Pov’s Clove

Depois que eu me tranquei no banheiro Kat apareceu e me consolou como somente uma melhor amiga faz e me convenceu a voltar para a casa dela, assim o fiz.

Agora estou eu no meu quarto provisório até voltar para Atlanta, Gale está no quarto a frente do meu e Peeta e Katniss no quarto ao fim do corredor, já se passaram as 2h da manha e eu ainda não consegui dormir.

Fico sentada na cama abraçada aos meus joelhos encarando o vazio a minha frente e imaginando que ali estão os olhos que me guiaram por meses, que são a única coisa que me fez ainda querer continuar a viva. –Para... –digo para mim mesma quando flashs de meu passado com Cato retornam a minha cabeça - Para... –ordeno mais uma vez a mim mesma.

A noite que ele foi a minha casa me dizer o porquê de ter contado a Tresh que eu gostava dele. Quando nos beijamos pela primeira vez. Horas de conversa em meu quarto. Nossa primeira vez.
Minha mente fica vagando nesta única memória, as noites que eu tive com Cato me levando ao delírio, seu toque pelo meu corpo, as correntes elétricas que percorria todo o meu ser, os olhos azuis cobaltos de Cato me transmitindo segurança, os lábios dele contra as parte sensíveis de meu corpo...

Sinto a primeira lágrima escorrer pela minha bochecha e trilhar seu caminho em direção ao meu queixo, não enxugo-a apenas fico ali sentindo seu formigamento passar pelo meu rosto dando o sinal de que as outras também podem a seguir. E é isso que acontece, eu começo a chorar desesperadamente.

–Não chore... –digo a mim mesma, talvez funcione - Não. Chore. –nada adianta, tento sufocar meus soluços e isso só faz com que eles aumentem - Não! –gritei alto e arremessei meu travesseiro longe. –Para! –gritei mais uma vez e coloquei as mãos em volta de meus ouvidos como se quisesse parar de ouvir algum barulho, mas o que eu queria parar de ouvir mesmo era a voz de Cato a chamar meu nome do mesmo jeito sensual que me chamava antes. –Para! Para! Para! –as lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu me contorcia na cama.

De repente a porta se abre em um banque surdo e alguém acende a luz, eu continuo a chorar, mas já não ouço mais a voz de Cato sussurrando em meu ouvido - Clo... –é a Katniss. Ergo o rosto e vejo o brilho cinzento dos olhos da Kat e o brilho azul dos olhos de Pee.

–Kat. –retiro minhas mãos dos ouvidos e abraço que Kat, ela retribui o abraço e pede a Peeta que nos deixe sozinha - É ele. Ele está fazendo isso comigo.

–Ele quem Clove? –pergunte Katniss enquanto acaricia minhas madeixas negras tentando me acalmar.

–Cato. –digo baixinho e suspiro - Ele invade meus pensamentos toda noite, ele me faz gritar por horas desesperada por socorro. Eu acho que estou a enlouquecer. –digo e Kat apenas ouve tudo silenciosamente e assente, mas com este ultimo comentário meu ela para de em acalmar e me faz encará-la.

–Você não está louca, você só está passando por momentos difíceis após um término de namoro. –ela diz e vejo seus olhos marejarem - Você é minha melhor amiga, não está louca, só sofre por causa do amor verdadeiro. Você ama Cato, ele te ama, mas não podem ficar juntos.

–Talvez seja isso. –digo baixinho sentindo o sono me consumir. –Katniss, eu me sentia tão sozinha em Atlanta, sem ele, sem você, o Peeta, meus amigos... –digo sem pensar e acabo adormecendo.

Pov’s Enobaria

Nós assim que voltamos a Califórnia fora como respirar o ar puro de seu verdadeiro lar, onde criou sua única filha, onde se apaixonou pela primeira vez... Eu desejara aquilo com tanto fervor quanto Clove deve ter desejado todo este tempo aqui em Atlanta, mas eu precisava ficar nesta cidade, por Seneca, pelas suas filhas, por Gale... Pelo bebe.

Sim, eu estou grávida de Seneca e fiquei sabendo recentemente. Estou grávida de quase dois meses, ninguém sabe somente eu e minha médica de Atlanta, mas agora que estamos voltando para a Califórnia eu irei colocar as cartas na mesa e ser transparente sobre minhas ações com todos.

Fiquei sabendo no mesmo dia que Cato estava aqui na Califórnia com sua nova noiva Piper, e descobri através de Effie que Piper estava “grávida”, mas quem acredita nessa farsa toda? A minha Clove, ela acreditou com tanto fervor que sofre ainda com o rompimento do namoro dela com Cato e é de partir o coração ver sua própria filha gritar a noite, chorar pelos cantos da casa e não poder nem se quer ajudar.

–Seneca. –chamo meu namorado na porta do quarto de Ariana e Diana, ele está deitado no chão fazendo cosquinhas em uma enquanto a outra monta cavalinho nele - Podemos conversar? –pergunto e ele assente agora sério.

Caminho em direção ao quarto grande do hotel e fico sentada na cama observando o chão até que Seneca adentra o quarto e fecha a porta atrás de si e senta-se ao meu lado, ele está ofegante e sorrindo abertamente. –Você estava se divertindo? –pergunto.

–Sim, mas você queria falar comigo? O que era? –ele pergunta pegando uma de minhas mãos e entrelaçando nossos dedos.

–Tenho uma coisa pra te contar querido... –digo baixinho e vejo Seneca prender a respiração, olho para ele que apenas balança a cabeça afirmando tudo o que digo e depois de segundo em silencio se levanta e caminha em direção a mala ainda posta no chão.

–Antes de qualquer coisa que você diga quero lhe dar uma coisa. –ele pega um pequeno embrulho dentro da mala e me entrega - Era da minha família a gerações, espero que goste. –abro o pequeno embrulho e vejo dentro um broche de por no cabelo vermelho. Sorrio de canto e olho para Seneca me assustando com a visão, ele está ajoelhado a minha frente segurando uma anel em mãos - Enobaria Larcost, você quer se casar comigo?

Broche: http://blogs.odiario.com/cenafashion/files/2012/11/julia-petit1.jpg

–Seneca... –sinto as lágrimas se formarem em meus olhos, eu vou chorar hormônios eu odeio vocês - Sim, eu quero Seneca. –digo sorrindo abertamente e permitindo as lágrimas rolarem pelo meu rosto. Meu namorado/noivo coloca o anel em meu dedo e me beija delicadamente.

–Você não vai me dizer o porquê de me chamar pra conversar? –ele pergunta se sentando ao meu lado na cama novamente, fico olhando para o anel em meu dedo e assinto lentamente - Enobaria? Você está bem querida?

–Sim, estou muito bem. –digo olhando em seus olhos - Seneca... Você me faz muito feliz me dando a vida que tenho e sou muito grata, por acolher tanto eu e a Clove em sua casa e vida quanto por... Ter me dado esse filho. –digo sorrindo e os olhos de Seneca arregalam-se por meros minutos e brilham.

–Você está grávida? –ele pergunta sorrindo e eu assenti, Seneca me abraçou apertado e me beijou calmamente - Não tenho dúvidas de que você está me fazendo o homem mais feliz do mundo Enobaria. Eu amo você querida.

–Também amo você Seneca. –digo e Seneca abaixa seu rosto na altura de meu ventre e começa a falar frases reconfortantes para o nosso pequeno bebe que se remexe dentro de mim avisando que está a ouvir tudo.

Fiquei rindo e conversando com Seneca o resto da noite até receber uma mensagem de Peeta avisando que Clove não estava nada bem esta noite e que Katniss estava a horas tentando reconfortá-la, mas nada adiantava.Me preocupei instantaneamente e Seneca percebeu meu desespero , pois pegou meu celular e leu a mensagem.

–O que será que ela tem Seneca? A Clove nunca esteve assim tão pertubada. –digo baixinho e Seneca acaricia meus cabelos e me reconforta com palavras calmas.

Pov’s Piper

–Cato! –gritei mais uma vez empurrando o corpo musculoso de Cato para fora da cama, ele levantou lentamente do chão e ficou me encarando com raiva - Eu estou com fome, pode ir comprar cookies pra mim?

–Sério Piper? A essa hora da madrugada? –ele perguntou indignado, eu apenas assenti e vi ele ir se arrumar, Cato apenas vestiu uma calça jeans, uma blusa qualquer e colocou seus tênis e saiu do apartamento.

Quando dei por mim que estava sozinha no apartamento peguei meu celular e liguei para Ellie - Ellie, eu preciso de sua ajuda. –digo e ela apenas assente e diz para conversarmos amanha no Starbucks próximo a praça central. Aceito o que ela propõe e marcamos.

Deito novamente na cama e adormeço para ser acordada no meio da noite por Cato me entregando os cookies, fingi que ainda estava com fome e comi alguns cookies com muito bom gosto.

No dia seguinte acordei cedo e me arrumei sempre me certificando de ver se Cato ainda estava dormindo, saí de casa as preças e me dirigi ao Starbucks onde marquei encontro com Ellie.

Assim que cheguei ao Starbucks avistei minha sogra sentada em uma mesa no fundo do estabelecimento, caminhei lentamente até ela e me sentei a sua frente - O que você queria falar comigo? –ela pergunta sem desviar seu olhar de sua xícara de café.

–Eu preciso de uma outra barriga. –digo e isso faz com que Ellie me encare, finalmente - Eu estou pra completar 5 meses de gravidez e essa barriga não tem cara de ter 5 meses. –digo suspirando, a garçonete se aproxima da nossa mesa - Eu vou querer um cappuccino sem açúcar. –digo e a garçonete anota e sai.

–Tudo bem, eu compro outra barriga pra você. –disse ela já abrindo sua carteira - Ah, e o seu bebezinho é bem saudável. –ela diz sorrindo e meus olhos se arregalaram - Calma, minha empregada está de repouso na casa dela e o bebe irá nascer daqui quatro meses junto com o seu “bebe”.

–Mas ela vai me dar o bebe dela assim de bom grado? –perguntei e Ellie riu alto o que assustou um pouco a garçonete que me trazia meu cappuccino quente - Pare de rir e me explique tudo direitinho Ellie.

–Vou explicar minha querida. –ela disse dando mais um gole em seu café e depois o deixando de lado -A minha empregada não sabe que nós queremos o pequeno bebe dela, ela pensa que estou sendo apenas gentil com ela, por isso quando o bebe nascer ele irá ser... Seqüestrado e dado como morto para a pobre mãe. –Ellie riu mais alto e eu não me senti nada bem em fazer isso.

–Eu não posso seqüestrar o filho de outra pessoa. –digo sentindo um pouco de falta de ar - Não faça isso Ellie, por favor. É só um bebezinho, eu poço inventar que perdi o bebe depois que me casar com o Cato e...

–Se você disser que perdeu o bebe o Cato irá abandonar você e voltará correndo para os braços da Clove. –ela me repreendeu e eu tentei me acalmar - Você vai fazer o que eu estou mandando, sou sua irmã mais velha e você tem que me obedecer.

–Tudo bem Ellie. –digo suspirando pesadamente, vejo que perdi o jogo com ela - Eu faço o que você manda, mas se a sua empregada descobrir algo eu conto tudo ao Cato e ao pai dele está me ouvindo? –ela assentiu sem dar muita importância para o que eu dizia - Vou voltar para o apartamento de Cato logo ele estará me procurando. –digo levantando-me da mesa, deixei o dinheiro sobre a mesa e saí do estabelecimento.

Voltei caminhando lentamente até o apartamento e assim que entrei no mesmo vi Cato se arrumando –Você vai sair querido? –perguntei fazendo um olhar carinhoso pairar sobre ele.

–Vou, eu tenho que encontrar o Peeta, nós vamos comprar os ternos. –disse ele sem em encarar, odeio quando ele faz isso, mas agradeço , pois sei que se ele olhar nos meus olhos irá perceber a mentira que estou contando pra ele. –Volto mais tarde.

–Tudo bem. –digo me sentando no sofá e Cato para de andar e se vira me encarando confuso - O que foi Cato?

–Você vai me deixar sair? Tipo, sem discurso ou sermão dizendo que não quer que eu vá atrás de distrações e que nem volte para a casa de meu pai? –ele pergunta se aproximando de mim, permaneço olhando para a televisão desligada a minha frente e assinto brevemente - Tudo bem então. Tchau. –ele depositou um beijo em minha bochecha e saiu.

Fiquei por longos minutos observando a televisão desligada e refletindo sobre minhas ações, eu não deveria estar me envolvendo nos planos de minha irmã mais velha, o que eu tive com Cato já passou eu não gosto mais dele, ele continua o mesmo, mas eu mudei não sou mais aquela garota que só pensava em dinheiro.

Cato e o pai dele estão em perigo perto de minha irmã, Ellie quer tomar todo o dinheiro da família Masterst e fugir do mundo e me levar junto, por isso ela tramou esse plano de eu fingir ter dormido com Cato e ter engravidado dele.

Flashback *

–Anda ele está bem ali. –disse Ellie me empurrando em direção a Cato que estava próximo a um carro bebendo uma cerveja e conversando com um cara que deveria ser o dono do carro.

–Olá Cato. –digo sorrindo sedutoramente para ele, Cato apenas me encara e revira os olhos - Não vai falar comigo? –digo fazendo bico.

–O que você quer Piper? –ele pergunta se virando para mim, tomo sua cerveja de suas mãos e bebo um gole, Cato me encara confuso e depois quando percebe que não vou falar nada vira-se de costas para mim. A contra gosto, aproveito que ele está distraído e coloco um pouco do pó que Ellie me deu, eu não sei pra que ele serve, mas ela disse pra eu por então eu coloquei.

–Cato sua cerveja. –digo cutucando seu ombro e fazendo ele se virar pra mim, ele pega a bebida de minhas mãos e bebe um gole dela, fico observando fascinada com o que aquele pequeno saco de pó poça fazer. Cato começa a chacoalhar a cabeça tentando se livrar de algo e caminha para longe, ele cambaleia um pouco então eu resolvo ajudá-lo - Vem Cato, eu te levo até seus amigos. –digo e o loiro não contradiz apenas me acompanha.

Fiquei em frente ao carro que era de Clove e beijei Cato, o mesmo um pouco confuso me beijou também e logo a baixinha apareceu, ela não estava muito feliz e depois de brigar com Cato e terminar o namoro ela foi embora. –Cato, acho melhor te levar embora. –digo e o loiro assente com lágrimas nos olhos.

Levo-o até meu carro e dirijo até um hotel, assim que chegamos Cato se joga na cama e adormece. Com certa dificuldade retiro as roupas de Cato deixando-o apenas de cueca Box, retiro minhas roupas também ficando nua, sinto vergonha em fazer isso, mas é necessário.

Deito-me ao lado de Cato e durmo. No dia seguinte acordo cedo e vejo que Cato ainda está dormindo, não posso terminar isso. Levanto-me da cama e visto-me, espero que Ellie não descubra que fiz isso.

Saio do hotel e vou até a casa de Ellie - Olá Piper. –atende o pai de Cato sorrindo, ele está vestindo um terno muito bonito, aceno com a cabeça para ele que me dá passagem e deixa-me entrar. –Eu vou trabalhar. Adeus Piper. –ele diz e sai da própria casa.

Ellie entra na sala sorridente e seu sorriso aumenta quando me vê, mas assim que eu me sento no sofá suspirando o olhar repreensivo de Ellie aparece em seu rosto - O que você fez de errado Piper? Nessa tarefa eu não vou poder consertar seu erro irmãzinha. –ele pergunta se sentando ao meu lado.

–Eu não fiz nada errado Ellie. Deu tudo certo. –digo dando um sorriso que parece ter a convencido - Agora o que faremos?

–Esperamos e depois inventamos a gravidez. –ela diz se levantando do sofá e sorrindo abertamente - Abbie! –ela chamou sua empregada - Prepare um café para mim e para Piper. –disse ela e Abbie assentiu - Espera. Abbie, querida, você está grávida, certo? –ela perguntou e Abbie abriu um sorriso e assentiu, vi os olhos de Ellie brilharem - Então em breve eu quero ver você tirando licença não quero que faça muito esforço enquanto carrega esta criança. –Abbie assentiu e saiu em direção a cozinha.

–No que você está pensando Ellie? –pergunto assustada vendo o olhar de cobiça de Ellie pairar sobre a pobre empregada.

–Você terá um bebe de verdade. –ela sorriu abertamente e sentou-se no sofá novamente, olhei para Ellie e percebi que sempre fomos parecidas em aparência, apesar de ninguém perceber, mas de caráter nós nunca fomos nem seremos parecidas.

–Eu vou embora. –digo me levantando e me dirigindo a porta de entrada - Se Cato aparecer aqui não quero que ele me encontre falando com a madrasta dele. –abro a porta sem dar ouvidos ao que Ellie provavelmente diria a mim e caminhei até a casa de meus pais do outro lado da cidade.

Abbie. Ela irá sofrer, o futuro dela próximo a Ellie não será nada bom, o que eu poço fazer? Nada.

Flashback *

Pov’s Cato

Saí de casa bem na hora em que Piper voltava, ela estava estranha, muito pensativa e avoada, ela nunca fora assim, mas agora eu não posso ligar para ela eu tenho que me focar em encontrar a Clove e conversar com a mesma.

Cheguei rapidamente até a casa de Peeta e Katniss e bati na porta, Peeta atendeu a porta e disse para eu esperar na sala, fiquei observando a decoração quase pronta. Logo Katniss desceu as escadas e sorriu para mim - Oi Cato. –ela me abraçou e eu correspondi ao seu abraço - Agradeça por hoje o Gale estar no hotel onde a mãe da Clove está.

Assenti sem dizer nenhuma palavra e Peeta apareceu seguido de Clove, meus olhos brilharam ao encará-la, ela vestia uma calça preta, um moletom azul com um desenho na frente e calçava nos pés um All Star velho e surrado. Seu rosto estava banhado por uma leve maquiagem, mas que a deixava mais bonita do que já é, seu cabelo metade preso metade solto deixava com que eu visse perfeitamente as curvas de seus rosto.

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–O que... O que ele faz aqui? –perguntou Clove fingindo que eu não existia, ninguém a respondeu - Vocês não vão me responder?

–Melhor vocês conversarem sozinhos. –disse Peeta pegando na mão de Kat e a levando até a porta de entrada - Voltamos daqui uma hora. Por favor, sem brigas. –ele disse e saiu levando sua noiva consigo.

–Clove. –digo me aproximando da morena, mas a mesma começa a se afastar de mim como se eu pudesse fazer de algum mal a ela - Preciso conversar com você, é muito importante o que eu tenho que falar.

–Diga. –ela simplesmente disse sem olhar nos meus olhos, eu não conseguia conversar assim sem ver o brilho de seus olhos verdes refletidos nos meus azuis. Agarrei seus ombros e isso foi o suficiente para ela me encarar, pude perceber que bem no fundo de seus olhos eles estavam mais molhados do que o normal.

–Eu nunca quis engravidar a Piper. –digo e Clove revira os olhos - Presta atenção. Eu nunca amei alguém como eu amo você, e acredite eu ainda amo você. Tenho a impressão de que naquele dia do racha a Piper tenha me drogado com algo e isso fez com eu dormisse com ela, mas não era minha intenção... –aproximo meu rosto do dela ainda segurando seus ombros.

–Cato... –ela sussurra colando nossas testas, fecho meus olhos quando percebo que ela já fez isso. –Cala a boca. –dizendo isso ela me beija, o melhor beijo que eu recebo em meses, o aperto de minhas mãos em seus ombros se desfaz e eu deslizo minhas mãos até elas pararem em sua cintura puxando seu pequeno corpo para mim.

Pov’s Clove

Era ele. Ele estava bem aqui. Suas mãos me tocando, seus lábios sobre os meus...

Senti a língua de Cato pedir passagem e eu logo concedi a sensação de ter a língua dele tocando a minha me levava ao delírio, com uma força Cato me empurrou para a parede me prensando contra a mesma, senti uma falta de ar muito grande quando o loiro deixou meus lábios para se perder em meu pescoço.

Senti quando Cato me ergueu do chão e por instinto prendi minhas pernas em sua cintura o puxando mais para mim. Beijei-lhe os lábios novamente e arranhei sua nuca com as unhas, as mãos de Cato apertavam minha cintura arrancando gemidos prazerosos de minha parte.

Comecei a erguer a blusa dele enquanto o loiro tentava tirar a minha blusa, mas assim que percebi o que estava pra acontecer fora como uma luz se acendendo em minha mente. Eu não podia fazer isso, me entregar a Cato novamente, passar mais noites sem dormir com o peso na consciência de saber que Cato será pai e se casará em breve...

Afastei-me bruscamente de Cato descendo de seu colo e me dirigindo para o meio da sala, antes que eu pudesse fazer algo Cato pegou em meu pulso e me puxou de encontro ao seu peito e tornou a me beijar, eu tentava me afastar, mas o beijo de Cato era algo difícil de resistir.

–Para... –digo quando Cato afasta os lábios dos meus para respirar, mas retorna com fúria e eu correspondo com o mesmo fervor, a língua do loiro explorava cada canto de minha boca me levando ao êxtase - Cato... Por favor, para... –eu tentava dizer.

Quando dei por mim eu já estava deitada no sofá sem o meu moletom com Cato sobre mim beijando meu pescoço - Para... Cato... –empurrei Cato de cima de mim e finalmente o mesmo saiu de perto vendo que eu não queria aquilo.

–Me desculpe. –ele disse visivelmente constrangido - Não devia ter lhe forçado a nada. –ele disse e eu peguei meu moletom ao lado de Cato, mas antes que conseguisse puxar o braço com a peça de roupa na mão Cato segurou meu pulso e virou o mesmo para enxergar melhor.

As marcas vermelhas e o sangue seco por todo o meu braço, os olhos azuis do loiro se arregalaram e eu senti vergonha de mim mesma por ter feito tais coisas - Clove... Por quê? –fora a única coisa que ele perguntou.

–Você não quer saber. –digo puxando meu braço de volta e vestindo o meu moletom - Você não precisa se preocupar. Vou ficar bem. –digo suspirando pesadamente e olhando para o rosto do loiro, seus lábios estavam vermelhos e previ que os meus estariam iguais - Era só aquilo que você queria me dizer?

–Era... –ele disse ainda suspeitando de mim, apenas assenti levantando-me do sofá e me dirigindo a porta de entrada. –Já vai me expulsar Clove?

–Você não tem mais nada pra falar comigo, então sim. Eu vou. –digo abrindo a porta e Cato levanta-se do sofá e vem até mim - Adeus Cato. –as mesmas palavras de quando estávamos no racha.

–Não é um adeus Clove. –ele diz tocando minha bochecha com as pontas dos dedos - É somente o começo. –ele diz e deposita um selinho em meus lábios. Quando se afasta eu suspiro pesadamente vendo-o sair e entrar em seu carro para logo o mesmo dar partido e desaparecer no final da rua.

Fecho a porta e subo as escadas, vou até meu banheiro e fico me olhando no espelho, vejo as marcas de chupões de Cato em meu pescoço e não me envergonho de tê-las ali, pelo contrário me sinto feliz de revê-las lá.

Pov’s Gale

–Oi pai, o que você queria me falar? –perguntei quando me sentei no sofá do hotel onde Enobaria e Seneca estavam junto de Ariana e Diana.

–Onde está a Clove? –perguntou Enobaria aparecendo na sala sendo seguida por Ariana e Diana, ambas as duas vestiam vestidos de sair e Enobaria também estava muito bonita com uma calça jeans colada, uma blusa bege de mangas compridas, um salto preto, maquiagem para sair e o cabelo muito bem arrumado com um broche de enfeite.

–Ela não estava se sentindo bem, então ela ficou na casa do Peeta e da Katniss. –digo e meu celular vibra, pego o mesmo e vejo uma mensagem da Clove.

“Gale, eu vou para o hotel da Enobaria e do Seneca assim que eu puder. Seja lá o que for que eles tenham que falar peça para eles esperarem, eu vou me arrumar e já estou indo. Beijos - Clove.”

–Era da Clove? –pergunta Enobaria visivelmente preocupada com a filha, sorri para ela e assenti - Ela vem?

–Sim, falou para vocês esperarem que daqui a pouco ela já vem. –digo e Eno suspira pesadamente, olho para ela e para meu pai, eles são bem felizes juntos queria que algum dia a Clove visse o quanto eu gosto dela e pudesse esquecer esse tal de Cato que só faz mal para ela.

Em poucos minutos Clove aparece no andar dos nossos pais vestida de um vestido relativamente curto de mangas compridas, a saia do vestido é preta enquanto a parte de cima é em um tom champagne com lantejoulas e a gola do vestido é preta, ela usa um salto preto nos pés. A maquiagem em seu rosto a deixa cada vez mais atraente.

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–Ainda bem que já estão todos aqui, temos duas noticias para dar a vocês. –diz Seneca quando Clove se senta ao meu lado e segura minha mão, sorrio para ela e ela me retribui com o mesmo sorriso, foi de tirar o fôlego. –Eu e Enobaria nós vamos nos casar.

–Oh meu Deus! –disse Clove se levantando rápido e abraçando a mãe, eu fui para perto do meu pai e o cumprimentei - Parabéns pra vocês dois. –ela disse sorrindo e abraçando meu pai, abracei Enobaria e via Diana e Ariana pulando pelo apartamento que nem duas doidas.

–Isso é só o começo. –disse Eno sorrindo, ela se aproximou de meu pai que rodeou sua cintura com um braço meio de lado - Clove. Gale. Ariana e Diana. –ela disse pausadamente e suspirou - Vocês vão ganhar um irmãozinho. –ela disse e só faltou a Clove desmaiar de tanta felicidade.

–Um irmãozinho? –ela perguntou e Eno assentiu sorrindo - Oh meu Deus! –os olhos da morena marejaram, ela abraçou a mãe e eu estava boquiaberto demais, olhei para meu pai que tinha os olhos brilhando de alegria.

Abracei-o e foi uma festa só, Ariana e Diana ficavam perguntando que nome eles iam dar pro novo bebe onde eles iam morar visto que nossa casa em Atlanta era pequena demais –Ah, eu quero morar em Londres. –disse Ariana rindo alto.

–É uma possibilidade. –disse meu pai sorrindo e adentrando o carro que alugou - O que acha Enobaria? Morar em Londres, mas ter a lua de mel na França?

–Iria ser perfeito. –Eno disse sorrindo e olhou para nós quatro no espremidos no banco de trás, percebi que seu olhar estava em Clove que quando tocamos no assunto morar fora a mesma ficara em silencio.

Seneca nos levou para jantar em um restaurante no centro de Califórnia, lá encontramos os tios de Clove, Effie e Haymitch em uma mesa para dois, mas quando nos viram logo pediram ao garçom que juntasse mais mesas para que sentássemos todos juntos.