas, recolhendo cacos de vidro ou algum líquido nojento do chão.

Então notei a figura ao final do bar, usando uma combinação de jaqueta de couro, jeans e botas de couro. Parecia algum tipo de punk ou algo do gênero, se não fossem os cabelos em um corte selvagem, a barba rala e o olhar irritadiço enquanto terminava um copo de uísque entre aparentemente milhares de outros.

James começou a assobiar animadamente, dirigindo-se à mesa do homem. Semicerrei os olhos sem segui-lo, pois a figura ali sentada não possuía nenhum tipo de afeto pelo meu irmão: muito pelo contrário. Parecia disposto a fazê-lo engolir cacos de vidro se tivesse a chance e gargalhar de sua dor.

— É melhor você sair daqui — o homem diz asperamente, terminando sua dose de uísque lentamente. — Mais uma vítima sua, não? Pobre coitada...

Semicerro os olhos para James, que parece se divertir com a situação. Ele puxa uma das cadeiras e senta-se de frente para o homem.

— Ela não é uma vítima — James fala com um sorriso zombeteiro. — E eu não faço mais isso.

— Assim como você não mija todos os dias? — o homem diz sarcasticamente, e James coloca as mãos atrás da cabeça.

Solto um pigarro aproximando-me da mesa com os braços cruzados. O estranho e James me fitam.

— Quem é esse daí, querido irmão? Um membro soturno da Liga das Sombras?

James dá uma risada e vejo o homem esvaziar a garrafa de uísque com uma fúria incandescente nos olhos.

— Puxe uma cadeira e sente conosco irmão. Este é Logan, um velho amigo... Literalmente — debocha James alegremente.

Pego uma cadeira e sento-me ao lado de James encarando Logan. Este acende um charuto e começo a tossir intensamente.

 — Então amigo — James prossegue animado. — Você quer uma coisa e essa coisa se assemelha ao que queremos. Por que não podemos nos ajudar?

Repentinamente a mesa é lançada para o lado com uma força brutal, obrigando-me a ficar de pé. James é pego pelo colarinho e o estranho o levanta como se fosse uma marionete.

O barman e o garçom se escondem atrás do balcão, aterrorizados. Permaneço estarrecida observando o exato instante em que garras afiadas despontam da mão do agressor prestes a perfurar a jugular do meu irmão.

Então tomo conta de que aquele homem não é um qualquer: é um mutante, como James e eu.

— PARA! — grito. Logan recolhe as garras imediatamente. Surpreendo-me com a intensidade de poder que emana de mim, e respiro aliviada por um segundo. — Solte o meu irmão.

James cai no chão desajeitadamente, arfando um pouco por conta da pressão em seu pescoço.

— Agora, me diga por que quer matar meu irmão?

Logan vira-se para mim contra sua vontade e começa a lutar contra si mesmo, grunhindo de maneira irritadiça antes de começar a falar.

— Ele destruiu a mente de uma das pessoas mais importantes para mim...

— James destruiu a mente de alguém importante para você? Quem?

— Uma mulher que se casaria comigo — Logan prossegue quase roboticamente. — James a enlouqueceu com seu poder e... Ela foi para um manicômio. Eu não pude impedir.

Encaro meu irmão que ainda se recupera do ataque. Respiro fundo.

— Que coisa é essa que você deseja?

— Invadir uma prisão a poucos quilômetros daqui para resgatar alunos do Instituto Xavier que foram levados para lá.

James me incentiva com o olhar, fazendo-me finalmente constatar o óbvio: estou controlando Wolverine.

(...)

— Você enlouqueceu? — empurro James, que revira os olhos. Estamos em frente ao bar e Logan se encontra obedientemente sentado lá dentro em uma das mesas que ainda não tinham sido destruídas. — Por que foi mexer com a mulher dele? Viu o que quase aconteceu com seu pescoço?

— Eu não sabia que ele era o que é. E sinceramente eu não teria feito o que fiz se não estivesse prestes a morrer. Como agora.

Minha raiva se esvai e vejo o porquê de James ter me trazido: ele está mais fraco e precisamos do Wolverine. Caso eu não estivesse aqui, James teria morrido em questão de segundos.

— Ele é uma boa chance de entrarmos na nave dos vilões — James olha pela vidraça do bar fitando Logan diretamente. — Além do mais, é uma chance de eu me redimir pelo que fiz.

Permaneço encarando-o por alguns segundos antes de suspirar e dar-me por vencida finalmente.

 — Tudo bem — concordo. — Então... Qual é a ideia?

James torna a olhar para dentro do bar.

— Vamos levar o cara para onde estamos. Pegamos a Roleta, nos preparamos e saímos em duas horas.

(...)

— Sinto muito por ter controlado você.

Logan me fita de soslaio com certa desconfiança. Torna a olhar para frente, por onde James segue a passos rápidos entre as pessoas.

— Sei que guarda mágoas de James... Mas no fundo ele é uma boa pessoa...

— Ele destrói mente de mulheres e as consome como se fosse água. Esse cara não é uma pessoa. É um demônio.

— E é bem suspeito você dizer isso não é? — arrisco na defensiva, e Logan me lança um olhar tão cortante quanto suas garras. — Se você merece a chance de redenção, James também merece...

— Me poupe do seu discurso, garota. Vamos apenas invadir aquela nave e matar aqueles babacas. Depois, seu irmão e eu estaremos o mais longe possível. Essa será a chance dele. Continuar vivendo contanto que mantenha a boca fechada...

— James está morrendo — digo, atraindo completamente a atenção de Logan. James já adentra o hotel a passadas largas, deixando-nos para trás, e permito que o choro venha de maneira furiosa. Eu não posso desabar diante de James todos os momentos que ainda temos então minhas únicas formas de liberar os sentimentos é longe dele; mesmo que isso signifique desabar diante do Wolverine. — Meu irmão parou de destruir as mulheres, as mentes delas. Então isso está fazendo tanta falta que vai matá-lo... A única cura está na garota que ele ama! — exclamo soluçando e cerro os punhos para descarregar minha fúria de alguma maneira. — Passei parte da minha vida acreditando que ele era um monstro, e descobri a verdade: James não é um monstro! Ele fez coisas ruins, mas as coisas boas estão superando. Ele sofreu muito e agora... Está sofrendo mais! Encontrou o amor, mas está perto de perdê-lo! Diga-me: vale a pena continuar odiando alguém que está prestes a morrer sendo que você é imortal?

A essa altura paramos de caminhar e Logan me fita profundamente, como se pudesse rondar minha alma enquanto absorve cada palavra minha. Ele finalmente coloca as mãos no bolso da calça em busca de seu maço de cigarros, e colocando um entre os dentes diz:

— Eu sinto muito pelo seu irmão — Ele sopra a fumaça virando o rosto, e torna a me fitar. — Ele fez muita merda, mas talvez não mereça morrer desse jeito.

Seco meu rosto rapidamente, fechando a cara para Logan.

— É bom não tentar ferir o James com essas suas garras. Eu posso ser bem pior do que ele.

Logan dá uma risada pisando em seu cigarro.

— Você está mais para um bichinho de pelúcia, pirralha — ele começa a caminhar na direção do hotel, e bufo. — Mas não vou machucar seu irmão. Não pretendo perder meu tempo com o doentinho.

Respiro fundo antes de finalmente segui-lo a passadas largas e charmosas, exibindo talvez pela última vez meus saltos belíssimos da Prada com couro legítimo e estampa de oncinha.


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Notas finais do capítulo

O que acharam dessa participação especial? E SIM! OS X-MEN VÃO ENTRAR NA HISTÓRIA AGORA! No próximo, invasão à nave dos vilões, combates e surpresas! Não percam ;)

Até logo! Beijokas!



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