Destroyers escrita por Livia Dias


Capítulo 102
Capítulo 88


Notas iniciais do capítulo

Heeey galera! Tudo bom com vocês? :)

Capítulo fresquinho com uma narração da Clarissa cheia de revelações do que houve antes do encontro dela com os pais no capítulo anterior u.u

Preparem-se para muito drama daqui para frente :(

Boa Leitura!



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Clarissa

Antes

Estremeço com o vento frio que me atinge. Abro os olhos. A sensação de morte já não me é estranha diante das minhas passagens por aqui em um intervalo de tempo tão curto.

— NÃO! NÃO!

Reconheço os gritos de Emeline Vaunce como farpas nos meus tímpanos, vindos de todas as direções. Sua dor parece refletir na cor da névoa, que muda de azulado para um tom cinza-escuro rapidamente.

— Clarissa Wayne.

Viro-me, dando de cara com a figura que encontrara no orfanato anteriormente, contudo, ela nem de longe está tão horripilante quanto em outrora. Sua pele esbranquiçada assumiu um tom mais natural e vivo (haha!), e suas roupas antes esfarrapadas foram substituídas por uma capa negra que cobre desde seus pés até seus braços, com um capuz por sua cabeça.

— Morte — digo engolindo em seco. A foice está fixa à sua mão direita, pairando acima da minha cabeça, como se a qualquer momento vá cair diretamente em meu crânio. — Um verdadeiro prazer...

— Você cumpriu com sua palavra — Ela diz em um tom calmo, mas não consigo deixar de sentir meu estômago revirar. — Consegui os meus poderes de volta e tenho Emeline Vaunce para fazer pagar pelo que fez.

Como se pontuasse sua frase, os gritos da mulher ecoam mais uma vez, causando-me arrepios. Estou prestes a ir pelo mesmo caminho talvez?

— Eu estou aqui também, não? — balanço os braços sinalizando minha presença.

Seus olhos sem pupilas ainda assustam, como se avaliasse cada ponto da minha alma dolorosamente, decidindo meu destino. Ela o tem em minhas mãos.

— Você deixou sua vida para trazer meus poderes e colocar ordem no seu mundo — Ela meneia a foice como se fosse uma pena, causando-me novos arrepios. — Sua atitude foi admirável. No entanto, você está aqui. Eu não posso deixá-la partir.

A ansiedade alcança as pontas dos meus dedos, e como uma forma de catalisar toda essa tensão meus pensamentos chegam até Dylan.

Dylan. Nunca mais vou vê-lo ou sequer senti-lo. E o engraçado é que ele não vai se lembrar de mim.

— Posso pedir uma coisa? — questiono lentamente, com certo cuidado.

A Morte continua me encarando, sua foice girando lentamente.

— Peça.

— Eu sei que com seus poderes você pode alterar certas coisas — cerro os punhos. — Será que poderia trazer os pais do Dylan de volta?

Ela fita-me por uma fração de segundos. Então, inesperadamente, sua foice baixa até minha cabeça. Ofego, assustada, as lembranças correndo como flashes por minha mente. Todos que conheci, ou lutei, me relacionei, e reencontrei durante a vida são alvos dos meus últimos pensamentos.

Sinto algo semelhante a uma picada de agulha na nuca. Abro os olhos.

— Sua vida está parada pela metade — a Morte afirma, retornando sua foice a posição inicial. Ergo o rosto, assustada. — Precisa terminá-la.

Pisco repetidas vezes, o medo sendo substituído pela surpresa.

— Tem o direito de viver. — seus olhos fitam-me por mais um segundo. — E em sinal da minha gratidão, vou lhe conceder o seu pedido e mais um, que está dentro do seu coração.

Entreabro os lábios, prestes a agradecer, quando em um estalar de dedos caio. A escuridão me envolve, e repentinamente suga-me por uma espécie de poço até um ponto de luz.

Meu corpo vai para frente, e tusso repetidas vezes, sugando o ar para meus pulmões vazios. Ofego, e coloco a mão no peito na tentativa de aliviar a sensação de compressão. Meu sistema parece funcionar devagar, como se por muito tempo estivesse parado.

O que de fato estava.

A ideia de ter minha vida reconquistada graças à piedade da Morte parece uma conquista absurda agora. Por que ela me deixou viver? Eu não tenho mais nada aqui — embora o desejo de morrer não seja algo que passe pela minha cabeça.

Percebo que estou em NovaHead assim que me deparo com o conjunto de armários pertencentes aos alunos. Levanto-me, sentindo-me atordoada conforme percorro o corredor deserto.

Ouço explosões e gritos do lado de fora, seguidos de imensa euforia. Talvez seja algum sinal de que está tudo bem? Um barulho no andar superior me deixa em alerta, e subo as escadas correndo, meus saltos fazendo barulho no piso impecável.

Alcanço o segundo andar, alerta. Espero por qualquer sinal dos meus amigos, contudo, o que encontro é a nova sensação de completo vazio após uma batalha.

Reconheço cadeiras à frente, e uma bagunça de papéis. Continuo avançando, cacos de vidro estalando sob meus pés, deixando-me ainda mais atenta.

— Bu!

Viro-me abruptamente, em posição de ataque, encontrando um debochado Stanley Jefferson. Abaixo a guarda, meu olhar gélido contra ele.

— Stanley.

Ele faz uma reverência mínima.

— Lembra-se disso? — diz recolocando o chapéu na cabeça e me encara novamente. — É familiar não é?

— Não. — respondo duramente, olhando ao redor.

— Deve estar procurando seus amiguinhos — Stanley afirma, e volto a fitá-lo intensamente. — Oh. Isso chama sua atenção não é? Como você está diferente...

— O que você fez com eles?

Stanley meramente dá de ombros.

— Bom, como você dizia Clary — Ele ousa se aproximar. — Eu fiz o que tinha de ser feito! Eles estavam com sono, tão cansados de tanto lutar... Então eu dei um belo “Boa Noite Cinderela”...

Agarro-o pelo pescoço, jogando-o contra a parede. Cerro os dentes, apertando sua jugular e sentindo imenso prazer por vê-lo ficar cada vez mais arroxeado diante da falta de ar.

— Seu merdinha! — cuspo as palavras, apertando ainda mais. — Você ativou o veneno?

Ele consegue emitir uma espécie de riso entrecortado.

— Você... Mesma... Criou... Algo... — respirou fundo. — Q-Que... Mataria... S-Seus... Amigos.

Largo-o de imediato, e Stanley escorrega até o chão como um verme asqueroso que é. Um homem amargurado que não aceitou a morte do pai e me culpa eternamente...

— V-Você vai sofrer — gargalha deixando sua cabeça descansar contra a parede enquanto massageia a garganta. Cerro os punhos, fitando-o sob o ombro. — Acredite. V-Viver vai ser uma agonia.

Impulsivamente a ponta da minha bota atinge seu queixo, fazendo sua cabeça colidir com força contra a parede. Stanley grunhe de dor, e com raiva arrasto-o, o lançando contra o piso e emitindo meros gritos entrecortados enquanto chuto seu corpo inúmeras vezes, despejando todas as mágoas do meu peito contra sua carne imunda e podre.

Não sei quantas vezes o soquei ou chutei sua face, ou meramente lancei sua cabeça contra a parede até que sangue jorrasse de inúmeros hematomas por seu rosto.

Finalmente o larguei ao ouvir passadas próximas. Lágrimas inundaram minha face conforme corri, as imagens de James, Aurora, Simon, Stella, Zack, Ashley e Dylan passando por minha cabeça.

Pulo uma janela e como um felino me esgueirando para um telhado. Afasto-me de NovaHead sem destino, buscando meramente ficar longe. O mais distante possível do foco da dor.

Por que permitir que eu vivesse, sendo que eu não tenho nada mais?

Nada. A não ser... Minha família.

Recupero o ar na beirada de um prédio, a adrenalina substituindo a tristeza que comprime meu peito. Preciso ir para Gotham, encontrar uma fonte de vida que me fortaleça para tudo isso.


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Notas finais do capítulo

Já disse que vocês são leitores maravilhosos? Kkkkkkk. Está sendo tenso responder todos vocês, mas nunca, NUNCA deixo de ler seus comentários! Apesar que... Acho que consegui adiantar bem as respostas dos reviews atrasados, não?

Obrigada, OBRIGADA MESMO pelo carinho imenso! Vocês são demais õ/ Os melhores 3 anos escrevendo essa fanfic que simplesmente mudou meu jeito de escrever e me acrescentou ainda mais u.u Obrigada por participarem disso comigo!

Até o próximo!

Beijokas!