Canções de Westeros escrita por Catherine


Capítulo 5
Coragem


Notas iniciais do capítulo

Eu li e reli este capitulo milhares de vezes e mesmo assim não ficou como eu queria, mas bem, espero que gostem !



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/456130/chapter/5

"Coragem"

Cidade Livre de Braavos

Arya

Depois da sua vingança estar completa não fazia mais qualquer sentido continuar em Westeros, era uma assassina sem face, não a pequena Arya Stark de Winterfell. Fazia cinco anos que tinha voltado para Braavos e para a Casa de Preto e Branco.

Ser um instrumento para o Deus de Muitas Faces dava-lhe uma causa.

Um proposito para acordar todos os dias.

Infelizmente, acordar todos os dias estava a tornar-se mais complicado, sendo que não conseguia sequer dormir. Lady Sansa Stark tinha viajado para as Cidades Livres e no momento, estava em Braavos.

Arya disse a si mesma que isso não era importante, mas a verdade, é que sentia saudades da irmã. Sentia saudades de todos os seus irmãos na verdade.

Robb acabara morto pelos traidores Frey, mas vingado. Pensou com um sorriso sádico nos lábios.

Bran tinha escolhido viver Para-Lá-Da-Muralha, acompanhado de Hodor e uma garota Reed.

Rickon permanecia em Skagos e muito pouco se sabia dele. O facto não surpreendeu Arya, afinal o mais novo dos Stark sempre tinha sido extremamente rebelde e a convivência com selvagens e os skagosis devia tê-lo influenciado mais do que todos pensavam.

Jon, que afinal era filho de sua tia Lyanna e de Rhaegar, era Senhor Comandante da Patrulha da Noite. Nem mesmo a traição de alguns patrulheiros durante a guerra o tinha feito desertar. Arya ouvia pouco sobre a Muralha no fim e com o passar dos anos e a derrota dos Outros, deixou simplesmente de ouvir.

Foi Sansa quem mais a surpreendeu.

Senhora de Winterfell e Protetora do Norte, depois que ambos os seus irmãos tinham recusado assumir o papel, a Loba Vermelha, como era conhecida por muitos, tinha-se demonstrado uma governante capaz. Arya gostava de ouvir sobre os esforços que a irmã fazia para proteger os nortenhos do duro inverno em que viviam, e sabia que tanto os seus pais como Robb estariam orgulhosos dela se a pudessem ver.

O casamento com Tyrion Lannister tinha sido anulado pela Rainha Daenerys, após um pedido de ambos, pois não tinha sido consumado. Sansa tornara a ser solteira, mas não tinha voltado a casar.

Então, do nada, ela tinha decido visitar as Cidades Livres.

De manhã os raios de sol bateram teimosamente sobre os seus olhos, pouco tempo depois de ter conseguido adormecer. Levantou-se e lavou o rosto, olhando para o espelho á sua frente quase de seguida. Usava a sua verdadeira face. Os olhos cinzentos fitavam-na vazios.

Saiu da Casa de Preto e Branco, percorrendo as ruas passando despercebida e então, no mercado, cabelos vermelhos como sangue e fogo chamaram a sua atenção no meio da multidão de braavosis. Sansa. O ar escapou-lhe dos pulmões e sentiu o coração bater mais depressa.

Esguia, como um gato, passou por entre as pessoas, sempre escondida, sempre atenta.

Encoberta por um pilar, observou a Senhora de Winterfell com um misto de curiosidade e carinho. Os cabelos de Sansa estavam mais longos, chegando á cintura. Continuava esguia como sempre fora, mas com formas definidas de mulher, que nem mesmo o vestido podia esconder. Os olhos azuis pareciam fitar tudo á sua volta com atenção e os lábios estavam franzidos num misto de preocupação e aborrecimento. Observou-a e aproximou-se, quase que involuntariamente.

Olhos azuis olharam na sua direção, primeiro confusos, depois, reconhecendo-a.

Arrependeu-se.

– Arya? – Incapaz de se mover, sentiu o coração falhar. Tinha que fugir, era uma assassina, não tinha família. Não era ninguém. Os seus pés, no entanto, não se moveram – Arya! – Gritou, empurrando as pessoas perto de si.

Não demorou a alcança-la.

Os braços finos enrolaram-se em si num abraço que não retribuiu.

Coragem. Coragem. Coragem. Repetiu a si mesma. A garganta estava seca. Porque era tão difícil encarar o passado? No fundo sabia a resposta. Tinha as mãos sujas de sangue, não merecia tocar nas mãos delicadas de Sansa que tudo faziam para ajudar os outros.

Coragem. Coragem. Coragem. Repetiu o mantra na sua cabeça mais que uma vez. Porque não tinha coragem de encará-la? Os olhos arderam. Eu sou forte, ninguém não chora.

O coração batia descompassado. Sentiu que o de Sansa estava da mesma maneira.

– Senti tanto a sua falta, sabia que estava viva, á semanas que a procuro. – Murmurou-lhe contra o pescoço, apertando ainda mais os braços em torno de si. Foi como um clique.

Arya abraçou-a de volta e chorou.

Chorou porque não merecia tocar-lhe com mãos que apenas sabem tirar vida.

Chorou por saudade. Chorou por alegria.

Coragem. Coragem. Coragem. Respirou fundo e falou.

– Também senti a sua falta, Sansa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O proximo é Decepção :)