POV JACK

Corri seguindo as pegadas, até que elas acabaram. Eu não estava mais na floresta, e sim na toca de Breu. O local estava mais escuro que o normal, no globo, apenas uma luz piscante podia ser vista -em Londres-, não havia nenhum som. Tudo estava quieto, apenas duas respirações eram audíveis -A minha, claro.- e de uma criança. ela estava fraca, e cada vez que me aproximava, mais fraca ficava, até que apenas uma respiração era existente.

Apertei meu cajado em minha mão e ele se iluminou com o tipico azul cristal, continuei andando até que tropecei em algo e acabei caindo em cima de alguém, ficando cara a cara com ela. A respiração não era de uma criança, a Respiração era de Bianca.

POV LIZA

Estávamos próximos a toca de Breu, eu e Henry.

Eu estava realmente desconfortável, Henry havia me "sequestrado", por mais que ele falasse que não, ele havia sim. Não é todo dia que um cara tampa sua boca e te leva para um lugar com pouca visão.

–Você está mentindo.-falei- Ela não está aqui coisa nenhuma.

–Não estou mentindo! -Gritou, segurando meu braço e olhando em meus olhos.- Eu posso ser qualquer coisa, Elizabeth. Mas se tem uma coisa que não sou, é mentiroso!

–Você mentiu para ela. -Não sei o motivo de não estar falando o nome dela, é estranho depois de uma briga falar o nome da pessoa, você sente certo medo, mas também sente falta. Como um viciado, precisando de maconha. -Ela achou que você estava morto!

–Esse assunto é meu e dela, não se meta onde não é chamada.

Ele me soltou e voltou a andar, e eu como uma cachorrinha com coleira imaginária, o segui.

Aos poucos a floresta ia ficando mais sombria, as árvores secas, o som das corujas -que em uma crença antiga, significa a morte de alguém, ou um desastre, não sei.-

Logo a frente, eu podia ver aquela cama que ficava em um buraco que era a entrada para o esconderijo dele.

–Dá para ser mais rápida?-Henry resmungou.

–Desculpe, mas eu não tenho culpa se você tem pernas de Flamingos. -Disse, acelerando passo. Cara, como eu sou idiota.

–Primeiros as damas. -falou assim que chegamos na entrada.

–Ok, pode passar. -Dei espaço para que ele passasse.

–Entre. Logo. Aí. -Ele me olhou, seus olhos estavam passando do azul para o vermelho fogo.

–Ok, Ok, Já vou. -murmurei baixo e desci a "entrada" para o esconderijo, ao sentir meus pés no "chão" engoli em seco e olhei em volta. Estava tudo escuro, o globo que só tinha uma luz acessa, estava destruído. Havia um certo cheiro repugnante no ar, como de sangue, certamente iria passar mal, eu odeio sangue.

–O Que está acontecendo aqui? -Henry murmurou.

–Eu não sei. -Respondi- Pensei que soubesse.

Ouvi um soluço e virei a cabeça para a direção do som. Vi uma luz vindo de um canto do esconderijo, andei devagar até lá, quando mais andava, mais brilhante a luz ficava. Percebi que havia uma figura com um capuz azul, ajoelhada.

–Jack?...-Perguntei e ele se virou, me olhando. Pude ver que em seus olhos escorriam lágrima, o que eu não compreendi. -O que foi?.

–Des...Desculpe...-Murmurou amargado, me aproximei e vi um corpo na frente dele, era ela. Era Bianca.

–Você a matou?! -falei incrédula, me ajoelhando ao lado dela. -Bia, Bia acorda!!

Eu a balançava, como se cada vez que ela se mexesse, seu coração fosse pulsar. Henry se ajoelhou ao meu lado, estático. Ela não dava nenhum sinal, o local já estava frio por causa de Jack, apenas algo quente em meu rosto era sentido: As lágrimas.

Ela havia partido, e ninguém sabia como.