Daylight escrita por JulySantos


Capítulo 5
Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

5/11



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Ele saiu do hospital com um sorriso bobo, ele havia beijado-a... BEIJADO-A!!!

Ele mal conseguia acreditar na sorte que tivera, ele sentia-se excepcionalmente feliz.

Não parou de sorrir, nem mesmo quando um taxi o queimou, continuou lá, na calçada do hospital esperando o outro com o mesmo sorriso animado. Quando finalmente um taxi parou para ele, ele entrou no banco do passageiro, dizendo o endereço de sua casa.

O taxista até tentou puxar conversa com ele, mas ele não conseguia fixar o pensamento em nenhum assunto que o homem quisesse discutir. Era felicidade demais para um só coração.

Não se incomodou com o trânsito, não se incomodou com o calor e muito menos com o preço da corrida. Nada estragaria seu dia hoje...

– Que sorriso idiota é esse, cara? – Emmett perguntou pegando-o de surpresa, e lhe dando um murro sem muita força no ombro.

– Porra. – Ele murmurou esfregando o local atingido.

Ok, talvez alguma coisa estragasse seu dia.

– Para de ser fracote, vim ver minha namorada. – Ele disse enquanto andava ao lado do amigo em direção a casa.

– A mim é que não foi.

– Depois do bolo que você deu ontem em mim e no Jasper, obvio que eu não viria visitar você, fora que eu não daria uns pegas em você, já na minha Rosie...

– Eu não quero saber dos detalhes sórdidos. – Edward comentou com humor, subiu os degraus de dois em dois.

– Oh, pobre menino inocente... Será que ela tá no quarto? – Emm questionou olhando as escadas que levava para o segundo andar.

– Acho mais provável ela estar na piscina, ela gosta de estudar lá, e aproveita para pegar uma cor como ela mesma diz.

– Melhor ainda... Conselho de amigo, não apareça na piscina pelos próximos minutos. – Ele disse esfregando as mãos. Edward riu, e correu para o segundo andar. Ao chegar no quarto chutou a porta ao passar e jogou-se na cama, ligando o notebook, sabendo que o aparelho não aguentaria nada, já que provavelmente estaria descarregado, ele tratou de pegar o carregador e conectar o plug-in no notebook, ligou na tomada. Um minuto depois ele já se conectava através do wifi de sua casa.

Abriu sua página inicial que era o google, e digitou no buscador : Leucemia.

Lia atentamente cada linha de um site que achou ser o mais confiável dos resultados mostrados na pagina.

Não gostou do que leu.

– Não quero isso para a minha Bella. – Ele murmurou sem nem se dar conta de que havia colocado aquele adjetivo possessivo.

Leu mais um pouco, porém não conseguiu ficar lendo aquelas matérias, não gostava de imagina-la com essa terrível doença...

– O quê que você tá vendo ai? – A voz grossa assustou-o, fazendo com que ele fechasse o notebook por impulso.

– Nada demais. – Murmurou, sentando-se na cama em posição de índio. – Por que não está com Rose?

– Ah, sei lá o que deu nela, quando ela está nesses dias, eu prefiro não ficar muito perto, nunca se sabe do que ela é capaz. – Edward riu com gosto, o amigo jogou-se na cama, a cabeça em cima dos braços, os olhos olhando o teto. – Lauren perguntou por você. – Comentou.

– Foi? – Perguntou sem interesse, o que fez Emmett arquear a sobrancelha.

– ‘’Foi”, essa é a única coisa que vai dizer? Sem comentários? Quem é você e onde enfiou o meu amigo? – Edward revirou os olhos.

– Só cansei dela.

– Oque que tá acontecendo cara? E nem adiante tentar esconder, te conheço desde...

– Desde sempre? – Edward opinou com um sorriso.

– É, se não quiser contar, não conta, mas não diz que não tem nada, por que eu sei que não é verdade.

Edward suspirou levemente enquanto pensava. Certo que o que passava por sua cabeça, era algo que, de alguma forma poderia não levar a nada, mas ele gostava de falar as vezes, gostava de colocar tudo para fora, seja coisas boas ou ruins.

– Lembra que ontem eu fui ao hospital onde meu pai trabalha?

– Sei, aquele que você vai fazer a residência.

– Isso, meu pai me apresentou a uma garota e... – E assim ele foi narrando alguns detalhes de quando havia conhecido Bella, em determinados momentos sorria, ou abaixava a cabeça e falava baixinho, Emmett notou as mudanças de expressão no rosto do amigo, e já sabia o que estava acontecendo com ele.

Enquanto ele falava do que havia acontecido, ele lembrava-se do que havia acontecido mais cedo.

Com os lábios ainda selados em um selinho que se dividia entre carinho e adoração, as batidas do coração de ambos saltavam a cada segundo.

Quanta felicidade cabia em um coração? Havia uma medida para isso? Cada coração tem uma capacidade máxima? Seria assim?

As respostas não importavam, a única coisa com um mínimo de relevância ali era o fato de que ambos, queriam o que estava acontecendo. O coração de Bella batia como as asas de um colibri.

Ela adorava a sensação dos lábios macios sobre o dela, ela conseguia sentir o cheiro de menta que emanava da boca dele.

Da porta a enfermeira olhava a cena com o coração derretido, com a mão direita ela limpou uma lagrima que escorria do olho, ela estava emocionada, mas infelizmente teria de interromper aquela cena, precisava levar a menina, a quimioterapia.

– Desculpe interromper os pombinhos, mas precisamos ir. – Ela falou fazendo com que Edward levantasse e voltasse a ficar ereto, pode observar ela ainda com os olhos fechados sorriu levemente com a cena, e pode contemplar a visão dos olhos castanhos chocolates se abrindo, o rosto dela sendo tomado por uma coloração rosa bebê inacreditavelmente inocente, fofo...E até sedutor, ele pensou sentindo-se um canalha por isso.

Ele viu a cadeira de rodas que a enfermeira trazia, e querendo ajudar, pegou Bella em seus braços, sentindo o quão leve ela era, gostou de tê-la ali, tão perto, sentia como se pudesse protege-la de tudo e de todos, ela não se sentia diferente, sentia-se protegida ali... Era uma das melhores sensações do mundo.

Meio que contra a vontade ele a depositou calmamente na cadeira, não sabendo como agir, ele deu um leve beijo na bochecha dela, e se despediu garantido que voltaria o mais cedo possível, fazendo com que o coração da menina pulasse novamente, ela assentiu com um leve sorriso tímido nos lábios, e ele se foi.

Emmett olhava o amigo seriamente.

– Você pode não querer admitir, mas sabe muito bem o que está acontecendo. – Ele disse.

Edward assentiu, ele sabia oque estava acontecendo, sabia perfeitamente. E não tinha vergonha de admitir que estava com medo, apavorado talvez fosse a melhor palavra.

Não sabia oque faria com esse novo sentimento que crescia dentro de seu peito, mas de algo ele tinha certeza.

Esse sentimento não ficaria guardado dentro do peito.

Não mesmo.


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