Just Friends escrita por Laia


Capítulo 15
Capitulo 15


Notas iniciais do capítulo

Heeey
Alguem ai conhece a banda Soulstripper? Não? Ok :(
Sem mais, capitulo novo pra vocês :*



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As férias estavam chegando, e as coisas estavam andando muito bem. Até a semana de provas chegar. Eu tava pirando! Estudava umas três horas de cada matéria depois que chegava da aula. Nunca tive o sono muito regular, e pelo nervosismo, quase não dormia mais. Fiz a primeira prova e tinha certeza de que ia levar um zero.

O Edu estudava em outra faculdade e a sua semana de prova foi na semana anterior da minha, então ele estava me ajudando bastante. Me deixava usar ele de cobaia quando era preciso. Ele era um ótimo amigo...

Falando em amigo, o Rodrigo estava se saindo muito bem. Soltava algumas indiretas, mas nada que não desse pra se fingir de surda.

–Ta prestando atenção Manu?

Eu não conseguia focar na matéria, minha mente tava cansada.

–To sim.

–Então qual a resposta?

Ele estava com o gabarito de outras provas que eu tinha tirado da internet. Eu não aguentava mais. E ele parecia estar de saco cheio também.

–Não podemos parar um pouco?

–Manu, nossas provas são eliminatórias para bolsa lembra?

–PARA DE ME LEMBRAR DISSO A CADA CINCO MINUTOS RODRIGO!

Eu não queria ter gritado. Juntei as mãos tampando o rosto e cerrei os dentes pra não chorar. Eu amava tudo aquilo, mas quando eu podia controlar! Com alguém me falando a cada cinco minutos que eu precisava daquilo pra ter MINHA vida... Não dava, simplesmente não dava.

E foi nessa hora que o Edu chegou. Ouvi as chaves sendo jogadas no aparador e o barulho da mochila no chão.

–Vai cara, eu cuido dela.

A voz dele tava baixinha. Eu não abri os olhos e nem descobri o rosto. Ouvi o barulho das folhas e cadernos sendo fechados e senti o Rodrigo se afastar. A porta bateu e eu comecei a chorar.

Edu era um dos poucos que já tinha me visto desse jeito. Com quase seis meses de convivência, muita coisa aconteceu.

–Ei, olha pra mim.

Balancei a cabeça de forma negativa.

–Por favor.

Ele segurou minhas mãos e tirou do rosto, puxando meu corpo para perto.

–Semana passada eu tinha uns três trabalhos que valiam metade da nota, todos enormes e extremamente detalhistas. Quando você chegou e me viu querendo jogar tudo pro alto, o que fez?

Tive que rir ao lembrar.

–Falei pra parar de frescura e te chamei pra comer, porque eu tava faminta.

–Exatamente, e o que eu fiz?

–Me chamou de doida e saiu com raiva pro quarto.

–E ai?

–Ai eu te segui e disse que se você desistisse, era um babaca, porque tinha que tentar até não aguentar mais. E que eu não era amiga de nenhum babaca.

–Você é uma babaca Manuela?

Fiz que sim com a cabeça.

Ele me puxou me sacudindo pelos ombros.

–Não! Não é! Porque eu não tenho nenhuma amiga babaca. Agora levanta que eu to com fome, vamos comer.

Olhei incrédula pra ele.

–Eu te odeio!

Ele voltou e se abaixou, olhando diretamente nos meus olhos:

–E quem foi que disse que eu te amo?

Resultado final do semestre: aprovada! No fim das contas, a tal prova que eu pensei que tinha zerado tinha sido um dos meus melhores resultados. Isso significa que continuo com minha vida e melhor: posso me inscrever nas aulas de dança.

***

Eu sou um idiota. Um completo idiota. Como eu posso estar gostando de uma garota que sei que odeia compromisso e relacionamentos? Uma garota que foge de qualquer coisa que envolva algo com sentimentos.

“Tem gente que me irrita fácil, tem gente que me faz bem fácil

E tem você, que faz os dois”.

Ela sentia prazer em me irritar! E nem me faça falar de todas as vezes que veio toda atirada pra cima de mim, e depois saiu. Eu a odiava!

Odiava o fato de gostar de odiar ela. Odiava como saia com pressa passando perfume, deixando seu cheiro por toda a casa. Odiava como seguia sua rotina, e odiava todos aqueles shorts jeans que ela sempre usava.

Eu simplesmente odiava tudo que vinha dela desde que percebi que ela era parecida com a... Pera, ela se parecia com quem mesmo?

***

Depois que gritei com o Rodrigo, ele não falou mais comigo. Não parecia magoado ou com raiva, mas simplesmente me evitava.

Meu voo saía amanha de noite, não queria ir pra casa me sentindo mal pelo que tinha feito.

Tocou uma vez. Duas. Três. Quatro.

Ele atendeu no quinto toque.

–Alo?

–Rodrigo, é a Manu.

–Eu sei.

–Então... Acho que te devo desculpas.

Apesar do meu orgulho ser bem grande, sei pedir desculpas quando sei que não estou certa, não é algo que me incomode.

–Ta tudo bem.

–Não, não ta. Me evitou a semana inteira... Eu não devia ter gritado, você só queria me ajudar. É só que eu tava uma pilha de nervos e precisava respirar um pouco. Acabei descontando em você, foi errado. Me desculpa?

Ele riu.

–Te desculpar? Eu tava pegando muito no seu pé, nem eu estava me aguentando, serio, ta tudo bem... Te evitei só pra te dar um tempo pra se acalmar mesmo,não estou com raiva.

–Obrigada Rodrigo, você é... – extremamente compreensível - Incrível.

–Em que sentido?

Bufei.

–É um amigo incrível.

–Droga... Um dia eu ainda mudo isso – ele estava mesmo disposto – Vamos fazer o seguinte: ficamos quites ok?

–Quites? – por que não? – Certo. Pode ser.

–Então me deixa te levar pro aeroporto amanha?

Como ele sabia que eu ia amanha?

–A Laura me falou que vai voltar pra casa durante as férias amanha. Sei que não sou um príncipe no cavalo branco, mas tenho um carro que pode te levar até o aeroporto...

Vou me arrepender até mesmo de ter pensado sobre isso, e não admito nem sob tortura que isso passou pela minha cabeça, mas... Eu parei pra perceber, que mesmo que a gente já tenha se estranhado tanto desde o primeiro dia que nos vimos, nós tínhamos uma boa relação. O Sam me ligou a alguns dias, querendo saber se ia ter que começar a juntar dinheiro para pagar um apartamento pra mim, conforme o prometido. Eu não tinha uma resposta clara ou concreta para lhe dar. Eu senti medo de saber a resposta no final.

A verdade era que, mesmo odiando ter que mentir para minha mãe por no mínimo mais cinco anos – era melhor ela não saber que eu morava com um cara – eu não queria mais sair dali. Até mesmo o simples pensamento parecia algo tão... Estúpido. Era algo com ele... Algo com o jeito que ele “penteava” o cabelo e como me agarrava. Com ele não era só corpo no corpo como com os outros, não me fazia ter vontade de ir pra cama com ele no primeiro momento. Só me fazia ter vontade de não sair dali. Pela primeira vez na vida, parecia que eu tinha conhecido alguém que realmente valia a pena estar junto. Ai meu deus, to pensando como uma menininha arrrgh! Eu não queria concluir esse pensamento com medo de se tornar algo real pra mim, indo alem desses pensamentos inúteis.

Talvez eu nunca entenda isso que to tentando explicar, mas é que por mais que fossem três semanas só, eu ia sentir falta do que tava vivendo agora. Era MINHA vida pela primeira vez! Lógico que eu sentia falta da casa limpa e da roupa lavada, sentia saudade do Sam, da minha mãe e da minha irmã, mas acho que eu tinha medo de voltar e ver aquilo tudo escapando pelos meus dedos, me fazendo voltar tudo de novo e de novo.

Quer dizer, tudo isso se resumia ao meu medo.

Pela primeira vez na vida, conheci alguém que valia a pena conhecer, alguém que não exigia nada de mim, por simplesmente, não querer nada em troca.

Eu nunca tinha pensado esse tipo de coisa, por simplesmente nunca ter acreditado em nada disso. Eu já não tenho juízo e o Edu ainda vem chegando com aquele sorriso torto...

Ta vendo só?

Arrrrrrgh! Que raiva!

Acho que esse tempo em casa vai me fazer bem, botar a cabeça no lugar...

–Então que horas sai o seu voo?

Fechei os olhos, sabendo do quanto iria me arrepender de dar essa resposta.

–Sai ás 21:00 horas.


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Notas finais do capítulo

Então? Será que a Manu vai mesmo se arrepender de ter respondido?
Próximo capitulo um pouco mais... Não sei. O que acham que vai rolar? Façam suas apostas again (tenho que parar de falar essas coisas ¬¬)
Acho que só posto amanha, então um beijo :*