O Recomeço do Sempre escrita por Bru Semitribrugente


Capítulo 15
E a chuva levou!


Notas iniciais do capítulo

Ola! CAPITULO 15, e como prometido, está ai.
não vou falar muito eu quero que você leiam, e me deem a opnião de vocês, se ja estava na hora ou se me precipitei.
não pensem agora, vocês podem estar achando que é uma coisa mas não é!



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P.O.V Katniss

Peeta tinha razão, as Prímulas desabrocharam e deixam um cheiro bom na casa, estamos na metade do 6 mês pós revolução. Eu fiz o que Peeta me disse. Perguntei a ele o que poderia me fazer ficar acordada, e ele disse que café poderia dar certo. Então pedi para que ele fizesse uma garrafa e passei a noite bebendo café, teria Dodô certo se eu não tivesse tanto tédio, se não tinha nada para eu fazer de manha, não se compara a quantidade mínima de coisas que eu tinha para fazer de madrugada. Perambulei pela casa atrás de alguma coisas que me fizesse ficar acordada. Encontrei o livro que Peeta me ajudou a fazer na época do massacre, li e reli diversas vezes, ele estava caindo aos pedaços, qualquer dia eu pediria ajuda de Peeta para refazê-lo. Dentro do antigo escritório eu procuro mais coisas para ver, no corredor na frente da porta, está pendurado o meu arco, exatamente onde Greasy me falou que ele estava, por isso tenho evitado passar ali, pego o argo da parede, não é o arco que Beetee me fez, aquele me foi arrancado logo após eu matar Coin com ele, e provavelmente tenha sido destruído como prova do crime ou algo do tipo é capaz de eu nunca mais vê-lo em minha vida. Esse é o meu arco, o arco que foi de meu pai, o arco que salvou minha família da morte pela fome, o seguro em posição, ele não é tão pesado quanto eu me lembrava, ele está empoeirado, limpo com a barra da minha camisa, e texto a corda, ainda flexível, ainda precisa, ainda do jeito que meu pai a fez. Segurá-lo me trás todas as lembranças boas e ruins, eu e Gale nos conhecendo, era aquele o arco que eu tinha nas mãos naquele dia, eu matando o tigre que era uma ótima companhia para mim, aquele arco foi a arma do assassinato, todos os momentos com o meu pai, quando ele estava me ensinando a caçar, tudo voltou a minha mente, alguns meses atrás eu teria largado o arco no chão, e fugido de tudo aquilo, mas eu me lembro de que eu preciso ficar perto de tudo aquilo, acostumar a minha mente com tudo, é hora de acordar, e eu não vou fazer isso fugindo de tudo. Coloco o arco no lugar, não tenho a intenção de usá-lo, ainda não.

Dentro do escritório mais lembranças, apesar de Greasy ter tirados o que restou da rosa de Snow, e ter desinfetado o quarto, ainda sinto o cheiro dela ali, talvez seja só minha mente pirando, ou talvez seja verdade, talvez aquele cheiro tenha impregnado em tudo naquele lugar.

Fui em cada cômodo da minha casa, inclusive o quarto que minha irmã costumava dormir, não é o quarto de uma adolescente de 12 anos, é o quarto de uma garota ocupada demais para as coisas de adolescentes de 12 anos, simples, uma cama, com lençóis brancos, um armário pequeno, para as poucas roupas que ela tinha, e um pequeno espelho na porta do armário para ela colocar o rabo de patinho para dentro da saia. Antes que eu perceba estou chorando. Mas eu estou feliz, por pelo menos conseguir estar aqui, deito em sua cama, agarrada ao seu travesseiro, sentindo o antigo cheiro dela, misturado com a poeira de um lugar não mexido. E antes mesmo que eu perceba pego no sono, por algumas horas não tenho pesadelos, mas pouco antes de acordar, a imagem de explosões que formam o rosto de minha irmã no céu me acordam.

Já é de manha mas ainda está cedo para Peeta aparecer. Tive muito esforço para não ir até a casa dele a noite ver se ele também estava acordado, tomo banho e com muita paciência faço a minha trança, sei que ela ficou torta e desfiada, mas não ligo, foi o melhor que consegui fazer

Passo pelo escritório outra vez e encontro uma coisa que eu não havia visto na noite anterior, uma aljava com 50 flechas, Greasy deve ter juntado todas as flechas que estavam nas arvores. As pego e coloco atrás do sofá na sala. Tenho uma ideia em mente, para ajudar Peeta eu tenho que dar um fiz a tudo isso, toda essa depressão, tudo. E essa é a hora. Pego uma faca e vou para fora de casa, o sol está escondido atrás de varias nuvens cinzas, é a primeira vez que eu vejo o céu assim desde que eu comecei a ver o céu. Peeta plantou varias mudas de prímulas em volta da casa, pego uma flor de cada até ter o bastante. Quando ouço um barulho na porta, alguém está batendo, alguém não, a única pessoa que estaria acordada a uma hora dessas.

— Katniss? — Peeta chama, ele está dentro de casa, coloco as flores na sacola e as deixo encostada na parede da casa, não que seja um segredo o que eu vou fazer, eu só quero fazer isso sozinha.

— Estou aqui!—eu entro na casa, ele está descendo as escadas.

— O que estava fazendo lá fora?

— Procurando o sol, mas aprece que ele não quer aparecer hoje! — minto.

— Como foi aderir a terapia maluca do Peeta?

— Até certo ponto deu certo. A que horas a sua noite vai começar?

— Não sei se isso vai continuar dando certo, preciso resolver umas coisas na obra, e os pedreiros não vão aderir a minha metodologia.

— Isso é.

Ficamos conversando até dar a hora das pessoas do distrito de levantarem, eu falo com ele sobre o livro e ele topa me ajudar a reconstruí-lo. Tomamos café e ele sai para resolver as coisas da obra ele me chama para ir junto, mas eu digo que vou falar com Haymitch, então ele sai.

Pego a aljava com as flechas e são pegando a sacola com as flores, e vou em direção ao lugar que escolhi, eu podaria chegar lá de olhos fechados se não tivesse tanta coisa no caminho que não tinham antes. Vou para o meio da floresta, bem depois do meu antigo ponto de encontro com Gale. Me ajoelho no chão e tiro as flores da sacola. Enrolando cada uma em uma flecha, quando todas as flores foram usadas eu começo as minhas despedidas daqueles que eu não pude me despedir.

— Rue! — escrevo seu nome com a ponta de uma das flechas e então finco bem fundo a flecha acima do nome, deixando aparecer só a flor e a pluma da flecha. —Cinna— faço o mesmo com ele — Mags Wiress, Boggs, Castor, Jackson, Leeg 1, Leeg 2, Madge, Mitchell, Família Mellark, Finnick, Prim! — faço o mesmo com os eles, fazendo um circulo, escrevo uma coisa no meio do circulo, não um nome. Fica a flecha acima e saio. O que está escrito no meio do circulo é “minha antiga vida” eu estou me despedindo dela também, e me preparando para uma nova. Sinto um pingo em minha testa e olho para cima, e vários outros me atingem, está chovendo, é a primeira chuva que vejo a muito tempo. Ela vai levar os nomes, ela vai levar a minha despedida até os quais elas pertencem, fico olhando até o ultimo nome desaparecer,e quando me viro lá está ele, me olhando, eu acho que ele viu aquilo. Pego a aljava com o resto das flechas e vou até ele, já estou encharcada, ele esta com um guarda chuva aberto.

— Desculpa eu não sabia se deveria interromper ou não, fiquei surpreso por você não ouvir meus passos. — ele diz gritando, a chuva está aumentando.

— Eu não estava prestando atenção, estava fazendo uma lista na minha mente. — eu grito de volta. — Obrigado por não interromper, eu precisava fazer isso sozinha!

— Entra aqui, você vai ficar doente! — ele me puxa para debaixo do guarda chuva, e me abraça.

— Eu estou molhada! — eu digo, mas o abraço de volta.

— Obrigado! — ele diz no meu ouvido, não preciso perguntar porque, ele viu, ele está agradecendo por eu ter colocado o nome da família dele. — Vamos sair daqui! — ele me puxa e nós voltamos para a vila.

— Como você sabia que eu estava lá? — eu pergunto enquanto ele me ajuda a subir as escadas de casa até o quarto.

— Eu vi você quando eu estava voltando da padaria. Confesso que no inicio achei que você fosse fazer alguma idiotice com aquelas flechas, mas quando eu te segui e você não percebeu achei que estivesse deixando eu te seguir, mas mantive uma distancia. — ele me senta na cama e pega uma toalha no banheiro e me enrola nela.

Ele se senta na cama e nós conversamos, eu falo o propósito daquilo, e ele diz que é uma boa ideia, ele fala que a obra está ponta só faltam os detalhes como reboca e pintar e esperar que os moveis cheguem. Ele diz que vai demorar um pouco, eu me ofereço para ajudar.

— Vou precisar de ajuda para pintar aquilo tudo, os pedreiros só vão fazer até aqui, ou seja o resto é por minha conta! — ele boceja e se encosta na cabeceira.

— Bom pelo menos a gente vai ter alguma coisa para fazer durante a noite! — olho para ele. — Peeta? — ele dormiu? Eu o observo por alguns segundos, sim ele dormiu. Então eu mesma me lembro de que passei metade da noite acordada e pego no sono também.


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado.
comentem