Dramione escrita por The Dark Passenger


Capítulo 3
Capítulo II-Draco Malfoy




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POV Draco

A casa dos Weasley era desconfortável. Apertada e quente, completamente diferente da minha. A mansão era minha agora, mesmo que eu a detestasse com todas as minhas forças. Sabia que quando retornasse, as memórias brotariam aos montes em minha mente, e realmente desejava afastar-me do passado. Não havia nada para mim nele. Mas como o faria se o passado me perseguia em cada olhar, em cada gesto, em tudo?

Depois de despistar os Comensais da Morte com muita dificuldade, procurei pelos lugares onde poderia ficar em segurança. Hogwarts estava sob o domínio de Snape, voltar para a mansão Malfoy era inviável, já que seria o primeiro lugar onde me procurariam. Até considerei procurar Blásio Zabini, mas com certeza a mãe dele me venderia para os Comensais na primeira oportunidade.

E então me lembrei que existia o outro lado da guerra, onde o Potter e seus amiguinhos estavam. Eles eram minha única opção, então encontrei um jeito de falar com Lupin e ofereci-me para ser informante da Ordem da Fênix, e ele logicamente aceitou. Fiquei por um tempo na desprezível mansão dos Black ajudando o professor com alguns mapas e contando tudo o que sabia sobre os esconderijos dos seguidores do Lord. Após algumas semanas, quando a Ordem soube que planejavam capturar o Weasleyzinho, me enviaram para essa pocilga que eles chamam de casa para que ajudasse a protegê-lo. Mas obviamente ele e Potter estragaram tudo, mais uma vez, fugindo para outra de suas missões secretas.

Somente depois de cinco dias passados na casa dos Weasley, cinco dias realmente estressantes recebendo olhares odiosos de todos e ouvindo os ruivos cochicharem quando passavam por mim, que recebemos notícias de Potter. Ele mandou-nos uma coruja(isso foi mais uma prova de que Potter tinha uma inteligência quase nula, com todas as cartas que o Ministério estava interceptando) que dizia que estavam bem, na casa de amigos trouxas da sangue-ruim Granger. Isso foi uma semana antes do retorno do que restou do trio de ouro.

Só porque mudei de lado na guerra não quer dizer que simpatizasse com Potter ou com os seus amigos.Simplesmente não ligava para o que faziam ou diziam, estava somente usando-os para ficar seguro por um tempo, até conseguir fugir para qualquer outro lugar. E, convenhamos, estava plenamente ciente de que a burrice do Weasley somada com a de Potter destruiria-nos a todos. Agradecia por Granger não ser estúpida como aqueles dois.

Quando nos reunimos no abafado quarto da Weasley fêmea para descobrir o que acontecera na missão percebi que faltava o outro garoto do trio. Já sabia que ele seria capturado, mas para os outros foi chocante, mesmo eles soubessem dos planos do Lord. Acho que esperavam que Potter salvasse a todos novamente. Tolos.

Chegaram à noite, quando todos dormiam, menos eu. Toda vez que fechava os olhos via meus pais mortos no chão de mármore branco da casa, o vermelho brilhante de seu sangue maculando o perfeito piso alvo. O grito que a Weasley fêmea emitiu arranhou meus ouvidos, e temi que os Comensais estivessem atacando. Por um momento meu coração parou de bater e o pânico se apossou de meu corpo, mas então a garota voltou a gritar, dessa vez com animação. "Harry! Venham, Harry voltou!"Me arrastei pelas infinitas escadas de madeira da casa até a fonte do som, o quarto da menina. Os Weasley já estavam lá, o que tornava o espaço mais abafado e apertado do que seria normalmente. Me espremi para poder ver o que acontecia.

Harry Potter estava sentado no chão, com o rosto molhado e brilhante, não sei de suor ou de lágrimas, segurando um corpo inconsciente e ensanguentado nos braços. Primeiro pensei que fosse o Weasley, mas então reparei nos cabelos castanhos de Granger. Como os dois eram os únicos a voltar, deduzi que os Comensais conseguiram pegar Ron.

Passei pelos outros com dificuldade até ficar ao lado da sangue-ruim. Ajoelhei-me e afastei seus cabelos grudados no pescoço pelo suor para examinar os ferimentos. Cortes profundos produzidos por um feitiço que Snape criara, e por sorte me ensinara como revertê-lo. Puxei a varinha de um bolso escondido na manga e sussurrei o contra-feitiço. O rubro sangue que escorria pela pele clara de Hermione me fez lembrar de meus pais, mas fui arrancado de meus devaneios quando o sangue correu de volta para os cortes, e estes se fecharam deixando apenas pequenas cicatrizes cor-de-rosa em seu lugar. Todos me olhavam com uma ridícula expressão de surpresa estampada no rosto. Aqueles olhares me irritavam. Nem quando fazia algo bom recebia olhares aprovadores, somente a incredulidade. E aquele silêncio insuportável que caiu sobre o cômodo foi quase como uma acusação.

— Potter, dê-me a garota — murmurei, minha voz soando como um grito após a calmaria, com os braços erguidos para segurá-la. Ele me olhava com um misto de suspeita e alívio. Sua lentidão me fez ter vontade de praguejar e parar de tentar ser prestativo, mas respirei fundo, pois sabia que precisava agradar aquelas pessoas — Ande, Potter! Deseja tanto assim que Granger morra? Ela não está completamente curada. E não me olhe com essa cara de idiota, não machucá-la. Sou o único que pode ajudá-la.

Ele entregou-me Hermione energicamente, e por pouco não deixei-a bater a cabeça no chão de madeira. Indaguei a Weasley mãe sobre onde poderia colocar a menina adormecida, e ela me guiou até um quarto no último andar da casa. Subir aquelas escadas já era uma provação sem estar carregando alguém, e pensei que seria infinitamente pior carregando Granger, mas ela não pesava mais do que uma criança, e foi fácil carregá-la. Quando chegamos ao quarto, que era horrivelmente decorado e cheirava a perfume barato,a mulher ruiva que nos acompanhava lançou-me um olhar estranho, quase orgulhoso. Após ficar sozinho no quarto deitei Granger em uma cama de solteiro com delicadeza. Ela parecia frágil, tão diferente da garota valente que tentava parecer. Assim como eu, ela também usa uma máscara. Em seu sono, ela parecia mortificada pela luz que entrava pela fresta da porta, e o sangue que empapava suas roupas contribuía para deixá-la com uma aparência mais macabra ainda. Conjurei roupas limpas e troquei-as pelas que Granger usava. Foi estranho vê-la semi-nua e vulnerável, mas não fiquei olhando por muito tempo. Ainda parecia morta, mas as austeras roupas brancas lhe atribuíam uma ar pacífico. Observei-a por um tempo, e repreendi-me por nunca ter reparado que ela possuía belas feições. Repreendi-me novamente por pensar que ela era bonita. Estava sendo afetado pelo tempo que passava com aqueles idiotas. Peguei as roupas sujas da cama e saí do quarto apressadamente. Fechei a porta e larguei as roupas na soleira após notar que deixaram mancha vermelhas em minha pele.

Ficar muito tempo com esse tipo de gente estava me mudando. Precisava sair daquela casa cheia, precisava apreciar um pouco a solidão para pensar melhor, para voltar a enxergar as coisas com clareza. Mas eu não podia fazer nada daquilo, porque seria morto antes de chegar a qualquer lugar. Então respirei fundo novamente e juntei-me aos outros para ouvir Potter contar o óbvio, que Ron Weasley estava praticamente morto.


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Notas finais do capítulo

Ok,fiquei bem feliz quando descobri que tem pessoas lendo o que escrevo!!!Espero que vocês gostem do que estou fazendo aqui.Perdoem-me se não consegui interpretar o Draco muito bem,mas fiz o melhor que pude.E provavelmente o próximo capitulo vai demorar um pouco,porque meu PC está com alguns probleminhas...



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