Just Friends escrita por Laia


Capítulo 46
Capitulo 47


Notas iniciais do capítulo

Cara, tenho que parar com essa mania de postar dois capitulos ¬¬'
Mas é que to tão doida pra ver o que vocês vão achar dessa temporada que quero postar loucamente. Então mais um capitulo pra voces :*



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Sai do sofá pisando forte. Eu não tava com raiva pra valer. Não com ele... Tava fula da vida era comigo mesmo! Mas pra que raios eu tinha que ter feito aquilo? Juntei minhas roupas e desci, passando reto pelo Edu.

Nem separei nada, só joguei tudo dentro da maquina e fiquei lá esperando pelo resto da tarde. De noite, meu celular tocou.

–Manu...

–Nem tenta se explicar Laura!

–Você tem razão de querer me tratar assim, mas me escuta...

Eu já tava tão cansada de ouvir “me escuta!”.

–Lembra que te falei do meu ex? Achei ele na festa, discuti com ele, e bebi algumas doses de tequila... Depois disso, só lembro de ter ido para a casa do Gus, porque eu queria conversar, mas ele não tava em casa... Acabei voltando pra casa mesmo, e ai lembrei de você! Ta, admito que te esqueci! Mas em minha defesa, eu voltei lá e você tinha sumido! Pode me odiar agora.

Depois da minha noite, eu não tava no direito de odiar ninguém.

–Quer saber? Esquece... Vamos fingir que ontem não aconteceu ok?

–Serio? AH COMO VOCE É LINDA MANU!

Minha cabeça latejou de novo.

–Não grita – implorei pela milésima vez naquele dia.

–Então já que esta tudo bem agora, você bem que podia vir aqui pra casa me ajudar a estudar né? Sabe que sou péssima em farmacologia...

Por que eu tinha que ser tão boazinha às vezes?

–Ta, pode vir me pegar...

Na verdade, eu queria ir... Sabia que se ficasse em casa e falasse com o Edu, íamos brigar. E eu não tava afim de mais dor de cabeça, em todos os sentidos. Queria poder falar pra alguém o que tinha acontecido sem me sentir culpada, e sabia que a Laura ia entender, e provavelmente, me contar uma historia pior ainda.

Peguei algumas roupas e enfiei na mochila com meus materiais. Ela não demorou e eu desci correndo. Ela cantava dentro do carro, o que só piorava minha dor de cabeça. Eu não tava de bom humor.

Assim que chegamos, joguei os materiais na mesa da cozinha e comecei a explicar a matéria para ela.

–Não adianta, eu não vou aprender em uma noite o que não aprendi em quatro meses!

–Presta atenção Laura...

Tentei explicar mais uma vez. E outra. E depois outra.

–Chega, meu cérebro ta fervendo! Vou comer alguma coisa, quer?

–O que é alguma coisa?

–Provavelmente um doce...

–Não, obrigada...

Ela não demorou e voltou com um pacote de biscoito na mão. Ela comia muita besteira, mas também fazia muito exercício então...

–Ah, eu tinha mesmo que ficar um tempo com você. O Rodrigo ta chateado.

Problema dele! Me senti mal por ter pensado isso, mas foi o que passou pela minha cabeça quase que de imediato... Eu não tinha culpa!

–Ah é? Por quê?

–Ele não gosta do Edu.

–Ótimo! Porque o Edu não gosta do Rodrigo.

–Eita, ta grossa! O que houve?

–Houve Eduardo e Rodrigo no mesmo espaço sozinhos por dois minutos! Eles ficaram lá discutindo feito duas crianças tolas disputando por um brinquedo. EU era o brinquedo! No dia das oficinas lá na faculdade, primeiro o Edu me falou umas coisas, sobre estar gostando de mim, tipo, gostar mesmo! Pela primeira vez na vida, eu me sentia completamente apavorada e derretida. Só que ai, eu sai por um minuto e ele e o Rodrigo começaram a... Sei lá como posso descrever aquilo, foi ridículo! Eles tavam me disputando como um pedaço de carne, falando quem era melhor do que quem, qual dos dois podia me dar uma vida melhor... Me poupe! Eu tava lá, eu tava ouvindo tudo, e eles me ignoravam! E me diz: pra que? Tava tudo tão bem sabe? Eu cansei de ficar no meio sempre, ouvindo e ouvindo. Ninguem quer saber o que eu quero?

–E o que você quer?

–Eu não sei, mas não vou mais ser pivô de competição boba. Eu já tenho complicação demais pra ter que escolher mais uma dor de cabeça.

–Manu... Desculpa, mas percebeu que durante todo o papo, você falou do Edu? - ela ergueu uma sobrancelha - Você sabe o que quer!

–Não, não sei.

–Então então como pode saber que não gosta dele?

–Porque eu não sei o que é gostar de alguém!

Aquilo fugiu da minha boca. Levantei confusa, andando pela casa. A verdade era que eu nunca tinha sentido algo de verdade por alguém, algo pra valer. Eu não sabia o que eram borboletas no estomago, e nunca me imaginei com alguém pelo resto da vida. Eu era mais do tipo moderna e independente, e isso sempre assustou os caras.

–Como eu posso saber se eu gosto ou não?

–Você sabe, só tem medo de admitir. Tem medo de se entregar Manu... De se envolver. Nem tudo dá pra ser explicado. Nem tudo tem lógica. Se entrega Manu – ela abriu um sorriso, tentando me incentivar – ele não é só mais um...

Eu queria sentar e chorar. Quando o assunto era sentimento, eu era um projeto de aprendiz em andamento.

–Pera – meu cérebro começou a processar tudo que tinha acontecido hoje – Você disse no telefone que saiu da festa pra casa do Gus?

–Foi – ela confirmou corando – eu... Eu confio nele, e precisava conversar com alguém que não fosse você. Então peguei o carro, e não tinha ninguém na casa dele. Não liguei perguntando onde ele tava, só entrei no carro de novo e vim pra casa. Eu gostava muito do meu ex... E quando a gente tava brigando, eu lembrei de uma conversa que tive com o Gus. Ele... Ele – ela fechou os olhos e um sorriso escapou, como quando se faz com uma lembrança boa – Ele me disse que eu era linda demais pra ficar me jogando nos pés de qualquer um, e que eu devia abrir meus olhos e me valorizar. Eu me senti suja quando ele me falou isso. E ai, quando eu ouvia ele lá gritando comigo, era a voz do Gus que ecoava na minha cabeça. Deixei ele falando sozinho e sai. O Gus tem razão, eu sou fácil Manu, diferente de você, eu não vou descobrir o que é gostar. Eu nunca tive vergonha do que eu sou, sou assim e pronto, gostando ou não, eu aceito. E acho que por isso, eu acabo aceitando qualquer coisa entende? E ai alguém vem e me fala “ei, tem algo ai embaixo desse corpo. Eu vejo isso, você pode ver também”. O Gus antes de tudo, é meu amigo, eu sei que se eu precisar dele, ele vai me ajudar. Eu tava sentindo falta disso, alguém que cuide de mim e não só do meu corpo.

A Laura tava ferida, magoada com ela mesma. Me doía ouvir ela falando aquilo tudo.

–Você gosta dele?

–Pergunta difícil... O Gus é bobão, mas me dá atenção e acho que pelo fato dele não focar só no meu corpo, me faz não ligar pro dele. E daí se ele é gordinho? Gosto dele mesmo assim, não sei se posso dizer que gosto nesse sentido, mas posso dizer que gosto. Ah, ele me disse que o aniversario do Edu ta chegando... - ela tentou desviar o assunto pra mim de novo.

–Semana que vem.

–Vai dar o que pra ele?

–To com uma ideia já...

Ficamos por horas lá conversando, parecendo duas adolescentes idiotas. Mas nem ligamos... Só dei conta do tempo quando vi o sol começando a nascer.

Decidimos que era melhor ir dormir um pouco, principalmente eu, que ainda estava com uma bela ressaca.


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Notas finais do capítulo

Papo de garotas!
O que acharam? Agora é serio, volto hoje não
Beijos :*