Mantendo O Equilíbrio - Finale escrita por Alexis terminando a história


Capítulo 104
Capítulo 103


Notas iniciais do capítulo

Acho que eu não ia atualizar
Logo eu
Que não desisto dessa fic ^^

Oi, oi, pessoal. Milhões de caminhões (?) de desculpas pelo sumiço - repentino e demorado. Tive que parar de postar (e até de escrever) por uma questão de saúde. Pois é, ela me pediu esse tempinho generoso. Não posso prometer que voltei com tudo, mas sempre que possível vou voltar, pq é questão de honra terminar MoE #rum

Nesse meio tempo, aproveitei pra reler algumas temporadas, tomar nota... e adivinha só? PERDI ALGUNS ARQUIVOS. CENAS PRECIOSAS. EU LITERALMENTE CHOREI DE DESESPERO u.u - tinha arquivos do meu trabalho tbm. Bateu a vontade de deixar do jeito que ficou, mas não... sinto que preciso encerrar isso. Então BOAS NOVAS, NÉ? Espero que aproveitem ao máximo

Obrigada pelas mensagens inbox e por não desistir de MoE.

Enjoy!



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Nesta segunda-feira dispensei dona Bia mais cedo. Na mesa do almoço, estava eu e meu irmão, distantes em nossos próprios pensamentos e expectativas. Foi um milagre termos conseguido dormir essa noite. Mas no fundo não fora um bom sono, pois foi agitado. Bom, o do Murilo foi; após tudo o que foi dito e ouvido na ligação da tarde passada, eu pedi que ele dormisse na minha cama. Se não tivesse ido, eu me enfiaria na sua, pode ter certeza.

Ele teve sonhos conturbados, como se vivesse vez e outra novamente a mesma ligação. Assim se remexeu a noite toda e dada hora fiz com que levantasse pra dispersar a vibe que ele carregava. Era umas 4h da manhã quando fui esquentar um leite. Só aí sim que ele tranquilizou. Pediu desculpas milhões de vezes e até se arrependeu de ter ficado comigo. Mas eu não... Eu não teria muito tempo mesmo para cuidar dele, vez que ele iria mesmo viajar com papai.

Papai conseguiu arrumar passagens de ônibus para vir até nós e então iriam juntos, também de ônibus, para a cidade de Denise; iria trocar as passagens de avião para a volta depois. Na ida seriam umas 8h de viagem nada tranquilas, por isso eu queria poder ficar ao máximo com meu mano.

A conversa... foi como lavar a alma num rio telefônico. Choramos todos, consolamo-nos todos e estávamos dispostos a aprender a lidar com aquilo. Foi mais um peso que descarregamos das costas e, embora exausta, me sentia livre. Sentia que ganhava de Denise cada vez que dava um passo para minha recuperação.

Foram quase 2h e meia de interurbano. Quando desligamos, já estava escuro. Vini e Aline ainda ficaram conosco até umas 22h, fomos deitar cedo assim. E levantamos relativamente cedo também. Murilo para terminar a mala. Assim que me pus de pé, fui falar com dona Bia, que teríamos papai de visita para o almoço e avisar-lhe de que poderia sair antes do horário usual. Ao ver-me abatida, sei que ela quis perguntar e por isso mesmo desviei do assunto dizendo-lhe que só tinha dormido mal por conta de uma prova. Ela pareceu acreditar, prometeu que faria uma prece para eu me dar bem. Agradeci.

Forço-me a comer mais um pouco de feijão, para finalizar meu prato. Ao me dar conta de meu irmão, vi que mal tocara na sua comida. Dali a pouco nosso pai despontaria; pediu que não buscássemos ele na rodoviária. Já estávamos a sua espera; pela hora, já devia ter chegado à capital. Queria tanto não ter que ir para o estágio, porém, tinha coisas pendentes para resolver na empresa e não poderia deixar meu chefe na mão. Eu veria meu pai por pouco tempo, pois quando eu chegasse do trabalho – não tinha jeito de eu ir para aula de jeito maneira! – ele e meu mano já terão partido. Tô aqui evitando de balançar a perna em expectativa e de olhar o relógio quando de repente meu mano bufa do outro lado da mesa, desgostoso.

— Droga!

— O que foi?

— Com tudo o que aconteceu, eu esqueci de você!

— Oxi, o que tu quer dizer?

— Com quem você vai ficar esses dias todos? Eu não digo que você não pode ficar sozinha, eu só q... não quero te deixar desse jeito, mana.

Murilo abaixa a cabeça a ponto de deitá-la na mesa. Não era drama.

— Pra falar a verdade, nem eu pensei nisso. Posso ver com a Flávia... Mas não se preocupe, Mu. Eu arranjo algum lugar. Acho que não suportaria ficar sozinha esses dias mesmo e... putz.

Ele levanta a cabeça de supetão, o semblante marcado pela tensão.

— O quê?

— Vou ter que comprar passagens pra ir de ônibus pro nosso interior. Eu e Flávia. Mas eu cuido disso, fica tranquilo, ok? Me viro. A gente tem família aqui, não tem? Não me faltam opções de onde ou com quem ficar.

Só assim para meu mano parecer aliviar um pouquinho.

— Mas me promete uma coisa, Mu?

— Prometer o quê?

— Vai ser prudente. Sensato. Cuidadoso.

Os olhos do meu mano parecem ficar sem vida conforme faço meu pedido e nós dois sabemos por que. Ele engolfa o ar enquanto massageia de leve as têmporas e se ajeita em sua cadeira, pensativo.

— Mano?

— Eu só preciso vê-la uma vez. Só isso. Prometo que não vou fazer nada. Nada que vá manchar minhas mãos, juro.

Engulo a seco e assinto, entendendo que seu sossego de vida dependia disso. Era sua forma de encerrar por fim esse capítulo terrível de nossa história.

— Me mande notícias sempre que puder, ok? Pode me ligar. Hoje não vou pra aula, então liga quando chegar lá.

— E você me confirma com quem vai ficar, ok?

Então ouvimos um carro estacionar na nossa porta. Só podia ser papai, pois Aline e Vini ainda demorariam a chegar neste dia. Eu aproveitaria cada último segundo que teria com meu mano e meu pai.

~;~

— Nhaaaaaaa!

Iara pode ser baixinha (ok, quase do meu tamanho), mas ela não era metade. Pela segunda vez em 24h ela se joga em cima de mim. Só perdíamos a compostura desse jeito na empresa por estarmos em uma ala neutra e com poucas testemunhas. Eu saía do banheiro quando ela me atacou.

— Só quero deixar claro que tem uma fila inteira de gente pra te assassinar se tu me matar, viu.

— Ah, eu sei me virar. Aprendi com a melhor.

Olha eu influenciando as pessoas.

Logo a animação de Iara amaina assim que me vê direito, enquanto caminhamos pelo corredor para a sala dos estagiários.

— Hey, Mi, parece cansada.

— Estou cansada. Não dormi bem essa noite. Nem vou para a aula, acho que não tenho estrutura.

O que não era nenhuma mentira. Me despedir de meu pai e Murilo foi muito difícil. Tão difícil quanto receber papai de volta a nossa casa, penso eu, relembrando mais uma vez como foi revê-lo depois de tanto tempo e depois daquela ligação.

Se em um abraço tudo se dissolve, tudo se desarma, nos braços de um pai com a filha então, tudo quase se desmantela. Foi a minha sensação quando meu pai me envolveu logo que entrou em casa. Foi um daqueles abraços demorados, apertados, com direito a beijo no cabelo e beijo na testa, e olhos marejados, não só do tempo separados, mas de tudo. Proteção. Impotência. Preocupação.

— Como faço para dar um tiro nessa garota?

Meu pai disse ainda me apertando contra si e lhe sussurrei de volta:

— Eu ia pedir para o senhor impedir o Murilo disso.

A voz de Gui bem atrás da gente me acorda dessas lembranças. Ele tava, ao que parece, ouvindo a conversa.

— Com essa cara, acho que até Fabiano te despacharia. Mas tu anda matando muita aula, viu, bonita.

— Já combinei com a Flá, tá, de fazer uma roda de revisão após a viagem.

— Me inclua nessa, também não dispenso revisões... Mas sim, por que você tá mal assim?

Respiro fundo e o que consigo dizer é:

— Noite agitada.

— Aff, Milena. Poupe-me dos detalhes sórdidos!

Reviro os olhos e bato a mão na testa, enquanto Iara só ri da situação. Por outro lado, confesso que gosto de como a conversa pode dispersar dessa maneira e assim eu me distrair. Pra alguma coisa o besta do Gui serve.

— Não, não é nada disso, tá, mas não tô a fim de falar a respeito. Só quero saber dos babados do níver e quero amor, muito amor. E eu disse amor, Iara, não falta de ar.

Capturo uma troca de olhar rápida, condescendente e suspeita entre as duas criaturas, que assentem, e espero que não distorçam meu pedido. Pela cara deles, parecem que não querem fazer caso – mas nunca se sabe! Nos despedimos para seguirmos para nossas mesas.

Quero apenas que este dia passe o mais rápido possível.

Quero que logo tudo acabe. Preciso que tudo acabe.

Mas neste instante, já me valem os amigos.

~;~

Eu não teria notícias do Murilo até umas 23h (isso se não houver nenhum atraso na estrada), então eu tinha muito tempo pra matar – menos concentração pra estudar. Não tinha cabeça, aliás. Estou tentando aceitar que nesse semestre vou provavelmente reprovar em alguma matéria... Só de pensar no que tenho acumulado, é só esse fim que imagino.

Mas, no momento, a única coisa que quero saber é:

— Levo o apimentado ou o tradicional?

Estou no supermercado na ala do self-service perscrutando as opções de caldo, indecisa. Atrás de mim, Filipe – sim! – surge com um carrinho de compras – acredite se quiser! – e me responde:

— O que mais te seduz?

— Vou de apimentado. E você, vai querer também?

— Claro. Depois de ter dispensado meus dotes, me rendo. Com torradas, certo?

— Saindo torradas!

— Te encontro logo mais no caixa da frente. Deixe-me pegar meu cartão para você passar e...

Antes que ele possa alcançar a carteira no bolso da calça, balanço a cabeça e aponto pra minha bolsa.

— Negativo, Filipe. Vai indo que eu me viro aqui.

Meu sogrinho-chefe me olha com um riso nos lábios e sabe que não adianta discutir. Sorrio brevemente de volta, mas mais porque ele parece tanto com o Vini neste momento que não teria, mesmo com tudo o que estou passando, não me deixar levar por esse sentimento bom. Fico feliz que agora já posso fazer uma comparação entre os dois sem haja uma tempestade num copo d´água. Parece que posso ouvir o Vini fazendo alguma piadinha sobre isso.

— Orgulhosa desde sempre.

— O senhor conhece a peça.

Ele assente e segue com seu carrinho para a outra seção de compras. Dou a volta e preparo o jantar para levar. No caminho para cá, Filipe tinha me perguntado se poderia fazer alguma coisa por mim e eu disse, meio que em um pensamento alto, que queria algo que fosse próximo do meu sentimento de casa. Quando ele quis saber o que poderia ser isso, lembrei que uma vez comprara um caldo em um supermercado perto da casa de Djane, que era parecido com o que minha mãe faz. Da última vez que estive aqui, topei até com o Sávio e a professora foi parar no hospital.

Parece mesmo que minha vida é rondada de confusões o tempo todo. Suspiro ao lembrar que espiei o Vini dizendo isso para a mãe. Ás vezes eu também queria uma vida menos agitada. Menos confusa.

Está acabando, Milena. Melhor, pense no quanto de coisas você conquistou.

Tudo se fez valer a pena, certo?

Levo a certeza comigo de que sim conforme me direciono para o caixa da ala de refeição. Não tem fila praticamente, só tem duas pessoas na minha frente. É isso, penso, tenho que me ater às coisas boas e aceitar que para algumas coisas apenas não há conserto. A gente tenta tudo e vai além de nossos limites, mas até pra isso existem fronteiras. É hora de recuar e deixar o universo trabalhar dessa vez, ele vai trazer meu mano são e salvo. Já fiz muito e tenho certeza de que se fosse preciso, faria tudo de novo – bom, me refiro às partes que foram importantes e certas ao momento, não as que envolviam machucá-lo ou me vingar. Tenho que aceitar que agora nada está mais em minhas mãos e confiar que vão se resolver.

Acho que posso fazer isso.

Dou um gentil boa noite à atendente e pago o jantar. Ao receber a sacolinha, penso que talvez tenha que abrir mão – quem sabe de vez em quando? – do meu conhecido orgulho e daquela necessidade de manter demais as coisas comigo. Sobre esse último já venho dando um jeito, mas... belisco-me a mente, acho que eu poderia fazer mais, ser mais. Meus amigos então, merecem isso.

No fim do expediente de hoje, vi que Iara e Gui confabulavam sobre meu estado. Sei porque pararam de falar quando eu cheguei na lanchonete. Tinha combinado de voltar com a Iara. Mas logo que me aproximei e notei sua expressão nada contente, entendi que não seria dessa vez. Infelizmente um fornecedor super importante surgiu no horizonte de trabalho e ela teria que buscar o cara até no aeroporto. Foi algo bem repentino. Aí ela me deixou com o Gui e logo mais que Filipe apareceu dizendo que me levaria pra casa.

Apesar de ter me acertado com o Gui, o que definitivamente me alivia o coração, quero poder falar-lhe mais. E à Flávia. Bruno. E esclarecer muita coisa para a Dani, antes mesmo que ela venha a machucar mais pessoas. Infelizmente, ainda estou impedida. Preciso aceitar isso também e confiar... confiar em Max, na operação e no sistema. Preciso me concentrar na parte boa ou mais cabelo vou perder!

Meu mano nem vai estar mais para reclamar do tanto de fio que encontra pela casa. Provavelmente quem vai falar é mamãe, quando eu deixar fios e fios pelo caminho. Vai me dizer para diminuir o ritmo, tomar vitamina, comer melhor e todos aqueles apelos de mãe. Quero logo chegar lá e pedir carinho, cafuné e me render aos seus mimos e disparates.

Encontro Filipe na fila do caixa de compras e me junto a ele. Não há mais que umas quatro pessoas na nossa frente, com carrinhos pouco cheios. Cansada, só me encosto no chefinho e descanso a cabeça em seu ombro. Filipe passa um braço por meu dorso e...

— Logo mais estaremos na sua casa. Acha que o Murilo...

— O Murilo viajou.

— Pensei que vocês pegariam a estrada na sexta-feira.

— Ele teve que viajar antes. Pra outro lugar, na verdade. Ele e papai. Não mencionamos nada ontem porque não queríamos estragar o momento.

— Milena, agora você me deixa preocupado.

— Está tudo bem. De verdade. É só... é um pouco complicado explicar. Mas ele teve que ir para consertar umas coisas.

— Você vai ficar sozinha? Pode ficar no apartamento, temos um quarto extra.

— Obrigada, mas não é necessário. Falei com o Vini mais cedo. Vou ficar na casa de Djane mesmo. Ela me sequestraria de qualquer forma, posso apostar.

— Fico mais tranquilo. E essa viagem do Murilo... Ele ficará quanto tempo fora?

Abraço Filipe discretamente e suspiro.

— Por tempo indeterminado.

Filipe me dá um beijo de pai, beijo na testa, e move o carrinho conforme a fila anda. Sonolenta, acompanho. Vejo que ele adiciona barrinhas de chocolate da prateleira ao lado ao seu carro e sorri amarelo. Suas compras eram basicamente coisas de casa que me dissera estar protelando faz uns dias e que aproveitava a oportunidade de termos vindo para um supermercado.

— Pra te animar. Pago eu ou você?

— Pode pagar, sem problema.

Ao notar que suas sobrancelhas se levantaram, sorrio sem muita vontade.

— Acho que alcancei esse nível de cansaço.

Cansaço dos meus velhos e maus hábitos, mas prefiro não esclarecer isso.

Iria demonstrar a partir de então em minhas ações.

~;~

— Se não está dormindo, está quase.

Djane insiste para que eu me acomode melhor na cama, do quarto de hóspedes de sua casa, e apague. Eu teimava porque estava esperando notícias do Murilo. Meio jogada, só abafo um bocejo e aperto os olhos.

— Só estou descansando os olhos, Djane.

— Sei. Tô vendo.

Cuidadosa, ela termina de afofar o travesseiro ao meu lado, desliga a luz e ajeita o abajur. Essa mulher quer mesmo me por pra dormir. Tô tão mal assim?

Abraço meu travesseiro. No fundo agradecia de montão o carinho e dedicação. Agradecia até o puxão de orelha quando ela descobriu o rolo.

Tinha acabado de jantar com Filipe quando ela me ligou. A essa hora eu tava mais quieta, só conversando com o sogrinho, que me contava mais peripécias do Vinícius quando moravam juntos (me sentia vingada pelas histórias que mamãe acabou contando pro namorado). Ao avistar que era Djane me caçando, mostrei o visor do celular pra ele e atendi na sua frente, na sala.

— Milena, você tá em casa?

— Tô.

— Tava te procurando aqui no prédio e o Gui me disse que você não se sentia bem para vir pra aula hoje... Mas não soube explicar o motivo.

— Só um pouco de cansaço, professora. Explico melhor quando sair do trabalho.

— Sei. Já estou a caminho.

— Negativo, Djane, vai trabalhar! Ainda são 21h. O turno termina 22h30. Mato aula, mas sei dos horários, viu.

Filipe só assentia, risonho.

— Alguma coisa não tá me cheirando bem, só digo isso. Ontem o Murilo tava estranho. Depois meu filho deu chá de sumiço e chegou com uma cara que nem sei... Agora você não aparece na aula.

Ainda bem que eu não liguei o viva-voz, Djane me entregaria de bandeja.

— Eu tô bem, não é nada demais. Só realmente não podia ir hoje. Quando você chegar aqui, depois do expediente, explico tudinho. Juro.

— Já estou no estacionamento. Começa a decorar teu discurso. Beijo.

Djane apenas é uma força da natureza quando quer.

E a pessoa mais amor do mundo quando a gente precisa. Filipe foi embora tão logo ela chegou, o que fez com que a professora fizesse ainda mais cara de suspeita. Depois de todo meu discurso— não treinado – ela suspirou e perguntou uma coisa que deixou meu coração pequenininho...

— Quando vocês vão aprender a não quebrar mais a promessa de contar o que é importante?

Fiz cara de cachorro sem dono.

— Provavelmente nessa?! Sinto muito. Acho que agora essa é a última.

— Espero mesmo que seja a última.

Mesmo sabendo que eu tinha combinado com Vini de ir para sua casa, ela insistiu em me esperar para tomar um banho e separar uma muda de bagagem, pelo menos para uma primeira noite fora. Depois voltaria para arrumar tudo, afinal, ainda tem a viagem na sexta-feira. Ela não sossegou nem quando chegamos em sua residência. Mal ela foi tomar seu banho e trocar de roupa, apareceu no quarto de hóspedes, onde fiquei instalada. A acompanhei à mesa enquanto jantava e conversávamos. Ao menos aceitou não conversar mais sobre essa situação toda, ficamos papeando sobre o aniversário de Iara ainda – era um assunto que rendia que era uma beleza. Mas não tinha como a enganar, eu tava cansada mesmo e tão logo quase deitei na mesa, Djane começou esse papo de ir dormir.

— Prometo que durmo assim que receber notícias.

— Ele também deve estar cansado. Deixe que eu espero e pela manhã...

— Por favor, Djane, sabe que eu não vou sossegar. Só... preciso ouvir a voz do Murilo. Uma mensagem de texto de horas atrás não foi suficiente. Entrego até meu celular depois disso.

— Humf. Tudo bem. Mas vou ficar aqui com você.

Colinho de sogra? Eu não podia querer outra coisa agora.

Djane senta na cama e se recosta em almofadas. Logo apoio a cabeça numa almofadinha na sua perna e me deixo descansar com seu carinho em meus cabelos.

— Viu, lhe disse para não esperar o Vini. Olha a hora. Quase 11h e nada dele.

— Deve ter ficado preso em algo na faculdade. Além do mais, mandei mensagem avisando que a senhora apareceu pra me arrastar pra cá antes.

— Faria de novo e sem culpa no coração, ao contrário de outras pessoas.

De vez em sempre ela vai trazer essa história de volta, tenho certeza pra vida. Ela não fala por mal, sinto que ri. E eu rio sinceramente por, de novo, ela estar tentando amenizar essa espera cruel. Pisco os olhos para mantê-los abertos, vez que estou quase sem poder sobre o peso deles.

— Situações diferentes, Djane, situações diferentes.

— Isso é o que você d...

Sentimos as duas que meu celular vibra na cama e antes mesmo que Always Be do Jimmy Eat World complete cinco estrelar de dedos, eu já estou com o aparelho no ouvido.

— Mano?


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Notas finais do capítulo

Após tanta espera (!!!), vou deixar mais um capítulo - e capítulo especial! - pra comemorar o retorno. Obrigada mais uma vez por continuarem lendo ♥



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