Just Friends escrita por Laia


Capítulo 12
Capitulo 12


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que não faz nem uma hora que postei, mas precisava postar mais pra vocês
Não sou tão má pra demorar a revelar o que atormentou a Manu u.u
Fiquem livres para imaginar o que quiserem sobre como aconteceu o que ela conta...
Acho que é isso



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Acordamos no dia seguinte praticamente na mesma hora. Ela foi tomar banho e eu fui na padaria. Era como se nada tivesse acontecido na noite anterior. Não tinha nada no seu rosto que mostrasse que ela chorou ou algo parecido.

Tomamos café e ela começou a contar sobre as aulas que teria, e eu sobre os desenhos que ainda tinha que fazer até o final da semana.

Ela correu pro quarto e pegou as coisas da faculdade, largando no sofá.

–Vem, preciso trocar seu curativo.

Buscou uma bacia e lavou dessa vez com soro, que não tenho ideia de onde arranjou. Refez tudo e saiu correndo.

***

Sempre preferi as coisas desse jeito: fingir que nada aconteceu no dia seguinte.

E foi assim, fingi que nada tinha acontecido, e ainda bem, ele também fez isso. Pela primeira vez, não prestei atenção na aula. O professor explicava algo sobre os ossos, mostrando algumas imagens que simplesmente passavam pela minha visão.

Eu ouvia a batida de novo, e de novo. Minha mãe gritava. Outra batida. Outro grito. Outra batida.

–Manuela?

Dessa vez era só o professor.

–Desculpa, pode repetir?

–Essa é uma imagem de uma articulação ilíacofemural, feita por ressonância magnética. Sabe me dizer o tipo de corte feito?

Pensei, pensei. Malditas palavras complicadas.

–Corte Longitudinal?

–Isso é uma afirmação ou uma pergunta?

–Afirmação – novamente mais pareceu uma pergunta.

–Ta certo... Laura?

Foi ai que fui me lembrar: Laura. Ainda estava com a chave do seu carro, e ela ainda estava com cara de ressaca.

–Professor?

–Nessa radiografia das vértebras lombares. Sabe me dizer que tipo de radiografia é?

–Lateral?

Ela apoiava as bochechas nas mãos, parecendo extremamente entediada.

–Não, Ântero-Posterior Laura.

–Ah professor, as vértebras são todas iguais...

E nisso começou uma discussão. Aproveitei a confusão na sala e sai, direto pra casa.

***

Não tive paciência pra ir pra aula. Juntei meu material, peguei o computador e voltei ao projeto do semestre. O básico da minha planta estava quase pronto.

A Manu chegou super cedo, disse que não estava com paciência para a aula.

Passou um tempo no quarto e voltou de shorts e camiseta, se sentando na minha frente.

–Ta muito ocupado?

Empurrei as coisas para o lado, lhe dando espaço pra falar.

–Ta acuado desde ontem... Acha que to com medo de você?

–Sinceramente? – ela acenou com a cabeça - Sim.

Ela sorriu de forma suave.

–Não estou, acredite, não é por sua causa que surtei ontem. Foi o barulho dos socos...

Ela começou a perder o foco do olhar, e eu já sabia o que estava por vir.

–Não precisa contar.

–Eu quero. Quer ouvir? – acenei com a cabeça como ela havia feito – Eu era mais nova, e em resumo, minha mãe surtou. Esse seu machucado não foi nada perto de como ela ficou. Foi mais ou menos como você... – ela apertou os olhos, como se lembrar lhe causasse dor – E eu tava sozinha com ela. Acalmei, cuidei e botei ela pra dormir. Única coisa que eu pensava no dia era que tinha que limpar todo aquele sangue antes do Sam e da Mel chegarem. E eu limpei, porque a minha vida dependia daquilo...

Ela abriu os olhos novamente, não havia lagrimas nem nada, estavam completamente vazios.

–Não tenha dó de mim, nem diga que lamenta, por favor.

–Como quiser...

–Sei lá, só quis te contar... Você ta bem?

Ela parecia tão calma, controlada, tão... Fria. Então eu entendi a Manu. Ela tinha medo. Tanto medo que a fazia ser assim, dura como uma rocha. Sem querer se envolver com ninguém, nunca mostrava o que realmente sentia. E me ver descontrolado daquela forma ontem, deve ter sido torturante dentro dela. Ela não podia se desesperar, não podia perder a calma, ela tinha que cuidar de tudo da mesma forma que fez quando era pequena.

Mas eu não ia falar nada disso, sabia que não era a hora.

–To bem, mas minha mão ta doendo pra caramba.

Ela riu e ficamos mais um tempo ali jogando conversa fora.

–Preciso estudar, perdi a aula então...

–Manuela?

Ela se virou já no meio do caminho.

–Obrigada por me ajudar e... Me contar sobre o que aconteceu.

–Putz, eu já chorei na sua frente... Não tenho mais nada pra esconder de ti garoto.


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Notas finais do capítulo

Sei que vão gostar do próximo capitulo u.u
Mas não sou tão boazinha assim, então só amanha... Ou mais tarde, provavelmente de madrugada porque não durmo ¬¬
Então um cheiro e um beijo