Dois anos se passaram desde a luta dos Vingadores contra Loki. Aparentemente, nenhuma ameaça colocava em perigo a população de Nova York e do restante do planeta.

Tudo estava bem... Ou quase isso.

Na S.H.I.E.L.D, Nick Fury atravessava um dos corredores a passos rápidos. Se os boatos que ouviu fossem reais, algo péssimo estava acontecendo.

Alcançou a sala principal, onde encontrou os diretores da S.H.I.E.L.D o observando pelos telões. O que se via eram apenas suas sombras, mas Fury os conhecia bem demais para saber que suas expressões indicavam pura preocupação.

– Fury. - A única mulher entre eles se pronunciou. - Temos problemas.

– Eu sei – Nick cruzou os braços sob o peito, com seriedade em seu semblante. - Sei também que houve atos cruéis nas últimas duas semanas, causadas por um cientista lunático.

– Ele matou mais de dez agentes - disse um dos diretores, de modo repreensivo. - Devemos agir de outro modo, antes que seja tarde.

Fury permaneceu calado por longos instantes.

– Os Vingadores - decidiu, fazendo menção de sair da sala.

– Não é o suficiente - argumentou a diretora, em tom sério. Fury virou-se por completo, confuso e curioso. - O nosso oponente é muito mais poderoso.

Como resposta as perguntas internas de Nick, um vídeo apareceu na tela, substituindo as sombras dos diretores.

Um ambiente sufocado pela poeira e fumaça surgiu irreconhecível diante dos olhos do chefe. Não se sabia ao certo que lugar era aquele, mas era possível dizer que não estava em seus melhores dias.

Corpos de agentes da S.H.I.E.L.D jaziam ao chão do espaço, enquanto duas sombras se erguiam, na imensidão de poeira e fumaça.

Por poucos instantes os rostos de ambos ficaram visíveis na tela. Um deles tinha uma máscara em seu rosto, enquanto o outro possuía cabelos verdes e uma maquiagem de palhaço tenebrosa.

Eles tinham olhares sádicos, o que tornava suas posturas extremamente intimidadoras.

A tela estilhaçou e a sombra dos diretores veio à tona novamente. Fury cerrou os punhos, entendendo a situação perfeitamente.

– Bane e Coringa - murmurou, com um quê de irritação. - Como...?

– Aparentemente o nosso novo inimigo tem a habilidade de dar vida aos mortos - disse o diretor, em tom paciente. - É claro que seu objetivo é dar vida aos vilões mais poderosos e perigosos que conhecemos.

– Bane e Coringa são os inimigos do Batman - Fury estreitou os olhos. - Por que revivê-los? Não acredito que seja apenas por suas forças.

– E não é - concordou a diretora. - É por causa dela.

A imagem de uma garota de aparentemente dezesseis anos, surgiu na tela. Tinha cabelos ruivos escuros e um olhar assassino, carregado de frieza e maldade.

– Clarissa Wayne - Fury franziu a testa. - Presa aos treze anos por roubo de jóias e aos quinze pelo tráfico de armas.

– E nas duas vezes escapou da prisão com facilidade - acrescentou outro diretor, em tom reprovador. - Por ser filha de Bruce Wayne e Selina Kyle, Bane e Coringa querem vingança. Como Wayne e Kyle estão vivendo como cidadãos comuns em Savannah as coisas se tornaram mais fáceis...

– E Bruce e Selina mal sabem da existência de Clarissa - comentou Fury, em tom frustrado.

– Encontrá-los é impossível, até mesmo para nós - disse a diretora. - Ambos mudam a localização de tempos em tempos, tal como a identidade. Selina sempre foi habilidosa nessa área...

– O único jeito de deter nosso inimigo, é formando um novo grupo de pessoas com habilidades especiais, para que, lado a lado com os Vingadores, possam salvar a Terra - Fury deu um passo à frente. – Creio que não haja nenhuma objeção desta vez, senhores.

Os diretores se calaram. Fury sorriu torto.

– Ótimo. A partir de agora, vamos dar início à Iniciativa Destruidores.