Mantendo O Equilíbrio - Finale escrita por Alexis terminando a história


Capítulo 93
Capítulo 92


Notas iniciais do capítulo

*abre o site e olha por uma fresta se tem gente me esperando armada* OI, MUNDO!

OK, OK, EU TÔ MERECENDO VOADORAS. Tô que nem o Gui... digo uma coisa, depois meio que dou pra trás (?) Desculpaí, Gui, pela referência.

Pois é, se me perguntarem desse janeiro, sei nem o que dizer, só sei que tem capítulo novo (com múuuusicas!) e pra me redimir com vocês, revisei mais uns capítulos pra COMBO. Corre aqui que lá vem... Lá vem COISAS!

E, vá lá, amor tbm :)

Enjoy!



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— Oi! Epa! Pera. Opa. Putz. Descuuuuuulpa.

Quer maior prova de amizade que negar carona e pegar um busão lotado em horário de pico com seu amigo? Um não, dois ônibus! Por dia! Porque, apesar de ter um ônibus que fosse direto pra nossa faculdade, ele é difícil de passar e por conta do tempo não podemos simplesmente esperá-lo. Iríamos chegar ao fim da aula praticamente. Por isso temos que subir em um, descer no terminal de integração do transporte público e lá esperar pra subir em outro.  

Eu que pensei ter deixado essa triste realidade para trás...

Até o terminal de integração, para o horário, é sempre uma zona. A coisa vem a melhorar mesmo quando descemos na plataforma e seguimos para uma nova, para esperar o outro busu, assim temos a oportunidade de ao menos brigar por uma vaga, visto que há muita gente – e não falo só de brigar por um lugar pra sentar, mas um lugar pra respirar. Ônibus também pode ser um inferninho de uma lata de sardinha, todo mundo espremido. Nessas horas, a atenção tem que ficar redobrada.

Hoje, ao subirmos nesse outro transporte, claramente se via que não havia muitas vagas. Como o bom e velho cavalheiro, Gui ficou de pé e me ofereceu um dos lugares. O ônibus encheu novamente, de modo que eu mal podia me mexer, principalmente com a montanha que eram nossas coisas no meu colo. Só deu pra relaxar mesmo mesmo mesmo após passarmos da ponte, que aí algumas pessoas saltaram do veículo. O lugar da janela a meu lado, por exemplo, ficou vazio e nele Gui sentou.

O trânsito estava parado, normal para o horário. Nosso costume era pegar alguns atalhos, mas já que a realidade mudou, era sentar e esperar de fato. Provavelmente chegaríamos bem na hora de começar a aula, senão um pouco no limite. Nisso, ficamos calados. É a segunda vez que tomo esse rumo com Gui. Ontem quando insisti em vir com ele no ônibus, ele não falou muita coisa, porém, aceitou. Hoje ele já pareceu mais tranquilo, embora prefira se manter na sua. É estranho porque ele é bem faladeiro. Ou eu quem sou?

No assento ao lado, porém distante, Gui olha através da janela de vidro como se estivesse noutro mundo. Bem possível estar. Parecia resignado, o olhar perdido do outro lado da avenida. Eu também olhava para o lado, onde os carros estavam bem próximos e buzinavam. Havia pessoas conversando perto de nós e eu não conseguia acompanhar o que eles diziam. Acho que eu também estava envolvida com o que chamam de janela da alma que são as janelas dos ônibus. Como eu mal podia me mexer, mesmo tendo Gui ter pegado sua mochila de volta – havia outros pertences no meu colo porque sou gentil com os outros passageiros – não dava pra pegar meu fone. Com muita luta que consigo alcançar o nicho da bolsa onde se encontrava.

E é justo nessa hora que Gui escolhe para começar a falar. Sem se voltar para mim, posso ver seu reflexo no vidro da janela, assim como ele a mim.

Ela contou, num foi?

— Digamos que ela não é nenhum Vini, mas quando vê que é importante, ela conta.

No dia anterior, na aula, Flávia não deu de voadora em mim, só me bateu com seu caderno. Devo tê-la inspirado quando mencionei que queria dar com o meu no professor Max. Só que, diferentemente dela, eu daria com força.

— Não quero que sinta pena de mim.

— Não sinto.

Quero abraçar meu amigo, quero confortá-lo, quero consolá-lo, quero tanta coisa, mas não é o momento. Ele não iria me aceitar assim, não depois de tudo que houve entre nós. Ando tão confusa, tantos conflitos ao mesmo tempo que... sei lá. Acho que entendo um pouco de seu senso de protetor, porque tenho sentido também. E continua sendo uma droga, porque eu queria que ele visse além quando se tratasse das outras questões. Que também não podem ser esquecidas, mesmo com essa avalanche nova.

Embora na semana passada detivesse tanta certeza em meu coração sobre o que fazer, acabo voltando à estaca zero. Quando Gui deita a cabeça na janela, que entendo que ele não iria dizer mais nada, ajeito o fone em um ouvido meu e arrisco, coloco o outro lado do fio no ouvido dele, que num segundo se mostra surpreso, porém, não protesta. My Propeller do Arctic Monkeys surge no nosso campo auditivo e assim a gente segue viagem.

 

Trilha sonora citada/indicada: Arctic Monkeys – My Propeller

 

Minutos depois, quando estamos chegando perto da rotatória que nos levaria para a outra avenida enorme, mas a avenida da faculdade, o ônibus deu uma parada brusca que tive que me segurar no apoio do assento à minha frente. As pastas do dono que estava de pé ao meu lado quase caíram, só não caíram mesmo porque Gui foi mais rápido e segurou. Nisso, o meu lado do fone saiu conforme eu me ajeitava. Com o ritmo do ônibus resgatado, recoloquei e percebi que uma música em especial começava a tocar. Era uma versão acústica que recentemente adicionei ao celular.

 

Trilha citada/indicada: Avril Lavigne – Push

 

Estava no aleatório e nem me preocupei de ver a lista que rodava quando havia ligado. Que aquela música estava nessa lista. Eu não tinha prestado atenção na sua letra até o momento... pois Avril Lavigne parecia estar falando de mim.

Been seein' too much of you lately

Tenho visto muito de você ultimamente

And you're starting to get on my nerves

E está começando a me dar nos nervos

This is exactly what happened last time

Isso é exatamente o que aconteceu da última vez

And it's not what we deserve

E isso não é o que a gente merece

It's a, a waste of my time lately

É uma, uma perda de meu tempo ultimamente

And I'm running out of words

Estou ficando sem palavras

If it's really meant to be

Se isso é mesmo para ser

Then you can find a way to say

Então você pode achar um jeito de falar

 

That maybe you should just shut up

Que talvez você devesse apenas calar a boca

Even when it gets tough

Mesmo quando as coisas ficam difíceis

Baby, 'cause this is love

Querido, porque isso é amor

And you know when push comes to shove

 E você sabe o que acontece quando o impulso nos empurra

It's gonna take the both of us

Ele vai levar nós dois

Baby, this is love

Querido, isso é amor

Baby, this is love

Querido, isso é amor

 

Love, love, love

Amor, amor, amor

 

Estaria ele ouvindo essa letra tal como eu? Me pergunto enquanto o ônibus passava a rotatória e nós nos segurávamos cada um com uma mão no apoio do assento a nossa frente e eu ainda me sentia insegura. Insegura internamente. A música tinha um quê de casal com problemas, mas na minha perspectiva, era da relação da amizade mesmo. Era um tipo de amor diferente. Quando que a Avril havia me espiado? Melhor: nos espiado?

 

It's really great to be with you

É realmente ótimo estar com você

This is how I could spend my life

É desse jeito que eu poderia passer minha vida

But I'm capable of taking care of myself

Mas sou capaz de cuidar de mim mesma

So if ya fuck this up then go take a hike

Então se você ferrar com isso, vá dar uma caminhada

It's a waste of my time, shakin'

É uma perda de meu tempo, me abalar

I'm not going out to search

Eu não vou sair pra te procurar

If it's really meant to be

Se isso é mesmo pra ser

Then you can find a way to say

Então você pode achar um jeito de falar

 

Parecia como a Daniela tinha mencionado no outro dia. Às vezes as músicas simplesmente nos pegam desprevenidas, mostrando outros ângulos que ficam sob as linhas da vida. Enquanto que a Christina Aguilera se mostrava uma devassa pra ela, a Avril Lavigne me contava que mesmo com tudo parecendo ser contra nós, havia uma fagulha, uma esperança, um cuidado. Um amor. Claro que não o amor que é entre mim e o Vinícius, nem de Gui com Flávia, ou mesmo o meu com o Murilo. E isso me enternecia de um jeito complicado. Eu ainda não queria perder meu melhor amigo, por orgulho de quem fosse. Não era pena.

This is love. Yeah.

That maybe you should just shut up

Que talvez você devesse apenas calar a boca

Even when it gets tough

Mesmo quando as coisas ficam difíceis

Baby, 'cause this is love

Querido, porque isso é amor

And you know when push comes to shove

 E você sabe o que acontece quando o impulso nos empurra

It's gonna take the both of us

Ele vai levar nós dois

Baby, this is love

Querido, isso é amor

Baby, this is love

Querido, isso é amor

You and me

Você e eu

We can both start over

A gente pode recomeçar

Just the two of us

Apenas nós dois

We can get a little closer

A gente pode se reaproximar

 

So follow me

Então me siga

Honestly

honestamente

And you'll see

E aí você vai ver

Yeah!

 

Avril reforçava minha esperança, que se eu não desse conta, iria esvair-se de novo. Essa esperança me fazia respirar um novo fôlego, uma que fazia crer que devia ser assim, difícil, sacrificante, como imaginei desde o começo, mas que tudo isso era por um motivo que valia a pena. A gente precisava desse choque. Entrar na tempestade, mas saber se encontrar nela. Dar as mãos e segurar firme. Bem firme.

 

That maybe you should just shut up

Que talvez você devesse apenas calar a boca

Even when it gets tough

Mesmo quando as coisas ficam difíceis

Baby, 'cause this is love

Querido, porque isso é amor

And you know when push comes to shove

 E você sabe o que acontece quando o impulso nos empurra

It's gonna take the both of us

Ele vai levar nós dois

Baby, this is love

Querido, isso é amor

Baby, this is love

Querido, isso é amor

 

That maybe you should just shut up

Que talvez você devesse apenas calar a boca

Even when it gets tough

Mesmo quando as coisas ficam difíceis

Baby, 'cause this is love

Querido, porque isso é amor

And you know when push comes to shove

 E você sabe o que acontece quando o impulso nos empurra

It's gonna take the both of us

Ele vai levar nós dois

Baby, this is love

Querido, isso é amor

Baby, this is love

Querido, isso é amor

 

Love, love, love

Amor, amor, amor

Quando a música chega nos seus últimos acordes, estou tão imersa nesses sentimentos de epifania que nem ligo mais pra cara feia que Gui possa fazer pra mim. Apenas deito minha cabeça no seu ombro e me aconchego nele. É, por um lado, errado, visto pelo que Murilo mesmo disse no outro dia sobre a gente parecer um casal e que eu devia de parar de ser tão próxima de meus amigos assim, porém, decido abrir uma exceção. Por outro, me sinto confortável, sinto que não devemos nos quebrar tão abruptamente pelo que parece certo. A gente que tem que fazer algo dar certo, não só confiar em seguir o que, presumidamente, é certo.

 

Trilha citada/indicada: Radical Face – Welcome Home

 

Por incrível que pareça, começa Welcome Home do Radical Face e essa eu conheço bem a letra, tanto que me faz me sentir em casa, como diz. Gui não me rejeita. Se por um acaso o magoei também esses dias, espero que me desculpe. Que entenda que estou me desculpando. Ele parece titubear por um tempinho – resistência? – e termina se desarmando também. Se ajeita e passa o braço por trás de mim.

Embora eu esteja de fone, consigo ouvi-lo, mesmo baixinho e só pra mim, quando diz:

— Você não precisa fazer isso.

— Eu sei. Mas juro que não envolve qualquer pena.

Mexida pela playlist aleatória que o universo tramou para arquitetar, inspiro inquieta, apesar de mais em paz. E continuo antes que ele possa dizer algo, sem, no entanto, voltar o rosto para ele. Me centro apenas num rabisco praticamente ilegível que havia sido pichado na parede de ferro abaixo da janela.

— Desculpa se te afastei daquele jeito, achei... achei tanta coisa, Gui. Ando confusa. Ando... sei lá. Desculpa.

Gui expira, visivelmente cansado, e como estou bem aconchegada a ele, meu corpo também acompanha a inquietude de sua respiração. Ele acaba levando uma mão ao rosto, aos cabelos, a mão que estava livre e ainda assim não me mexo.

— Eu quem tenho que pedir desculpa. Também não sei explicar o que tem se passado em minha cabeça ultimamente. É como se eu não pudesse... num sei. Não pudesse ver bem as coisas, o que ando fazendo ou como tem repercutido. Tô magoando as pessoas só por respirar. Se eu pudesse... parava de respirar só para não causar mais nenhum dano.

Sinto que ele se liberta um pouco quando me revela isso. Não sei como dar outra chance a ele, porém, não me vejo não conseguindo dar mais chances. Sinto-me insegura, claro, só que... a ideia de perdê-lo como amigo ainda consegue me deixar sem chão. É um medo que tem sido constante e me sinto tão impotente.

— Nunca mais diga uma coisa dessas, ok?

— Tô mentindo, Mi?

— A gente só... Precisamos entender nossos limites. Ok?

Aguinaldo por fim assente e expira um riso e percebo que é pela música que agora toca nos nossos ouvidos. Não sei se ele estava prestando atenção nas outras, mas nessa ele entrega que prestou. É uma música que roubei dele faz um tempinho e, pelo jeito, também dizia muito sobre a gente.

 

Trilha indicada citada: Josef Savat – Open Season

 

We used to have it all planned.

a gente se acostumou a ter tudo planejado

We thought we knew what all looked like.

a gente achou que conhecia como tudo era

We were looking out on the greatest view.

Que estávamos olhando para a melhor vista

We were raised to take a stand.

Fomos criados para ter uma posição

We were raised to keep an open mind.

Fomos criados pra ter a cabeça aberta

We believed we'd just sail on through

Acreditamos que iríamos apenas navegar por aí

Acho que dessa vez a coisa toda pode vingar...

— Eu era feliz e não sabia.

— Tu e 96% do mundo, bonitinho. Não conto a galáxia porque não conheço.

Presunçosa nada eu, né? Mas sinto que ele relaxa mais por tê-lo chamado de bonitinho, um apelido carinhoso entre os nossos, e isso abranda aquela minha inquietude também. Aguinaldo não diz mais nada sobre o assunto, só entra em mais uma de minhas viagens comigo. Ele possui esse tom maravilhado que afunda todo o climão e é como se estivéssemos de volta ao terror do trânsito, do calor, da buzinaria.

— E você conhece o mundo?

— Eu leio jornal, viu.

— Com que frequência?

— Não o tempo todo.


~;~

Sabe as velhas máximas de “coisas ainda estão acontecendo” e “coisas sempre estarão acontecendo”? Ela me golpeia como uma ventania no rosto logo que piso na faculdade. Estava tão relaxada, tão em paz, tão... enfim, Max aparece assim que me despeço de Gui, que iria pegar algo no carro que agora deixa no estacionamento de trás da faculdade, e eu ia logo seguir rumo pra sala de aula. Eu estava no pé da escada para subir, a instituição deserta, mostrando que as aulas já tinham começado faz um tempinho. Nem tinha me tocado do pequeno atraso.

— Então... vocês ainda estão se estranhando?

Aff, meu. Max claramente falava de mim e Aguinaldo. Então soube do arranca-rabo que tivemos recentemente.

— Isso importa?

Max me ronda, enquanto descanso o peso do corpo numa perna, já impaciente por mais uma de suas infelizes abordagens.

— Muito pra falar a verdade. Ainda mais com a atual situação dos pais dele.

Acho que não faço a melhor das expressões, porque Max logo emenda, muito certo de que eu sabia sobre o assunto, mas, de alguma forma, queria sacanear:

— Você não sabia?

— Sabia, claro, agora o senhor saber que me parece um pouco demais.

— Eu sei o que anda por esses corredores.

Se soubesse de verdade, não taria me atazanando uma hora dessas.

Mas por que me deixar Max abalar meu senso de humor quando eu podia... inverter a situação? A velha Milena traquina surge e não posso evitar de pensar rápido com ela para uma pequena tramoia.

— Já que tocou nisso, eu sei uma coisa que o senhor não sabe.

— O quê?

— O senhor trocou informações de novo na aula passada. E vê se não desconta em Djane, viu. Também tô de olho no senhor!

Max de pronto une as sobrancelhas perdido e com certeza imaginando onde teria errado. Aproveito que ele cai na minha e subo a escada, tentando controlar o riso que quer explodir de mim. Quando chego no meu pavimento que me dou conta: Santo pai, acabo de mentir na cara dura pra um detetive!

Mas que foi divertido ver a cara dele, foi!

Talvez seja melhor mandar uma nota para Djane pro caso de, de fato, ele ir bater na porta dela.

~;~

— Parece que o diretor tem colocado mais câmeras, soube dessa? Será que suspeita de algo?

— Deve ser só boato, porque não vi nenhuma câmera nova até então. O Pacman disse que tá de bico calado. Depois daquele sustinho e de praticamente ter borrado as calças, duvido que ele diga algo.

— Precisamos ser mais cuidadosas isso sim. É até melhor encontrar Zelda fora daqui. Mesmo o banheiro sendo um ponto cego, não dá pra confiar. Nem no estacionamento. Estou pensando em um novo ponto. Tem aquela loja do Center que te falei, mas pra todo caso...

Você às vezes não sabe que realidade é essa lá fora até ela bater na sua porta. No meu caso, na porta do banheiro, na faculdade. Nem consigo terminar o xixi depois dessa, porque simplesmente travo no reservado. Me sobe até um negócio estranho na espinha! Quem serão essas duas meninas? Elas estão falando sobre o que eu acho que estão falando? Sobre o esquema que fez com que a instituição permitisse uma operação investigativa?

Pelo bem da minha sanidade, até então tinha preferido tirar da cabeça esse lance de polícia, investigação e disfarce. Estava até indo bem nessa resolução. Mas por ouvir essa meia conversa no banheiro, que traz esse tópico de volta, me faz questionar quieta sobre esse rolo. Me fez também prender a respiração pra não dar na cara que eu estava ali, senão, quem quer que fosse, ali, do lado do lavabo, se tocaria que havia gente no privado. Acho que as duas – porque só ouvi duas vozes ali, de quem eu não conseguia identificar – presumiram que não havia ninguém por eu ter entrado na cabine que quase ninguém usa. Mas era porque os outros reservados estavam desastrosos.

Céus, isso era suspeito por demais!

Espero, bem atenta aos barulhos da área do lavabo, que elas saiam logo do banheiro. Nesse meio tempo, as novas informações entravam no meu cérebro num misto de confusão e espanto. Fico uns bons minutos reavaliando o que eu devia fazer. Volto pra sala? Pra aula de Max? Ele vai notar que tem algo errado. Vou pra sala de Djane? Do diretor? Mas... Bom, Max está aqui para isso, não? A gente teve uma pequena discussão mais cedo e de repente é como se nenhuma resistência minha, não importando a razão, valesse mais. Acho que até então eu tinha encarado isso como uma absurda ficção e, estando encurralada no banheiro, ouvindo coisas estranhas, a perspectiva mudou num segundo.

Ainda permaneço no reservado após as meninas terem saído do banheiro. Lavo as mãos, lavo o rosto, me apoio no mármore da pia e apenas... expiro. Estou assustada, claro! Odeio quando o universo me mostra essas coisas que não quero ver. Aperto uma mão ao rosto porque apenas odeio!

— Milena?

Quase dou um pulo.

— O-oi, Ananda.

— Você tá legal?

— Tô... errr... só um... hã... enjoo.

Enjoo? Eu não tinha desculpa melhor?

— Você tá aqui faz tempo?

Se eu tô... ? Minto, claro.

— Não, cheguei ainda agora. Por quê?

— Porque se você não está se sentindo bem, melhor não ficar sozinha. Quer que eu te acompanhe até sua sala?

Talvez não seja tão má desculpa assim, reconsidero, maquinando como lidar com essa nova.

— Quer saber? Acho que vou descer. Me ajuda a ir pra sala de Djane?

— Claro.

Era hora de levar a sério essa operação.


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Notas finais do capítulo

Essa música do Josef ♥ ♥ ♥

E aí, esses dois vingam ou não vingam agora?

Acham que já tão começando a me perdoar? Só pra saber.



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