— Sou bígama — Bella murmurou e as palavras pareciam fel em sua boca. Bem, isto certamente colocava seus maus pres­sentimentos em perspectiva. Comparado a agora, seu tremor inicial era como um dia na Disneylandia.

Era um pesadelo, um daqueles que não conseguia acordar, o qual seus dois maridos se encaravam como pit bulls. No entanto, se tivesse que apostar em quem seria o vencedor desta estranha competição, colocaria seu dinheiro em Edward. O francês calmamente de pé, não tinha idéia do perigo que corria.

— Sim, minha querida — Jacob Black disse como frieza. Parecia muito seguro de si, como sempre. Seus cabelos pretos estavam penteados para trás, seus olhos escuros estavam fixos nos dela é, mesmo a distância, via sarcasmo em seu olhar. Usava um terno cinza de alta-costura com uma ca­misa amarelo clara e uma gravata grafiti. Parecia relaxado, completamente em casa, como se estivesse se divertindo imensamente.

Bella nunca na vida tinha detestado tanto nenhum ser hu­mano. Ainda a observando, Jacob Black inclinou-se com o cotovelo em cima da cornija de madeira.

— Você é, de fato, uma bígama. É vergonhoso e constran­gedor. E ainda é um potencial constrangimento público para seu novo marido.

E realmente era. Os jornais estavam repletos com notí­cias do casamento no último mês. As colunas sociais esta­vam cheias de especulações sobre o casamento de um dos solteiros mais ricos da Califórnia. Ela já conseguia imagi­nar o que aconteceria se a informação vazasse. O negócio com o distribuidor em que Edward estava tão interessado, certamente, desapareceria e a humilhação iria cair sobre ele para sempre. Bella queria que o chão se abrisse e a engolisse. Ou melhor, que engolisse Jacob black. Se suas pernas não parecessem mingau poderia ter ido até Jacob black e o esbofeteado, mas tudo que conseguiu foi estremecer antes de despencar na cadeira. A grande janela ao lado dela dava vista para a frente da casa. Pelo menos, não teve que sentar ali e observar o transcorrer da festa. Haviam deixado a recepção, onde estavam família e amigos dançando e sorrindo e fo­ram para o escritório de Edward. Apesar do tamanho da sala, as paredes verde-escuras, os tapetes coloridos e as inúmeras prateleiras de livros davam ao ambiente um toque acolhedor. Era necessário mais do que o conforto do local para acolher Bella naquele momento. Seu coração estava acelerado e seu estômago revirava, como se o punho de um gigante o es­tivesse esmagando impiedosamente. Lançou um olhar para Edward e quase grunhiu com a expressão de fúria em seu ros­to. Será que algo poderia piorar? Oh, não deveria ter pensado nesta pergunta.

— Acredito ter visto alguns repórteres parados do lado de fora — Jacob balck devaneou em alto tom. — Talvez deva ir lá e ter uma conversa com um ou dois deles.

A cabeça de Bella doía e o nó em seu estômago aumentava.

— Você não vai falar com nenhum repórter — Edward murmurou com firmeza.

— Como vocês americanos gostam de dizer, este é um país livre, não é?

— Só que este lugar não lhe pertence — Edward disse e, então, acrescentou — Se começar a conversar com os re­pórteres meus advogados chegarão até você tão rápido e lhe tirarão tudo, exceto este sotaque ridículo.

Jacob black estreitou os olhos. Edwardirradiava fúria em ondas tão pesadas que parecia poder nadar pela sala, fazendo que o ar ficasse pesado demais para se respirar.

— Você não está na posição de ditar os termos para mim — Jacob black o avisou.

— Senhor — Edward respondeu. — Esta é a minha casa e faço o que bem quero e neste momento desejo ouvir exata­mente o que tem a dizer. Então comece a falar.

— É simples — Jacob black disse em um tom quase de lamento. — A maravilhosa Bella e eu nunca nos divorciamos, de fato. Então se casou com uma mulher casada, meu bom homem.

O coração de Bella disparou, mas ela respirou fundo. Não conseguia acreditar que isto estava acontecendo e era difícil evitar a verdade. Lá fora, o burburinho do casamento não passava de um leve ruído. Bella olhou para o seu anel de ca­samento, que Edward havia lhe dado apenas uma hora atrás. Por que diabos Jacob não interrompeu o casamento antes que fosse tarde demais? Resmungando baixinho, en­terrou as mãos na saia do vestido de casamento para que não tivesse que olhar para o anel novamente.

— Não sou seu bom homem — Edward disse com a voz baixa, porém ameaçadora, e caso jacob tivesse cére­bro recuaria. Mas apenas pegou a taça de vinho que tinha servido a si mesmo e cheirou com aversão.

— Sou a parte lesada, mon ami — ele disse dando um gole no cabernet e engolindo como se estivesse fazendo es­forço. O insulto ao vinho dos Cullen era indubitável. — Certa­mente pode perceber isso, não é?

— O que percebo... — Edward disse — é um cara tentando conseguir uma extorsão.

— Extorsão? jacob deu a volta ao lado de Edward, foi até Bella e alisou seus ombros com os dedos.

Ela se encolheu diante daquele toque, levantou-se e er­gueu o queixo. Nunca deixaria que Jacob a desmo­ralizasse novamente. Uma vez na vida já era mais do que o suficiente.

— Só estou aqui porque é a coisa certa a fazer. — Ele sorriu, colocou a taça de vinho na mesa e olhou ao seu redor como se estivesse procurando por algo melhor.

— Ah, tenho certeza de que esta é a razão — Edward disse e deu um olhar atravessado paraBella.

Retornou o olhar de Edward, tentando dizer-lhe silencio­samente que não tinha nenhuma participação na história. O que fosse que jacob quisesse, estava fazendo sozinho. Jacob andou pela sala lentamente, inspecionando pra­teleiras, objetos, inclinando-se para verificar a assinatura em um quadro, como se não estivesse se importando em nada com a raiva de edward. Provavelmente estava, bella pensou. O homem só pensava em uma única coisa, só via o que queria ver.

— Por que está aqui, Jacob? — Bella perguntou a fim de se livrar logo dele. E saber a resposta era a única for­ma de fazer com que ele terminasse o que começou.

— Por quê? — Jacob se virou e sorriu. — Certa­mente, está muito claro, chérie.

Não se preocupou em olhar para Edward, sabia o que es­tava sentindo, porque a sua raiva ainda estava vibrando no ambiente. Em vez, Bella olhou para o homem que um dia prometeu amar e viu apenas um estranho.

— Soletre para mim, Jacob.

— Muito bem. Veja, quando li sobre o casamento da mi­nha doce Bella com um dos mais poderosos membros da fa­mília Cullen, sabia que vir era a coisa certa a fazer.

— Ah — Edward disse parando ao lado de Bella, de braços cruzados e em posição ereta, como se estivesse pronto para começar a batalha. — E a razão que o fez esperar até o final da cerimônia para se pronunciar?

Jacob abriu um sorriso de satisfação.

— Porque falar de antemão poderia alertar a imprensa e tenho certeza de que é um risco que preferia não correr.

A imprensa. Bella já podia imaginar o que a mídia faria desta situação. Magnata dos vinhedos casa-se com bígama. Não seria sensacional? Ou talvez: A rainha do Cullen é uma fraude. Bella sentiu um arrepio por dentro e petrificou. Jacob tinha vindo para chantagear Edward. Era a única expli­cação. Edward zombou dele e o analisou de cima a baixo com um olhar mordaz que ricocheteavam jacob como balas de revólver. Claramente, Edward chegou à mesma conclusão que Bella, mas quando ele dirigiu o mesmo sarcasmo para Bella, ela fez um enorme esforço para superar o desgosto e encontrar seu próprio sentido de fúria.

— Não tive nada a ver com isso — ela disse, o olhando dentro dos olhos.— Você não pode acreditar que eu o ajuda­ria! Sabe o que ele fez comigo, de como me senti...