Edward verificou a hora pela décima vez, então olhou para seus irmãos. Emment e jasper estavam a seu lado e eram tão semelhantes que pareciam gêmeos. Edward sabia que todos os três eram cópias um do outro. Somente um ano os se­paravam. Cresceram muito próximos e ficaram ainda mais próximos, com o passar dos anos. Os cullen eram uma uni­dade, a ponto de não conseguirem esconder nada uns dos outros. Por exemplo, mesmo sem se olharem nos olhos, já sabiam quando havia algo de errado.

— A gerente da vinícola, tanya, vai ser capaz de ge­renciar as coisas por aqui, enquanto eu estiver fora, — ele disse olhando ao redor do jardim, já praticamente vazio. A recepção havia terminado e os convidados tinham ido embo­ra, agora só restava o pessoal da limpeza. Um esquadrão de funcionários estava empilhando as cadeiras brancas, juntan­do os arranjos de flores, empacotando os cristais, a porcelana chinesa e a comida que havia sobrado.

Um zumbido de raiva ainda ecoava dentro de edward. Este deveria ter sido um ótimo dia. Para celebrar a materialização de seus sonhos na vinícola. Em vez disso, seus sonhos vira­ram pesadelo. Sacudiu a cabeça, colocando seus pensamen­tos nos negócios e, então, virou-se para o irmão.

— Se ela precisar de ajuda...

— Estaremos por perto — emert garantiu. — Bem — ele corrigiu com um sorriso maroto. — jasper estará. Tenho um voo agendado para Paris.

edward comandava as operações dos jatos dos cullen. Cons­truía jatos de luxo e os alugava para os milionários do mundo. Tinha uma rede de pilotos experientes e bem treinados, mas o próprio jasper gostava de pilotar. O trabalho era perfeito. Nunca foi uma pessoa de ficar em um só lugar por muito tempo.

— E depois de Paris vou para a Suíça — jasper con­tinuou. — Estarei fora por aproximadamente três semanas, então, emert vai entrar em ação, caso tanya precise de al­guma coisa.

— Estarei aqui — emert confirmou.

— Claro que sim — jasper disse com um sorriso. — De acordo com rose nunca vai ficar além de dois metros de dis­tância e você cuida dela como se fosse uma granada prestes a explodir.

emert fez uma careta para o irmão mais novo.

— Está falando besteira, pois não sabe como é quando a mulher que se ama está grávida. Um dia veremos.

— Nunca vai acontecer — Jasper garantiu com um tapinha amigável nas costas do irmão. Então, olhou para edward. — Onde disse que você e bella passariam a lua de mel?

— Eu não disse — edward falou. — Mas vamos pegar um dos jatos até o México.

— México? — emert silenciou Jasper com o olhar. — bella disse a alice que iriam para Fiji.

— Mudamos de idéia — edward disse esperando de­monstrar pouca importância. Não queria entrar neste as­sunto com seus irmãos. Não tinha tempo para uma longa e prolongada disputa e não havia maneira de seus irmãos quererem menos que isso. edward olhou o relógio novamen­te e se perguntou por que, diabos, bella estava demorando tanto para se trocar.

— Isto tem algo a ver com o cara francês que apareceu na festa? — Jasper levantou as sobrancelhas e colocou ambas as mãos no bolso.

— bella não pareceu muito feliz ao vê-lo — emert con­cordou. — Acho que ele é o ex dela.

— Droga! — Esperava que fosse conseguir evitar isso, uma vez que ninguém sabia sobre a chantagem. Especial­mente seus irmãos. Os cullen não eram do tipo de se render a extorsões. E não teria feito se não tivesse que comprar tem­po, assim como o silêncio do francês. — Vocês tinham que estar observando, não é?

— De fato... — Jasper se pronunciou com as feições demonstrando reconhecer alguma coisa. — Não estava pres­tando atenção, foi Alex quem me cutucou.

— Ótimo — então não era apenas sua família próxima que tinha um radar aguçado. edward só esperava que o resto dos convidados não tivesse percebido nada de estranho.

O problema era que havia muitos cullen, edward pensou. Seu pai era um entre quatro irmãos e aqueles irmãos gera­ram, pelo menos, três filhos cada. Agora estavam responsá­veis por diferentes aspectos da família. Não se poderia atirar uma pedra na Califórnia sem atingir, ao menos, um de seus primos cullen. A companhia de Alex produzia computado­res com excelência e a baixo custo. Os PCs cullen estavam ameaçando dominar o mundo.

— O que eles diriam?

— Nada demais — Jasper disse e saiu do caminho para dar passagem a um membro dos funcionários que carregava uma máquina de café. — Do jeito que bella estava, parecia que iria passar mal a qualquer instante e você, que iria explo­dir. Estou tão acostumado a ver esta expressão em seu rosto que nem registro mais.

— Obrigada — edward sacudiu a cabeça e trincou os den­tes. alex tinha reparado muita coisa. — E se ele contar para mais alguém?

— Não. Bem, espere. a prima jane e seus gêmeos tam­bém estavam lá. Sabiam que estava furioso. E daí? Está sem­pre furioso com alguma coisa.

Supunha que era verdade, mas isso era diferente e, apa­rentemente, emert pressentia. O irmão mais velho se afastou do resto do pessoal da limpeza. emert não falou mais nada até que os três estivessem nas redondezas da casa, cercados por arbustos.

— O que está acontecendo, edward? Quem era aquele cara? E o que ele tem a ver com você e bella?

— Ele é um irritante — Os pelos do pescoço de edward se arrepiaram e sentiu vontade de socar alguma coisa. Seus planos estavam sendo ameaçados a se despedaçarem. Tudo por causa de um filho da mãe ganancioso.

— Se importa em explicar? — Jasper perguntou.

— Não.

— Desembucha — emert disse.

Ele respirou fundo e se rendeu ao inevitável.

— O nome dele é Jacob Black. emert assobiou.

— Então estava certo. É o ex de Bella?

— Bem, isto é complicado — Jasper murmurou. — Por que ele veio ao casamento?

— Porque ele não é o ex como pensávamos.

— Explique — Emert disse.

Então edward contou exatamente o que aconteceu depois da cerimônia de casamento, enquanto Jasper e emert trocavam olhares atordoados. Ao ver a reação dos irmãos, edward sentiu sua própria raiva crescer como uma bolha em seu estômago.

— Você pagou ao filho da mãe? — Jasper perguntou.

— Está maluco?

— Tive que pagar — edward disse. — Não tive escolha.

— Sempre existe escolha — Jasper afirmou. — Ouviu isso? — Ao ver que nenhum dos dois irmãos disse nada, Jasper continuou. — O papai deve estar se revirando na tumba.

— Isso ajuda muito, obrigado — edward respondeu.

— Nunca se paga a um chantagista, edward — emert se pronunciou. — Deveria ter chamado a polícia.

— Certo. Policiais aparecendo em meu casamento sai­ria muito bem nos jornais. — edward balançou a cabeça e desejou que não tivesse parado de fumar dois anos atrás. Só parou para provar a si mesmo que conseguiria. Sua for­ça de vontade teria que ser mais forte que a nicotina. Bem, tinha provado sua teoria, agora queria uma droga de um cigarro.

— Vai voltar querendo mais dinheiro — emert advertiu.

— Acha que não sei disso? — edward transferiu o olhar dos irmãos para o que havia sobrado da festa.

— Paguei porque queria ganhar tempo. Vamos para o Mé­xico resolver rapidamente a questão do divórcio e nos casa­remos novamente sem que ninguém saiba. Quando voltar, vou cuidar do cretino.

— O que quer que façamos? — emert perguntou. E edward de repente agradeceu pela família que tinha. Certamente dis­cutiam e brigavam e diziam quando não concordavam com ele, mas quando era preciso, chegavam junto para lidar com qualquer situação necessária.

— Mantenham os olhos nele. Observem aonde ele vai, com quem está. — edward esteve pensando sobre nisso nas últimas horas, mesmo quando estava ao lado de Bella cor­tando o bolo. Quando posava para as fotos que não queria, quando dançava com ela debaixo de aplausos. Durante todo o tempo esteve planejando o próximo passo. Tinha decidido contratar um investigador particular, mas assim era melhor. Seus irmãos nunca o trairiam e quanto menos gente de fora soubesse a verdade, melhor.

Olhou o relógio novamente. bella estando pronta ou não, era hora de ir.

— Verifiquem o passado deste cara. Não ligo como vão fazer, mas deem-me alguma informação. Acho que não é a primeira vez que age desta forma.

— O quê? — Jasper quase riu. — Acha que casa com mulheres para obter chantagem? Deve haver modos mais fá­ceis de ganhar a vida.

— Não sei se é isso que acontece, mas acho que chan­tagem não é algo novo para ele. Estava agindo com muita tranqüilidade. Não me surpreenderia em descobrir que não era a primeira vez.

— Faremos isso — emert disse suavemente. — Mas, e quanto a bella?

edward paralisou.

— O que tem ela?

— Não acha que está envolvida nisso, acha?

— A pergunta de um milhão de dólares —edward disse virando para o olhar a janela do quarto da mulher, onde sabia que estava trocando de roupa. — Não sei se faz parte disto, mas pretendo descobrir.