Psicose escrita por Akira H


Capítulo 3
Walking in the Darkness


Notas iniciais do capítulo

Bem, ando meio sem criatividade esses dias e nunca tive muito estimulo para escrever longfics, mas estou tentando, mesmo que eu não garanta nada pois é a primeira vez que me aventuro a escrever uma... Bem, aqui está outro capitulo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/453194/chapter/3

– Ande Alice, o jogo está para começar.

Chiou alto, o eco ressoa por todos os corredores, causando um calafrio no garoto que o acompanhava, e em seguida, o silencio predominou entre eles. Um não ousava falar, enquanto o outro apenas se divertia com a tensão. O silencio agonizante se espalhava pelo ar, prendendo-se ao seu corpo como uma cobra com as presas aproximando-se a cada passo que dava, sem saber para onde ia.

Mesmo com seus olhos tendo se acostumados, não conseguia enxergar nada além do raio de 30 centímetros de seu corpo. Onde estava e para onde ia? Não importava mais, apenas queria saber se iria sobreviver. Não era a falta de luz que o impedia de enxergar, era a simples incapacidade da luz existir em tal lugar. Mesmo com a vela acessa na mão de seu carcereiro, a escuridão não cedia.

Respirou fundo e reuniu coragem para quebrar tal incomoda agonia. Pensou em perguntar seu destino, mas lembrou-se que para o outro, parecia que pouco lhe importava, desde que o “jogo” fosse divertido.

– Porque todas essas celas? – Perguntou apenas para distrair sua mente de seu possível final eminente.

– Você chama de celas, prefiro chamar de quarto de hospedes. – Falou com um chiado mais melancólico, sem cinismo ou ironia. – Alice, as vezes, a prisão seria o próprio corpo.

– ... Talvez... – Murmurou sem entender se o que o outro dizia tinha um significado mais profundo ou se na verdade era apenas uma simples resposta vaga.

– Mas se preferir chame-as de celas. – Concluiu chiando alto, ou deveria dizer rindo? – Parece que já descobriu para que servem, na?

– ... – Calou-se por alguns instantes, tentando raciocinar, expulsando o temor que sentia em cada parte de seu ser.

– Sim, mas pensei que não existiam mais... Calabouços.

– Enquanto houver prisioneiros e jogadores, sempre haverá calabouços. – Chiou mais, fazendo seus ouvidos doerem. – Mas se reparar, as celas e os quartos de hospedes possuem diferenças.

– ... Possuem?

Olhou ao redor, forçando a visão, tentando ver além do breu. Seu carcereiro parou subitamente, dando-lhe chance para observar melhor, fixou seu olhar sob uma pequena porta feita com grades de ferro que davam para um cubículo minúsculo e aparentemente sem janelas, a única luz que o permitia observar levianamente seu interior era proveniente da vela.

– Quer ver melhor? – Perguntou sorrindo.

– ...Posso? – Sua curiosidade falava mais alto que seu medo. O jovem homem de cabelos pretos aproximou-se mais das grades da estreita porta, iluminando-a um pouco mais.

– ... O que... O que é aquilo? – Pousou seu olhar fixamente para algo pendurado na parede do outro lado, parecia o couro de algum animal que estava sendo usado como cortina, de modo meio rústico, porem a pouca luz não o deixava distinguir que animal era.

– O que? – Seguiu o olhar do outro até entender, chiando baixo. – Ah, aquilo? Não sei... O que acha de Dion?

– Como assim...? – Olhou para o outro com um olhar curioso, a excentricidade do homem a sua frente era inquietante.

– O nome que colocaremos na lapide. – Respondeu sem rodeios, dando de ombros. – Não sei se esta morto ou não, mas melhor decidirmos logo. – Concluiu com convicção, enquanto continuou a andar. – Creio que é um bom nome, não acha Alice? – Chiou divertido, certo de que era um nome adequado.

– E porque você me chama de Alice? – Questionou irritado, elevando um pouco a voz, fazendo a frase ecoar pelos corredores até sumir pela escuridão, fazendo-o encolher-se levemente, talvez esperando algum animal selvagem aparecer de repente e ataca-lo.

– Ah, acha que já somos íntimos o bastante para que eu o chame de outro jeito? – Sorriu irônico, obviamente entendendo o que quis dizer, mas preferindo se fazer de ingênuo. – Talvez devesse chamá-lo de Ali?

– Prefiro que me chame por meu nome. – Exclamou, um pouco desconfortável.

– Então me diga... E qual seria esse tal nome? – Seus lábios se ergueram em um sorriso cínico e seu único olho visível mostrou um brilho de desafio.

– ... – Silencio. Vasculhou sua mente nos mínimos detalhes, porem sentiu como se uma barreira lhe impedisse de pensar mais a fundo. Seu nome havia sumido da mesma forma que sua memória de como havia chegado lá. – Pois sei que não deve ser Alice, não sei se percebeu, mas não sou mulher.

– Talvez tenha percebido. – Sua expressão continuava, mas com um ar mais pensativo. – Infelizmente, tenho o costume de não confiar nem no que eu mesmo digo, muito menos, confio nos outros. – Chiou baixo, como se tivesse lembrado de alguma piada antiga. – Oh, ande mais rápido, estamos quase chegando.

O garoto, aparentemente sem nome, começou a andar mais rápido para conseguir acompanhar os passos inaudíveis do homem que o guiava. Era como se conseguisse desaparecer e reaparecer subitamente alguns metros a frente, não fazia sentido como poderia andar tão rápido e sem fazer nenhum mínimo barulho.

Mesmo com o silencio absoluto do lugar, apenas era capaz de ouvir os próprios passos e os batimentos acelerados de seu coração. Agora que a conversa havia acabado e o local em que se dirigiam estava próximo, podia sentir a vida deixar seu ser aos poucos, de maneira lenta e torturante.

– Espero que sua visão seja boa, pois ficaremos sem luz. – Proferiu o homem, 3 metros a sua frente. – Ande reto.

Olhou-o com certo pavor, mas não deu tempo de notar sua expressão, pois quando as palavras desapareceram, levaram o fogo da vela consigo. Não havia vento, mesmo assim, não havia mais luz.

Começou a dar passos incertos, atordoado com a profunda escuridão do lugar desconhecido, sem nenhum som que o guiasse. Conseguia ver rostos observando-o desde a escuridão e seres desconhecidos estendendo as mãos para agarrar-lhe. Sua mente, a loucura ou talvez a própria realidade que o faziam ver tais imagens? Sua cabeça latejava. Queria questionar mais algumas coisas já que finalmente conseguia sentir menos tensão perto do desconhecido, porem sua garganta secara e impedia sua voz de sair. Andava da forma mais suave que lhe era possível, fazendo o mínimo de sons ou movimentos bruscos possíveis, talvez treinando para disfarçar sua presença quando adentrasse o tal lugar em que iam.

De repente, chocou-se contra algo, fazendo perder o pouco de equilíbrio que sua já destruída confiança lhe provia. Ia levantar e talvez correr, se não fosse pela incerteza de para onde fugiria e pelo som alto que de repente ecoou.

Um baque alto, vindo de dois pontos diferentes, mas próximos, fez os ouvidos do chamado “Alice” zumbirem. Suou frio, ainda no chão, sem coragem de se mover pelo pavor de talvez ser vitima de algo.

– É bom vê-lo também, Comandante. – Chiou baixo, um barulho que faria os ouvidos de qualquer um tinirem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Todas as primeiras tentativas não são muito boas, mas espero conseguir algo com uma qualidade aceitável, mesmo que eu não esteja muito confiante kkk bem, se possível, comentem ^^ acho que ainda está meio confuso, mas... Um dia melhora, acho (what?)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Psicose" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.